Através do Tempo - Entre Vidas escrita por Biax


Capítulo 6
VI - Jantar


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas! Quase que eu esqueço de postar kkk

Hoje teremos algo que acho legal em uma história: a interação entre personagens, e ainda cozinhando!

Boa leitura!



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Os três foram para a cozinha.

— Imagino que você saiba fazer pizza do zero, não? — Rebeca perguntou sentando-se no banco.

— Certamente. — Ethan afirmou, pegando utensílios nos armários e os deixando na ilha.

Deixou um pote que parecia conter farinha, outro pote menor com um pó branco e uma garrafa de vidro, que continha um liquido viscoso bem amarelado, que parecia ser azeite.

Ethan pegou um pequeno bule prateado e encheu com água, e o colocou no fogão, ligando o fogo em seguida.

— Onde você consegue essas coisas? — Rebeca perguntou olhando os potes.

— Não entendi sua pergunta.

— Isso não são... coisas humanas? Criadas e cultivadas pelos humanos?

— São, mas não são coisas exclusivas deles. Temos um grande sistema de cultivo e produção aqui, claro que com formas diferentes do sistema humano. — Desligou o fogo e deixou o bule na ilha. — Temos todos e mais alimentos que vocês.

— Ah... eu achei que...

— Não, não sou o único que mora aqui. — Abriu o pote de farinha e despejou um tanto no mármore da ilha, afastado da pia. — Existem muitos seres que moram nessa dimensão, e todos trabalham pelo bem comum.

Ele fechou e deixou o pote afastado. Fez um buraco no meio do monte da farinha, jogou a água dentro e um pouco de azeite, seguido de uma pitada do outro pó branco, que devia ser sal.

Rapidamente começou a misturar os ingredientes com a ponta dos dedos, e Rebeca olhou fascinada. Logo a massa ficou homogênea, e Ethan foi acrescentando mais farinha, até ela dobrar de tamanho e ficar lisa e macia.

— Vocês querem fazer a de vocês? — Ele questionou, olhando para os dois.

— Sim! — Rebeca exclamou, animada.

— Pode ser. — Gabriel disse, parecendo animado de repente.

Ethan dividiu a massa em três, enfarinhou o espaço à frente dos dois e deixou as massas ali. Então começou a trabalhar na sua.

Gabriel e Rebeca se olharam, sem saber exatamente o que fazer, então a garota começou a assistir os movimentos do cozinheiro. Ele “afofava” a massa com as pontas dos dedos e a empurrava para os lados, para abri-la. Então ela começou a fazer igual, seguida de Gabriel.

— Qual vai ser o recheio? — Rebeca perguntou concentrada em sua massa.

— Tem diversas opções na geladeira. Podem escolher o que quiserem.

Rebeca bateu as mãos para tirar a farinha e levantou, indo até a geladeira. A abriu e ficou surpresa com a quantidade de alimentos que tinha ali. Viu azeitonas em um pote de vidro e o pegou, o deixando na ilha. Pegou um maço de folhas que parecia ser espinafre, tomates e cogumelos.

— Precisamos pré-aquecer a massa antes de colocar o recheio. — Ethan pegou sua massa e a rodou nos dedos, como os pizzaiolos faziam.

— Como você faz isso? — perguntou impressionada, deixando seus alimentos do outro lado da pia e voltando para o seu lugar.

Pegou sua massa que ainda estava compacta e a abriu mais, e tentou fazer igual, porém a massa rasgou no meio.

Gabriel caiu na gargalhada. — Coitada da massa.

— Fica na sua. — Fez uma careta para ele e tentou juntar a massa de volta.

Ethan sorriu, parecendo se divertir com a cena, e Rebeca ficou feliz por ter conseguido arrancar um sorriso dele.

Depois de abrir as massas, Ethan pegou três formas, sem bordas e prateadas e deu uma para cada um, para colocar a massa. As colocaram nos discos e depois no forno, já ligado. Limparam a farinha da bancada, e Rebeca pegou seus ingredientes.

— Eu não sei do que posso fazer a minha. — Gabriel disse olhando para os tomates que Rebeca começou a cortar.

— Venha olhar. — Ethan convidou, indo até a geladeira.

— O que não falta é opção ali. — Rebeca disse, olhando para seus tomates.

Gabriel observou o eletrodoméstico, cheio de alimentos frescos e coloridos, mas não sabia o que pegar.

— Um frango com cheddar ia bem.

Rebeca revirou os olhos e balançou a cabeça, desgostosa. — Tanta coisa boa aí e você quer comer um animal morto.

— Sinto lhe dizer, mas não nos alimentamos de outros seres vivos. — Ethan explicou, pegando algumas coisas de lá.

— É sério? — Rebeca o olhou.

— Sim. Respeitamos todas as formas de vidas. Não tiramos proveito de seres indefesos, e além do mais, não é necessário dependermos deles para nada.

— Ai... Definitivamente preciso morar aqui. — Ela sorriu.

— Beca... faz para mim. Não sei do que fazer. — Gabriel pediu, voltando ao seu lugar.

— Então me ajuda — falou impaciente, empurrando os cogumelos para ele.

Ele puxou os cogumelos e olhou ao redor, procurando uma faca. Ethan estendeu uma a ele, e a pegando, começou a cortar.

— Não corta muito pequeno. — Rebeca olhou para o que ele estava fazendo.

— Assim está bom? — Apontou para um que cortara na metade.

— Sim. — Olhou para frente, para Ethan, que olhava para Gabriel. — Vai fazer do quê?

