O que a vida nós reservou escrita por StarMagic


Capítulo 13
Capitulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oiee *-*



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A claridade que invadia o quarto me fez despertar,arrancando me do limbo negro do qual minha mente se encontrava. Abri os olhos e a primeira coisa que vi foi um lustre de cristal no teto. Aquele não era o meu quarto e se não era meu quarto,era o quarto de alguém. Sentei na cama e esfreguei os olhos para ter certeza de que não estava sonhando. Olhei ao redor a procura de algo que indicasse a presença de quem quer que fosse, mas não havia nada. Então deduzi que seria um quarto de hotel luxuoso, muito luxuoso por sinal. Porém, a questão era como eu tinha ido parar naquele quarto.
                 Ainda zonza, me levantei e caminhei até o banheiro. O ambiente azulejado bege ,era tão grande quanto o meu apartamento. Estendi a mão até a torneira e percebi que a mesma era dourada,assemelhava-se a ouro ou talvez fosse. Eu a abri,logo em seguida enchi as palmas das mãos com água e as levei até o rosto,lavando-o. Depois olhei para o meu reflexo derrotado que trajava as roupas da noite anterior.
             - Fracassada... - Murmurei para o meu reflexo. Foram cinco anos de terapia,sem contar os transtornos que a depressão me causou e bastou um olhar, um único olhar para Edward Cullen e toda a barreira de amor próprio desmoronou . Fui até mesmo capaz de sair com um estranho e encher a cara de álcool, Deus sabe lá o que mais fiz. Posso até mesmo ter transado com esse estranho. Céus, a quem quero culpar. A culpa era exclusivamente minha.Se estou nessa situação é porque pelo visto não aprendi nada com os meus erros.
               Voltei para quarto cabisbaixa e ao sentar novamente na cama,notei um bilhete no criado mudo e em baixo dele uma nota de cem dólares. Eu o peguei e abri, estava escrito um numero de telefone e no rodapé uma observação " As despesas do hotel estão pagas, não se preocupe e volte para casa em segurança. Chris". Olhei com desprezo para nota,enquanto amassava o papel entre os dedos. Será que ele pensava que eu era o que, uma prostituta?Pensei irritada. Se já não bastasse toda a angustia e raiva que tinha que lidar naquele momento, ainda precisava lidar com isso também. Era só o que me faltava.
        Calcei os sapatos e peguei minha bolsa sobre a cadeira. Eu precisava voltar para casa e esquecer todo aquele pesadelo que estava vivenciando. Passei pelo saguão como um raio, o bilhete havia sido bem claro " todas as despesas do hotel estão pagas",então não tinha motivo nenhum para me preocupar. Entrei no táxi e voltei para casa.
             Ao destrancar a porta, senti que meus pés haviam chutado algo. Olhei para o chão e me deparei com uma carta endereçada ao Jacob.Eu estava prestes a ir guarda-lá com as outras cartas,quando algo chamou minha atenção, era do banco. Abri a carta e logo fui surpreendida pela palavra despejo e hipoteca. Por alguns instantes o ar faltou em meus pulmões. Como aquilo podia está acontecendo? De todas as vezes que Jacob e eu conversamos,ele nunca mencionou que havia hipotecado o apartamento. Tirei o Smartphone da bolsa e com os dedos trêmulos disquei o numero do Jacob.
           - Bella... - Jacob atendeu no terceiro toque. -...tudo bem?
         - Não! Não está tudo bem, Jacob. - Respondi elevando a voz muito mais do que queria. -Por que não me contou da hipoteca?
       Jacob hesitou e isso me deixou ainda mais irritada.
     - Eu ia contar... - Disse ele. -...mas depois que tivesse liquidado a divida. Billy estava muito doente, não sabia o que fazer e onde recorrer.Você tinha acabado de se formar na faculdade, ainda estava desempregada,por isso não disse nada.
    - Jake,por Deus! Somos amigos, você me apoiou no momento mais merda da minha vida. Se a questão fosse dinheiro,eu teria pedido aos meus pais. Eles nunca negariam ajuda a sua família.
     - A questão não é essa...- Jacob ficou em silencio por alguns segundos antes de prosseguir.-...quer saber, não se preocupe. Darei um jeito. Preciso ir...
      Antes que eu pudesse protestar,Jacob desligou o telefone. Agora eu podia afirmar com todas letras que estava em um pesadelo. Desempregada e prestes a ser despejada.


