Iceburns escrita por The Siren


Capítulo 7
Where I Want To Be


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada Jaddy Oliveira, se não fosse pelo seu comentário, eu nunca teria continuado essa fanfic, a desanimação foi terrível. Mas foi um choque de realidade quando você me disse para continuar, por sua causa, a fanfic vai continuar! ^^

E GENTE, SOCORRO, SERÁ QUE EU VI CERTO?! Ainda não tô acreditando. Nunca que imaginei que a fanfic chegaria a mil views, e aqui estamos, com 1.122 views! Eu nem sei o que dizer! Só sei que tenho que agradecer a vocês, leitores, porque sem vocês isso seria impossível! ♥ Obrigada por ajudarem nessa conquista que eu nunca pensei que aconteceria! Obrigada por lerem essa fanfic loucassa até onde estamos! KKKKK E ainda mais, por não desistirem quando até mesmo eu tinha desistido.

Como de costume, a música do capítulo está no final do mesmo, e boa leitura, seus maravilhosos! (não liguem, eu de bom humor sou uma máquina de elogios ambulante)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/758839/chapter/7

— São traidores, matem todos eles! — Caleb ordenou visceralmente. Os guardas reais prontamente obedeceram, organizando-se em posição de ataque enquanto suas vítimas observavam horrorizadas e em completo espanto.

— Espera! O quê?! — Gritou Anna em total confusão ao mesmo tempo em que cerrava os pequenos punhos prontamente para se defender. Naquele momento, não seria mais um príncipe das Ilhas do Sul o dono de seus assombros, ela era mais forte e mais determinada do que qualquer tipo de medo.

— Caleb, não! Não faça isso, somos sua família. — Implorou Lars, assustado e igualmente desesperado com tal situação. Arrumava seus óculos nervosamente, sempre fora um pouco nervoso, mas aquilo tudo não passava de pura insanidade. Caleb há muito tempo já não era mais um homem são, afinal, fora tomado pela ganância. Apesar de tudo, Lars sempre soube que ao tentar salvar Hans, estaria se metendo em algo muito maior, podendo perder sua vida. Mas ainda não queria deixar sua família, não tão cedo. — Você sabe que já passou dos limites, vamos voltar ao que éramos antes, irmão. Estávamos em paz, há muito tempo. Por favor, escute a lógica, a voz da razão.

— Irmãozinho, eu parei de escutar a razão há muito tempo. — E dizendo isso, o louro nada expressou, somente sua alma vazia podia ser observada. Suas intenções terríveis podiam ser notadas facilmente em seu semblante maligno e desprovido de vida. Faria de tudo para ter mais terras, para enfim manter seu poder.

Os guardas aproximavam-se cada vez mais, levantando seus escudos decorados com símbolos do leão vermelho do reino para protegerem-se e ao mesmo tempo encurralar os traidores.

— Fiquem de olho na bruxa da neve. — Sussurrara um deles, alertando seus colegas enquanto Caleb os assistia atentamente. O príncipe herdeiro estava um pouco mais afastado dos demais para não sair ferido, afinal, Elsa, a bruxa da neve, era perigosa. Ela não era uma rainha para ele, apenas uma mulher amaldiçoada. Deveria ser sacrificada para que Arendelle finalmente fosse governada por um rei de verdade.

Um soldado mais parrudo e um tanto autoconfiante demais correu na direção de Elsa, gritando enquanto levantava a espada para matá-la a sangue frio, mirando em seu alvo de modo determinado e feral.

— Fique longe! — Gritou a rainha, preparando-se para invocar sua magia. Porém, quando estava prestes a usá-la, Hans surgiu em sua frente, segurando rapidamente o pulso do soldado, usando sua mão livre para desferir um murro certeiro no rosto do mesmo e então roubando lhe a espada. O príncipe perverso segurou o objeto com firmeza enquanto suspirava pela tamanha adrenalina que sentira. A sensação de perigo agora era a única coisa que o mantinha realmente vivo.

Poderia ter morrido, mas arriscou-se por uma causa maior. Fugir dali com todos os seus cúmplices vivos era a prioridade do momento.

