Através do Tempo - Entre Vidas escrita por Biax


Capítulo 11
XI - Bronca




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Rebeca puxou Gabriel quando aquela sua versão estava para se jogar nele, achando que a garota se espatifaria no chão, mas não. Ela caiu nos braços de alguém.

A outra versão de Gabriel a segurou e eles se olharam, parecendo esquecer os dois perdidos ali do lado.

— Qual è il tuo nome? — Ela perguntou para ele, parecendo fascinada.

— Giovanni Fabbro... E tu? — indagou de volta, também fascinado.

— Rebecca Bello...

Devagar, Rebeca segurou a mão de Gabriel, começando a ir para trás, passando pela primeira porta que viu. Entraram no cômodo e fechou a porta, tentando não fazer barulho, e suspirou aliviada.

— A gente... não se olhou daquele jeito quando nos vimos, não... é? — Gabriel perguntou a olhando.

— Você realmente quer que eu me lembre disso? — Rebeca avistou um sofá e se jogou nele, sentando de qualquer jeito. — Quando eu vi você na loja da Cecília... eu acho que foi quase isso... Talvez menos dramático.

— Será que foi assim mesmo que nos conhecemos? Ou será que a gente mudou as coisas...? — questionu meio assustado.

— Bom, sei lá, mas se mudamos, não acho que tenha sido grande coisa... Então você estava se pegando com outra, né! — Riu e tacou uma das almofadas nele.

— Ai! Pera aí, não me culpe por isso! — Jogou a almofada de volta.

A porta do cômodo foi aberta, e os dois travaram na mesma hora. Rebeca levantou, mas quando viu quem era, se sentou de novo.

— Caramba, por que você sumiu? — Ela perguntou para Ethan.

Ele encarou os dois, parecendo estranhar e deu alguns passos para a frente. Tinha algo de diferente. A roupa dele era de um tom claro de cinza, e seu cabelo estava louro escuro...

— Quem são vocês? — Ele perguntou, seriamente.

Quê...? — Como assim? — Rebeca trocou olhares rápidos com Gabriel. — Ethan, por que você trocou de roupa? Onde você estava?

— De onde vocês vieram? Como vieram parar aqui? Vocês não são daqui.

Só faltava ele ser... a versão do Ethan daqui... — Calma aí, Ethan. Você sabe quem nós somos.

— Vocês não são Rebecca e Giovanni.

— Não, somos Rebeca e Gabriel.

— De onde vocês são?

— Nós... somos... — Olhou para Gabriel, e busca de ajuda.

—... do futuro. — Gabriel continuou. — Somos do futuro.

Ethan demonstrou estar um pouco espantado. — E o que vieram fazer aqui? O que aconteceu para vocês vieram para cá?

— Eu acho... — Rebeca disse. — Que Ethan explicaria melhor as coisas para você... Não quer procurar por ele não?

— Ele também está aqui?

— Claro, nunca conseguiríamos chegar aqui sem ele... Faz esse favor para nós, por favor. Ele sumiu faz um tempo. Não sabemos onde ele foi...

Um movimento repentino os fez olhar para o lado em um reflexo.

Ethan — o "verdadeiro" — apareceu. Observou a cena, parecendo preocupado, e encarou sua outra versão rapidamente.

— O que eu disse sobre serem discretos? — perguntou friamente, se virando para Rebeca.

— Não fizemos nada! — Ela se defendeu, levantando.

— Não, apenas mudaram o rumo de algumas coisas. Por menor que fossem, não eram para serem modificadas.

Rebeca se sentiu como uma criança levando bronca, e voltou a se sentar, cruzando os braços e fechando a cara.

— Precisamos ir.

E no mesmo instante, um portal apareceu na frente da janela.

Rebeca olhou para o outro Ethan. — Mas e ele...

— Eu já estou ciente de tudo. — Ele anunciou, a olhando. — Me perdoem por tê-los confundido.

— Rápido. — O outro Ethan disse indo para o portal.

Gabriel largou sua peruca no sofá e puxou Rebeca, e ela deu uma última olhada para o outro Ethan antes de entrar no portal.

— O que nós fizemos de tão grave? — Ela perguntou ao pisar em um chão de pedras.

Novamente, estava de noite.

— Não foi tão grave, mas vocês mudaram como se conhecerem naquela vida, além de ter feito um favor para eles e tê-los feito ter que pedir desculpas para as pessoas que vocês dois atropelaram. Não foi grave, mas não era para ter acontecido. Não era para aquele Ethan ter percebido vocês.

— Não foi culpa nossa, estávamos comendo e a Rebecca nos viu e começou a nos perseguir, depois veio aquele Giovanni e nos perseguiu também. Tínhamos que nos livrar deles de algum jeito e depois os dois se trombaram. E eu não sei como aquele Ethan nos viu.

— Ele deve ter sentido a energia de vocês. Afinal, eram energias duplicadas.

Rebeca olhou ao redor, colocando as mãos sobre a barriga apertada, querendo arrancar aquele espartilho. Eles estavam em um corredor entre duas casas, mas diferente de Veneza, não havia uma alma viva andando ao longe.

Tentando afrouxar o aperto do espartilho, a garota segurou a borda no peito e tentou puxar, sem resultado. Suspirou, cansada, e tateou o cabelo, o soltando e o bagunçando.

