A Floresta de Areia escrita por ShiroiChou


Capítulo 30
Luz


Notas iniciais do capítulo

Olá o/
O fim está bem próximo e é aqui, só falta mini epílogo, por isso deixarei a despedida para depois.

Boa leitura!



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O silêncio reinou no Reino dos Gatos. Ninguém sabia como reagir ou o que dizer. Todos estavam na mesma posição, esperando para ver se John não voltava para acabar com as esperanças que tinham.

— Funcionou? — perguntou July parada como uma estátua.

— Parece que sim. Bom trabalho, crianças — Dona Mikori elogiou. — Finalmente a Floresta de Areia está livre da maldade que a cercava.

— Realmente, eu não esperava que um momento de pura ganância pudesse causar toda essa confusão. Desculpem-nos por isso — disse Kaile abraçado a irmã.

— Sim, desculpa principalmente por toda a perseguição — July abaixou a cabeça envergonhada. — Aceitamos qualquer punição que vocês decidirem nos dar.

— Ah, não tem problema. O importante é que vocês agora enxergam o que aconteceria se as pedras caissem em mão erradas — Dona Mikori sorriu compreensiva. — Agora, já que vocês aceitam qualquer punição... Eu e minhas irmãs estamos precisando de ajuda para reconstruir nosso templo.

— Nós vamos ajudar, pode deixar com a gente — disse determinada, puxando o irmão para longe na intenção de achar o templo.

— E agora?

— Acho que o certo seria festejarmos — sugeriu Lector.

— Não seria melhor ir conferir se está tudo certo na floresta? — perguntou Lucy.

— Relaxa, Loira. Está querendo fugir para festejar de um jeito diferente? — Sting a abraçou, sussurrando maliciosamente. — Bom, pelo menos você não vai precisar se preocupar em escolher roupas para a ocasião, elas serão completamente desnecessárias.

— STING! — gritou corada.

— Não gostou da ideia? Eu posso deixar mais interessante — continuou provocando.

— Vocês dois não tem jeito — Rogue revirou os olhos, seguindo os demais que já tinham ido em direção do castelo.

— Loira?

— Pensando bem, é uma boa ideia mesmo essa sua comemoração, mas depois pensamos nisso — sorriu divertida antes de seguir o moreno.

— ... Então tá.

—— // ——

Gatos corriam e pulavam de um lado para o outro, destruindo a pouca decoração feita de última hora, mas nenhum dos convidados estava ligando para isso, na verdade eles os olhavam admirados. Não é todo dia que você vê um castelo cheio de gatos que falam.

Xadrez não conteve sua alegria, a todo momento demonstrava sua gratidão para seus amigos, tanto que insistiu que ficassem para aproveitar uma refeição com ele e os outros gatos. Estava feliz por finalmente poder viver em paz sem alguém de outro mundo, literalmente, ameaçar seu Reino.

Dona Mikori explicou toda a confusão com o templo e tudo o que John tinha planejado. Tirando toda e qualquer dúvidas que os Dragões Gêmeos tinham sobre o assunto. Bem, quase todas.

— Para onde o John foi mandando? — perguntou Sting.

— Para o mundo dele — respondeu Tom. — Existem vários mundos paralelos, um deles chama-se Blaquita — disse rindo.

— Blaquita — riu com gosto.

— O que o nome tem de engraçado, Infelizmente esse mundo tem de maldade. Ele é controlado por um cara chamado Zifiro, no caso o Zeref de outro mundo.

— Como você sabe de tudo isso, Tom?? — perguntou Lector curioso.

— Bem...

— Não precisa responder se não quiser...

— Está tudo bem, é que é um assunto meio delicado — respirou fundo. — Eu vivi em Blaquita durante alguns anos. John sabe usar várias magias, uma delas é a Magia Celestial.

— Espera, ele é um Mago Celestial? — Lucy o olhou surpresa

— Era, ele desistiu a alguns anos atrás. John era um cara bom, ele me invocou e me levou para seu mundo para salvar grupos de gatos mágicos e trazê-los para a Terra.

— Espera, você está querendo dizer que...

