A Floresta de Areia escrita por ShiroiChou


Capítulo 14
Irrastreável


Notas iniciais do capítulo

Olá o/
Sobre o capítulo, apenas um recadinho: não confiem em tudo, nunca se sabe o que pode acontecer, né?

Boa leitura!



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Kaile estava determinado em realizar o “resgate” das duas pedras, mas ele não contava com uma magia paralisadora lançada por alguém inesperado: um dos membros da sua guilda.

Uma mulher de longos cabelos azuis ria macabramente entre os membros, ela tinha os olhos verdes, quase brancos. Em sua mão uma esfera de magia prendia cada pessoa ali, menos os envolvidos na profecia.

— Mikori, o que pensa que está fazendo? — Kaile praticamente rugiu a pergunta.

— Eu? Eu estou apenas ajudando esses quatro.

— E por que raios você está fazendo isso?

— Porque fui mandada aqui para isso, meu destino era salvar esses magos uma vez. Você trouxe magos poderosos para atacar essas crianças, eu nunca deixaria isso.

— Não acredito que me enganou durante todos esses anos...

— Não enganei, apenas escondi a verdade. Fujam daqui antes que eu cancele a magia, crianças. Esperarei vocês na Floresta e os guiarei nela, mas por enquanto apenas posso fazer isso.

— Muito obrigada, moça — Lucy agradeceu.

Mikori não precisou falar uma segunda vez, os quatros saíram de perto do grupo o mais rápido que conseguirem. A maga libertou todos da magia, desviou de um ataque de espada desferido por Kaile e desapareceu, rindo novamente.

— Maldita... Continuem rastreando aqueles idiotas, AGORA!

— SIM, MESTRE! — cada um foi para uma direção.

— Eu ainda pegarei aquelas pedras, por bem ou por mal.

—— // ——

Depois do episódio na cidade que não sabiam o nome, o grupo foi seguido diversas vezes sem chance de descanso, tanto que foram obrigados a desviar o caminho tantas vezes que esqueceram-se de seguir até a Vila do Sal.

A guilda Death and Dark era muito persistente, eles organizavam-se em vários grupos e, a cada nova perseguição, alternavam-se para seguir os pobres magos que só queriam uma noite de sono decente.

Em uma das perseguições Lucy conseguiu encontrar o perfume, quase pulou de felicidade quando viu. Finalmente, com essa nova aquisição, todos conseguiram ter um momento de paz.

Espirraram o conteúdo do frasco em suas roupas e esperaram. Um dia, dois dias, três dias. Ninguém apareceu, mesmo eles acampando no meio de uma floresta, isso era um ótimo sinal, o perfume funcionou.

Os dias que passaram esperando serviu para descansarem corretamente, sem precisarem se preocupar em acordarem no meio da noite para fugir, por isso naquela manhã acordaram animados e determinados à continuarem seu caminho.

Para a sorte dos quatro a cidade para onde estavam indo tinha um porto, o mesmo podia ser visto da entrada. Não perderam tempo olhando os arredores, seguiram diretamente para o porto e pegaram um navio que faria sua primeira parada na Vila do Sal.

Dessa vez eles pegaram dois quartos. Como Lector queria ficar conversando com Xadrez, Sting ficou sozinho em um dos quartos e aproveitou para ligar para Rogue.

— O que foi, Sting?

— Que mal humor, cara. Liguei para saber se chegou mais alguma coisa.

— Hum... Nada, estou na sua casa agora e não vi nenhuma carta...

— Certo...

— Já resolveu o que vai fazer?

— Quem dera, estou numa encruzilhada...

— Entendo... Vou continuar pesquisando, se alguma coisa chegar eu ligo para avisar. Só fala com ela.

— Ok... — encerrou a ligação. — Desculpa, Rogue, mas não posso falar com ela...

— Sting? — chamou Lucy batendo na porta.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou abrindo a porta.

— Sim, descobri como fazemos para arranjar magia enlatada — deu pulinhos no lugar, mas encostou-se na parede ao sentir sua cabeça girar.

— Lucy — Sting a segurou para que não caísse.

— Eu estou bem, foi momentâneo. Isso está muito estranho, será que estou doente?

— Duvido muito. Então, como conseguimos a magia enlatada? — desconversou.

— Eu deixei aqueles dois dorminhocos no quarto e dei uma andada pelo navio, no restaurante do navio tinha uma senhora falando de um jeito escandaloso — explicou, mesmo estranhando a atitude do loiro.

— E ela te contou sobre a lata?

— Não, mas ela espalhou a informação para quem quisesse ouvir — riu. — Precisamos de uma lata mágica vazia, depois só temos que armazenar um pouco de nossas magias dentro dela. Não é fácil?

— Eu achei que já vendia pronto...

— Eu também, agora você não sabe a melhor parte.

— Tem mais? — perguntou surpreso.

— Tem! Ela também falou que a vila para onde vamos é especialista em fazer as coisas com sal.

— Isso já sabemos...

— Deixa eu terminar! Eles comercializam o que eles fazem em troca de cristais de sal, podemos encontrá-los em uma caverna na parte mais alta da vila.

