Um Deus entre os Mortais escrita por Pandora


Capítulo 2
Batalha ao pôr do Sol.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora kkk Mas como o prometido está aí.
Espero que gostem deste capitulo muito longo na minha opinião...



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Trezentos anos depois...

 

As velhas árvores daquele bosque outrora escondido pouco haviam mudado. Suas copas altas e espaçosas mantiveram suas cores intensas, enquanto os córregos continuavam com a mesma calmaria e suavidade, sem presa em percorrer os muitos quilômetros por entre os troncos. Até mesmo os animais que ali moravam viviam despreocupadamente, sem medo de possíveis predadores.

Mas em meio ao belo som da natureza, todas as manhãs, era possível ouvir um barulho estridente. Um eco muitas vezes irritante era levado pelo vento, percorrendo as gramíneas e arbustos daquela parte do bosque. Sons de lâminas que, sem o menor pudor, se chocavam inúmeras vezes em uma dança incessante e harmoniosa.

Perto de uma cabana perdida na mata, rodeada por um grande jardim cujas flores sempre se mostravam vivas e bem cuidadas, um jovem duelava com uma mulher de cabelos cor de fogo. O garoto de pele bronzeada e cabelos negros analisava sua adversária com uma expressão séria e intimidadora, algo que há muito fora instruído a fazer.

Essa havia sido uma de suas primeiras lições, e sem dúvida a mais repetida, quando, ainda pequeno, começou seu treinamento. “Em uma luta, mesmo que você esteja em desvantagem tanto em poder quanto em número, nunca deixe transparecer seu nervosismo perante seus inimigos, por mais extremo que ele possa ser”. Seus olhos verdes possuíam duas pequenas chamas que queimavam incessantemente em direção à deusa da lareira, enquanto se lembrava das muitas vezes em que ela recitara essas mesmas palavras para ele. Um pequeno sorriso surgiu no rosto da mulher que viu que sua primeira lição havia sido apreendida. Mas tal expressão mudou logo após receber mais um golpe do garoto.

Héstia, por mais habilidosa que pudesse ser decorrente dos seus milhares de anos, não se considerava uma guerreira assim como Atena ou Ártemis. Pois afinal, eram as deusas da sabedoria e estratégia em batalha, vida selvagem e caça. Seria ingenuidade se comparar com elas. Mas mesmo não possuindo tamanha habilidade como suas sobrinhas, a deusa da lareira não ficava para trás, sendo altamente jeitosa no que fazia. Comparada a deusas como Afrodite, que só se importava consigo mesma e não com treinamentos, Héstia podia se considerar um grande prodígio.

Perseu desviou de mais um golpe investido em sua direção, não demorando muito para revidá-lo. Era comum entre eles fazer aquele tipo de exercício todas as manhãs. Há décadas treinavam naquela mesma clareira, que acabou se tornando sua casa. E todas as manhãs o garoto cometia o mesmo erro que o fazia se arrepender pelas próximas horas. E aquele dia não podia ser diferente...

Em uma tentativa falha de se desviar da lâmina da deusa, acabou por se desequilibrar e invadir o jardim que com muito cuidado era cultivado por ela. A única coisa que pôde fazer antes de parar de pisar nas tulipas e begônias, foi pensar no quanto ele queria estar em outro lugar naquele exato momento...

O que antes era uma luta amistosa, acabou por se tornar um treinamento complexo envolvendo reflexos apurados. Qualquer descuido ou perda de concentração seja ela por um instante sequer, seria cruelmente atingido por uma das muitas bolas de fogo que eram lançadas em sua direção sem o menor receio. Enquanto desviava, observava os olhos de sua oponente se incendiarem e seus cabelos se movimentarem para todas as direções furiosamente.

Algumas cambalhotas para o lado seguidas de alguns rolamentos, foram o suficiente para que o menino se aproximasse da mulher que o encarava com fogo nos olhos. Em um movimento rápido com a espada, ele conseguiu girar sua lâmina fazendo com que ela se chocasse com a da adversária, arrastando-a para metros além de onde os dois estavam. E para não perder a chance, posicionou sua lâmina junto ao pescoço da deusa que o fitava com um misto de admiração e orgulho.

— Parabéns, meu filho, vejo que finalmente me superou.

O jovem deus, com a respiração acelerada e com o acúmulo de suor em sua testa, não conseguiu impedir que um sorriso de triunfo surgisse em seus lábios. Já fazia duzentos e cinquenta anos que tentava superá-la.

Héstia em condições semelhante a de Perseu, não conseguia esconder sua felicidade demonstrada em um gracioso sorriso. Mais ao mesmo tempo que se sentia demasiadamente feliz, olhava para o filho tentando ao máximo esconder seus reais sentimentos. Sabia que o momento de seu menino estava próximo, e que ele teria de começar a trilhar o próprio caminho.

