A Prima Piriguete escrita por ArnaldoBBMarques
Paulo mantinha a expressão grave, sentado na poltrona e olhando do outro lado Luana e Carla parecendo nervosas, mas procurando manter o controle, e na frente a mãe, augusta e serena. Paulo sempre apreciara aquele ar solene da mãe, que barrava todas as impertinências e fazia todos compreenderem no que haviam errado. A certeza de que a mãe era justa transmitia-lhe uma enorme confiança, sempre fora assim, e Paulo tinha certeza de que assim seria mais uma vez. Após um silêncio apropriado à reflexão, a mãe deu a palavra a Luana.
— Pois é, eu combinei com a Carla... de quando a gente saísse, eu falar que ela estava comigo quando ela ia para outro lugar. Eu fiz isso porque a Carla é legal... e também ela prometeu me levar nuns lugares que ela conhece e que eu estava a fim de ir... tá, mãe, eu sei que eu fiz errado... foi mal...
— Então, você reconhece seu erro?
— Reconheço.
— Vai fazer de novo?
— Não.
— Então nem você vai mais acobertar a Carla, nem a Carla vai mais levar você nesses lugares que eu não sei aonde é, e que mais tarde vamos conversar sobre isso, agora não. Por hora, você viu o que quase aconteceu graças à sua irresponsabilidade, não foi?
Luana baixou a cabeça. A mãe prosseguiu:
— Se não fosse o seu irmão, eu nem sei o que ia acontecer. Seu irmão é que tem juízo!
Paulo assentiu. Estava criando juízo, sim, e podia perceber o quanto as pessoas a sua volta dependiam do juízo que ele criava. Até pouco tempo atrás um garotão estou-nem-aí, agora ansiava para proteger sua família. A mãe dirigiu-se a Carla:
— A sua mãe confiou você a mim, então eu devo contas a sua mãe. Você me diga, Carla, o que eu devo dizer a sua mãe?
Carla hesitou por um instante, depois respondeu:
— A senhora diz... que a culpa foi minha... porque eu enganei a senhora... e fiz coisa errada...
— Então você reconhece a culpa?
— Reconheço.
— Eu prometi a sua mãe que você seria disciplinada aqui, e ela me deu autorização para eu punir você quando eu julgasse necessário. O que você acha que eu devo fazer, eu devo punir você?
— Deve - Carla respondeu em um fio de voz.
— Muito bem! Vocês duas viram bem a consequência de sua irresponsabilidade, mas vocês duas reconheceram que são culpadas, e eu estou muito satisfeita com isso! Agora, como mãe e como tia, eu vou decidir o castigo justo para cada uma!
Ambas fizeram um silêncio nervoso, mas a mãe continuou imperturbável.
Eu vou pensar. E vocês duas, vão cada uma para o quarto de vocês, para pensar também! Na hora certa eu vou chamar!
Carla e Luana retiraram-se para o respectivo quarto, e Paulo aliviou a tensão no silêncio que se fez. Na memória, ecoava a frase da mãe: Paulo, você é que tem juízo. De longe, escutava o telefonema da mãe para tia Francisca, a mãe de Carla. Deliberaram longamente enquanto Paulo lia uma revista. A mãe veio chama-lo, pois queria ele presente. A irmã e a prima voltaram do quarto e posicionaram-se muito sérias em frente à mãe. Pareciam mais conformadas com o castigo, sem dúvida efeito do tempo de reflexão que a mãe lhes concedera.
— Você, Luana, eu confiei em você para sair com a sua prima, e você traiu a minha confiança. Então, quem vai ficar sem sair é você. Agora é todo dia da escola para casa, e fim de semana dentro de casa!
— Por quanto tempo, mãe?
— Até eu voltar a ter confiança em você.
O tom inescrutável da mãe deixava claro que ela não ia se abalar. Luana reprimiu uma lágrima, e voltou para o quarto. A mãe dirigiu-se para a prima:
— Você, Carla, disponibilizou seu corpo a esses garotos que não valem nada, e viu as consequências de quem não respeita o próprio corpo. Então, o que eu devo fazer? O castigo vai ser no corpo.
Paulo viu o ligeiro tremor nos lábios de Carla. Estava confiante na mãe, e impressionado com a coerência dos argumentos dela. Sentia agora um grande alívio ao ver que tudo entrava novamente nos eixos, a despeito do perigo por que a prima passara em parte por culpa dele, que a acobertara e se deixara engambelar por ela. Nunca se perdoaria se o pior tivesse acontecido!
— Vamos lá?
A mãe acompanhou Carla até o quarto, seguida por Paulo. Quando retornou trazendo um cinto, Paulo experimentou uma pontada de medo, pois sabia que a mãe era severa, mas também sabia que a mãe tinha conhecimento do que fazia. Mandou Carla se deitar de bruços na cama, e puxou a barra do vestidinho dela até a cintura. Pôs-se a desferir cintadas nas nádegas da adolescente. Paulo ficou contemplando o corpo da prima, o cinto sacudindo suas nádegas, os dedos das mãos e dos pés se contraindo, ela mordendo os lábios e fazendo força para aguentar. Quando não pôde mais, colocou uma mão para tampar o traseiro.
— Não, não, põe a mão para frente!
A mãe segurou o pulso dela junto às costas, e continuou a bater com o mesmo ritmo pausado. A prima se contorceu, começou a bater os pés e destravou a língua.
— Ai tia, tá doendo, para
A mãe fazia pausas, passava a mão na testa dela para enxugar o suor, e prosseguia com paciência até destravar as lágrimas e os pedidos de desculpa de Carla.
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