O que a vida nós reservou escrita por StarMagic


Capítulo 10
Capitulo 10


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura *-*



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O despertar foi lento e doloroso. As lembranças do ocorrido estavam embaralhadas e confusas, pareciam borrões multicoloridos que crepitavam na minha mente.
    - Bella...- O sussurro da voz aflita do Edward me deixou alarmada. Com esforço virei a cabeça para o lado e o olhei. - ...como está se sentindo? - Perguntou ele com cautela.
    Suspirei,desviando o olhar dele e olhando para o cateter cravado no meu braço e os inúmeros fios que me ligavam aos aparelhos de monitoramento. Foi inevitável não pensar o quanto aquela pergunta tinha sido infeliz, mas naquele momento a unica coisa que eu queria saber era sobre o meu filho.
    - E-Edward... - Pronuncie seu nome com dificuldade, sentindo a garganta seca devido a falta de uso. Será que fiquei desacordada por quanto tempo?Pensei angustiada. - ...meu filho...como ele está? - Perguntei,apesar de pressentir que algo de muito ruim tinha acontecido. Edward baixou o olhar e lagrimas escorriam pela sua face. - Por favor, diga alguma coisa... - Disse em desespero.
      - Sinto muito, mas...
    - Não...não...- Eu o interrompi antes que ele pudesse terminar a frase. -...meus pais, eu quero ver meus pais.
    - Charlie e Renée estão na cafeteria. - Informou Edward. - Eu irei chama-lós, mas antes precisamos conversar. - Ele colocou a mão sobre a minha,enquanto me fitava com os olhos carregados de pesar e angustia.
    - Não temos nada o que conversar. - Disse irritada, enquanto as lagrimas me sufocavam.- Você deve está contente, afinal não queria esse filho...
   - Não diga isso, Bella! - Exclamou Edward, irritado. - Estou sofrendo com perda também...
    Gargalhei com ironia.
   - Você é muito cínico. - Disse com desdem. - Edward, eu quero que você desapareça da minha vida. Nunca mais quero por os meus olhos em você.
    - Por favor, Bella...não faça isso.
    - Saia daqui ! -Vociferei, sentindo uma dor violenta invadir meu corpo.
Edward ficou em silencio,virando-se de costas e depois caminhou até a porta. Antes de sair ele me lançou um olhar de amargura e pesar. Por um momento pude sentir sua dor, mas a dele nem se comparava com a minha. Mesmo contra todas as circunstancias eu queria aquele bebê e estava disposta a cria-ló sozinha e perde-ló daquela forma tão brusca deixou um vazio em meu coração. Eu jamais tinha imaginado que amava tanto aquele ser que mal havia se formado no meu ventre, mas agora não existia mais nada ali, a não ser o sonho de como seria a minha vida se estivesse ele ao meu lado.


        Cinco anos depois.

O alarme do despertador mal tinha tocado quando ouvi o Smartphone vibrar sobre a mesa de cabeceira. Sonolenta, ergui a mão e tatei a procura do aparelho que vibrava irritantemente. De olhos semi cerrados atendi a ligação e para a minha não surpresa era Renée. Depois dos incidentes que aconteceram comigo e a depressão, ela havia se tornado uma mãe super protetora.
    - Bom dia, querida! - Exclamou Renée do outro lado da linha. - Como está se sentindo hoje?
    - Bom dia, mãe. - Respondi  grogue de sono. - Estou bem...
   - Tem certeza? - Perguntou ela e logo detectei receio e preocupação na sua voz.
  - Sim mãe. - Afirmei tentando em vão tranquiliza-lá. Sentei na cama e esfreguei os olhos para afastar o sono. - Não precisa ficar me ligando a cada cinco minutos, pensei que já tivéssemos superado aquela fase...confiança em primeiro lugar, lembra?
   - Eu sei,querida. - Respondeu ela murchosa. - Mas entenda que seu pai e eu ainda estamos muito preocupados com a sua saúde. Só de pensar que por pouco a perdemos me dá um aperto no coração e agora que você está em Nova Iorque me deixa ainda mais preocupada.
   Passei uma das mãos sobre o cabelo e suspirei sem saber mais o que dizer para tranquiliza-lá.
   - Mãe, eu estou bem. - Disse com firmeza. - Logo o Jacob voltará para Nova Iorque e hoje começarei a trabalhar no novo emprego. Estarei muito ocupada e também já faz três anos que me recuperei completamente da depressão. Não tenho mais crises a anos e você sabe disso.
    - Ta bem... - Respondeu Renée, mas eu ainda podia sentir sua preocupação. - ...liguei apenas para desejar boa sorte.
         - Obrigada, mãe. - Sorri. - Agora preciso desligar ou chegarei atrasada no meu primeiro dia de trabalho. Diga a Charlie que o amo.
          - Direi a ele. - Disse Renée. - Amo você, Bella.
          - Também te amo mãe. - Respondi. - Até mais tarde.
        Coloquei o Smartphone sobre a cama e depois espreguicei estralando todos os ossos do meu corpo. Estava me sentindo mais disposta do que nunca naquela manhã, daqui algumas horas começaria a trabalhar no meu emprego dos sonhos como assistente do renomado Christian McIntosh, presidente de uma das maiores empresas de marketing de Nova Iorque. Alguns diziam que ele era um tirano que delegava ordens o tempo inteiro, mas isso não importava desde que o salario pagasse minhas despesas e a faculdade.
      Depois de rápido banho, corri em direção ao armário em busca de algo que se considerasse apresentável e elegante. Escolhi um vestido midi preto e um blazer da mesma cor. Apos vestir o vestido olhei meu reflexo no espelho do armário e percebi que havia ficado muito mais justo do que eu gostaria, mas a unica roupa "apresentável" que eu tinha. Bom, teria que servir pelo menos por hoje. Mais tarde daria uma volta pelas lojas do centro e compraria roupas melhores. Calcei o scarpin e treinei por alguns segundos o andar.Eu detestava saltos,talvez pelo fato de não saber usa-lós ou pelo medo de despencar de cima deles. Porém, as ordens do RH foram bem claras. Christian McIntosh era um homem exigente com a estética e vestimenta e por isso gostava que todos ao seu redor seguisse sua linha de elegância. Foi então que comecei a duvidar se conseguiria chegar a esse padrão.
    Chamei o elevador e enquanto o aguardava subir tirei o Smartphone da bolsa e comecei a ler as mensagem. Algumas delas pertenciam a Jacob e ao lê-las senti uma pontada de saudade do meu amigo. Nesses últimos anos nos aproximamos de uma forma que eu jamais imaginei que poderia acontecer. Ele havia se tornado um dos meus salvadores e eu era muito agradecida por isso. Entrei no elevador e guardei o Smartphone na bolsa. Me virei para olhar meu reflexo no espelho,dando uma ultima checada no visual. Tudo precisava está perfeito se eu quisesse causar uma boa impressão. Sai do elevador e cruzei a silenciosa portaria do prédio, ouvindo apenas o barulho dos meus saltos batendo sobre o piso imaculadamente limpo.
    Acenei para o taxista e logo o mesmo estacionou ao meu lado. Entrei no táxi e informei o destino para o senhor que assentiu com um sorriso. O trajeto não seria muito longo, mas era o suficiente para me deixar ansiosa. Eu não sabia o que me esperava e isso era assustador para mim. Tentei não pensar muito e foquei na paisagem movimentada de Nova Iorque.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima!