Em Minha Pele escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

ANTEPENÚLTIMO CAPÍTULO

E vamo que vamo para o fim da história.



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Com um revólver apontado para si, Maria Eduarda ficou encurralada por Marta e Ivan. A única coisa que restava a fazer numa situação assim era sentar na cadeira e observar passivamente os movimentos dos algozes.

— Não posso acreditar que teve o sangue frio de me manipular. Não só a mim, mas as muitas mulheres que te admiram por aí. É decepcionante.

— Decepcionante foi a notícia da morte do Iran. Naquele dia, eu estava trabalhando como assistente social em Fortaleza. Como meus dois filhos foram morar na Bahia com os avós paternos, eu tive que viver sozinha na capital. Sabe o choque de uma mãe ao receber a notícia acerca da morte de um filho? Sabe os dias que eu chorei? Responde!

— Não.

— Claro que não. É pior do que levar um tiro. É como amputar uma perna sem anestesia. Um pedaço da minha alma se foi naquele dia por sua culpa. Por sua culpa eu perdi meu garoto.

— Marta, ele me estuprou! Sabe o que isso significa? Você como mulher deveria ficar do meu lado...

— Meus filhos vêm em primeiro lugar. Eu me transformava em monstro quando algo acontecia com meus filhos. A mesma coisa que acontecerá contigo aconteceu com o pai deles. Aquele lá pagou pelo que fez, e eu não me arrependo até hoje o que eu fiz.

— Mãe, não precisa falar do pai pra ela. 

— Ivan, silencio! Ela precisa ouvir tudo antes de partir para o inferno. Pois bem, quer saber o motivo de eu odiar tanto os homens? Porque o meu marido era um marido abusivo. Todos os dias me batia e espancava meus filhos. Foi quando tomei a coragem para denunciá-lo, mas como naquela época não existia Lei Maria da Penha, a justiça nada fez para me ajudar. No dia seguinte envenenei o seu suco, esquartejei e desovei os seus pedaços num rio qualquer. Até hoje esse caso não teve solução. E é o que vai acontecer contigo a partir de agora pois eu já falei com uma pessoa que vai dar fim ao seu corpo.

Marta colocou luvas de silicone e pegou a pistola que estava em posse do seu filho. Explicou que as duas armas foram roubadas por seu filho pouco tempo antes da chegada de Duda na cidade.

— Está na hora do começo do show. Antes tenho que me livrar de qualquer prova que me ligue aos crimes.

A psicóloga pediu para Ivan segurar Duda enquanto colocava pastas dentro de sacos pretos. O conteúdo continha cortes de jornais, fotografias e qualquer outra coisa que ligava os dois aos atentados. Depois Ivan pegou o gabinete do computador e levou ao porta-malas do carro que estava nos fundos da clínica.

— Despacha tudo pro carro. Não podemos deixar pistas. Limpa tudo aqui. A polícia nunca saberá o meu segredo.

— Solange vai descobrir tudo. Ela está investigando sobre o Iran.

— Besteira, Duda. Solange não sabe quem eu sou. Vai deduzir, claro, mas não terá provas para me incriminar. Sabe por quê?

Marta pediu para Ivan levar a refém aos fundos da clínica. Havia uma área aberta com um jardim nos fundos. Quando chegou lá, Duda viu Théo sentado e amarrado numa cadeira e com um pano na boca.

— Théo? Por Deus, o que fizeram com ele?

— Um inocente, mamãe. Coitado dele.  A vagabunda aqui acusou um cara inocente.

— O que vai acontecer? Quer que eu diga? Pois bem. Théo é um cara machista e violento. Não aguentando a sua recusa, ele te raptou para os fundos da clínica, te estuprou, mas foi morto por um tiro que você deu. Claro que você não sobreviveu a inúmeras lesões e também morreu. Eu tentei te salvar e levei um tiro no ombro, mas sobrevivi. Abracadabra! Temos aqui um crime de feminicídio claro. E no dia seguinte eu darei uma entrevista como vítima do patriarcado opressor. O que acha?

— Você é uma doente mental. Uma psicopata. Os dois são. Eu não me arrependo nem um pouco de ter matado o ran. Mataria de novo se eu tivesse a chance.

Marta deu um tapa em Duda. A mais velha ficou insandecida com a audácia da refém. Ivan teve que acalmar a própria mãe.

— Não estou louca. Isso se chama amor de mãe. Significa que posso virar qualquer coisa para proteger minhas crias. Posso até matar sem remorso algum. Agora, sua vagabunda, arranha a cara dele. ARRANHA! EU DISSE PRA ARRANHAR A CARA DELE!

Duda arranhou o rosto de Théo.Como as suas unhas estavam grandes, parte da pele do homem se acumulou nos dedos dela. Ivan segurou a mão de Duda com a pistola e efetuou o tiro de misericórdia na cabeça dele.

— Agora a parte nojenta, mas necessária. Filho, pode estuprá-la. Agora seja rápido, por favor.

— Vai ser um prazer abusar desse corpinho lindo. Tenho muita inveja do Iran de ter te comido, sabia?

Ivan arrastou Duda para um canto da parte externa e tentou rasgar as suas roupas. Ele ainda tentou esbofeteá-la. Tudo com muita brutalidade. Marta Simone virou-se e não quis olhar o abuso.

O plano caminhava para um desfecho favorável para Marta e o filho, mas o inesperado aconteceu.

...

Solange juntou as peças e descobriu a verdadeira identidade do cérebro por trás dps crimes: Marta Simone. Entretanto, não tinha ainda provas contundentes para prendê-la. Ligou para o seu delegado a fim de dar a notícia. O homem ficou em choque ao saber do plano arquitetado pela até então ativista e psicóloga. 

Uma viatura foi para o salão Lovegood. Dois policiais tentaram entrar pela porta da frente, mas estava trancada. Deram a volta no quarteirão e perceberam que a porta dos fundos estava aberta. Entraram e presenciaram o corpo de Natasha.

A tenente tentou ligar para Becker, porém ninguém atendia. Chegou até a clínica, estacionou o carro e saiu com uma arma em punho. Verificou pela vidraça se havia alguém dentro do estabelecimento. Sua primeira ação foi tocar o interfone.

Marta, Ivan e Duda escutaram o barulho do interfone. Foi uma surpresa muito grande para os algozes.

— Será que escutaram o tiro?

— Não. Metade do povo desta cidade tá na praça comemorando. O bairro tá deserto. Deve ser a polícia. — deduziu Marta.

Ivan entrou, olhou para um monitor que havia numa sala. A câmera do lado de fora acusou ser a policial.

— É a tal policial amiguinha dessa aí.

— Maldita!

— Mãe, vai embora. Deixa que eu cuido direitinho dessa policial. Depois eu sigo na minha moto.

Marta deu um beijo no filho e entregou a pistola. Levou Duda para a garagem dos fundos e pediu que ela dirigisse sob a mira do revólver.

— Vamos passear. Se esboçar a mínima reação, vai levar um tiro.

— Pelo amor de Deus, Marta. Ainda temtempo para fazer a coisa certa.

A mais velha apontou a arma para a cabeça de Duda e puxou o cão. A moça percebeu que sua algoz não estava para brincadeiras. O carro saiu da garagem e seguiu viagem.


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