Através do Tempo - Entre Vidas escrita por Biax


Capítulo 17
XVII - Livro Desbloqueado


Notas iniciais do capítulo

Olá! Acho que eu esqueci de postar :p

Boa leitura!



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Rebeca correu para a floresta, sentindo seu coração apertar, temerosa por Amice. Conforme corria, sentia os galhos batendo em seus braços e rosto, mas não parava. Seus pulmões já estavam cansados e sua garganta queimava.

Não via sinais de nenhum deles, e só parou quando chegou nas pedrinhas do lago. Então os viu, um pouco ao longe.

Amice estava no lago, sendo segurada por alguém atrás dela. Ethan estava bem no começo da água, olhando para as duas. Era como se a garota estivesse sendo mantida refém. Quando deu um passo à frente, Rebeca teve seu braço puxado para trás e se virou.

— É melhor você não chegar perto. — Gabriel falou, respirando rápido.

Um arrepio passou pela espinha da garota, como se alguém estivesse olhando em sua direção, e voltou seu olhar para as duas na água. A mulher que segurava Amice a encarava com um pequeno sorriso no rosto.

Ela tinha cabelos ruivos, claros e lisos, que batiam na altura do quadril. Sua pele era quase branca, o que dava um ar estranho, apesar de ela ter traços delicados.

A ruiva cochichou algo no ouvido de Amice, olhando para Rebeca, achando graça de algo.

Rebeca sentiu os nervos fervendo e correu para o lado de Ethan.

— Solta ela agora!

Ela riu. — E quem é você, pobre humana? Você não tem poder nenhum... Agora, faça logo. — Rebeca não tinha reparado que ela estava com um livro na outra mão. Enquanto segurava o pescoço de Amice, deixou o livro apoiado na barriga dela. — Agora. Eu sei exatamente onde Aloys está.

Amice segurou o livro com as duas mãos, parecendo brava e amedrontada.

— Não faça isso. — Ethan disse.

— Sh. — A ruiva disse, olhando para ele. — Vai.

A boca de Amice começou a mexer, como se ela estivesse sussurrando. Pouco depois, a ruiva pegou o livro de volta, ainda segurando Amice, e lançou um olhar mortal para Rebeca, mas algo logo atrás atraiu sua atenção.

Apenas com um olhar, fez Gabriel ir para trás como se tivesse sido empurrado com força. Rebeca ouviu e virou-se, vendo ele já caído no chão, e correu até ele, desesperada.

— Gabriel! Gabriel! Abre os olhos, por favor! — Segurou o rosto dele.

A ruiva largou Amice e desapareceu, fazendo a outra cair para trás, na água.

Ethan correu até Rebeca e abaixou ao lado de Gabriel. Ela o encarou, com os olhos lacrimejados, como se pedisse ajuda. Ele colocou a mão na lateral do rosto do garoto, e como se procurasse algo, foi a passando pelo pescoço, até que chegou na corrente, a puxando com tudo.

Segundos depois, ela se desfez, virando pó.

— O-o que foi isso? — Rebeca perguntou, apavorada.

— A corrente absorveu grande parte do feitiço. Ele ainda se feriu, mas vai ficar bem.

A corrente que Amice fez para ele...

Amice apareceu como se tivesse sido chamada, molhada da cabeça aos pés. Os dois a olharam, mas sua atenção estava em Gabriel.

— Ele... — Começou, com a voz trêmula.

— Não. — Ethan respondeu prontamente. — Ele não está morto, e nem é Aloys.

— Então... quem é ele?

— Ele se chama Gabriel. Ele é uma das encarnações de Aloys.

Amice olhou para Rebeca, agachando ao lado dela e tocou-lhe o rosto, como se quisesse ver se ela era real. As duas se olharam, querendo dividir cada mísero detalhe de suas vidas, cada batida de coração e cada respiração.

— O que aquela ruiva queria? — Rebeca sussurrou, um pouco preocupada.

— Não sei... Mas eu tive que... retirar o feitiço de proteção do livro.

— O que isso quer dizer? — Olhou para Ethan.

— Que qualquer um pode ler o conteúdo do livro agora. — Ele disse em um sopro cansado, levantando.

— Como vocês sabem disso? — Amice também levantou.

— Nós somos do futuro. — Rebeca ficou de pé. — Aquela mulher roubou o nosso livro, na minha época.... — Ethan balançou a cabeça, negando algo, parecendo desacreditado. — O que foi? Falei algo errado?

— Não. Eu não acredito que não percebi isso antes. — Virou em direção ao lago.

— Isso o quê?

— Eu fiquei me perguntando o porquê ela sempre ia para alguma vida sua. Sempre em uma vida sua...

— E então?

— Ela estava procurando a versão sua que tinha feito o feitiço de proteção. Ela não sabia qual era, e foi de vida em vida procurar... Por que eu não percebi isso? Eu poderia ter previsto os passos dela... — Passou as mãos no cabelo e saiu andando.

Rebeca ia chamá-lo, mas achou melhor deixá-lo sozinho. Na hora certa ele voltaria. Olhou para Amice, que observava ele se afastando.

— Se... você sou eu. — Ela começou e olhou para a outra. — E ele é Aloys... quem é ele?

— Ele... — Então lembrou que Amice havia convocado o Guardião quando estava fugindo. Não teria como ela saber. — Você não o conhece. Ainda não. O nome dele é Ethan.

— Mas eu sinto como se o conhecesse.

— Eu também senti isso quando o vi a primeira vez.

— Vocês não sabem o que aquela mulher pretende com o livro?

— Não. Mas pelo jeito não é coisa boa. Temos que tentar pegá-la antes que seja tarde... — Passou as mãos pelo cabelo. — Ethan, temos que ir — disse em um tom normal.

— Ele não...

— Vamos. — Ethan apareceu, fazendo um portal surgir atrás de Amice, que se assustou.

Ethan fez Gabriel flutuar atrás dele, e os dois seguiram para o portal.

— Fique firme. — Rebeca abraçou Amice, de repente.

Amice demorou alguns segundos até retribuir o abraço. Rebeca a soltou e se olharam mais uma vez, com um sorriso cumplice. Então Rebeca entrou no portal seguido dos dois.

Dois passos depois, ela se sentiu caindo e mergulhou em água quente.

Bateu os braços, tentando ir para a superfície, e seus pés tocaram o fundo. Então percebeu que, se ficasse na ponta dos pés, ficaria com o rosto para fora da água.

— Que lugar para um portal — resmungou, procurando os dois.

Ethan estava tirando Gabriel da água, o deitando na beirada daquela piscina.

Eles estavam em um lugar fechado, e aquela piscina ficava no centro do salão. As quatro paredes eram repletas de ladrilhos que formavam desenhos de pessoas.

— Onde estamos? — Rebeca andou devagar até Ethan.

Ele virou, ficando de frente para ela. Seus cabelos estavam pingando.

— Estamos... Estamos... — Suas sobrancelhas se juntaram e fechou os olhos por alguns segundos. — Eu não sei onde estamos.

— Como assim? — Ethan olhou ao redor da sala, parecendo confuso. — O que foi?

— Eu não... — Olhou para ela, colocando a mão em seu rosto. — Não consigo...

— Não consegue o quê? — perguntou, ficando preocupada.

— Não consigo ver seus pensamentos direito. Não consigo saber onde estamos... Meus poderes estão falhando.

— Ethan, como assim? Não pode ser isso.

— Tem algo aqui que me impede de usar meus poderes normalmente.

— Como isso é possível?!

— Nós demos um salto muito grande no tempo... Mais do que das outras vezes... — Olhou ao redor de novo. — Parece que esse é um lugar sagrado. Deve haver um escudo de proteção ou algo do tipo que está interferindo.

— Talvez se sairmos você consiga usar seus poderes direito. — Segurou a mão dele em seu rosto.

— Talvez. — A olhou. — Isso é muito estranho... Parece... que seus pensamentos estão cortados, como se fosse um sinal de TV.

— Agora você sabe mais ou menos como eu me sinto com você. — Deu de ombros, com um sorrisinho.

Ele deu um pequeno sorriso. — É engraçado como me sinto humano de novo com você por perto.

— De novo? Você já foi?

— Sim... — Sua voz ficou distante.

Rebeca não entendia o porquê de seu coração estar batendo tão forte.

Havia momentos em que ela queria esganar Ethan, por ele ser tão cabeça dura e mal-humorado, mas havia momentos que ela queria apenas abraçá-lo e não soltar mais. Queria conseguir tocar o fundo de sua alma e saber os motivos que o levaram a ser daquele jeito.

Muitas vezes ele parecia ser triste e distante de tudo.

Os poucos momentos que ela conseguia arrancar um sorriso dele eram vitoriosos. Era como uma conquista. Um nível que conseguiu ultrapassar. Um nível a menos para chegar nas emoções que ele dizia guardar. Tudo o que ela queria era que ele fosse feliz. Feliz de verdade. Tão feliz que qualquer um pudesse ver de longe. Aquela felicidade que faz alguém brilhar.

Um barulho de porta abrindo a fez despertar de seus devaneios e perceber que ambos estavam se olhando aquele tempo todo. Ela olhou para o lado, onde a porta havia sido aberta.

A mulher que abriu a porta disse algo, segurando a maçaneta da porta observando os dois. Rebeca desviou o olhar na hora. Ela estava sem roupa alguma.

A mulher riu e disse outra coisa. Ethan respondeu curtamente, na mesma língua. E ela voltou a falar, com um tom provocador na voz.

— Droga... — Ethan sussurrou.

— O que foi? — Olhou para ele.

— Ela... só vai sair se... nos beijarmos. Eu poderia fazê-la esquecer de nós e sair, mas... Não consigo.

Quê?!

Rebeca olhou para o rosto da mulher, ficando vermelha.  Ela sorriu, incentivando.

Suspirou e encarou Ethan, sentindo mais calor, por causa da vergonha.

— Anda logo.

Ethan levou a outra mão até o rosto dela e se aproximou. Ambos fecharam os olhos ao mesmo tempo, e seus lábios se tocaram, timidamente. A mulher disse algo, como se reclamasse ou incentivasse algo, e Ethan apertou mais o beijo, abrindo levemente a boca.

Beijando-o de volta, Rebeca sentia como se estivesse fazendo algo errado, e ao mesmo tempo, seu coração martelava, descompassado, como se ansiasse por aquilo.

Como se estivesse com saudade de algo, e aquele fosse o único remédio.


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Notas finais do capítulo

Epa! O que foi isso? xD

Até mais o/



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