Através do Tempo - Entre Vidas escrita por Biax


Capítulo 3
III - A casa do Guardião


Notas iniciais do capítulo

Olá, xuxus! Me perdoem, eu esqueci de postar ontem shausha

Fiquei tanto tempo postando só a "San Peter" de sexta que eu acabo esquecendo de postar outras histórias quando tem.

Mas vamos lá. Hoje iremos para a (super) casa do Guardião, que eu sinceramente amo e tenho certo orgulho de ter imaginado :3

Boa leitura!



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Eles piscaram e apareceram em um cômodo bem iluminado, branco e vazio.

O Guardião já saiu andando para a única porta do lugar, bem à frente deles.

— Onde estamos? — Rebeca perguntou o seguindo.

— Em minha casa — respondeu passando pelo portal.

Outro cômodo vazio. Mais uma porta, mas dessa vez, estava fechada. Era uma porta dupla e grande, de madeira, que parecia ser bem antiga, toda entalhada.

Ele a abriu e esperou os dois mais novos passarem.

Então, entraram em uma sala grande, com móveis pesados que pareciam tão antigos quanto a porta. Era um cômodo retangular, e parecia que a casa toda se estendia dessa forma, sempre com uma porta dupla central.

A direita, havia dois sofás de três lugares, entalhados em uma madeira escura e tecido cor creme, um de frente para o outro, e entre eles, uma mesinha de centro, com pezinhos que pareciam patas.

O mais impressionante era a parede ao lado dos sofás, toda de vidro, que dava a visão do mar. Parecia que a casa ficava em cima de um penhasco.

— Bonito, não acha? — O Guardião ficou ao lado dela.

— É incrível — respondeu boquiaberta.

— Venham.

Mesmo não querendo desviar os olhos daquela paisagem, ela se virou, vendo o lado esquerdo da sala.

Uma mesa de jantar com seis cadeiras, no mesmo estilo da mesinha de centro estava ali. Havia um lustre bonito acima da mesa, e atrás dela novamente outra parede de vidro, dessa vez com a paisagem para um campo vasto, com montanhas ao longe.

Seguiram o Guardião para o próximo cômodo.

Uma cozinha, mas bem diferente da sala, com móveis modernos.

Bem à frente das portas, havia uma ilha grande com um tampo de mármore claro e bancadas azuis, igualmente os armários a frente dela, que pegavam toda a parede da frente. Havia uma geladeira de inox enorme e um fogão também de inox, de seis bocas. Na ilha havia uma pia branca que parecia funda e três bancos altos.

A direita do cômodo, uma mesa redonda de vidro com quatro cadeiras pretas, e a parede inteira de vidro novamente.

Dessa vez, a saída do cômodo não era centralizada, e sim, à esquerda.

Guardião seguiu para lá, para um corredor não muito extenso com janelas arredondadas e brancas, que quase pegavam do chão ao teto. Eram dispersas uma das outras e seguiam o corredor inteiro.

Passaram por três portas cinzas fechadas, e chegaram em uma escada com degraus de mármore negro, que seguia em uma forma arredondada para cima e direita, fazendo o formato de “u”.

No segundo andar tinham as mesmas janelas a direita. Passaram por mais duas portas e o Guardião parou em uma porta dupla de madeira, parecida com a da entrada. As abriu para dentro e entrou, seguido dos dois.

Era uma espécie de biblioteca e escritório. Nas paredes laterais haviam estantes escuras que as pegavam por completo, lotadas de livros.

A parede da frente era de vidro, e a frente dela havia uma mesa grande e pesada cor de mogno, que era no mesmo estilo da mesa de jantar. Entre a mesa e a parede havia uma cadeira grande, que parecia ser bem confortável. Na frente da mesa haviam duas cadeiras quase no mesmo estilo, pouco menores.

Graças ao computador moderno, dava para ver que os estilos eram bem contrastantes.

— Eu gosto muito do estilo barroco e moderno. — O Guardião disse, se sentando da poltrona e os olhando. — Por isso fiz a casa inteira nesses estilos.

Rebeca não esperou e já foi se sentando na cadeira a esquerda. Gabriel a imitou e sentou na da direita.

— Então? — Rebeca o encarou. — O que vamos fazer agora?

O Guardião apoiou os cotovelos no braço da poltrona e cruzou os dedos abaixo do queixo. — Temos que esperar.

— Esperar o quê? Você não disse que estava com pressa?

— Sim, mas de nada adianta ter pressa se nosso caminho está fechado por agora — explicou calmamente.

— Como assim?

— A essa altura, o livro está longe. Não consigo senti-lo tão bem, por isso precisarei de ajuda para localizá-lo. Provavelmente ele está fora do tempo de vocês.

— Fora do tempo...? — Gabriel perguntou sem entender.

— Em outro tempo. Mil anos antes do tempo de vocês, mais até, na verdade.

— Essa pessoa foi para o passado, então? — Rebeca arregalou os olhos.

— Sim. Como disse, agora está fora do meu alcance de localização e precisarei de ajuda.

— E vai pedir ajuda para quem?

— Para um velho amigo. O senhor do tempo, conhecido como Tempo.

Nossa. — E como ele vai poder ajudar?

— Ele é responsável pela entrada e saída do tempo, de forma legal, claro. Ele cuida da passagem pelos anos, falando na linguagem de vocês. Quem precisa voltar no tempo, precisa passar por um dos portais dele.