O nariz do soldado caído no chão sangrava e ele tentou levantar-se lentamente, mas Hans bateu com sua cabeça no chão, fazendo o mesmo desmaiar no exato instante.

— Ele está vivo? — Perguntou Anna assustada.

— Sim, só inconsciente. Eu não sou um assassino. — Hans respondera irritado ao passo em que Anna revirara os olhos de modo descrente.

O restante dos soldados correu para atacá-los. Lars prontamente desembainhou sua espada, lutando com os mesmos ao máximo que podia. Hans pegou uma adaga do bolso do guarda desmaiado e rapidamente aproximou-se de Anna, a qual olhou lhe desconfiada, levantando seus punhos. Estava pronta para lhe desferir mais um de seus famosos socos. O príncipe traidor apontou a faca em sua direção, assustando-a, porém, virou o cabo para que a princesa pudesse pegá-la.

— É melhor que tenha algo para se defender. — Hans finalmente dissera. A princesa de Arendelle pegou a adaga sem dizer-lhe nada, apenas observando-o atentamente.

— Por que fez isso? Por que me salvou? — Elsa perguntou atônita, finalmente saindo do transe.

— Porque eu sei do que você é capaz quando perde o controle. Eu não quero o que testemunhei no seu castelo de gelo aqui também, você é perigosa. — Ele declarou rapidamente, em seguida, defendeu-se de mais um ataque de um dos guardas, derrubando-o rapidamente. — Idiota. — Disse olhando para o guarda caído no chão.

— Às vezes é necessário ser um monstro. — A rainha de gelo falou mais para si mesma, pensando em tudo no que se metera, e ainda mais, agora estava lado a lado com seu maior inimigo. Era o que o velho ditado dizia... O inimigo do meu inimigo é meu amigo.

Rainha Elsa! Não seja o monstro que eles temem!” Tal frase ecoou como um fantasma em suas memórias. Era como se pudesse vivenciar aquela cena novamente, mesmo naquele momento tão impossível. Viajava entre o passado e presente de forma celestial e nostálgica. Entretanto, agora precisava usar seus poderes para salvar a todos, eles já estavam cansados e seriam mortos caso ela não usasse seus dons — ou maldição — para salvá-los. Precisava salvar a pessoa mais importante de sua vida, Anna.

A princesa lutava bravamente, a ruiva espalhava um rodízio de socos que eram capazes de atordoar até os mais fortes guardas e derrubá-los. Caleb observava-os em desgosto, porém, um exército de reforço finalmente chegara, estava, enfim, tudo acabado para os traidores.

Era necessário trazer o monstro à vida novamente, o monstro que era si mesma, ou tudo estaria perdido. A rainha observou suas próprias mãos geladas hesitantemente, em seguida direcionando o olhar aos guardas que estavam cada vez mais em maior número.

— E agora, Elsa? — Perguntou a mais nova ofegando. Lars e Hans aproximavam-se delas, recuando dos guardas.

— Afastem-se. — Elsa ordenou, tirando suas luvas e jogando-as no chão.

Em um piscar de olhos, rajadas de gelo saíram das mãos livres da rainha de semblante determinado e bastante raivoso, os braços mantinham-se erguidos e em direção de seus inimigos. Libertava toda sua fúria e medo de uma vez por todas.

Havia criado uma parede de gelo maciça, separando-os dos guardas e mantendo-os seguros temporariamente.

Wow! — Lars exclamou esbaforido. — Com toda a certeza... Essa foi a coisa mais extraordinária que já vi em toda minha vida!

Elsa não respondeu, apenas acenou educadamente com a cabeça, parecia cansada, afinal, havia esforçado-se demais para criar aquela imensa e forte parede.

— Não temos muito tempo, sigam-me. Eu sei uma saída pelas masmorras que pode despistá-los. Andei estudando esse local nos últimos meses, nunca um conhecimento foi tão útil! — Lars pegou uma das tochas da parede rochosa. Correu rapidamente pelo largo corredor, escuro e sujo, cheio de celas e barras de ferro.

