Pokémon: Ascension - Interativa escrita por Maylie Lannister


Capítulo 4
Alliance


Notas iniciais do capítulo

E ai gente, obrigado por preencherem as seis fichas antes do que pensava. Foram todas muito boas, e estou bem animada pra trabalhar com elas. O que tenho pra falar, falo nas notas finais, então boa leitura.



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Lavender Town. As cidades do mundo Pokémon tem a habilidade de sintetizar sua essência em seu nome, e com Lavender não é diferente. Estranhamente silenciosa, era a casa de pessoas que buscavam paz de espírito entre os espíritos, ou por aqueles que não conseguiam deixar o passado para trás. As ruas arroxeadas dão um tom melancólico ao local, e o silêncio reina solitário pelas vielas da pequena cidade. Casas modestas compõem a maioria das moradias do local, exceto por uma ou outra mais extravagante. Além destas, mais alguns edíficos distuavam entre a simplicidade, sendo a Torre de Rádio o principal e maior da cidade.

A cidade parecia deserta, estava anoitecendo e esse era um dos principais motivos responsáveis pela tranquilidade do local. Medo não apenas do natural, como do sobrenatural que sempre assombrou a pequena cidade. Alguns bravos residentes caminham nas ruas apressados, sem olhar para os lados, braços e pernas tensos, passos longos enquanto a fraca e aconchegante luz do sol ia dando lugar a escuridão misteriosa da noite.

Outros, também corajosos, se juntavam na Casa das Almas, que era muito semelhante as outras, mas algumas coisas a diferenciavam. Primeiro, a falta de um portão, cerca ou outra forma de demarcar ou proteger o local, algo impensável com a situação em que a região de Kanto se encontrava. Segundo, o extenso quintal de grama muito bem cuidada coberto por lápides simetricamente organizadas, na frente de algumas era possível encontrar pessoas ajoelhadas em frente a túmulos, algumas com flores, outras chorando, e só ali era possível ver a alma deprimente de Lavender Town. Era olhando para aquelas pessoas que percebia-se o motivo da taxa de suicídio ser a maior de todo o mundo Pokémon. Para cada dez habitantes, dois morriam assim, outros dois eram mortos em crimes como homicídios e assaltos. Olhando para elas, despreocupadas com os grupos que começavam a sair para praticar seus atos criminosos na proteção que a noite providenciava, era possível ver almas tristes, sem motivos para continuar sua vida ou se preocupar com o que lhes aconteceria. Era esse o charme doentio de Lavender, que atraía quem nunca poderia escapar da tristeza e angústia de perder quem haviam amado de uma forma ou outra.

Porém, nem todos em Lavender eram assim. Alguns realmente gostam do sinistro, mesmo não sendo pessoas más, ou boas. Alguns querem a paz de dormir sem ouvir animais uivando ou gritos de socorro em suas janelas, e a pior cidade de Kanto, era também a melhor por isso. Era o caso de Lilith, uma mulher de vinte e dois anos que havia chegado na cidade em apenas algumas semanas, já era um pouco conhecida pelos vizinhos por ser "peculiar" para os padrões da comunidade. Uma jovem morando sozinha, que não falava de suas origens e se arriscava a colocar os pés na rua durante a noite. Rumores se espalhavam sobre ela, sobre ser uma gangster ou algo do tipo, já que mesmo saindo toda noite, sempre era vista inteira no outro dia. Alguns pensam que ela não sabe, já que tratava todos relativamente bem, mesmo não sendo de muita conversa, mas ela sabe, apenas não se importa.

Lilith é magra, tem uma altura comum para uma mulher da sua idade, um pouco mais de um metro e setenta, os olhos dela são azuis e claros, lembrando um verde-água. O cabelo é volumoso, liso e longo, sendo da cor preta com as pontas avermelhadas, preso em um rabo de cavalo. Sua roupa acompanhava o tom de seu cabelo nas cores, com uma camisa vermelha coberta por uma jaqueta de couro preta com uma calça jeans e uma bota da mesma cor da jaqueta. Outros pequenos detalhes de sua aparência eram as unhas pintadas de preto, o par de brincos pequenos prateados com a forma de lua crescente e as três tatuagens que tinha, outra lua crescente no pulso e as palavras "Aura" e "Nyx" no direito.

