Através do Tempo - Entre Vidas escrita por Biax


Capítulo 4
IV - Banho ao por do sol e Bolinhos


Notas iniciais do capítulo

Olááá pessoas! Vocês queriam bolinhos de novo? ENTÃO TOMEM BOLINHOS.

Boa leitura :B



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Rebeca abriu os olhos, começando a observar o quarto, que estava banhado em uma luz laranja. Se sentou, olhando para trás, para a parede de vidro.

O sol estava baixo no horizonte de água, e seguiu o olhar até o final da outra parede, onde era possível ver o começo das montanhas ao longe, tudo alaranjado.

Era uma visão tão linda que sentiu vontade de chorar.

Seu estômago roncou ao sentir um cheiro bom. Parecia o cheiro daqueles bolinhos de chocolate com frutas vermelhas.

Sua boca salivou e decidiu levantar. Saiu do quarto, fechando a porta e andou rapidamente até as escadas. Desceu, seguiu o corredor e saiu na cozinha, onde Guardião estava encostado na ilha, olhando para o fogão.

— Já acordou? Não quer dormir mais? – Ele indagou, a observando.

— Não, estou bem — respondeu, sentindo sua bexiga apertar.

— O banheiro é na primeira porta do corredor — falou voltando a olhar para o fogão.

Rapidamente, Rebeca voltou e entrou na primeira porta, a fechando atrás de si.

O banheiro era espaçoso, branco — porém, laranja por causa do sol —. Havia a mesma parede de vidro, e todos as louças eram brancas.

A pia quadrada e grande ficava próximo a porta, do lado direito da parede, seguida do vaso sanitário e no final havia uma banheira grande com as bordas arredondadas, com aqueles pezinhos de patas dourados.

Caramba, deve ser maravilhoso tomar banho com essa visão.

Usou o vaso sanitário, lavou as mãos e ajeitou os cabelos bagunçados no espelho redondo, que ainda estavam um pouco úmidos do banho no lago.

Saiu e voltou a cozinha.

Uma travessa cheia de bolinhos estava na ilha, junto com uma forma com um pão dourado, e um bule branco onde Guardião estava enchendo com um liquido marrom claro.

— Sente-se. — Ele convidou educadamente, sem olhá-la.

Rebeca deu a volta na ilha e se sentou em um dos bancos. Em sua frente já havia um prato de sobremesa e uma xícara, que logo o Guardião a encheu com chá.

Sem cerimônias, pegou um bolinho e o abocanhou, comendo com gosto. Até suspirou de tão bom que estava.

— Você precisa me passar essa receita — disse com a boca cheia.

— Segredo de família. — Sorriu de leve, levando sua xícara até a boca.

— Você é um ser mágico, precisa mesmo comer?

— Não do mesmo jeito que vocês, humanos, mas preciso. E nem com tanta frequência. Mas é agradável comer.

— Você disse que a receita é segredo de família... e onde ela está?

Ele deixou a xícara na ilha e pegou um bolinho. — Chamamos de família os seres que conviveram juntos por muito tempo. Minha família está por aí, alguns em outras dimensões, alguns vivendo como humanos... Não sei dizer ao certo.

— Você parece tão solitário falando assim. — O olhou, parando de comer.

— Eu me tornei solitário. Gosto de ser assim.

Encarou sua xícara, pensando. — E você... me considera da família?

O Guardião ficou em silêncio, e com curiosidade, resolveu bisbilhotar, encontrando seu olhar.

— Sim, considero.

Por que tão sério? — Você não tem sentimentos? Não sente emoções? Achei que eu não via por causa da máscara, mas estou vendo que é igual.

Ele riu de leve. — Esse assunto é um pouco complexo.

— Por quê? — Voltou a comer.

— As emoções atrapalham muitos afazeres. Podemos ser impulsivos e fazer besteiras devido a raiva ou a ansiedade. Podemos ficar sem vontade de fazer coisas devido a tristeza. Podemos ficar cegos de ódio ou de amor e nos deixar levar por caminhos perigosos.

— E...?

— E aprendemos a abafar as emoções com o tempo.

— Tudo bem, alguns sentimentos atrapalham mesmo, mas... Que sem graça. Deve ser horrível ter que abafar o que se sente.

— Não tenho que abafar. As emoções não têm espaço para emergir e permanecem quietas.

Rebeca fez bico. — Que chato.

— Você acha chato porque é naturalmente impulsiva. Muitos seres fazem isso.

— Bom, pelo menos conversar com você assim não é tão estranho quanto conversar com uma máscara. — Deu de ombros, tomando mais chá.

Ele riu, e Rebeca pensou ter visto um pouco de humor ali.

Talvez ela conseguisse fazer com que ele demonstrasse mais sentimentos... ou ajudasse ele a liberar aquelas emoções presas. E decidiu que faria isso.

— Escuta... como vamos fazer para ir atrás do livro? Isso vai demorar, não vai?