— Até que enfim progrediu em seu treinamento, Perseu — falou Hera aparecendo em um brilho ofuscante.

— Tia Hera — falou o garoto, correndo em sua direção, esmagando-a em um grande abraço. — Levou algum tempo, mas finalmente consegui derrotar minha mãe em uma disputa . — Terminou o garoto lançando novamente um sorriso para a deusa dos cabelos vermelhos.

As deusas, ambas com aparência de trinta anos, lançavam olhares orgulhosos para Perseu. Mas Héstia pôde perceber algo diferente nos olhos da irmã que ela tentava esconder.

— Creio que não foi só pelo progresso do meu filho que viste, não é Hera? — Perguntou curiosa Héstia.

— Receio que tenha razão, Héstia — respondeu, terminando o abraço. — Zeus marcou uma reunião de última hora, e quer a presença de todos os deuses. Vim lhe chamar pessoalmente antes que outro o fizesse. — olhando para Percy. O menino sem querer demonstrar lançou um olhar triste em direção a uma das árvores na orla do bosque.

— Compreendo. — Héstia também fitou o filho. — Perseu, poderia ir para dentro buscar algo para Hera beber?

— Claro, mãe. Já volto....

As duas deusas observaram o menino se dirigir à cabana e sumir porta adentro.

— Está chegando o momento de contar a ele — falou Hera. — A profecia do oráculo deu-se início, e você sabe que ela se refere a ele.

— Não irei envolver meu menino. Eu o mantive afastado até agora, não o incluirei em um futuro que poderia causar sua morte — falou Héstia, não conseguindo impedir que lágrimas escorressem pelos cantos de seus olhos. — Não conseguiria suportar viver sem ele.

— Minha irmã, você é a deusa da esperança. Não acha que tem que ter um pouco de fé em seu próprio filho? — questionou a mulher de cabelos castanhos, presos com em uma coroa dourada com pedras incrustadas.

Quando Héstia ia responder, foi interrompida.

— Voltei. — Perseu surgiu carregando em uma das mãos um cálice cheio com uma bebida de coloração exótica. — Aqui está, néctar como a senhora gosta, tia.

— Obrigada, meu querido. — A deusa bebericou uns goles enquanto observava sua irmã presa em pensamentos. — Bom, como estava dizendo, temos de ir Héstia. Sabe como Zeus fica quando demoramos para nos reunir.

A deusa da lareira se aproximou do seu filho que, como de costume, abaixou um pouco a cabeça para que ela pudesse depositar um simples beijo em sua testa.

— Perseu, irei com Hera ao Olimpo. Pode ser que demore mais que das outras vezes. Então não fique esperando por mim. Tome cuidado e tente não chamar muita atenção dos mortais de novo — repreendeu o menino, que virou o rosto um pouco envergonhado com a embaraçosa lembrança. — Tentarei voltar o mais rápido possível, assim que a reunião acabar.

— Eu entendo, mãe. Ficarei aqui como sempre — falou em um desânimo palpável. — Não se preocupe, não tentarei chamar atenção. Boa sorte com o conselho. — Se despediu com um abraço e um beijo nas bochechas da deusa.

Com o término da despedida, Hera entregou o cálice para o afilhado. Este se afastou um pouco enquanto as duas deusas sumiam, uma em um brilho intenso e a outra em um monte de chamas incandescentes. Antes de desaparecerem completamente, Percy pôde escutar sua madrinha perguntar à sua mãe o que havia ocorrido entre ele e os mortais. Novamente a coloração subiu pelas bochechas do menino, em sinal de constrangimento, até que estivesse completamente sozinho na clareira junto ao bosque.

O pôr do sol já se mostrava avançado quando Perseu decidiu parar com seu treinamento. Os últimos raios do brilhante astro se mostravam presentes por cimas das copas das grandes árvores. A clareira já se encontraria em escuridão, se não fosse pelo pequeno archote que queimava ao lado da cabana.

Durante décadas, Percy havia sido treinado por sua mãe e Hera para se preparar para o futuro. Mas que futuro seria esse?, pensava todas as vezes que largava a espada ou um livro. Já tinha trezentos anos e ainda assim, sua mãe o mantinha escondido dos demais deuses. Ele sabia da história de todos, porque sua tia o fizera ler até que chegasse à exaustão, sendo sua parte preferida a história dos heróis semideuses. Irônico de se pensar, já que sendo o deus dos heróis, não acabaria por se interessar por outro assunto…

Mas mesmo sendo quem era, ainda não compreendia totalmente a extensão dos seus domínios. O termo herói se tornava vasto e complexo. Mesmo entre os mortais, havia vários tipos de heróis; heróis que se mostravam ao público e acabavam famosos e heróis que, em pequenos gestos, acabavam por mudar o mundo à sua maneira. Todos possuíam a proteção de Perseu, independente da ação, ele as reconhecia e dava suas devidas honrarias e glórias.