A mulher começa a caminhar lentamente pela calçada, olhando para o céu, agora já totalmente escurecido, e as estrelas começavam a brilhar mais forte. O ulular dos Hoothoot em coro começava a quebrar o silêncio da noite, e os Pokémons noturnos começavam a aparecer de suas tocas e esconderijos. Spinarak e alguns raros Ariados eram vistos em grandes árvores tecendo suas teias, Alguns Murkrow os observavam, mais tarde estariam brigando pelos insetos capturados. Muito raramente era possível ver um Umbreon correndo pelos espaços estreitos entre muros ou pulando os telhados de casas com seus reluzentes anéis dourados.

O cemitério de Lavender era perto de sua casa, mas a vista não era nada desconcertante para ela, até era interessante ver alguns Gastly percorrendo o local, numa dança estranha acompanhados de Misdreavus, gemendo incessantemente seus lamentos. Porém naquele dia alguém chamou sua atenção, não por nada estranho, mas incomum na sua aparência. Era da mesma altura que ela, porém mais jovem, cerca de dezessete anos, o mais chamativo na sua aparência era o cabelo, de uma cor branca, contrastado com seu corpo moreno claro. Estava usando uma calça preta e uma regata vermelha também, acompanhando as botas pretas. Ele estava saindo do cemitério quando percebeu que Lilith havia o olhado. Não era um olhar significativo de forma alguma, mas considerando a situação da cidade, qualquer olhar aquela hora gerava desconfiança.

O jovem era Nicolas, que estava visitando alguém lá, não estava realmente incomodado pelo olhar mas por questões de segurança não podia simplesmente ignorar ela.

— Kurama. — Ele chamou seu Pokémon e das sombras um felino negro surgiu. Não literalmente das sombras, mas como se estivesse envolto por elas e estas se dissipassem revelando sua aparência. Estava sobre dois pés coberto de pelos acizentados, com uma parte densa e preta. Cada pata continha três garras vermelhas marcantes, a mesma cor da juba longa e com muito pelo e algumas partes pontudas da cor do pelo negro. a juba era presa por um fio azul formando um rabo de cavalo baixo. O Pokémon era quase da altura do dono, com apenas quase vinte centímetros de diferença.

— Outra Zoroark. Nyx. — Da mesma forma que o Pokémon de Nicolas surgiu, propositalmente o imitando, a de Lilith apareceu. Era da mesma espécie, e exatamente igual. Além de ser uma fêmea também, deu um olhar intimador para a outra, que respondeu da mesma forma. Zoroark é uma espécie de Pokémon muito protetiva com seus treinadores, mas mais ainda com iguais, e da forma fria da espécie, o olhar trocado entre elas não simbolizava hostilidade, e tanto Lilith quanto Nicolas entenderam isso.

Destraídos no momento que as duas Pokémons compartilhavam, os treinadores nem perceberam os dois gangsters que se aproximavam, rindo maliciosamente. Estavam a alguns metros de Lilith, em um ponto que ela não podia ver, duas outras silhuetas se formavam atrás deles, de Pokémons.

— Arbok, use Crunch! — Foram as primeiras palavras emitidas pelo homem que parecia ter cerca de trinta anos, e a serpente roxa saltou na direção de Lilith, sua Zoroark não estava pronta para impedir o ataque mas algo impediu. Kurama, a de Nicolas, envolveu seu corpo numa energia azulada, e com seus pés se impulsionou para frente em uma velocidade incrível, dando uma cabeçada no Arbok, e o atirando contra uma parede de tijolos que acabou sendo partida. Lilith foi envolta em uma ilusão por Nyx e desapareceu da vista dos bandidos. Kurama saltou para o lado da rua que seu treinador estava, enquanto o Arbok se recuperava do ataque, a outra silhueta se revelava, um morcego roxo com longas presas, Golbat.

Nyx e Lilith reapareceram ao lado de Kurama e Nicolas, e não foi preciso nenhuma palavra para formar uma aliança temporária entre os dois. Os bandidos também se posicionaram para lutar, alguns outros estavam se juntando para assistir. Os treinadores pareciam calmos, Lilith parecia realmente despreocupada com os inimigos, sabia que eram apenas fracos e o mais próximo que poderia sentir sobre eles era desprezo.