                 (...)

Christian andava de um lado para o outro em seu escritório. Os sinais de exaustão de um noite mal dormida o deixavam ainda mais irritado. Havia sido manipulado por Edward Cullen e isso era inadmissível. Porém, não era esse o motivo que roubou seu sono e sim as revelações  de Isabella Swan. Precisava saciar sua curiosidade, mas confrontar o cunhado tinha deixado de ser uma opção, pois sabia que ele mentiria e no final das contas não chegaria a lugar nenhum. Restava então Isabella, mas não tinha intimidade o suficiente para questionar sobre um assunto tão delicado.
      Céus...estava tão desesperado para se livrar do cunhado,que não sabia o que fazer com todas aquelas informações  que tinha em suas mãos. A unica solução naquele momento era observar e esperar para agir no momento exato.

(...)


       Eu me recusava a voltar para meu emprego. Apenas pensar na possibilidade de ter que conviver todos os dias com Edward, já era o suficiente para me deixar enjoada.Porém,aquela era a primeira vez que Jacob precisava de mim, mesmo que indiretamente. Precisávamos de dinheiro e naquele momento eu sabia que ele não tinha, pois tudo que ganhava estava indo direto para a recuperação do Billy.
    - Você consegue Bella ! - Disse a mim mesma como um mantra de encorajamento. Sim! Eu consigo, mesmo que vá contra meu orgulho.
     Na manhã seguinte,acordei mais cedo do que de costume. Após me arrumar para o trabalho,permaneci alguns minutos diante do espelho,encarando meu reflexo nem tão confiante. Respirei fundo algumas vezes, mas a ansiedade queimava meu estomago.Eu não sabia como seria ver o Edward novamente, nem mesmo sabia se ainda tinha um emprego. Restava apenas rezar para que tudo desse certo no final e que de preferencia Edward estivesse bem longe da empresa,assim evitando nosso reencontro.
       Antes de entrar no prédio, olhei para enorme construção de concreto e mais uma vez respirei fundo.
       - Eu consigo! - Disse a mim mesma,depois entrei de cabeça erguida.
     Subi de elevador até o andar do RH. A cada passo que eu dava,meu coração batia descompassado e ansiedade queimava ainda mais meu estomago. Diante da porta,bati e sem esperar por permissão,entrei.
      - Bella - Edward me encarava com ligeira surpresa.
      Não,não,não. De todas as pessoas que eu poderia encontrar tinha que ser justo ele,pensei com amargura. Sem retribuir o olhar, tentei voltar, mas fui puxada para dentro da sala.
       - Isso foi uma péssima ideia. - Murmurei mais para mim do que para ele.          - Eu vou embora.
    - Espera. - Apressou-se ele a dizer. - Não vá. Será que podemos conversar...
— De novo isso? Será que é tão dificil de entender que não temos nada para conversar?
     Edward colocou as pastas que estavam em sua mão sobre a mesa e depois aproximou-se de mim. Seus olhos verdes buscavam os meus,atraindo-os como imã. Ele ergueu as mãos e as levou até meu rosto. O simples toque estremeceu meu corpo,trazendo de volta a sensação escaldante que apenas ele era capaz de provocar em mim. O mais plausível seria fugir dali, mas meu corpo recusava-se a obedecer as ordens do cérebro.
     - Me perdoe. - Sua voz era quase um sussurro. - Me perdoe por todo mal que causei a você...
    - Edward...eu...
    - O que está acontecendo aqui?
    Acordando do transe, me afastei de Edward e olhei para o meu salvador. Meus olhos arregalaram-se de surpresa e uma incógnita surgiu dentro da minha cabeça.
    - Chris? Você trabalha... - A frase explodiu em meus lábios. Era tão obvio,que chegava a ser difícil de acreditar.
   - Chris? - Indagou Edward com as sobrancelhas frisadas,enquanto olhava para o Chris e depois para mim.
     - Bella, me acompanhe até minha sala. - Ordenou Chris sem tirar os olhos de Edward.
   Assenti sem questionar, pois lidar com ele era muito melhor do que lidar com o Edward. O acompanhei até a sua sala, por sorte era no mesmo andar, pois só de imaginar ter que dividir o elevador com aquele homem era o suficiente para me deixar em panico. Chris abriu a porta do seu escritório e gesticulou para que eu entrasse primeiro, logo em seguida ele entrou e fechou a mesma.