— Não sei dizer. Por quê?

— Eu não posso simplesmente sumir. Meus pais vão ficar preocupados.

— Podemos resolver isso depois.

— Como?

— Você verá.

Misterioso como sempre... — É meio estranho ficar te chamando de Guardião. Você não tem nome?

— Já tive muitos nomes... — disse pensativo.

— Ótimo, então me fala um para eu te chamar.

— Ethan.

— Ethan... Ok. — Balançou a cabeça. — Você já teve esse nome mesmo?

— Sim, na maioria das minhas vidas humana e escolhi esse nome para me apresentar.

— Entendi... Combina com você.

— Agradeço.

Rebeca decidiu comer o pão e cortou um pedaço. Estava bem quente.

Ela não tinha notado, mas aquela sensação de proteção que o Guardião, quer dizer, Ethan exalava estava muito mais forte ali, em sua casa. Aquele lugar parecia ser o mais seguro do universo. Nada nem ninguém poderia entrar sem ser autorizado.

— Gostaria de tomar um banho depois de comer? — Ethan perguntou.

Rebeca não se sentia suja, mas lembrou da vista que tinha do banheiro. — Sim — disse animada. — E Gabriel não vai acordar nunca?

— Ele dormiá mais um pouco. Ele não possui a mesma resistência que você.

— Minha resistência é boa?

— Sim, é um pouco melhor do que a dele.

Rebeca se encheu e terminou de comer.

— Pode ir tomar banho, fique à vontade — disse Ethan, recolhendo as louças sujas.

— Mas eu não tenho roupas limpas...

— Quer que eu busque roupas limpas em sua casa?

— Faria isso?

— Claro.

— Então, por favor.

Ethan sumiu, mas rapidamente voltou com a mochila de Rebeca cheia de roupas, e ainda trouxe a mochila do Gabriel, também com roupas.

Rebeca pegou a sua e foi para o banheiro. Encheu a banheira e entrou, se sentindo no paraíso, tanto pela sensação, quanto sua visão do pôr do sol.

Ali o tempo era realmente diferente. Parecia que fazia mais de duas horas que o sol estava se pondo.

Depois que a água começou a esfriar, se enxugou e colocou roupas limpas. Enrolou a toalha na cabeça e saiu de volta para a cozinha.

Gabriel estava ali, sentado em seu lugar e comendo.

— Finalmente, bela adormecida. — Rebeca riu, se aproximando.

— Eu estava cansado. — Deu de ombros. — Você não dormiu?

— Dormi sim, mas não tanto quanto você. É bom, não é? — Indicou o bolinho que ele estava comendo.

— Parece o paraíso... — Deu outra mordida, terminando de comer.

— Cadê Ethan?

— Quem é esse?

— O Guardião... O nome dele é Ethan.

— Demorou tudo isso para descobrir o nome dele?

— Pois é.

— Ele disse que já voltava. Não sei para onde foi.

Rebeca se apoiou na ilha, olhando ao redor. — Essa casa é incrível... Queria morar aqui.

— Sim, é demais. — Olhou para a parede de vidro. — Não é engraçado? Faz muito tempo que o sol está se pondo e não se põe nunca.

Ela riu. — Foi o que eu pensei quando estava no banheiro... Você vai tomar banho também? Suas roupas estão ali. — Indicou a mochila que estava em uma das cadeiras da mesa.

— Ué...

— O guardi... Ethan foi buscar para gente — disse enquanto tirava a toalha da cabeça, a deixava na ilha e arrumava os cabelos molhados.

Nesse momento, ouviram vozes se aproximando. Logo, Ethan entrou na cozinha pelo portal da sala com duas pessoas, um rapaz e uma moça.

— Rebeca, Gabriel... — Ethan indicou os dois para os convidados.

O casal sorriu e andou na direção deles, estendendo as mãos.

Rebeca e Gabriel pegaram as mãos deles e as balançaram de leve, e enquanto faziam isso, os rostos dos convidados começaram a se desconfigurar.

Em questão de segundos, Rebeca estava apertando sua própria mão, igualmente Gabriel.

O casal agora eram os dois.

Eles olharam, chocados e soltaram as mãos.

O casal se olhou e sorriu, como se estivessem prestes a fazer alguma travessura.


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Notas finais do capítulo

Estão com cara de quem vai aprontar - Rochelle

Esses bolinhos me dão água na boca, em vocês também? Sonho em poder comê-los um dia ahuahuah ~alô Ethan.

Aaaaa então! O nome do guardião é Ethan, não combina com ele? :33

Vocês imaginam o quão glorioso seria tomar banho em um banheiro daqueles? Com uma parede de vidro, com visão para o mar e o pôr do sol. Seria a coisa mais maravilhosa do mundo! ~quero muito

O que será que Ethan planejou com esse casal? Será que vai rolar treta? Veremos sexta, no globo... Nyah.

Nos vemos lá o/



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