Com amor, Lizzie escrita por Fofura


Capítulo 1
A Carta




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Caro anjo,

Nem de longe essa era a maneira como eu gostaria de começar esta carta, porém as circunstâncias fizeram com que fosse assim.

Tantas palavras não ditas, tantas ações deixadas de serem tomadas, e momentos felizes perdidos. Mas não pense que essa é uma carta triste, não…! Todavia, também não é o oposto.

Creio que se está lendo isso eu não estou mais perto de você, o que torna-se mais fácil para mim, mas não faço ideia se é o mesmo para você.

Enfim, por longos anos, todo o tempo, eu tive medo da morte. Com o passar dos mesmos parei de me importar. Acho que todos chegam em uma fase da vida que passa a aceitar como tudo tem que ser. Eu aceitei. Derramei algumas - muitas - lágrimas por conta disso, mas aceitei.

Às vezes eu me pegava sentada na cadeira da varanda, com meus olhos grudados no jardim. Todo santo dia, uma borboleta branca pousava numa rosa vermelha. Era curioso. Os azuis de meus olhos brilhavam com aquilo. Era como se a paz pousasse no amor e ali permanecesse. Era assim que eu gostaria que fosse minha vida, entretanto, nem tudo é um mar de rosas.

Com toda essa melancolia, você deve achar que minha vida não foi feliz, que eu só tive decepções, mas não. Não foi assim. Eu fui feliz.

Eu me formei no que eu queria me formar, eu me diverti com quem eu queria me divertir, eu conheci os lugares que eu queria conhecer, eu disse “eu te amo” para todos que eu queria que soubessem, exceto pra você.

Eu sempre tive a oportunidade de lhe dizer o que sentia, mas nunca encontrava coragem. Então por que não dizer aqui, não é? Não terei mais oportunidades como as que deixei passar.

Para ser franca, você fazia com que eu me sentisse segura, bem, viva... Não que agora eu não esteja, mas isso não vem ao caso.

Eu conheci pessoas que não precisavam de palavras para se expressar. Apenas com um olhar ou gesto, elas conseguiam fazer com que o outro entendesse o que gostaria de dizer, o que sentia realmente... Mas eu não sou assim, creio que você também não seja. Se fosse, eu saberia... ou não.

O fato é que sempre que te via as palavras evaporavam, meu jeito extrovertido e descontraído tornava-se quieto e tímido. O coração acelerava, as pernas bambeavam, borboletas visitavam meu estômago... E eu não fazia ideia do porquê... mas agora eu sei. Eu te amava!

Eu amava o jeito como me tratava, eu amava o carinho que tinha comigo. Eu amava seu sorriso, seu olhar, sua essência, seu romantismo, seu abraço, sua música... Sim, eu me lembro de cada nota da música que você sempre tocava no piano. Era uma das coisas mais encantadoras que já ouvi. Queria poder ouvi-la pelo menos mais uma vez.

Me encontro inerte, por isso peço que não esqueça o quanto te amei e o quanto ainda amo, pois tenho plena convicção de que tal sentimento nunca irá perecer. Não esqueça jamais desse sentimento que já era para ser de seu conhecimento há muito tempo e, que se você sentiu o mesmo por mim um dia e queria que desse certo, me perdoe. Não vivi um amor por medo. Medo que só eu entendo.

E por favor, se um dia souber onde estou e for me visitar, diga se me ama e toque sua música, mesmo que eu não possa mais ouvir.

                                            Com amor, Lizzie ♥


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Notas finais do capítulo

Eu espero que tenham gostado e que comentem o que acharam :3
Um grande abraço de urso em todos que chegaram até aqui ^^