A Floresta de Areia escrita por ShiroiChou


Capítulo 28
Um passo para o fim


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas o/
Acabei de escrever e não me aguentei, então vai ser de madrugada mesmo.

Lutas não são meu forte, mas acho que ficou bem dinâmico. Espero que gostem :3

Boa leitura!



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Dona Mikori olhava ao redor desesperada. Ela sabia exatamente o que estava acontecendo do outro lado, mas tinha medo de se afastar do guarda-roupa e alguma criatura aparecer e tirar a Placa de Pedra da parede, prendendo todos no Reino dos Gatos.

Nem em seus piores sonhos imaginaria que John era o criador de tudo aquilo, isso explicava como ele conseguia movimentar o de um lugar para o outro sem problemas. A sua teoria de que ele era inofensivo tinha ido para o ralo.

Xadrez tinha um plano, ela tinha certeza do que ele pretendia fazer e a ideia não a agradava, por isso ela decidiu intervir de alguma forma.

Afastando-se do guarda-roupa, Dona Mikori ligou para suas irmãs e pediu que elas ficassem de olho no templo, enquanto ela iria ajudar os magos. Antes que pudesse pensar, todas já estavam em suas devidas posições.

Minutos depois Dona Mikori estava em cima da colina, no Reino dos Gatos. O objetivo era infiltrar-se sem ser percebida, para então ajudar a evitar que a destruição fosse maior e se arrastasse para outros locais além do castelo. Ela só precisava pensar em como fazer isso.

—— // ——

— Parece que terei que mostrar o que sei — John olhou com superioridade para os demais.

Os olhares trocados foram o suficiente para a batalha começar. Sting queria acabar com a luta o mais rápido possível, ele sentia a magia vinda do inimigo e sabia que seria perigoso prolongar aquela situação, por isso ativou seu Dragon Force e partiu para cima.

John não ficou para trás. Com sua magia, envolveu seu corpo de areia e tentou acertar seu punho no loiro que desviou. Continuou com a sequência de ataques, usando suas pernas e braços para tentar ao menos tocar em seu alvo, mas Sting era esperto e desviou de cada ataque.

Irritado, o moreno criou novas criaturas que rapidamente foram destruídas por um rugido vindo do loiro.

— Você luta bem, mas sua sorte não vai durar por muito tempo.

— Engraçado, a sua também não — retrucou o loiro. — Rugido do Dragão Branco.

O ataque atingiu em cheio, empurrando o moreno para o andar inferior e desfazendo sua proteção de areia. Lucy vendo isso como uma oportunidade, andou de fininho até Kaile e July e bateu com seu chicote nas criaturas que os seguravam.

Xadrez olhou admirado, afinal não esperava que ela fosse ajudar seus inimigos sem pensar duas vezes. Nessa hora, Lucy o olhou e então reparou melhor em seus olhos, surpreendendo-se com o que viu.

— Xadrez, seus olhos...

— São óculos, não meus olhos de verdade.

— Entendo... Então o sonho do Sting queria dizer isso.

— Ele sonhou com as pedras? Interessante, então não sou louco por querer seguir meu plano — sussurrou.

— Disse algo?

— Não, nada. Apenas achei estranho ele sonhar com meus óculos.

— Então, sem querer atrapalhar, mas por que nos soltou? — perguntou Kaile.

— O inimigo mudou, preciso da ajuda de vocês.

— Está de brincadeira?

— Não. Acredito que vocês aprenderam uma lição hoje — sorriu compreensiva. — Então, vão me ajudar ou não?

— O que temos que fazer? — perguntou July dando um passo para frente.

— Sting não vai segurá-lo por muito tempo, por isso quero criar uma armadilha para usar quando as coisas ficarem complicadas.

— Hum... Eu sei o que podemos fazer, mas precisamos de algumas cordas mágicas. 

— Cordas mágicas é o que mais tenho na minha bolsa — Dona Mikori entrou na sala, segurando-se na parede ao sentir um tremor. — Aqueles dois estão lutando para valer

— Você, você é a avó daquela garota da minha guilda. Mikori, senão me engano — disse Kaile.

— Não sou a avó, eu sou a Mikori, querido — sorriu travessa.

— Mikori... É verdade, uma moça chamada Mikori nos ajudou a escapar do ataque da guilda do Kaile antes — concluiu Lucy surpresa. — Era a senhora, como não percebi?

— Não importa agora, o que fazemos com essa corda? — apontou para sua bolsa.

— Vamos subir até o última andar, lá a gente monta a armadilha, depois descemos devagar e pegamos aquele fantasma ambulante. O que acham? — propôs July.

— Boa ideia, vou levá-los até lá em cima — Xadrez saiu na frente.

O caminho até o topo da torre não era longo, mas foram obrigados a fazer algumas pausas por conta das tremidas que a estrutura sofria.

— Santo Ray! — ouviram Sting gritando.

— Se esse ataque não derrotar aquele fantasma, nada acaba — sussurrou Lector para Lucy.

— Realmente... Como ele é um fantasma é mais difícil — sussurrou Lucy de volta.

— Ele não é um fantasma. Ele apenas consegue se transformar em um — explicou Kaile

— Sério? Isso facilita as coisas, eu acho...

— Chegamos — anunciou Xadrez.

O topo da torre ficava ao ar livre, mas apenas metade ainda estava de pé. O chão era formado por paralelepípedos de pedras, assim como a meia parede que rodeava a área. July nem perdeu tempo reparando em detalhes, pediu as cordas e rapidamente começou a juntar uma na outra.