— Quase todos nós, gatos desse Reino, nascemos em Blaquita. Nós não gostávamos de ser malvados como os seres vivos de lá, Jonh solidarizou-se com nosso drama e nos trouxe para cá

— Prometendo um lugar seguro para vocês?

— Exatamente. Ele criou a Floresta da Areia justamente para nós vivermos em paz, mas como vocês puderam ver, ele mudou e a floresta tornou-se uma pequena versão de Blaquita.

— Quando John mudou de lado, ele deixou de usar Magia Celestial e passou a criar criaturas malignas e a usar Magias Proibidas... O avô do Xadrez me procurou e eu escondi todos por anos — explicou Tom.

— Certo dia meu vô saiu do esconderijo e resolveu vasculhar a área, foi então que ele encontrou essas pedras — apontou para seus olhos. — Então usou o poder delas para criar um lugar alternativo dentro da própria floresta para ficarmos seguros. As pedras passaram dele para minha mãe e dela para mim.

— Por conta da magia das pedras, quem usa fica assim, metade branco e metade preto. Por decisão unânime dos outros gatos, quem estiver com a pedra é o responsável por comandar o Reino — Tom finalizou a explicação com um sorriso.

— Oh, eu nunca imaginei uma história assim, vocês são incríveis — Lector sorriu animado.

— Concordo, agora vocês poderão viver em paz sem ninguém para atrapalhar — disse Lucy animada.

— Graças a vocês — disse Xadrez.

— E a senhora, Dona Mikori? — perguntou Sting interessado no assunto.

— Eu sou apenas uma senhora que caiu dentro da floresta sem querer. Eu era uma jovem curiosa, um dia vi um portal no meio de um lago e decidi olhar, acabei parando aqui — riu de si mesma. — Minhas irmãs vieram me procurar e ficaram presas também. Então construímos um templo para espantar o mal da floresta, esse tornou-se nosso objetivo.

— Mas a senhora consegue sair, suas irmãs não?

— Todas conseguem, mas estávamos tendo avanço, por isso decidimos ficar aqui para ajudar a tornar a Floresta de Areia um lugar bom novamente.

— Com certeza é um bom motivo para ficar aqui — disse Rogue.

— Oh, você fala — Tom o olhou surpreso. 

— Mandou bem, Tom — Sting não se aguentou e começou a gargalhar, quase caindo da cadeira.

— Eu disse algo de errado?

— Não, ele só não é muito fã de ficar falando.

— Ao contrário de você — o moreno alfinetou.

— O que disse?

— Sem brigas, vocês dois. Nada de destruições — Lucy separou os dois Dragons Slayers.

— Vocês jovens vivem com energia — Dona Mikori sorriu carinhosamente. — Bem, acho que devemos ir até a floresta para saber o que está acontece...

— A Floresta de Areia não existe mais — um gato cinza entrou ofegante. — O templo foi trazido para cá, um pouco afastado do castelo e ninguém está ferido. Verifiquei o portal e ele leva para a Bacia de Ouro sem maiores problemas, o Reino dos Gatos não foi afetado, ele está normal e sem nenhum dano.

— Oh, seu plano deu certo, Xadrez.

— Sim, agora a Floresta de Areia não passará de uma lenda. Ninguém nunca mais cairá nas falsas promessas daquele homem — o Rei sorriu animado. — Obrigado pelas informações, Fred. Agora aproveite a festa também, você fez um ótimo trabalho.

— Sim, senhor — o gatinho sorriu e se uniu a bagunça.

— Vamos ir ver como está o templo? O último a chegar é um atum — riu e saiu correndo na frente.

— XADREZ — gritaram em uníssono seguindo o gatinho.

—— // ——

O grupo não conseguia acreditar no que seus olhos viam, o templo estava completamente renovado, todas as paredes brancas estavam de pé e completamente inteiras. Não parecia em nada com os escombros que lembravam.

Dona Mikori guiou todos pelos corredores, mostrando orgulhosamente cada centímetro do local. Passaram pela sala bem decorada em tons azuis, a cozinha espaçosa, uma biblioteca de fazer inveja, uma sala de poções e até salas de aulas, as quais Kaile e July ainda estavam arrumando. O templo inteiro era maior do que conseguiam imaginar.