Ethan a olhou, parecendo preocupado por um momento.

— Vocês precisam descansar. Vamos achar um lugar... — Começou a andar.

— Sabe o que eu quero mesmo? — Rebeca disse ao segui-lo. — Urinar. Minha bexiga está quase explodindo por causa dessa porcaria de espartilho.

— Sinto lhe dizer, mas não existe banheiro aqui... — Saíram do beco, entrando em uma rua estreita, com um rio do outro lado. — Terá que... usar o rio.

— Quê? — O olhou, espantada. — Você está brincando, não é?

— Não. O máximo que posso fazer é te arranjar um balde.

Jesus Cristo...

— Bem que esse rio está fedorento... — Gabriel disse, se aproximando. — Mas eu também estou apertado... Olha para lá, Beca.

— QUÊ? Você vai fazer isso aqui?!

Ethan tapou a boca dela com a mão. — Faça silêncio. Quer acordar a vila inteira?

Rebeca virou de costas e esperou Gabriel terminar o que estava fazendo.

— Pronto... Você não vai...

— Pelo amor de Deus, para você é fácil! Ai caramba, onde eu fui me enfiar...

— É só abaixar as calças e sentar ali naquele negócio de pedra e...

— Cala a boca! — sussurrou. — Não vem me dizer como fazer isso! — Andou até a margem e olhou para baixo.

A água não parecia tão suja, mas era realmente um pouco fedorenta.

— Ethan... me ajuda a tirar esse vestido.

Prontamente, Ethan começou a desamarrar as fitas das costas do vestido, e o puxou para cima. Rebeca não ia tirar o espartilho agora. Estava muito apertada para pensar em outra coisa.

— Fiquem de costas — ordenou os olhando.

Eles viraram, e novamente ela olhou para baixo. Virou, vendo que eles ainda estavam de costas e abaixou as calças. Sentou com cuidado na pedra, se apoiando mais com as mãos e soltou.

Depois de um minuto esvaziando, suspirou.

Agora como eu vou me limpar...? Fala sério...

Enquanto olhava para os lados, sentiu sua mão direita deslizando, e no mesmo instante, sua mão esquerda subiu e foi pega. Automaticamente dobrou uma perna, próxima ao peito e encarou Ethan, que havia segurado sua mão, a impedindo de cair para trás.

Ele estava com o rosto virado, o que deixou Rebeca mais aliviada, mas não menos amedrontada.

Segurou a mão dele e levantou, já puxando as calças para cima.

— Eu quero sumir daqui! — falou baixo, com desespero.

— O que foi? — Gabriel virou.

— Eu quase morri, isso aconteceu. — Passou as mãos no cabelo. — Obrigada — disse para Ethan, sem ter coragem de olhá-lo.

— Por nada. Vamos andando. — Seguiu a rua lateral ao rio.

Gabriel a olhou como se não tivesse entendido.

— Eu quase caí nessa nojeira de rio. Mas ele me segurou na hora — explicou enquanto andavam logo atrás dele. Gabriel quis começar a rir, mas colocou a mão na boca. — Isso, ri mesmo.

Ethan parou na frente de uma das casas e facilmente abriu a porta.

— Ladrão... — Rebeca sussurrou, entrando também.

— A família que vive aqui está viajando. — Ethan disse, ascendendo as velas que haviam nas paredes.

Gabriel entrou e fechou a porta.

— Meu Deus, não tem ninguém morto aqui não? — Rebeca tapou o nariz.

Ali era uma cozinha. Parecia haver restos de comida na mesa, que estavam podres. Fora o chão que parecia totalmente engordurado.

Ethan seguiu para o corredor e subiu as escadas. Eles entraram em um quarto, e ele ascendeu as velas que haviam acima de uma cômoda próxima a porta.

Rebeca avistou a cama de casal e rapidamente foi até lá, mas parou bruscamente quando viu o estado em que o lençol estava. Totalmente sujo e cheio de manchas.

— Socorro... Não existe um lugar limpo aqui? — Olhou para Ethan, desesperada.

— O costume que você conhece sobre lavar roupas com frequência e limpar a casa não existe nessa época.

— Onde eu vou dormir? Por favor, se você tira roupa de algum lugar, você precisa arranjar um colchão.

Ethan suspirou, e em um canto do quarto — bem longe da cama — apareceu um colchão de casal gigantesco.

Rebeca se aproximou e viu que ele era extremamente branco. Então não teve medo de se jogar, toda feliz.

— Ei, cadê minha camiseta? — Se sentou.

— Aqui. — Ethan jogou a roupa para ela, que a pegou no ar. — Deixe-me desamarrar o espartilho.

Ela se virou e ele foi desamarrando os fios, e logo ela conseguiu respirar de uma forma decente. Vestiu a camiseta e voltou a deitar, tirando os tênis.

Gabriel deitou ao seu lado direito, e ela olhou Ethan, que estava de pé os observando.

— Vem, tem espaço aqui. — Deu um tapinha no colchão ao seu lado. — Ninguém fica grudado.

Seus olhos ficaram pesados, e adormeceu depois de sentir Ethan deitando ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

kkkk tadinha da Beca, quase foi parar no rio Tietê... digo...

Claro que o rio não era tão poluído assim, mas podemos comparar xD

E no final, Rebecca e Giovanni se trombaram e esqueceram dos dois do futuro!



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