Depois que todas estavam unidas, ela passou a fazer movimentos rápidos com as mãos e, pouco a pouco, uma rede foi se formando diante dos olhos de todos que assistiam a maga trabalhando.

— Incrível, nunca vi alguém com tanta habilidade assim — elogiou Dona Mikori.

— Obrigada. A minha magia se chama “Afinidade com Objetos”, eu consigo entender como objetos mágicos ou com magia se comportam, dessa forma posso manipulá-los de acordo com a minha vontade — explicou July.

— Oh, eu não sabia que existia uma magia assim, é impressionante! — exclamou Lucy admirada.

— Não é para tanto — murmurou envergonhada.

— Muito bem, o que faremos com essa rede? — perguntou Kaile.

— Simples, nós vamos “pescar” o inimigo — sorriu.

— E vai funcionar?

— Claro que vai, garoto. Essa não são cordas comuns, mas sim cordas que impedem o uso de magia —disse Dona Mikori animada. — Agora chega de papo, vamos logo antes que o problema se torne maior.

— Dona Mikori tem razão... Tem algum lugar por onde podemos passar sem sermos percebidos, Xadrez? — perguntou Lucy olhando ao redor. — Xadrez?

Todos olharam ao redor procurando o gato, mas ninguém o encontrou. Provavelmente ele saiu de fininho quando todos estavam distraídos, admirando as habilidades da ruiva.

— Para onde ele foi? — Lector ativou sua magia e olhou ao redor.

— Não sei, Lector, mas acho melhor a gente se apressar. Não estou com um bom pressentimento...

—— // ——

Xadrez correu como nunca, desviando dos escombros com maestria. A ideia da rede era realmente muito boa, ele admitia, mas não funcionaria. John não cairia tão facilmente em uma armadilha tão simples, antes que sequer se aproximassem dele, ele detonaria com o plano sem dó nem piedade.

O caminho ficava mais difícil conforme corria, porém isso não o impediu de continuar e chegar até seu destino.

Sting respirava ofegante, sua magia estava no limite e seu inimigo continuava em pé, sem nenhum arranhão. Para poupar magia, o loiro estava focando em ataques físicos que não estavam sendo muito eficazes, já que John transformava-se em fantasma quando se aproximava.

— Você é persistente, tenho que admitir — Johm sorriu, desviando de um chute.

— Um pouco — sorriu de volta. — Garras do Dragão Branco — tentou um novo ataque, mas foi surpreendido pelo moreno que segurou seus braços.

— Eu consigo sentir, sua magia está no limite e seus ataques não estão mais funcionando. Que tal desistir? Prometo que serei bonzinho — sugeriu, segurando-o mais forte.

— Nunca.

— Depois não diga que eu não avisei... Casulo de Areia.

Através de suas mãos, John começou a transferir areia para o braço do loiro que olhava tudo sem entender. A areia seguiu do braço até seus pés, onde começou a acumular, prendendo-o no chão.

— Agora decidiu me prender? Isso é medo de que eu consiga acertar você? — provocou.

— Não tenho medo de pirralhos idiotas, além de que isso não foi feito para prender e sim para segurar alguém inconveniente.

— Não é a mesma coisa?

— Bem, prender deixa a pessoa presa, obviamente. Meu casulo vai subir e subir, até cobrir seu corpo todo. E sabe o que vai acontecer quando ele chegar no seu rosto, tampando sua boca e nariz?

— ...

— Parece que você entendeu — sorriu macabro, vendo a areia chegar na cintura do loiro. — Eu não queria chegar nesse nível, mas você não me deu escolha. Espero que aproveite bem seus últimos minut...

— Abra-te, Portão da Portadora da Água, Aquarius — interrompeu Lucy, com um como em uma mão e a chave em outra.

— Como ousa me invocar em um MÍSERO COPO DE ÁGUA? — perguntou Aquarius nervosa.

— Desculpa, foi o que deu para arrumar no meio do caminho.. — respondeu Lucy com medo.

— Um sereia brotando de um copo de água, agora já vi de tudo — John riu com gosto.

— O QUE DISSE? Agora vocês vão sofrer as consequências.

Aquarius não deu tempo nem para segurarem a respiração. A água que saiu de seu jarro inundou o local em questão de segundos, desfazendo tudo o que era de areia, desde o casulo até todas as criaturas antes invocadas.

Jonh não teve chance de se transformar em fantasma, foi arrastado pela água junto com os demais e só conseguiu escapar quando Aquarius desapareceu, murmurando algo sobre ter um encontro.

— Francamente, quem essa maluca acha que é? — levantou-se nervoso.

— Alguém que confirmou minha teoria e deu esperança para meu plano — respondeu Xadrez.

— Xadrez, você não vai fazer o que eu estou pensando, vai? — perguntou Dona Mikori.

— Desculpa, mas vou... Espero que todos escapem, mas caso o pior aconteça, foi bom conhecer vocês — sorriu triste, enquanto as duas pedras brilhavam na frente de seus olhos.

— Xadrez... — sussurrou Lector.

— Balança da Vida. PURIFICAÇÃO ETERNA! — gritou enviando toda sua magia para as pedras.

Metade do lugar ficou branco, metade preto. Ninguém sabia o que estava acontecendo, não conseguiam ver ou ouvir algo. A força da magia puxava-os para o chão e o som de explosões podiam ser ouvidas em várias direções.

Xadrez murmurava palavras estranhas, ele era o único que conseguia falar. Em questão de segundos, ele ficou em silêncio, nada parecia ter acontecido até o lado preto começar a crescer, expulsando o lado branco. 

O resultado era incontestável... O lado das trevas estava vencendo.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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