A Floresta de Areia escrita por ShiroiChou


Capítulo 20
Passado esquecido


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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— Lucy, você está me escutando? — Sting sacudia a loira há alguns minutos.

— Sting? — perguntou abrindo os olhos.

— Sim. Como se sente?

— Estranha, eu não sabia que dava para desmaiar em um sonho....

— Desculpa, a culpa é minha...

— Como a culpa pode ser sua? Eu quem deveria ter ido no médico faz tempo.

— Um médico não resolverá o que você tem.

— Por que você acha isso? O que mais você esconde de mim?

— Lucy, vou te fazer uma pergunta... O que você se lembra dos últimos três anos?

— Bem, teve todo aquele problema com o Zeref recentemente e... — começou a explicar, mas foi interrompida.

— Isso foi há três anos atrás.

— O quê? Como isso é possível, eu não estive em nenhum lugar diferente e não fui afetara por nenhuma magi... Sting, aquela magia que você fez...?

— Sim, ela impede que minha maldição machuque alguém, mas para isso ela tem dois sacrifícios: três anos de memória das pessoas que tem contato comigo e magia.

— Magia?

— Sim. Minha magia está sendo drenada constante e lentamente tanto pela maldição quanto pela magia que eu fiz, por causa disso eu acabei desenvolvendo Insuficiência Mágica.

— Tem cura?

— Não sei... Rogue está me ajudando nisso já que ele não foi afetado pela magia.

— Minha tontura tem algo a ver com essa magia?

— Tem, mas seu caso é diferente, pois...

— Pois?

— Quando uma pessoa tem algum envolvimento romântico com quem usou a magia, as memórias não são apagadas de uma vez. Cada tontura é uma renovação dos efeitos da magia.

— Envolvimento romântico? — perguntou corada.

— Sim.

— Então a gente...?

— Namorávamos há dois anos e meio...

— Sting, porque não me contou antes?

— Eu não sabia qual o efeito que isso faria em você, afinal você não se lembra de nada, isso poderia te machucar...

— O que preciso fazer para recuperar minhas memórias?

— Você está maluca? A maldição vai te afetar.

— Não vejo muito problema nisso, sabe. Estamos indo para uma floresta estranha onde as trevas dominam, uma maldição não me parece tão assustadora.

— Lucy...

— Eu quero lembrar, Sting. Eu preciso lembrar.

— Ok, mas precisamos sair daqui primeiro. Não vai funcionar sem nossos corpos.

— O que você disse? — perguntou envergonhada.

— Que precisamos dos... Espera, no que você pensou, senhorita Lucy? — riu com gosto.

— Em nada. Anda, vamos procurar um jeito de sair daqui.

—— // ——

Descobrir um meio de sair foi mais difícil do que os loiros imaginavam. O lugar não tinha nada, então apenas andaram em linha reta, sempre conversando sobre assuntos aleatórios que não envolviam o passado, profecias, magias e maldições.

Nenhum dos dois fazia ideia de quanto tempo andaram, como tudo não passava de um sonho podia ter se passado apenas alguns minutos, até mesmo semanas como no caso da loira.

— AH! Que raiva — Lucy puxava os próprios cabelos em desespero.

— Vai ficar careca assim...

— É um sonho, não acho que mude algo... Eu só queria sair daqui!

— Fala isso de novo.

— Eu quero sair daqui?

— Isso, de novo — sorriu animado.

— Está ficando doido?

— Olhe ao redor, Loira. O que você vê?

Lucy olhou ao redor com atenção e viu quase na sua frente um círculo branco, mais ou menos do tamanho de uma bola de futebol. Aproximou-se com cuidado e tocou o círculo, sua mão atravessou e não apareceu do outro lado, era como um mini portal.

— Eu quero sair daqui — falou olhando para o círculo que dobrou de tamanho. — Deve ser o portal para sairmos!!!

— Continua falando, vamos sair daqui.

— Sim!

A loira falou que queria sair mais seis vezes, só então o portal ficou em um tamanho bom para os dois pularem dentro e tudo apagar.

Em menos de dois minutos os dois acordaram em suas respectivas camas. Lucy não perdeu tempo, tirou o pano que estava em sua testa e correu para o quarto do loiro, entrando sem bater, dando de cara com um Sting pensativo sentado na cama com um frasco rosa nas mãos.

— Não confio muito nessa maldição, assim como não confio na magia que eu fiz. Por isso criei esses comprimidos, eles prometem trazer temporariamente a memória da pessoa de volta.