    

 

Não gostava das correntes em seus pulsos, mas sabia que era necessário. Ninguém ali confiava nele, nem mesmo Lars. Seu sábio irmão mais velho colocou tais correntes nos pulsos de Hans por unanimidade, afinal, o príncipe traidor poderia tentar cometer alguma loucura contra a rainha ou a princesa. Ela já havia tentado uma vez. Mesmo sendo seu irmão e amando-o, Lars sabia que Hans não era totalmente confiável. Pois estava preso por seus crimes contra a família real de Arendelle.

O grupo caminhava pelas profundezas do Bosque Obscuro, um dos vários bosques inexplorados de Chevron, devido a várias lendas e histórias de que ali habitavam seres misteriosos e mágicos, mas a verdade é que o bosque era apenas lar de ladrões e desabrigados.

Anna e Lars caminhavam mais a frente, abrindo caminho entre os arbustos, cortando-os com rapidez. A rainha estava um pouco mais afastada de todos, totalmente reclusa. Seu olhar mostrava sua preocupação e medo iminentes. Hans sabia, ele podia lê-la, podia ler qualquer um como um livro aberto. O príncipe traidor era um espelho de emoções, demonstrando exatamente o que lhe era refletido, um verdadeiro camaleão emocional. Hesitantemente, ele aproximou de Elsa, limpando a garganta para perguntar:

— Você está bem? — Pôs seus olhos sobre ela, mostrando sua preocupação, apesar de não ser verdadeira.

— Desde quando você se importa? — O olhar frio de Elsa foi direcionado a ele, dessa vez não demonstrava suas preocupações, Hans apenas podia ver desprezo em seus olhos azuis gelo. Mas... Como culpá-la?

Desprezo... Todos o desprezavam, ele sabia disso. Sua família, o reino, Elsa... Desprezo era o sentimento que ele conheceu durante uma vida inteira.

— Eu não me importo. — Respondeu retribuindo o desprezo da rainha. Esse era seu jogo, imitar emoções sem mostrar quem era seu eu verdadeiro. Nunca deveria deixá-los saber o que sentia de verdade. — Mas você está se afastando de sua irmã e de Lars, pode ser perigoso.

— Não tenho medo de você.

— Não estou falando de mim! — Hans franziu o cenho. — Olha, esse lugar não é chamado de Bosque Obscuro à toa. Tem ladrões aqui, assassinos.

Elsa não lhe respondera, apenas continuou olhando para o vazio. Um breve período de um terrível silêncio constrangedor se seguiu por alguns segundos, até que Elsa resolveu falar algo, mesmo com toda sua frieza para com seu inimigo.

— Lá nas masmorras... Por que me salvou?

— Eu já disse, não quero que você perca o controle, Elsa, você é perigosa quando se descontrola. — Ele explicou calmamente.

— Não tanto quanto um mentiroso que enganou minha irmã. — Replicou, tentando conter seu ódio.

— Pensei que isso estivesse no passado, Elsa... — Hans olhou para o chão, aparentando uma real tristeza.

— Para! Não me chame mais de Elsa, você não tem esse direito. — A rainha gritou, fazendo Hans recuar e chamando a atenção de Lars e Anna para si no mesmo instante.

— Tudo bem, sua majestade.

— Eu sei que não foi só por isso que me salvou. Suas mentiras não funcionam comigo, nem seus jogos de imitação. Está tramando algo. — E dizendo isso, a rainha do gelo caminhou mais rapidamente, chegando ao encontro de sua irmã, deixando Hans sozinho com seus próprios pensamentos e angústias.

Ele não havia contado toda a verdade para Elsa, sobre o porquê de tê-la salvado, ela estava certa. Mas o motivo era um mistério até mesmo para si. Era como no ano passado, quando estava no castelo de gelo feito pelos poderes da rainha, podia tê-la deixado morrer, podia ter deixado com que levasse uma flechada do guarda de Weselton, mas não deixou. Se ela morresse, tudo seria facilitado para si, mas algo o levou a salvá-la. Uma motivação que ele desconhecia e o simples fato de não saber o enfurecia de um jeito inigualável.

Ele a salvou, mesmo quando ela tentou matá-lo com seu monstro de neve. Hans usou a desculpa de que deveria mantê-la viva para recuperar o verão, mas ele mesmo sabia que aquilo não era verdade. Mentir para si mesmo só piorava a situação.

E o mesmo acontecia no presente, suas mentiras disfarçadas não enganavam Elsa, ela era tão boa em fingir quanto ele.

    

 

A lua já podia ser vista no céu, dessa vez ela não estava solitária, havia algumas estrelas para lhe fazer companhia naquele imenso vazio do infinito. Hans abriu seus olhos verdes e traiçoeiros como que de um súbito, olhando rapidamente para Lars, o qual estava sentado perto da fraca e pequena fogueira, roncando — era uma péssima opção para ficar de guarda, protegendo os fugitivos durante a noite arriscada —. Todos dormiam menos o príncipe mais novo, que apenas fingira durante esse tempo todo. Hans apenas balançou a cabeça em negação, fitando o dorminhoco irmão mais velho.

Levantou-se devagar, olhando rapidamente para Elsa e Anna, como um animal acuado. Caminhou a passos curtos e estratégicos, quase que totalmente sem fazer um barulho sequer. Aproximou as mãos à única chave que estava dentro do bolso de Lars, quando o mesmo mexeu-se ligeiramente, por sorte, continuava no mundo dos sonhos. Hans retirou a pequena chave, assim tirando as algemas que o prendiam, as quais caíram no chão em um leve barulho. Estava livre.

Os olhos do ruivo fitaram rapidamente a espada de Lars caída no chão. Pegou-a hesitantemente, tomado de um desejo frenético e sanguinário. A hesitação fugia de seu ser cada vez mais, o príncipe estava sendo tomado por uma fúria inigualável, a qual o presenteava com determinação e coragem... Coragem para fazer coisas terríveis.

Caminhou até Elsa, segurava a espada com tanta força que podia sentir suas mãos doerem. Levantou o objeto aos céus, pronto para tirar a vida da rainha inconsciente deitada na grama úmida.

— Príncipe Hans das Ilhas do Sul... — Ouvira a voz de seu pai, o rei Klaus, ecoando na sua mente, como se conseguisse voltar àquele mesmo momento. No dia de seu julgamento. — Você entende o que isso significa, não?

— Sim. Eu não tenho motivos para lutar contra meu destino.

— Que assim seja. Você, príncipe Hans das Ilhas do Sul, será enviado para as masmorras do castelo de Chevron, onde permanecerá até a eternidade. Que Deus tenha piedade de sua alma.

— Piedade?! Você não pode me desejar isso, nenhum de vocês pode. — Podia ver novamente o rosto de seus doze irmãos mais velhos o observando, julgando-o como abutres, prontos para devorar um cadáver, cadáver de um homem que um dia já tivera sonhos. — Vocês são monstros!

— Levem-no. — Podia sentir as mãos dos guardas apertando-o, machucando-o como ferro em brasa enquanto era levado pelos guardas aos gritos guturais e incompreensíveis. Debatera-se tanto que acabou escapando, caindo no chão, tomado pela fúria, pelo medo do desconhecido, o medo das consequências.

Derrubou a espada no chão, lágrimas escorriam por seu rosto calejado e deprimido. Fitava a rainha de Arendelle com os olhos arregalados, as mãos inseguras tremiam. Não podia fazer aquilo. Não podia ser o homem que um dia já fora. Não podia.

Caíra de joelhos no chão congelado, olhando para as próprias mãos, vendo-as pintadas pelo vermelho escarlate do sangue. Viu-se no fiorde de Arendelle, no grande rio congelado onde tentara assassinar Elsa. Mas em sua visão, havia conseguido. Estava aterrorizado. Piscou os olhos novamente, retornando à realidade. Não havia sangue em suas mãos, ele estava no Bosque Obscuro e a rainha continuava a dormir tranquilamente.

Hans soltou um suspiro de alívio, engolindo em seco. Elsa estava sã e salva do maior e mais temível dos monstros... Ele mesmo, Hans Westergaard.

 

═════ ✥.❖.✥ ═════

Música do Capítulo (Where I Want To Be)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mais uma vez, muito obrigada gente! Ainda nem consigo acreditar, nem sei como agradecer direito! KKKKK Comentem o que gostaram e o que não gostaram (e como posso melhorar os erros).

Beijinhos de chocolate! ♥ Até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Iceburns" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.