— Então eles não fazem os itens com sal do mar?

— Não. Incrível, né?

— Com certeza. Agora estamos bem mais encaminhados.

— Acredita que eu ainda não terminei? Ela falou mais coisas...

— Essa mulher é o quê? Jornalista?

— Não sei... A última coisa que ela falou antes de se levantar foi que a lata pode ser encontrada facilmente em qualquer loja da Vila do Sal.

— Você está de brincadeira?

— Não — sorriu.

— Loira, isso é incrível — fez a dancinha da vitória.

— Cruzes, não acredito que vi isso... Depois dessa eu vou embora. O navio vai chegar na vila daqui alguns minutos — informou antes de sair do quarto.

Lucy rumou para seu quarto, tomou um banho e trocou de roupa a tempo do navio parar. Saiu segurando Lector e Xadrez no colo. Quando chegou na parte de fora, parte da tripulação já estava pronta para desembarcar.

A vila ficava em uma ilha não muito grande, as construções de madeira tinham o telhado branco, talvez para combinar com o nome do lugar. Depois da vila tinha uma pequena montanha aparentemente com neve, em seu topo uma abertura podia ser vista.

Assim que o navio desceu suas pontes, as pessoas saíram animadas. Lucy esperou Sting e quando ele chegou rumaram para a montanha. Os habitantes eram muito simpáticos com os visitantes, o loiro até parou para conversar com uma senhora sobre a montanha, ela não sabia muito sobre o lugar onde estavam os cristais, mas falou que cinco cristais seriam suficiente para comprar tudo o que queriam.

Com a informação em mãos, os dois subiram a montanha facilmente, não era muito alta e tinha um caminho próprio para subir. No meio do caminho Sting acabou escorregando e caindo no chão, a queda servia para descobrir que onde pisavam não era neve e sim sal.

A caverna iluminada por tochas fazia os cristais brilharem, o problema estava em tirá-los das paredes. Sting foi o primeiro a tentar, pegou um dos cristais e puxou, vendo o mesmo despedaçar-se em vários grãozinhos.

— Pelo jeito vocês não são daqui — uma senhora ria levemente. — Eu sou a Samantha, sou a responsável por guiar os viajantes na hora da mineração.

— Prazer, nós somos... — Lucy tentou se apresentar.

— Lucy, Sting, Lector e Xadrez. Minha magia permite que eu saiba quem é a pessoa só de olhar. Como estão aqui suponho que querem alguns cristais.

— Sim, precisamos de cinco.

— Ótimo, para tirar os cristais vocês precisam ser delicados. Leves tapinhas e petelecos são o suficiente — explicou, demonstrando como vazia. — Se vocês usarem força demais eles viram sal. Também é necessário certos cuidados ao guardarem os mesmo, qualquer pancadinha e já era.

— Entendo... Bem, vamos ao trabalho.

Lector e Lucy conseguiram tirar um cristal cada, mas não foi tão fácil. Quando Samantha disse que não deveriam usar força demais ela falou sério, os tapinhas que a mesma disse significavam pequenas batidinhas com as postas dos dedos. Até descobriram o jeito certo de fazer acabaram quebrando alguns cristais.

Por outro lado os outros dois não tiveram a mesma sorte. Sting no primeiro toque já quebrava tudo e Xadrez não ficava para trás, como os cristais ficavam um pouco altos ele pulava para tentar pegar e não conseguia medir a força. A pior parte era que, pelas regras, cada um só podia pegar um cristal, ou seja, os que conseguiram não podiam fazer nada além de esperar.

Quase meia hora depois eles conseguiram. O quinto cristal foi dado por Samantha, assim eles não precisariam voltar no dia seguinte para buscar. Para impedir qualquer dano aos cristais eles preferiram levar todos nas mãos/patas, desceram a montanha com o mesmo cuidado que uma pessoa com uma bandeja cheia de copos.

Quando conseguiram chegar na base da montanha, respiraram aliviados. Entraram na primeira loja mágica que encontraram e fizeram o pedido. Não demorou muito e tudo estava pronto.

Escolheram um restaurante qualquer com uma mesa mais isolada, sentaram-se e olharam as instruções para montar a bússola. O primeiro passo foi encher a lata de magia para depois mergulhar a pedra dentro, depois que a pedra começou a brilhar eles colocaram em cima da lácrima, por fim apoiaram o ponteiro no topo de tudo.

A pequena estrutura começou a balançar, sem derrubar nada. Uma luz forte cegou os quatro e, quando conseguiram abrir os olhos, a bússola estava pronta. Parecia uma simples bússola redonda de ouro, com a diferença do interior completamente verde e um ponteiro azul que brilhava incansavelmente apontando para uma única direção.

— Agora podemos levar você de volta para casa, Xadrez — Lector voava feliz.

— Sim, finalmente.

— E o que estamos esperando? Vamos logo — Sting correu, puxando todo mundo junto com ele. — Próximo destino: Floresta de Areia!


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Notas finais do capítulo

Nos vemos no próximo :3



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