A Prima Piriguete escrita por ArnaldoBBMarques


Capítulo 4
Indo pelo mau caminho




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A semana começou mal para Paulo. Solange não estava dando bola para ele, e agora a mãe vinha apoquenta-lo.

— Você já está um rapaz, e devia me ajudar mais aqui em casa, que eu cuido sozinha e não tem homem! Mas fica só aí no computador, falando com não sei quem!

Paulo desviou os olhos um pouco do joguinho que estava jogando, e pensou no que poderia responder à mãe. Em um ponto ele concordava com ela: também achava que estava crescido, mas ser um homem, para ele, significava ter coisas boas e não chateações. No fundo, porém, agradecia por a mãe nunca mais ter se juntado com alguém depois da separação do pai, assim ele ficava de homem da casa. Mesmo que fosse só um garoto que ainda não havia tido sua primeira experiência sexual.

— Mas o que eu posso fazer para te ajudar, mãe?

— Ajuda a vigiar as coisas aqui em casa! A sua irmã anda conhecendo um pessoal aí na internet que eu não estou gostando! E tem a sua prima que eu estou hospedando, e ela é muito sonsa! É muita responsabilidade para mim, se ela se mete em alguma errada e acontece alguma coisa, vão dizer que eu não tomei conta! Ela não veio aqui para voltar pior do que chegou, e eu preciso de você para botar um olho nela!

Paulo suspirou com enfado. Achava vigiar Carla uma coisa tremendamente chata, e o olho que ele vinha botando nela era em suas belas coxas e ombros. Mas pegar a irmã com a boca na botija até o agradava, pois ela era muito metida.

— Ta bom, mãe, vou ver o que eu posso fazer...

Paulo pensou com seus botões: ia fazer as coisas que a mãe pediu, mas à sua maneira. No corredor cruzou com Carla, que se preparava para lavar o banheiro.

— Oi Paulo, me faz um favorzinho...

— O que é?

— Libera o computador para mim, só um pouquinho...

Carla estava de castigo por causa de uma queixa do colégio. Lembrou-se da bronca chata da mãe, e também de uma promessa que Carla havia feito em troca de seu silêncio.

— Se eu deixar, você me leva naquele lugar que você vai?

— Já falei que levo.

Paulo estava meio irritado com seu pessoal e desejoso de conhecer coisas novas. Carla podia ser uma porta para este novo mundo, pensou. Deixou ela usar o computador e ela ficou quase a tarde inteira falando mil bobagens com mil pessoas, até que a mãe chegou e ela correu de volta para o serviço.

— Hoje é dia de lavar o banheiro!

— Já vou, tia, é que eu demorei muito na arrumação.

Paulo voltou ao computador, onde ficou cozinhando seu mau humor navegando por entre páginas pornográficas, até que foi despertado por Carla que veio abraçá-lo por trás.

— Hum... está precisando arrumar uma namorada!

Como sempre, ela aproveitou para roçar bem seu corpo no dele. Paulo estava gostando.

— Vai ter outra festa neste sábado. A gente pode aproveitar!

— Mas será que a mamãe vai deixar você ir? Você não está de castigo?

— Vai sim! Da última vez eu não fui e voltei direitinho? HAHA

Paulo também riu, lembrando-se de como acobertara a escapada de Carla no sábado passado.

No sábado seguinte, Paulo estava ao mesmo tempo aborrecido e ansioso. Aborrecido com a falta de interesse de Solange e com as gozações do pessoal do colégio, mas ansioso para ir no lugar onde a prima Carla ia levá-lo. De certa forma seria uma afronta e uma vingança contra aquele pessoal que não o levava a sério. Carla chegou de repente, como de costume sem avisar, e como de costume com o ar maroto.

— Paulo, eu queria que você levasse umas coisas para mim. Mas primeiro você precisa pegar lá no armário da sua mãe.

Guiado por Carla, Paulo foi até a gaveta onde a mãe guardava as roupas que a prima trouxera de casa. Ela fuçou e tirou de lá duas peças, um short e um tope minúsculo.

— Isso é que é roupa de baile funk!

Na hora, como de costume, a mãe só liberou para Carla vestir uma calça comprida e uma blusa simples. Paulo acomodou o melhor que pôde dentro do casaco as peças tiradas às escondidas do armário da mãe, e rumaram para a festa. Ao menos foi o que a mãe pensou. A festa era de aniversário de uma menina que já tinha combinado com Carla de confirmar que ela estivera lá. Ao invés de ir paras a casa dela, ambos pegaram um ônibus e rumaram para um subúrbio que Carla conhecia. Embora estivesse havia pouco tempo na cidade, ela já estava bem por dentro do que a interessava, Paulo pensou, não deixando de se sentir meio que um aprendiz ao lado dela. Procurou afastar essa impressão pensando nas novidades que ia conhecer.

O lugar era um clube, e do lado de fora já se escutava o batidão do funk. Ninguém ligou para eles serem menores de idade e deixaram-nos entrar. Lá dentro um grande grupo de rapazes e moças dançava fazendo curiosas coreografias. As meninas estavam todas com o mesmo uniforme de short e tope, e Carla logo trocou de roupa e misturou-se a elas. Dançavam rebolando as cadeiras até bater os quadris no chão, acompanhando a música.

Estremece quando ela desce,

Batendo a bunda no chão

Os rapazes tinham um ar assustador e Paulo se sentiu um instante deslocado, mas na verdade ninguém olhava para ele, e após tomar uns tragos da bebida que estava liberada para todas as idades, sentiu-se mais animado e até ensaiou uns passos de dança. Queria que aqueles bobalhões do colégio o vissem agora! Notou que Carla rebolava o traseiro bem defronte um rapaz com cara de marginal, que fazia como se estivesse prestes a ter uma relação com ela ali mesmo. Pouco depois, viu Carla fazer o mesmo com outro rapaz, e muitas outras faziam o mesmo. Tomou mais uns tragos e atreveu-se a tocar a cintura de uma menina que ele não conhecia. Ela não ficou zangada, ao contrário, pôs-se a rebolar o quadril e Paulo esfregou o pênis nela, sentindo-se excitado. Tudo ali transpirava a sexo. Trocaram algumas palavras, mas logo a perdeu de vista. Não importava, o que não faltava ali era mulher. Notou que não apenas esfregavam o sexo no pênis dos rapazes, mas também algumas os colocavam na boca. Estava extasiado, nunca antes pensara que aquilo era possível. Lá pelas tantas viu também Carla fazendo aquilo.

Paulo estava tonto, enjoado, o pancadão parecia ainda ecoar em seus ouvidos, mas estava feliz. No ônibus, Carla ria e cochichava com ele:

— Aí, primo! Pegou uma porção de menininha! Mas cuidado com a Thaysa que ela tem namorado, e ele é marginal! Sorte que ele estava tão bêbado que nem reparou, HAHA

Paulo sentia-se um herói, o rei do pedaço, mesmo que ninguém ali houvesse reparado nele.


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