Imoral escrita por Lyria Danis
Notas iniciais do capítulo
Quando eu escrevi essa fanfic em 2011, ela era uma U.A. Interessante como que agora, poderia se enquadrar como algo completamente canon. É um conto em one-shot.
*História postada no FFN.
Os toques eram exigentes.
Sucintos, diretos, luxuriosos. Um sabia exatamente o que queria, e o outro cumpria com grande satisfação.
Os gemidos eram audíveis.
Eles se misturavam ao barulho dos dois corpos se unindo, incansáveis, buscando de uma forma incessável o máximo de torpor que o outro poderia oferecer.
Seus corações se conectavam daquela forma tão sublime e indescritível, provavelmente a única forma que eles encontravam de se expressar. Aquela linguagem corporal tão desesperada gritava eufórica por paixão.
O suor escorria pelas trabalhadas costas, onde ele podia sentir a ardência quando as gotas encostavam-se aos arranhões causados por ela. A pele feminina estava cheia de marcas vermelhas, no formato exato de dedos ou mãos.
Parecia que nada mais importava, a não ser aquilo, que compartilhavam com tanto ardor.
E quando o ápice foi encontrado, caíram na cama, exaustos. Um lado do outro, com expressões cansadas e satisfeitas em ambos os rostos.
A morena estava de olhos fechados, exausta e ofegante. O ruivo trazia um olhar perdido, ainda com os momentos da intimidade passando pela sua cabeça.
— Ichigo... – A mulher sussurrou, finalmente com a respiração normalizada. Uma expressão melancólica pairava em seu semblante.
— Eu sei. – O rapaz respondeu simplesmente, fechando os olhos. O maxilar quadrado estava visivelmente tenso. – Eu...
— Nós não deveríamos. – Um sorriso triste dançava nos lábios femininos. – É cruel.
O silêncio falou por alguns momentos.
— Não me importo. – Firme e decidido. Assim ele era. – Só me importa isso.
Então, o ruivo se virou para a mulher que estava ao seu lado. Logo, ela também fez o mesmo. Os dois rostos estavam no mesmo nível, se encarando mutuamente. Os pequenos olhos castanhos estavam perdidos nos expressivos olhos azuis. E assim, eles conversavam numa língua que apenas os dois entendiam.
A pequena mulher segurou a mão masculina entre as suas, e pôs-se a acariciar com as pontas dos dedos todos os detalhes que possuía. As curvas da palma, o cumprimento dos dedos... A aspereza tão macia que sempre lhe encantara.
Entretanto, se prendeu a um detalhe. Observou aquela jóia dourada, que jazia no dedo anelar do homem, deixando um suspiro entristecido escapar de seus lábios.
— Ela... É minha amiga. – Os olhos azuis estavam cheios d'água.
O homem não a consolou.
Não havia nada a ser feito.
Realmente algo sujo. Repugnante.
— Ela é a mãe de minha filha. – Os olhos castanhos transbordavam arrependimento.
Porém era algo terrivelmente atraente. Era perigoso. Aquilo parecia chamá-los, como um ímã.
A necessidade que possuíam um do outro não era algo explicável. Simplesmente doentio e drasticamente prazeroso.
— Eu sinto você, Rukia. – O ruivo disse, acariciando com a mão que jazia o anel, o rosto delicado da mulher.
Ela sorriu pequenamente.
— E eu a você.
Era maldoso e terrível. Era imoral.
Mas extremamente estimulante.
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