Procurada. 

Capítulo Um. 

Miss Fortune

M.F, Caçadora de Recompensas. 

Se você souber do paradeiro desta mulher, ou de alguma dica sobre sua localização, por favor, falar com a xerife chefe da delegacia de Piltover, Caitlyn. 

Recompensas:

Procurada com vida: Cem mil dólares. 

Procurada sem vida: Cinquenta mil dólares. 

A mulher riu mais uma vez, quando parou em frente a porta do bar e encarou o panfleto com sua face rasgada por algum marmanjo, junto com seus dados. 

Há muito tempo atrás, Sarah Fortune, também conhecida como Miss Fortune ou apenas M.F, adentrou a vida de mafiosa. 

Inicialmente, ela apenas queria dinheiro para ajudar sua família nos problemas familiares, porém, com o tempo, sua sanidade foi evaporando. 

Adentrou o bar com sua brutalidade normal, empurrando a porta e trajando um cigarro. Todos a encararam com medo, afinal, ela era a mafiosa mais perigosa das regiões. 

A mulher se sentou em uma cadeira em frente ao balcão, e esperou o homem vir lhe atender. 

— Olá, Fortune. Quanto tempo não nos vimos, o que lhe traz aqui? 

— Sua boa e velha cerveja, Gragas. 

Ambos riram, e logo o mais velho tratou de pegar o melhor uísque que a casa tinha, preparando da maneira que Fortune gostava. 

Enquanto era preparado sua bebida, Sarah olhou para os lados, encarando e re lembrando os momentos bons e ruins que viveu naquele bar. 

Se lembrou da primeira vez que chegou lá. Era uma garotinha de dezessete anos, perdida na vida após ser expulsa de casa por conta de problemas familiares. 

Gragas era um amigo íntimo da família, e aquele lugar foi o único que lhe sobrou para ir. Fortune não tinha mais amigos. 

‘’Anos atrás.

Fortune estava desolada. Seu pai havia chegado bêbado mais uma vez em casa, batido em sua mãe, e ela presenciou tudo mais uma vez. 

O homem havia entrado nessa vida há quase 6 anos, desde a morte de sua filha mais nova, Clara. O Fortune formou um futuro para sua filha quando ela nasceu, ela seria a nova herdeira da família. 

Obviamente, Sarah ficou um pouco enciumada, mas ela amava sua irmã, e não era por um sentimento ruim que iria arruinar a relação delas. 

Clara morreu com leucemia com 9 anos. Desde então, Fortune tratou sua família com ódio, principalmente sua esposa, ele sempre a dizia que não cuidou de Clara direito, que era uma mulher inútil e merecia morrer no lugar dela.

Alguns anos depois, o homem adentrou a vida do alcoolismo e a família Fortune ficou em um caso sério. Fortune sempre batia em sua esposa para jogar sua raiva e tristeza por ter perdido a herdeira da família.

Sarah sempre se perguntava o porque daquilo acontecer, ele simplesmente poderia aceitar o destino de Clara e colocar ela como a nova herdeira. Mas seu pai era egoísta demais.

Talvez ela também fosse, por pensar desse jeito. Mas, uma hora ou outra, ela teria de aceitar o que aconteceu. Clara não era uma criança saudável e isso a garota demonstrou ainda nova. 

Quando seu pai a expulsou de casa, dizendo que ela não seria mais nada da família Fortune, apenas mais uma desconhecida, a garota, que estava beirando seus dezessete anos, ela adentrou ao bar de seu tio buscando por conforto.

Todos os homens nojentos lhe encaravam com desejo, algumas vezes com pena. Todos queriam fazer algo consigo. Sarah apenas apertava seu corpo entre os próprios braços e sentava em uma cadeira, buscando o ruivo pelos olhos, até encontrar, ela sorriu aliviada. 

Assim que Gragas percebeu o que estava acontecendo, ele saiu detrás do balcão e apenas abraçou sua nova filha.’’

Atualmente Fortune estava com seus recém vinte e nove anos completos. Ela não estava velha, porém também não estava nova.

É incrível pensar que se passou tantos anos, e ela aprendeu mais e mais sobre a vida do crime. 

Deu um último gole na cerveja e acenou para Gragas, colocando as moedas na mesa e se retirando do local. Uma nova caçada estava em sua mente. 

A caçada pela mulher que duvidou de tudo que Fortune poderia fazer, a mulher que buscava justiça, mas no final, era apenas mais uma inimiga da sociedade.

Fortune não era uma boa pessoa, mas ela era a dona de tudo. Alguém que tentasse roubar seu cargo e seu nome, estaria morto.

Morto por Miss Fortune.