Através do Tempo - Entre Vidas escrita por Biax
Notas iniciais do capítulo
Olá, pessoinhas! Quase que eu esqueço de postar kkk
Hoje teremos algo que acho legal em uma história: a interação entre personagens, e ainda cozinhando!
Boa leitura!
Os três foram para a cozinha.
— Imagino que você saiba fazer pizza do zero, não? — Rebeca perguntou sentando-se no banco.
— Certamente. — Ethan afirmou, pegando utensílios nos armários e os deixando na ilha.
Deixou um pote que parecia conter farinha, outro pote menor com um pó branco e uma garrafa de vidro, que continha um liquido viscoso bem amarelado, que parecia ser azeite.
Ethan pegou um pequeno bule prateado e encheu com água, e o colocou no fogão, ligando o fogo em seguida.
— Onde você consegue essas coisas? — Rebeca perguntou olhando os potes.
— Não entendi sua pergunta.
— Isso não são... coisas humanas? Criadas e cultivadas pelos humanos?
— São, mas não são coisas exclusivas deles. Temos um grande sistema de cultivo e produção aqui, claro que com formas diferentes do sistema humano. — Desligou o fogo e deixou o bule na ilha. — Temos todos e mais alimentos que vocês.
— Ah... eu achei que...
— Não, não sou o único que mora aqui. — Abriu o pote de farinha e despejou um tanto no mármore da ilha, afastado da pia. — Existem muitos seres que moram nessa dimensão, e todos trabalham pelo bem comum.
Ele fechou e deixou o pote afastado. Fez um buraco no meio do monte da farinha, jogou a água dentro e um pouco de azeite, seguido de uma pitada do outro pó branco, que devia ser sal.
Rapidamente começou a misturar os ingredientes com a ponta dos dedos, e Rebeca olhou fascinada. Logo a massa ficou homogênea, e Ethan foi acrescentando mais farinha, até ela dobrar de tamanho e ficar lisa e macia.
— Vocês querem fazer a de vocês? — Ele questionou, olhando para os dois.
— Sim! — Rebeca exclamou, animada.
— Pode ser. — Gabriel disse, parecendo animado de repente.
Ethan dividiu a massa em três, enfarinhou o espaço à frente dos dois e deixou as massas ali. Então começou a trabalhar na sua.
Gabriel e Rebeca se olharam, sem saber exatamente o que fazer, então a garota começou a assistir os movimentos do cozinheiro. Ele “afofava” a massa com as pontas dos dedos e a empurrava para os lados, para abri-la. Então ela começou a fazer igual, seguida de Gabriel.
— Qual vai ser o recheio? — Rebeca perguntou concentrada em sua massa.
— Tem diversas opções na geladeira. Podem escolher o que quiserem.
Rebeca bateu as mãos para tirar a farinha e levantou, indo até a geladeira. A abriu e ficou surpresa com a quantidade de alimentos que tinha ali. Viu azeitonas em um pote de vidro e o pegou, o deixando na ilha. Pegou um maço de folhas que parecia ser espinafre, tomates e cogumelos.
— Precisamos pré-aquecer a massa antes de colocar o recheio. — Ethan pegou sua massa e a rodou nos dedos, como os pizzaiolos faziam.
— Como você faz isso? — perguntou impressionada, deixando seus alimentos do outro lado da pia e voltando para o seu lugar.
Pegou sua massa que ainda estava compacta e a abriu mais, e tentou fazer igual, porém a massa rasgou no meio.
Gabriel caiu na gargalhada. — Coitada da massa.
— Fica na sua. — Fez uma careta para ele e tentou juntar a massa de volta.
Ethan sorriu, parecendo se divertir com a cena, e Rebeca ficou feliz por ter conseguido arrancar um sorriso dele.
Depois de abrir as massas, Ethan pegou três formas, sem bordas e prateadas e deu uma para cada um, para colocar a massa. As colocaram nos discos e depois no forno, já ligado. Limparam a farinha da bancada, e Rebeca pegou seus ingredientes.
— Eu não sei do que posso fazer a minha. — Gabriel disse olhando para os tomates que Rebeca começou a cortar.
— Venha olhar. — Ethan convidou, indo até a geladeira.
— O que não falta é opção ali. — Rebeca disse, olhando para seus tomates.
Gabriel observou o eletrodoméstico, cheio de alimentos frescos e coloridos, mas não sabia o que pegar.
— Um frango com cheddar ia bem.
Rebeca revirou os olhos e balançou a cabeça, desgostosa. — Tanta coisa boa aí e você quer comer um animal morto.
— Sinto lhe dizer, mas não nos alimentamos de outros seres vivos. — Ethan explicou, pegando algumas coisas de lá.
— É sério? — Rebeca o olhou.
— Sim. Respeitamos todas as formas de vidas. Não tiramos proveito de seres indefesos, e além do mais, não é necessário dependermos deles para nada.
— Ai... Definitivamente preciso morar aqui. — Ela sorriu.
— Beca... faz para mim. Não sei do que fazer. — Gabriel pediu, voltando ao seu lugar.
— Então me ajuda — falou impaciente, empurrando os cogumelos para ele.
Ele puxou os cogumelos e olhou ao redor, procurando uma faca. Ethan estendeu uma a ele, e a pegando, começou a cortar.
— Não corta muito pequeno. — Rebeca olhou para o que ele estava fazendo.
— Assim está bom? — Apontou para um que cortara na metade.
— Sim. — Olhou para frente, para Ethan, que olhava para Gabriel. — Vai fazer do quê?
