Draco Malfoy e os Planos do Lord escrita por they call me hell


Capítulo 1
A Primeira Queda


Notas iniciais do capítulo

Olá, sejam bem vindos! Costumo dizer sempre que acredito que a toda a saga potteriana seria muito mais interessante se fosse contada a partir da visão do Draco, então, resolvi escrevê-la para provar isso! haha. Começamos aqui pelo primeiro livro, capítulo um. Espero que gostem! ♥



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A PRIMEIRA QUEDA

"(...) na noite passada Voldemort apareceu em Godric’s Hollow. Foi procurar os Potter. O boato é que Lílian e Tiago Potter estão… Estão mortos."

Harry Potter e a Pedra Filosofal, Capítulo I

 

Os Malfoy tinham orgulho de poder dizer que provinham ambos de duas famílias tradicionais de bruxos puro sangue, os quais nunca se imaginaria misturadas aos trouxas e seu universo estúpido pelo simples fato de não compactuarem com isso. Lucius e Narcissa tinham um filho, Draco, um belo bebê que completara o primeiro ano recentemente e com quem viviam na mansão dos Malfoy em Wiltshire, Inglaterra.
É preciso dizer que apesar dos tempos serem sombrios para muitos no momento em que começa a nossa história, para os Malfoy tudo estava indo muito bem, obrigado. O Sr. Malfoy ainda era um jovem adulto nessa época, mas com grande parte da experiência de Abraxas - seu pai -, o qual lhe confiara os negócios há pouco mais de dois anos. Enquanto Lucius presidia importantes reuniões dentro e fora dos portões da mansão, Narcissa - sua esposa - dedicava-se integralmente aos cuidados de Draco e a supervisão dos numerosos elfos que serviam o seu lar.