— Se ele é responsável por isso então não viu que essa pessoa estava com um livro que não deveria estar com ela?

— Acredito que essa pessoa não tenha passado por lá. Ela voltou por conta própria.

— I-isso é possível?

— Sim, desde que se tenha um bom conhecimento de como. Ou você pode acabar ficando preso entre o tempo.

Rebeca processou tudo aquilo. — E por que temos que esperar?

— O Tempo está de folga.

Uma sobrancelha dela levantou. Não imaginava que esses seres poderosos tiravam folga.

— Acredito que ele voltará logo.

— Você não consegue voltar sozinho?

— Consigo, mas apenas em tempos próximos. Consigo ir até quinhentos anos atrás, apenas. Mas mesmo que isso fosse o suficiente, levarei vocês dois, então as coisas mudam. Não posso transitar entre o tempo com alguém “de fora”, digamos assim. Então preciso de autorização do Tempo.

— E ele vai deixar?

— Sim, contarei tudo e ele permitirá.

Rebeca se recostou na cadeira e suspirou, olhando pela parede de vidro. — Que horas são? Deve estar tarde, já que aqui as horas passam igual minutos.

— Aqui a contagem do tempo é diferente da minha barreira, não se preocupe. Não se passaram nem dois minutos na sua dimensão.

— Na minha dimensão? Quer dizer que estamos em outra dimensão?

— Sim. Esta é uma dimensão onde os humanos não têm acesso. Não humanos normais, pelo menos.

Ao observar o lugar, lembrou de algo. — Por que essa casa não tem portas para fora? Entramos direto naquele cômodo vazio...

— Aquele é o único jeito de entrar aqui. Os cômodos funcionam como um detector. O primeiro é mais fraco, detecta poderes baixos e médios, e o outro detecta poderes mais elevados. Ninguém passa desses cômodos sem a minha autorização.

Ela afirmou, impressionada. Então subitamente sentiu-se cansada e suspirou, como se tivesse corrido uma maratona. Os dois haviam feito diversas coisas desde a manhã, então o cansaço bateu agora que pararam.

— Vocês precisam dormir. — O Guardião levantou.

— Vai nos levar para minha casa? — Rebeca perguntou sonolenta.

— Acho que seria melhor se vocês ficassem por aqui. O Tempo pode voltar a qualquer momento.

Rebeca fez um esforço e levantou, notando que Gabriel estava dormindo, meio caído na cadeira. Ia acordá-lo, mas o Guardião a impediu. Com um aceno da mão direita, andando para a porta, Gabriel foi erguido e, flutuando, seguiu Guardião para o corredor, ainda dormindo.

Seguindo-os, Rebeca saiu do escritório e fechou as portas.

O Guardião entrou na segunda porta do corredor e rapidamente Rebeca foi atrás. Era um quarto espaçoso, com uma cama de casal enorme, onde deitou Gabriel e o cobriu.

Rebeca estava cansada, mas não queria dormir ainda. Foi para o corredor, e logo Guardião saiu, fechando a porta. Se olharam.

— Você não vai dormir. — Ele afirmou, e ela negou. — Mas precisa, ou não terá forças para nossa jornada — disse voltando o corredor.

Havia mais uma porta depois da porta do escritório e uma outra porta centralizada no final do corredor, onde ele entrou. Era outro quarto, com uma cama igualmente grande, no mesmo estilo. A parede de vidro se estendia na parede da lateral direita, onde estava a cama, e na parede da frente.

Na parede da esquerda, havia um pequeno corredor, onde parecia ser um closet, e nessa parede, quase de frente para a cama, havia uma cômoda na mesma cor da madeira, e acima dela haviam várias prateleiras com diversos porta-retratos.

— Pode descansar aqui, é o meu quarto.

Rebeca andou até a cômoda e olhou as fotos, e logo viu aquela foto dela e Aloys, na cozinha da sua casa. Haviam outras fotos, de outras pessoas, mas haviam mais algumas dela, algumas coloridas, outras preto e branco.

— Como você conseguiu essas fotos? — perguntou pegando uma sem cores. Ela estava na foto, não muito diferente de como era. Usava um vestido com corpete e um troço engraçado na cabeça. Ela sorria para a câmera, com as mãos no colo, parecendo feliz.

— Eu dava um jeito de pegá-las sem você perceber. — Ficou ao lado dela e olhou as fotografias.

Ela sorriu, colocando a foto de volta no lugar e se sentiu mais cansada. Esfregou os olhos.

— Tá, eu vou dormir — disse indo até a cama. — Mas só um pouco. — Tirou as cobertas e deitou.

Guardião foi até ela e a cobriu. — Durma, Rebeca, apenas durma. Eu a acordarei, caso precise... Não se preocupe.

Já caindo de sono, ela balançou a cabeça em afirmação, e só conseguiu ver Guardião saindo, fechando a porta depois de olhá-la rapidamente.


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Notas finais do capítulo

Aaaa o que acharam da casa do Guardião? Eu tinha comentado que tinha feito ela no The Sims, mas eu acho melhor nem mostrar, porque não chega NEM PERTO de como eu realmente imaginei. Então acho que é melhor se vocês conseguirem imaginar por vocês mesmo :B

Por enquanto não tivemos nada surpreendente ou agitado, mas se acalmem, pequenos gafanhotos, logo as coisas vão acelerar xD

Nos vemos no próximo o/



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