     - Chris...quero dizer...Christian... - Céus, eu nem mesmo sabia o que dizer. Meu desejo era de que um buraco abrisse sobre meus pés e me engolisse.
     - Bella, desculpe não ter esperado você acordar...
     - Christian, nós transamos? - Questionei bruscamente, interrompendo-o.
     Christian me encarou serio por alguns instantes e depois riu.
    - Não, apesar de você ter insistindo muito. - Respondeu ele,deliciando-se com a minha expressão envergonhada.
    - O que? - Minhas bochechas queimaram. Aquela era uma boa hora para um buraco abrir.
    - É brincadeira. - Disse Christian,tentando em vão me deixar tranquila. - Sente-se,por favor. - Ele contornou a mesa e sentou-se na cadeira giratória. Sentei na cadeira de frente a ele e no instante que nossos olhares se cruzaram,minhas bochechas queimaram novamente. - Relaxe, você se comportou muito bem. Porém, disse coisas me deixaram bastante intrigado.
     - Coisas? Que tipo de coisas?
     - Sobre o Edward. - Respondeu Christian,sem rodeios.
      - E-eu...eu não me lembro.
   - Bella...- o canto dos seus lábios curvaram-se em um sorriso maliciosamente sedutor. -...temos algo em comum, sabia?
       Franzi as sobrancelhas confusa.
    - Temos? -Indaguei na defensiva,enquanto tentava não entrar no modo panico.
   - Odiamos Edward Cullen. -Christian levantou e aproximou-se de mim.Ele virou minha cadeira e arqueou-se para frente,fazendo com que nossos rostos ficassem bem mais próximos do que eu gostaria. - Eu exijo que você me conte tudo o que sabe sobre ele.
   - Não! - Eu o empurrei ao levantar da cadeira. - Não vou contar sobre o meu passado para você, isso é loucura. Não sei qual é o seu problema com o Edward, mas não me envolva nisso.
    Christian estreitou os olhos como um felino prestes a atacar. Apesar de está apavorada com aquela situação, sustentei meu olhar. Então a expressão dele começou a suavizar e transformou-se em um sorriso amigável, amigável até demais para o meu gosto.
    - Edward é meu cunhado. - Contou ele. - Confesso que nunca entendi a obsessão da minha irmã por ele, e ele soube aproveitar isso muito bem. Quando o conheci percebi imediatamente que não passava de um interesseiro que queria subir na vida...
     - Desculpe, mas não estou interessada em ouvir a sua historia com o Edward. - O interrompi. - Será que podemos conversar sobre a meu emprego?
    - Bella...Bella... - Ele tornou a aproxima-se de mim e dessa vez tocou meu rosto com as costas da mão. -...você é uma mulher linda e aparenta ser muito inteligente...
    - Sinceramente,eu não sei onde você quer chegar e também não tenho interesse.- Respondi secamente. - A unica coisa que quero é o meu emprego de volta...
    - Pesquisei sobre você, Isabella Swan. - Disse Christian,fitando meu rosto. - Recém formada em recursos humanos, divide um apartamento com Jacob Black...um apartamento com dividas por sinal...
     - C-como você sabe? - Eu o encarei assustada.
    - Isso não importa. - Respondeu ele. - Me deixe ajuda-lá e me ajude em troca. Pense comigo, seria delicioso se vingar de Edward Cullen. Faze-ló sentir na pele todo o mal que lhe causou...
     Naquele instante uma batalha interna travou-se dentro da minha mente e coração. Nunca fui adepta a vinganças, me soava infantil demais devolver algo na mesma moeda.Porém, Edward me fez sofrer muito e eu nem ao menos pude revidar aquela dor.
     - Se caso eu aceitasse... o que precisaria fazer?
    - Bom...basicamente nada por enquanto. Apenas deixe as coisas do jeito que estão...
      - Apenas isso? - Indaguei incrédula.
   - Sim. - Assentiu ele com um sorriso. - Para fecharmos negocio,estou disposto a quitar a divida do seu apartamento hoje mesmo. - Christian estendeu a mão em minha direção. - Então, fechamos negocio?
    Olhei hesitante para a sua mão estendida. Não sei porque, mas tinha a ligeira sensação que estava vendendo minha alma para o diabo.
       - Fechado. - Apertei sua mão,selando o acordo.


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