Ele virou seus olhos escuros para ela. — Parecida com a sua, mas acrescentarei cebolas e manjericão.
— Hm... acho que vou colocar isso também, então. Vai querer? — questionou para Gabriel.
— Quero.
Então as pizzas seriam iguais.
Cortaram os ingredientes, e pouco depois Ethan pegou as massas pré-assadas. Cada um recheou a sua e logo voltaram para o forno. Limparam as coisas, e rapidamente o jantar ficou pronto. Comeram, e Gabriel começou a se queixar que estava cansado.
— Mas como você é mole, você dormiu bastante tempo!
— Não foi tanto tempo assim.
— É normal vocês ficarem mais cansados. — Ethan disse terminando de guardar as louças recém lavadas. — Podem ir dormir.
Gabriel levantou do banco. — Vamos dormir, Beca, com certeza você está cansada e está se fazendo de durona. — A puxou pelo braço para o corredor.
— Eu não estou cansada.
— Está sim, olha essas olheiras nos seus olhos... — Começaram a subir as escadas e a soltou. — Você sabe qual quarto eu dormi hoje mais cedo?
Rebeca foi na frente e entrou na segunda porta do corredor, seguida dele. — Aqui.
— Ah... — Se aproximou da cama e sentou. — Vem, vamos dormir.
— Não quero dormir agora.
— Por que você é tão teimosa? — Fez bico, juntando as sobrancelhas.
— Porque você é chato! Que saco, não estou com sono, é difícil de entender? Quando eu estiver com sono vou dormir.
Ele revirou os olhos e se deitou. — Tá. — Se cobriu e virou de costas para ela.
Rebeca se arrependeu do tom que usou e se aproximou. Se apoiou no ombro dele e deu um beijo em sua bochecha esquerda.
— Daqui a pouco eu venho, vou ao banheiro. — Ele não respondeu e ela saiu, fechando a porta atrás de si.
Ouviu a voz de Ethan vindo de algum cômodo do corredor, e em vez de descer, seguiu, parando na frente da entrada do escritório.
Ele estava lá, na mesma posição de mais cedo, de pé próximo a parede de vidro e olhando para fora, falando com alguém.
O céu estava de um azul escuro profundo, e muitas estrelas eram visíveis. A lua, que não estava tão alta, iluminava o cômodo inteiro.
— Eu compreendo, mas... — Ethan dizia e fez uma pequena pausa. —... estou preste a sair em uma viagem...
Ele não segurava nenhum aparelho que parecesse um celular ou algo parecido. Então Rebeca chegou à conclusão de que ele estava conversando mentalmente com alguém. Só não entendeu porque ele tinha que falar ao invés de só pensar.
— Sim... Está certo... Eu... Sim, sim. Estarei aí em alguns instantes... Até. — Suspirou.
— Algum problema? — Rebeca entrou e se aproximou da mesa.
— Não somos os únicos cientes sobre o roubo do livro — explicou, ainda olhando para fora. — Perceberam a não discrição da pessoa que o roubou.
— E o que isso quer dizer? — perguntou começando a ficar temerosa.
— Para você, não muito. Acabei de ser repreendido por a deixar escapar.
— Mas você...
— Eu sei. — A olhou, com sua seriedade natural. — Mas como disse, era meu trabalho. Eu fiquei responsável por algo importante. Fui convocado para uma reunião, mas felizmente consegui convencer um dos superiores a deixar o caso em segredo.
Rebeca se sentiu nervosa. — Mas você vai ter que ir agora?
— Não se preocupe, estarei de volta antes de amanhecer — disse andando até ela, parando em sua frente. — Você precisa descansar. Gabriel tem razão. — Ela fez uma careta. — Não faça essa cara, você não tem culpa — falou suavemente. — Você não poderia fazer nada para impedir isso.
Ela baixou o olhar para o chão, sentindo as bochechas vermelhas. Ela sabia que não deveria se sentir culpada, afinal, o que poderia ter feito?
Ethan colocou os dedos debaixo do queixo dela, a fazendo erguer o rosto. — Quer me fazer um favor? — perguntou baixo. Ela afirmou. — Vá descansar. Não sei quando você poderá dormir novamente. — Com certeza havia um pouco de ternura ali, no fundo.
Desanimada, ela afirmou novamente, e Ethan se afastou, saindo do escritório.
Esperou um pouco, e foi até a cadeira da escrivaninha e se sentou, olhando a tela do computador. Imitou a ação de Ethan de mais cedo e tocou a tela com o dedo, e ela acendeu.
Aquele triângulo estava com a mesma cor do fundo, branco.
Rebeca achou aquilo tão... chato. Queria que Ethan mostrasse mais o lado sentimental dele, e parecia que aquela área de trabalho branca era exatamente o que ele queria transparecer. Algo sem cor.
Olhou para baixo e lembrou que não havia teclado. Então como mudaria a cor do fundo? Talvez se...
Ela queria uma imagem de flores silvestres ao pôr do sol.
E assim como se tivesse trocado de papel de parede, a imagem que ela imaginara apareceu. Tão linda que parecia que poderia tocar as flores dali.
Sorriu, satisfeita, e então levantou. Inconscientemente, foi para o fundo do corredor e entrou no quarto de Ethan. Fechou a porta e foi para debaixo das cobertas, caindo no sono rapidamente.
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Rebequita querendo dar mais cores a vida do Ethan, fofo ou muito fofo? hauaha
Espero que tenham gostado, até sexta o/