Ele virou seus olhos escuros para ela. — Parecida com a sua, mas acrescentarei cebolas e manjericão.

— Hm... acho que vou colocar isso também, então. Vai querer? — questionou para Gabriel.

— Quero.

Então as pizzas seriam iguais.

Cortaram os ingredientes, e pouco depois Ethan pegou as massas pré-assadas. Cada um recheou a sua e logo voltaram para o forno. Limparam as coisas, e rapidamente o jantar ficou pronto. Comeram, e Gabriel começou a se queixar que estava cansado.

— Mas como você é mole, você dormiu bastante tempo!

— Não foi tanto tempo assim.

— É normal vocês ficarem mais cansados. — Ethan disse terminando de guardar as louças recém lavadas. — Podem ir dormir.

Gabriel levantou do banco. — Vamos dormir, Beca, com certeza você está cansada e está se fazendo de durona. — A puxou pelo braço para o corredor.

— Eu não estou cansada.

— Está sim, olha essas olheiras nos seus olhos... — Começaram a subir as escadas e a soltou. — Você sabe qual quarto eu dormi hoje mais cedo?

Rebeca foi na frente e entrou na segunda porta do corredor, seguida dele. — Aqui.

— Ah... — Se aproximou da cama e sentou. — Vem, vamos dormir.

— Não quero dormir agora.

— Por que você é tão teimosa? — Fez bico, juntando as sobrancelhas.

— Porque você é chato! Que saco, não estou com sono, é difícil de entender? Quando eu estiver com sono vou dormir.

Ele revirou os olhos e se deitou. — Tá. — Se cobriu e virou de costas para ela.

Rebeca se arrependeu do tom que usou e se aproximou. Se apoiou no ombro dele e deu um beijo em sua bochecha esquerda.

— Daqui a pouco eu venho, vou ao banheiro. — Ele não respondeu e ela saiu, fechando a porta atrás de si.

Ouviu a voz de Ethan vindo de algum cômodo do corredor, e em vez de descer, seguiu, parando na frente da entrada do escritório.

Ele estava lá, na mesma posição de mais cedo, de pé próximo a parede de vidro e olhando para fora, falando com alguém.

O céu estava de um azul escuro profundo, e muitas estrelas eram visíveis. A lua, que não estava tão alta, iluminava o cômodo inteiro.

— Eu compreendo, mas... — Ethan dizia e fez uma pequena pausa. —... estou preste a sair em uma viagem...

Ele não segurava nenhum aparelho que parecesse um celular ou algo parecido. Então Rebeca chegou à conclusão de que ele estava conversando mentalmente com alguém. Só não entendeu porque ele tinha que falar ao invés de só pensar.

— Sim... Está certo... Eu... Sim, sim. Estarei aí em alguns instantes... Até. — Suspirou.

— Algum problema? — Rebeca entrou e se aproximou da mesa.

— Não somos os únicos cientes sobre o roubo do livro — explicou, ainda olhando para fora. — Perceberam a não discrição da pessoa que o roubou.

— E o que isso quer dizer? — perguntou começando a ficar temerosa.

— Para você, não muito. Acabei de ser repreendido por a deixar escapar.

— Mas você...

— Eu sei. — A olhou, com sua seriedade natural. — Mas como disse, era meu trabalho. Eu fiquei responsável por algo importante. Fui convocado para uma reunião, mas felizmente consegui convencer um dos superiores a deixar o caso em segredo.

Rebeca se sentiu nervosa. — Mas você vai ter que ir agora?

— Não se preocupe, estarei de volta antes de amanhecer — disse andando até ela, parando em sua frente. — Você precisa descansar. Gabriel tem razão. — Ela fez uma careta. — Não faça essa cara, você não tem culpa — falou suavemente. — Você não poderia fazer nada para impedir isso.

Ela baixou o olhar para o chão, sentindo as bochechas vermelhas. Ela sabia que não deveria se sentir culpada, afinal, o que poderia ter feito?

Ethan colocou os dedos debaixo do queixo dela, a fazendo erguer o rosto. — Quer me fazer um favor? — perguntou baixo. Ela afirmou. — Vá descansar. Não sei quando você poderá dormir novamente. — Com certeza havia um pouco de ternura ali, no fundo.

Desanimada, ela afirmou novamente, e Ethan se afastou, saindo do escritório.

Esperou um pouco, e foi até a cadeira da escrivaninha e se sentou, olhando a tela do computador. Imitou a ação de Ethan de mais cedo e tocou a tela com o dedo, e ela acendeu.

Aquele triângulo estava com a mesma cor do fundo, branco.

Rebeca achou aquilo tão... chato. Queria que Ethan mostrasse mais o lado sentimental dele, e parecia que aquela área de trabalho branca era exatamente o que ele queria transparecer. Algo sem cor.

Olhou para baixo e lembrou que não havia teclado. Então como mudaria a cor do fundo? Talvez se...

Ela queria uma imagem de flores silvestres ao pôr do sol.

E assim como se tivesse trocado de papel de parede, a imagem que ela imaginara apareceu. Tão linda que parecia que poderia tocar as flores dali.

Sorriu, satisfeita, e então levantou. Inconscientemente, foi para o fundo do corredor e entrou no quarto de Ethan. Fechou a porta e foi para debaixo das cobertas, caindo no sono rapidamente.


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Notas finais do capítulo

Rebequita querendo dar mais cores a vida do Ethan, fofo ou muito fofo? hauaha

Espero que tenham gostado, até sexta o/



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