Naquela manhã em especial, o Sr. Malfoy escolhera uma longa capa negra muito elegante para vestir, enquanto Cissa o olhava com preocupação estampada no rosto e embalava o pequeno Draco que acabara de acordar, como se soubesse o que estava prestes a acontecer. Todos eles perceberam a coruja cinzenta que entrou pela janela trazendo um pergaminho, o qual foi lido pelo Sr. Malfoy antes que deixasse o cômodo apressado, depositando um beijo na testa da esposa e outro na do filho.
— Na hora certa. — Disse ele, curvando os lábios em um sutil sorriso satisfeito enquanto descia as escadas.
Seu destino era a lareira onde apanhou um pouco de pó de flu com a mão direita e, dizendo algumas palavras, deslocou-se até a lareira dos Black. O primeiro par de olhos que viu foram os castanhos de Bellatrix Lestrange. Por mais que sempre tivesse sido acompanhada por seus ares de louca, até durante a infância, a morena parecia completamente devastada e fora de controle, algo com tamanha intensidade como nunca antes. Mesmo com uma esmagadora vontade de questionar Lucius o mais rápido possível, ela esperou que ele se pronunciasse primeiro.
— Obrigado pela abertura pontual da conexão entre as lareiras. — Disse ele, referindo-se à coruja que o avisara pouco antes. Por mais arriscado que pudesse ser, aquele fora o sinal combinado dias antes, durante o meticuloso preparo da missão.
Bella pareceu nem mesmo tê-lo ouvido, esbugalhando os grandes olhos para ele.
— É verdade o que dizem, Lucius?
Ele sentiu o cheiro do desespero dela, tão palpável, mas não estava nada comovido e limitou-se a não respondê-la. Aqueles que os conheciam desde os tempos de Hogwarts sabiam que a única coisa que nutriam um pelo outro era o mais profundo desprezo. A real razão disso, é claro, ninguém sabia dizer, mas haviam apostas: alguns imaginavam que tudo fosse fruto do fato de que ela era a mais fiel e dedicada serva do Lorde, sem dúvidas, mas que ele, mesmo não tendo essas mesmas características, era o seu escolhido; já outros ousavam pensar que Bellatrix desaprovara o casamento da irmã com Lucius desde o começo e anúncio do noivado. A verdade jamais saberiam, por certo.
Com passos largos, o loiro adiantou-se até a sala de jantar onde um grande número de comensais o aguardava. Não sentou-se, mantendo-se em silêncio e, consequentemente, fazendo os demais se levantarem incomodados. Quando isso aconteceu, Lucius indicou com um aceno breve para que se sentassem novamente e antes que começassem a fazer-lhe perguntas, adiantou-se:
— Temo que a maior parte dos boatos sejam verdadeiros. — Começou ele. — Na noite de ontem, nosso mestre deslocou-se por Godric's Hollow após Peter Pettigrew entregar a localização da residência dos Potter.
Os comensais se agitaram ao ouvi-lo. Por mais que o rumo da conversa até aquele momento não parecesse muito promissor, ao menos poderia ser que tudo não estivesse perdido. Se o Lorde encontrara os Potter, muitos presumiram, então certamente dera um fim a eles e a maldita profecia feita por Sybill Trelawney. Pettrigrew ainda não era bem quisto entre eles e jamais viria a sê-lo, já que apenas revelara a informação sob ameaças, mas ele fora a ferramenta, o meio, crucial para a execução e sucesso daquela missão.
Lucius pigarreou.
— Os corpos dos dois adultos foram encontrados, mas não há quaisquer sinais do Lorde ou do menino.
O choque foi geral, mesmo que as patéticas comemorações dos mestiços pelas ruas já indicassem isso. "Malditos bastardos mágicos", pensara Lucius ao vê-los na noite anterior com seus fogos explodindo pelo céu, "Ainda estragarão nossos anos de esforços para nos mantermos ocultos e protegidos". Ninguém no grupo pareceu sentir-se mais afetada com a notícia do que Bellatrix, é claro.
— O Lorde... está... morto? — Suas palavras eram proferidas em baixo tom e com intervalos longos até que, repentinamente, ela gritou: — COMO?!
Com as atenções atraídas para o outro lado da sala, tornou-se claro que Malfoy suportava os teatros exagerados da morena tanto quanto suportava trouxas.
— Ele não está morto, não seja estúpida. — Batendo sua ricamente ornamentada bengala no chão polido dos Black, ele retomou o controle dos olhares. — Mas certamente está muito fraco para continuar.
Os demais presentes por um momento se questionaram mentalmente o quão envolvido naquilo estaria Lucius e o que mais ele saberia sobre, mas ninguém ousou questioná-lo.
— Teremos tempos difíceis pela frente, os aconselho a tomarem cuidado e serem espertos.
Então, a reunião estava finalmente concluída. Ninguém se moveu, apesar disso, exceto Lucius e Severus Snape. Quando os dois distanciaram-se dos outros comensais e ficaram sozinhos na sala de estar dos Black, o loiro olhou para o moreno com um silencioso sinal de alerta que pôde ser facilmente compreendido.
De fato, tempos difíceis estavam mesmo por vir. Eles nem imaginavam o quanto.

 