— Avance, Dark Pulse. — Mal esperando seus inimigos se arrumarrem, Lilith ordenou Nyx, que não hesitou em obedecer. Com apenas uma pata ela apertou suas garras e as abriu, uma pequena esfera de energia negra se formou e ela jogou o braço para frente, da esfera um raio negro percorreu o campo rapidamente, mas Golbat foi rápido o suficiente para desviar.

— Aerial Ace! — Aproveitando a abertura deixada por Golbat, Nicolas ordenou Kurama, que saltou novamente com velocidade surpreendente, cortando a distância entre ela e o Pokémon inimigo em um segundo, e o atingiu com uma cabeçada poderosa.

— Extrasensory. — Lilith interrompeu a ordem que o treinador do Golbat pretendia dar, desrespeitando um conceito simples das batalhas Pokémon, mas não parecia se importar com isso também. Nyx olhou para o Arbok que se aproximava rastejando, seus olhos brilharam por um segundo e um uma rajada de energia dourada saiu de seus braços apontados para frente, arrastando a cobra por metros, levantando uma grande quantia de poeira no trajeto. — Persiga. Desapareça e use Dark Pulse.

— Arbok! — O homem conseguiu apenas gritar chamando por seu Pokémon, que estava ainda se recuperando do ataque efetivo. Ele olhava desesperado pela fumaça e com as várias silhuetas que se formavam na fumaça, não sabia de qual deveria se defender e virava-se nervoso tentando identificar de onde viria o ataque, sem sucesso algum, visto que Zoroark desfez sua ilusão e apareceu na frente de Arbok. Poderia ser efeito de alguma ilusão, mas ela parecia muito mais intimidadora daquela posição que normalmente, Arbok não conseguiu agir e o Dark Pulse a queima-roupa explodiu em seu rosto, fazendo o cair desmaiado ali, enquanto Zoroark pulava para trás e não ser pega na fumaça.

A apenas alguns metros Kurama jogava Golbat contra o chão, usando um ataque que deixava suas garras maiores e envoltas por energia negra. O Pokémon não se levantou após aquele ataque. Os dois bandidos se olharam sem falar muito, estavam com um pouco de medo visível, mas por estarem cercados de outros não queriam demonstrar. Nyx e Kurama estavam de pé sobre os inimigos derrotados, com sorrisos vitoriosos. Olharam para os treinadores oponentes e grunhiram com raiva, mudando seus olhares para um ameaçador.

O coro de gritos e palmas sinalizava o fim da batalha, e os bandidos desapareceram abrindo caminho na multidão, as pessoas em seu caminho riam do massacre que foi a batalha. Lilith e Nicolas se olharam por pouco tempo, sem falar nada. Nenhum dos dois era um mestre da comunicação, apenas acenaram com a cabeça amigavelmente e deram as costas um para o outro, enquanto suas Zoroark desapareciam.


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Notas finais do capítulo

Vamos lá. Primeiro, muito obrigado de coração a todas as críticas e elogios no capítulo passado, fiquei muito feliz com o feedback e como escritora é muto satisfatório saber que vocês leem e prestam atenção em tudo. Ninguém foi rude ou maldoso na forma de falar, e eu anotei (literalmente) tudo que acho importante e pode me ajudar a melhorar.

Segundo item, estarei sem internet por um tempo, mas continuarei checando meu Nyah e responderei os comentários pelo celular, vou tentar dar um jeito de manter meu limite de uma semana, mas se eu não postar nada, não se desesperem ok, estarei aqui.

Terceiro, essa luta foi pequena e apressada por motivos de querer postar algo antes de ficar sem net e não um capítulo sem importância, e esse estava quase pronto. Mas as críticas a esse formato continuam válidas.

Quarto e último item, descobri que todo mundo ama Ecruteak, uma das cidades mais bonitas e bem caracterizadas de Johto. Então, dessa vez quero saber:

Qual o local do Mundo Pokémon mais assustador pra você?

É isso aí, sempre espero as críticas, os comentários, e mesmo sem net no pc vejo vocês neles. Obrigado por lerem e até mais.