Através do Tempo - Entre Vidas escrita por Biax


Capítulo 13
XIII - Convento


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Feliz ano novo ~yay



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/758452/chapter/13

Os três pisaram em uma grama irregular e olharam para frente, dando de cara com o mar, notando que estavam em uma costa.

— Ethan... nós mudamos alguma coisa de novo? — Rebeca perguntou, o olhando.

— Um pouco, mas nada demais. Aquela versão do Gabriel encontraria aquela versão sua de qualquer forma. A diferença é que vocês a soltaram antes dele chegar. Eles ainda fugiriam juntos.

— Ela... estava presa. Por que a prenderiam ali? Para que algum soldado a encontrasse e matasse de uma vez?

— Ela estava... de castigo.

— Como assim?

— Ela era uma criada. Foi pega roubando comida e foi "castigada" antes dos donos da casa saírem. Pegaram leve no castigo. Ninguém podia alimentá-la ou soltá-la até eles voltarem.

— Que horrível...

— Só fazia um dia que ela estava presa. De certa forma teve sorte. — Se virou, olhando as montanhas mais ao norte.

Rebeca o imitou. — Onde estamos?

— Em uma ilha. Ilha Terceira, em Angra do Heroísmo.

— Onde exatamente é isso?

— Existe um conjunto de ilhas no arquipélago Açores, que fica na Europa, mas pertencem à Portugal.

— Não está acontecendo uma guerra aqui, está? — Gabriel indagou com uma careta.

— Não. Não está. Venham.

Eles subiram a pequena colina e seguiram por alguns campos, até chegarem em uma vila. O que era mais visível ali era uma igreja, que era visível de qualquer lugar.

Em vez de ir pela rua principal, os três foram por fora, por dentro das árvores, para não chamar atenção.

— Onde estamos indo? — perguntou Gabriel.

— Precisamos ir para o convento de São Gonçalo. Ela foi para lá.

— Verdade! — Rebeca exclamou. — Você tinha dito que quase pegou ela. Então é uma mulher que roubou o livro?

— Sim.

— O que aconteceu lá?

— Ela estava na casa. Segui o rastro do livro, para onde ele tinha sido levado. Ela parecia que estava procurando algo. Entrou em vários quartos e sempre voltava. Até que... ela entrou no quarto onde sua outra versão estava.

— Quer dizer que ela encontrou a minha outra versão? — Rebeca parou de andar, gelando um pouco.

— Sim.

— Mas o que ela fez?! O que queria?

— Não era possível saber. Pela energia que vi, sua outra versão pediu ajuda. A mulher se aproximou e depois de olhá-la, foi embora.

— Ela não fez nada? — Estranhou.

— Não. — Continuou a andar. — Também não entendi esse comportamento.

Depois de mais um pouco de caminhada, chegaram na última construção, que fazia parte da igreja. O convento parecia ser bem grande. Foram para a parte de trás, e Ethan entrou por uma janela aberta, fazendo os outros dois fazerem o mesmo.

Deram em uma sala vazia.

— Aqui. — Ethan disse.

Rebeca virou-se para ele, que segurava alguns panos grandes e marrons escuros.

— O que é isso?

— Trajes, para você, de freira. — Deu uma roupa para ela. — E para nós, de frade. — Deu outra para Gabriel. — Coloquem por cima das roupas mesmo.

Enquanto eles se vestiam, Rebeca caçou a abertura daquele vestido e o colocou, passando os braços pelas mangas longas. Depois, colocou uma espécie de capuz branco na cabeça, onde só o seu rosto ficava aparecendo, e mais outro pano por cima, da mesma cor do vestido.

— Que coisa estranha. — Puxou o pano do queixo, tentando deixá-lo mais largo. — Como as freiras conseguem usar isso?

— Tudo por Deus... — Gabriel cochichou, terminando de tirar o casaco e colocar o vestido dele.

Rebeca começou a rir. — O seu vestidão tem babador!

— Fica na sua, Chapolin de Deus — falou sério, mas desatou a rir.

Ela revirou os olhos, mas riu também. — É, acho que estou bem assim. — Olhou para Ethan, que estava amarrando uma corda na cintura.

Nossa, até de vestidão ele fica bonito. Por que eu também não fico?

Olhou para seu corpo, e viu uma corda no chão, se lembrando que devia amarrá-la na cintura também, então o fez.

Ethan terminou e se aproximou dela. — Não, você não pode deixar apertado. — Pegou a corda e começou a desamarrá-la.

— Por que não?! Eu estou parecendo um balão com essa roupa.

— Freiras não podem marcar o corpo, por isso usam esses mantos largos. — Amarrou a corda de forma folgada, porém, apertado o suficiente para não cair.

— Está bem... — Bufou.

— Posso deixá-los sozinhos? Imagino que vocês não tenham problemas em um convento.

— Ah... — Rebeca e Gabriel trocaram olhares. — Acho que não. Pode ir. O que de ruim pode acontecer em um lugar vigiado por Deus?

Ethan analisou o rosto dela, e no segundo seguinte, sumiu.

— Ele me mata com essas caras dele. — Foi até a porta e a abriu. — Vem, vamos andar por aí.

— Nunca dá muito certo quando andamos por aí. — Gabriel respondeu a seguindo para o corredor.

Não havia ninguém ali, então Rebeca andou até as portas duplas no final. Saíram em um pátio grande, rodeado de outras casas.

— Ah... para onde vamos? — Gabriel ficou ao lado dela.

— Não faço ideia...

— Ah! Aqui está! — Alguém disse e os dois se viraram, dando de cara com uma freira. — Estava a te procurar! Onde estava? Já queres fugir da cozinha? — A freira falava rápido e com um sotaque bem diferente. Parecia que havia algo debaixo da língua dela.

De novo não...

— Vamos, tens trabalho a fazer! — Puxou Rebeca pela mão, para uma das casas ao longe.

Rebeca olhou para trás, para Gabriel. Ele as alcançou e a freira parou, o encarando.

— Onde pensas que vai? Sabes que homens não podem entrar... Ou... tu és novo aqui? — Ergueu uma sobrancelha, curiosa.

— Ah... eu não entendo o que você está falando...

A freira pareceu surpresa e intrigada ao mesmo tempo. — Não fala português? — E começou a falar na mesma língua que os dois.

Rebeca arregalou os olhos, olhando para a outra mais baixa.

Ela tinha um rosto arredondado, olhos e sobrancelhas castanhas — não dava para ver seu cabelo por causa do capuz — e a pele levemente mais morena que a de Rebeca.

— Não, não falo. — Gabriel disse, também um pouco chocado.

— Bom, homens não podem entrar aqui. Somente mulheres. Provavelmente você tem que ir para lá. — Apontou para onde ficava a igreja. — Agora me dê licença que temos um almoço para fazer.

Então voltou a puxar Rebeca para dentro da casa.

— Espera, onde você está me levando?

A freira parou bruscamente encarando Rebeca, surpresa. — Desde quando você fala sueco?

— Que tipo de pergunta é essa? Como você fala sueco? — Devolveu a pergunta.

Ela soltou o braço de Rebeca e olhou bem para o rosto dela. — Você está um pouco diferente...

Ai, droga... será que ela conhece minha versão daqui?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Através do Tempo - Entre Vidas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.