— Quanto tempo dura o efeito?

— Dois dias, depois desse tempo todas as memórias serão apagadas novamente, inclusive nossa conversa sobre o assunto.

— Sting!

— Não vou arriscar sua vida, Lucy.

— Entendo... Passa pra cá.

— Aqui — entregou o frasco para a loira. — Eu sei o que está pensando, mas só tem um aí dentro.

— Ok...

O efeito foi imediato, as memórias voltaram todas de uma vez causando dor de cabeça na maga. Sting já estava preparado, pois sabia os efeitos do comprimido, então levantou-se e guiou Lucy até sua cama onde a deitou.

— Sting...

— Hum?

— Eu... Eu...

— Você?

— Eu me lembro de tudo — sorriu animada antes de se jogar em cima do loiro.

—— // ——

— Duas semanas andando, cadê aqueles pirralhos? — Kaile reclamava a cada segundo.

— Talvez se você não tivesse dado aquela dica para eles, nós já teríamos entrado na Floresta antes deles — July segurava a placa de pedra.

— Ah, irmãzinha. Você acha mesmo que com aquela simples dica eles acharam a entrada?

— Acho, meu rastreador nunca falha. Eles estão parados faz um bom tempo naquela cidade Bacia de Ouro. Desde que começamos essa busca eles nunca ficaram tanto tempo em um mesmo lugar.

— Hum... Então a entrada deve estar lá... Você é inteligente, sabia?

— Tanto faz. Vamos logo voltar para aquela cidade antes que aquele ser apareça de novo para me irritar.

— Ele está te ameaçando? — perguntou com raiva.

— Não. A presença dele apenas me arrepia.

— Ele é um fantasma, é normal essas reações.

— Por isso que acho duplamente estranho.

July continuou guiando-se pelo rastreador, por estarem andando nas áreas ao lado da cidade era impossível se perder. Ela sabia o quanto seu irmão estava impaciente para chegar logo em seu destino, afinal esse era seu sonho.

A cidade logo pôde ser vista, estava de noite então não tinha problema nenhum em vasculharem tudo sem serem percebidos. O primeiro passo foi ir justamente na fonte no centro da cidade, afinal era nela que estava escrita a profecia.

Olharam cada parte, sempre conferindo para ver se ninguém aparecia. Quando não encontraram nada, eles separam a investigação em duas partes: July verificaria o topo da fonte e Kaile a base.

O moreno olhou toda a parte da base e percebeu que, diferente do resto da estrutura, uma parte estava afundada, ela mostrava a imagem de uma chave. Kaile encostou na imagem e ela se iluminou, abrindo a estrutura em dois e caindo no chão, assustando July.

— O que você fez?

— Tinha a imagem de uma chave já afundada, com certeza já foi ativado.

— Entendo, essa deve ser a entrada. Vamos precisar das pedras, não?

— Nós não temos as pedras.

— Eles também não, mas conseguiram entrar.

— Kaile...

— O quê?

— Não estou com uma boa impressão desse lugar.

— Você não é uma impressora, é por isso — riu quebrando o clima tenso.

— Idiota. Vamos logo antes que eu desista.

A abertura não tinha nada demais, Kaile já tinha ouvido boatos de como entrar, mas dessa vez foi mais fácil já que ele sabia que o lugar era real e o quadro já estava no chão. Apenas precisavam entrar e foi isso que fizeram.

No momento em que entraram eles já fecharam os olhos, grãos de areia voavam para todos os lados e em todas as direções, impedindo a visão.

— Ah, você chegaram. Achei que teria que ir até lá buscar vocês, isso que eu ainda transferi a entrada para debaixo da Bacia, coisa que não fiz com aquelas crianças... Muito bem, sejam bem-vindos à Floresta de Areia — o fantasma sorriu mostrando seus dentes.

— Então essa é mesmo a tal Floresta — July olhou ao redor admirada.

— Sim, venham comigo. Temos muito o que fazer — apontou para uma estrutura quebrada no meio da areia.

— Kaile...

— Já estamos aqui, vamos seguí-lo. Apenas confie em mim, certo.

— Sim.

Os dois seguiram o fantasma até os escombros, entrando com cuidado para que não pisassem em falso. Quando já estavam dentro eles finalmente descobriram como estava o andamento do plano e sorriram. Tudo estava nos conformes, agora eles apenas precisavam do item mais importante para que tudo desse certo: uma vida.


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