Aproximando-se de uma porta marrom, a única diferente já que as outras eram cinzas, a senhora deu algumas batidinhas e esperou abrir.

A sala era imensa com pilastras grandes e um tapete vermelho que levava até uma escadinha. No topo da escada, doze cadeiras estavam enfileiradas, todas douradas e apenas uma estava vazia. Dona Mikori subiu até lá em cima e se sentou.

O silêncio reinou por pouco tempo, pois logo cada uma das senhoras começou a se apresentar e a falar coisas aleatórias ao mesmo tempo, iniciando uma pequena discussão. No meio da conversa a única coisa que conseguiram entender era que todas eram irmãs.

— SILÊNCIO! — gritou Dona Mikori. — Francamente, vocês não passam um dia sem me tirar do sério.

— Mas, irmã... — uma senhora morena começou a falar.

— Sem gracinhas. Bem, essas são as doidas das minhas irmãs mais novas — apontou para o lado. — Elas falam muito, é normal — riu.

— Hum... — Lucy olhava de uma para a outra.

— Parece que você percebeu algo.

— Sim, vocês são doze irmãs... Isso me lembra minhas chaves.

— Nós gostamos do número doze já que nos representa, por isso escolhemos as doze Chaves de Ouro para abrir o caminho para a Sala das Árvores.

— Agora as peças se encaixam...

— Com certeza. Muito bem, eu trouxe vocês aqui não só para conhecerem, mas sim para agradecê-los. Seremos eternamente gratas a vocês. Obrigada por nós ajudarem a ter o Templo das Senhoras de volta — sorriu agradecida.

Todas as senhoras levantaram-se no mesmo templo e curvaram-se em sinal de agradecimento.

— “Uma sala com senhoras eternamente agradecidas” — Rogue disse o último verso da profecia. — Acabou.

— Sim, a profecia está completa e nós evitamos o tal “futuro terrível” — Lucy sorriu animada.

— Com certeza vocês evitaram o pior, admito que eu estava curiosa para saber qual era a tal tragédia que a profecia dizia, mas fico muito feliz por não saber a resposta.

— Então... O que fazemos agora? — perguntou Xadrez já sabendo a resposta.

— FESTEJAMOS DE NOVO! — gritaram Lector e Sting em uníssono, dando o pontapé inicial para a bagunça começar de novo.

— Barulhentos — murmurou Rogue.

— Francamente, não tem jeito — sussurrou Lucy.

— O que não tem jeito, Loira? — perguntou Sting a abraçando.

— Você, seu bagunceiro.

— Eu? Eu sou o Rei da Organização, uma pessoa super calma e...

Lucy não o deixou continuar. Ficou na ponta dos pés e selou seus lábios com os do loiro, iniciando o beijo que ambos tanto ansiavam. As línguas logo se tocaram de maneira lenta, sem nenhum pingo de pressa. Tudo estava resolvido, então eles tinham todo o tempo do mundo para aproveitarem.

— Então, quais os planos para depois que sairmos daqui? — perguntou Lucy depois de cessarem o beijo

— Talvez outra aventura ou seria melhor férias? Ainda não sei, mas você e Lector estarão comigo e só isso importa — sorriu amoroso. — Agora vamos logo festejar, não vim aqui ficar parado — disse arrastando a loira para o meio da confusão.

Dona Mikori olhou emocionada para todos que estavam ali, por anos ficou pensando na profecia com medo do pior acontecer e agora ela estava ali, presenciando a vitória de jovens tão animados e determinados.

Os anos lutando por um lugar melhor valeram a pena, com toda certeza valeram e ela não poderia estar mais agradecida. Agradecida por todos estarem seguros, pelo templo estar de volta ao normal, por todos estarem felizes.

E, principalmente, agradecida por ter conhecido crianças tão incríveis, tudo ter voltado a ficar em paz e a luz finalmente ter reinado. Ela não queria mais nada, afinal tudo o que desejou estava ali, bem na sua frente e nada, nada a fazia mais feliz do que a felicidade de todos ao seu redor.


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