Quando Lucius retornou ao lar, foi recepcionado pela esposa. Draco dormia tranquilo novamente após ter-se alimentado e o silêncio preenchia o hall de entrada da mansão como já era costume, exceto pelo pigarrear baixo de um ou outro quadro pelos corredores. Antes de qualquer coisa, ele levou um dos dedos até a frente dos lábios indicando que fosse mantido o silêncio e guiou a esposa até a antiga biblioteca onde além de muitos livros havia também um escritório anexado e muito discreto. Assim que a porta foi fechada atrás de ambos, um feitiço protetivo foi lançado para que ninguém mais pudesse ouvir qualquer coisa dita ali. Os Malfoy, certamente, não apreciavam muito os elfos e tampouco confiavam neles para ouvir quaisquer das suas conversas mais privadas.
— O que está acontecendo, Lucius? — Cissa perguntou, levando os dedos da mão direita a tocar-lhe o rosto. Seu polegar deslizou suavemente ao longo do maxilar do marido, traçando uma linha invisível e um carinho delicado digno dela. — A mesa está abarrotada de cartas como nunca antes e tenho certeza de que outras tantas já chegaram.
Lucius não se surpreendeu com isso, ao contrário da esposa. Ela, mesmo convivendo diariamente com um dos mais importantes comensais de Voldemort - se não o mais importante deles -, ainda assim não sabia de muito. Não sabia de nada, melhor dizendo. Para acalmá-la ao menos um pouco, ele colocou sua mão sobre a dela e reproduziu o mesmo carinho recebido em sua pele alva.
— Vamos enfrentar dificuldades nos próximos dias, Cissa. — Apesar da preocupação, seu tom foi sereno, como se não quisesse que ela também se preocupasse com aquilo. — Mas nós vamos passar por isso. Eu te asseguro que sim.
Um suspiro baixo foi a resposta dela, assim como as pálpebras se fechando lentamente até que seus olhos claros fossem escondidos. Sabia não ser por mal o seu silêncio. Sabia que, na verdade, apenas não compartilhava informações com ela para poupá-la. Lucius sempre dissera que se infelizmente um dia chegassem a esse ponto, ele não queria que ela fosse envolvida. Se prestasse um juramento mágico e depusesse, nada demais poderia dizer. Se invadissem a sua mente atrás de memórias, nada demais poderiam ver. E era essa a chave de tudo: mantê-la a salvo para que se algo acontecesse consigo, Draco pudesse ao menos ter a mãe ao seu lado.
— Tudo bem, tudo bem. — Sussurrou ela, abrindo os olhos outra vez e oferecendo a ele um sorriso sincero. Confiava no marido total e plenamente.
Levando-a a sentar-se em uma das poltronas existentes ali, sentou-se ao lado dela e apanhou-lhe as mãos em um gesto carinhoso.
— Há coisas que posso contar, todavia. Não preciso deixá-la totalmente às escuras.
Aquilo a surpreendeu tanto quanto a previsão anterior.
— Você não precisa colocar nada em risco, querido. Eu compreendo perfeitamente, não se preocupe.
Antes que ela dissesse qualquer outra coisa, Lucius riu e pressionou-lhe as mãos com carinho.
— Está tudo bem em dizer-lhe isso, apenas gostaria de assegurar que ninguém mais o saiba. Nem mesmo a sua irmã, Bella.
Só então Narcissa preocupou-se com a sua família materna. Desde que se tornara uma comensal, Bellatrix apenas acentuara os seus defeitos e as suas qualidades. Se era boa em feitiços, tornara-se melhor ainda. Se era desequilibrada desde o nascimento, tornara-se ainda mais fora de si. Ela era talentosa como bruxa e sabia disso, e queria garantir que todos soubessem. Seu maior alvo na busca pela aprovação, sem dúvidas, era aquele que chamavam de Lorde. Narcissa nunca o vira pessoalmente, mas podia lembrar-se de como Bella narrara - ao conhecê-lo no final do seu último ano escolar - a sua beleza exótica com os cabelos negros levemente ondulados, os olhos frios e o rosto quadrado. Fora amor a primeira vista, isso a loira sabia muito bem. Mesmo prometida a Lestrange e tendo se casado com ele, Bella sempre teria olhos apenas para ele. O seu mestre. Ela devia estar devastada com o que acontecera, fosse lá o que fosse, e a loira sentia pena dela por isso, além do seu amor jamais correspondido. Utópico. Platônico.
Sabendo que, indiretamente ele havia lhe pedido para guardar segredo, acenou positivamente com a cabeça. Lucius então soltou-lhe a mão e levantou-se por um breve instante, apanhando um exemplar do Profeta Diário que estava sobre a mesa e retornando ao mesmo lugar. Mostrou a Narcissa a primeira página onde dizia-se em grandes letras garrafais que Voldemort estava finalmente morto. A reação de Narcissa foi levar a mão livre até a frente dos lábios entreabertos, abafando um som de susto.
— Aqui diz. — Lucius desviou o olhar para começar a leitura. — Que uma divisão do Ministério da Magia encarregou-se da casa dos Potter em Godric's Hollow para que os trouxas julgassem tratar-se apenas de algo sem grande importância e a casa foi dita como abandonada. Mais uma propriedade de família rica sem uso. Porém, nós sabemos o que realmente aconteceu ali. Ao menos, parcialmente.
Fitando a manchete, Narcissa viu a foto que mostrava a casa em ruínas. Não simpatizava com os Potter nos tempos de Hogwarts pela rivalidade natural entre Grifinória e Sonserina e julgava que Potter desprezara anos de pureza da sua família ao casar-se com uma nascida trouxa, porém, não podia deixar de sentir certo pesar por saber que eles tinham uma criança da mesma idade de Draco. Inevitavelmente, Narcissa colocou-se no lugar deles por um momento, mas assim que sentiu os seus sentimentos de mãe e esposa aflorarem demais, deixando-a emocionada, desligou-se de tudo isso para o próprio bem. Lucius não percebeu nada disso, concentrado em ler as linhas da matéria com rapidez.
— Segundo está aqui, Voldemort enfrentou os Potter e matou a ambos com o uso de maldições. Não se sabe a razão, mas o menino foi poupado e após o ataque, Voldemort sumiu misteriosamente. Dizem que ele está morto, que foi derrotado pelo menino Potter, o qual também está desaparecido. Certamente obra do grupo patético deles, a Ordem.
Narcissa não conseguia processar aquilo muito bem. O maior, mais poderoso e temido bruxo das últimas décadas... morto por um bebê? Isso era absurdo. Provavelmente ele havia se escondido com o menino em algum lugar para evitar que fosse pego, quem é que sabe. Ou algo poderia ter acontecido - como outros bruxos terem aparecido no local -, forçando-o a não completar a missão totalmente. Independente do que fosse, tinha certeza de que ele não estava morto.
Lucius leu em sua expressão todos os seus pensamentos e acenou em concordância.
— Eu também não acho que ele esteja morto, Narcissa. Apenas fraco demais para continuar, talvez. Algo aconteceu ali... Algo que nós não sabemos ainda. — Suspirou ele. — Mas logo vamos saber.
"Tenho certeza de que sim", pensou a loira. Ela não era boba. Sabia muito bem que o marido era um dos mais próximos do Lorde e que, por tal motivo, tinha acesso privilegiado às informações. Era apenas questão de tempo para que Voldemort quisesse contatá-lo onde quer que estivesse. Isso a deixou ainda mais temerosa, já que o final de matéria dizia de forma clara o suficiente que o Ministério começaria a investigar os envolvidos imediatamente.

Lucius serviu-se de uma dose de firewhiskey e permaneceu pensativo, olhando as capas dos livros ao redor sem realmente prestar atenção nas mesmas. Levantando-se da poltrona, Narcissa ajeitou a saia que ia até a altura dos joelhos e deixou-o sozinho, subindo as escadas e indo até o quarto do seu bebê. Ele dormia tranquilamente. Era um rapazinho muito bom, o pequeno Malfoy. Enquanto acariciava suavemente sua bochecha esquerda com o dedo indicador, deslizando-o depois até seus cabelos claros, Cissa permitiu-se chorar em silêncio. Lucius vivia utilizando sua influência política e social para ajudar aqueles que lhe procuravam, exigindo em troca nada além de sua lealdade. Eles sempre aceitavam em seu desespero, jurando que fariam qualquer coisa em agradecimento. Ela esperava que nesse momento tão delicado, essas pessoas realmente fossem capazes de tudo para ajudá-los. Sua família corria o risco de ser separada e ela não suportaria viver caso o marido fosse enviado à Azkaban.


Enquanto ela chorava com medo de perder a família, bruxos comemoravam erguendo suas taças por todo o país, Harry Potter começava a sofrer nas mãos dos tios e Voldemort lutava para manter-se vivo fazendo o que fosse preciso após perder a batalha, mas dar um passo importante na guerra.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Fico curiosa pra saber as impressões de vocês. Estou super empolgada para começar a falar dos preparativos para Draco ir a Hogwarts! ♥



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