Mas sempre que perguntava o porquê de sua clandestinidade, a única resposta que recebia era de que estavam esperando o momento certo chegar para que ele pudesse seguir seu caminho sozinho. Até mesmo dos mortais Perseu era escondido, o que o aborrecia mais do que chegava a demonstrar. Só em dois momentos ele chegou a ter tido algum contato com o mundo humano: o primeiro foi quando uma máquina voadora havia sobrevoado a floresta onde morava e que descobriu posteriormente se tratar de um avião, e o segundo acabou sendo a experiência mais embaraçosa e constrangedora de toda a sua curta vida de deus...

Quando Percy estava recolhendo seus pertences para se retirar para sua cabana, uma forte sensação surgiu em seu peito.  Começou com um leve formigamento em seus braços, logo descendo até a base de sua coluna, fazendo com que olhasse para além do bosque. Um sentimento que dizia que alguém precisava da sua ajuda ganhava espaço em seu coração. Talvez fosse algo relacionado aos seus poderes ou apenas um pressentimento que ainda não compreendia.

Verificando se estava preparado para uma possível batalha, ele passou a correr na direção que sua intuição mandava. Com sua espada presa em sua cintura, apressou se a percorrer alguns quilômetros vendo as árvores cruzar como borrões em movimento. Nem o som das corujas piando podia ser escutado entre suas rápidas passadas.

Depois de alguns minutos, o menino acabou por desacelerar seus passos e iniciou uma caminhada por entre as árvores silenciosas daquela parte do bosque. Enquanto a lua começava a ganhar espaço no céu, Perseu estava atento a todos os sons e movimentos. Andava com o máximo de cautela, sem deixar que ruídos de folhas esmagadas e galhos partidos denunciassem sua presença.

A solidão das árvores foi substituída pelo rastejar que aos poucos aumentavam de intensidade. Arrastando-se rapidamente, criaturas metade cobras e metade humanas cruzavam a floresta. Como serpentes em movimento, um pequeno batalhão de aproximadamente cinquenta dracaenaes deslocava-se na direção em que Percy havia sentido aquele pedido silencioso por ajuda.

Ele já havia estudado sobre aqueles seres antes. Sabia que eram uma raça de humanóides com duas caudas de serpentes no lugar das pernas. Como se a impressão de que fossem capazes de derrubar qualquer coisa em seu caminho já não fosse o suficiente. As mulheres possuíam, além de armaduras e grandes lanças de combate, olhos felinos que em contraste com seus sorrisos predatórios, deixavam sua aparência ainda mais demoníaca. Com uma força de vontade invejável, os monstros se arrastavam sem saber da presença do deus que os observava sobre o galho de um comprido pinheiro.

— E-e-esperem.... — sibilou a dracaenae à frente do batalhão. — E-e-estou sentindo o cheiro de alguma coisa-a-a. — Respirou profundamente o ar, deixando que sua língua de serpente saísse por entre os lábios.

— Claro-o-o que estás a sentir cheiros-s-s — respondeu uma das mulheres serpentes atrás da primeira. — Está floresta está infestada de caçadoras-s-s...

“Caçadoras?”, pensou Perseu. Também já havia lido sobre elas. Eram as seguidoras de Ártemis, que juraram acompanhar a deusa da lua, prometendo abandonar a companhia de homens, permanecendo para sempre puras. Possuíam a imortalidade parcial, a morte só era alcançada se quebrassem o juramento ou morressem em batalha. “Será que era de uma delas que havia sentido aquela sensação?”

— Chega de atrasos-s-s.... — interrompeu outra das dracaenaes. — O primeiro grupo já deve ter-se encontrado com elas-s-s.

— Tens razão, irmã — concordou a primeira monstra. — Vamos-s embora.

Com a ordem dada, o batalhão de mulheres cobra começou a se arrastar novamente. O menino ficou observando-as até que sumissem por entre as árvores.

— Espera! — falou Percy, quebrando o silêncio. — É uma emboscada. Eu preciso avisá-las. — Começou a correr, sabendo o que poderia esperá-lo se entrasse no acampamento, afinal, lera todas as histórias a respeito da caçada, o que o fazia temer principalmente por algo que possuía acima de tudo...

Ele não precisou seguir os rastros das mulheres serpentes ou os instintos para saber que estava chegando ao seu destino. O barulho que se seguia de sibilos de cobras e urros de monstros ferozes, mesclado com o som de flechas sendo atiradas e lâminas em colisão, seria capaz de ser ouvido até mesmo de sua cabana.

Perseu acabou de encontro a outra clareira, quase do tamanho da que morava. O lugar era composto por um espaço de terra batida com dez tendas montadas em formato de Ո. Teria sido uma imagem bonita de se observar se estivessem somente as tendas acompanhadas da luz do luar, mas a aglomeração de monstros de um lado e o bando de caçadoras do outro faziam daquela cena uma verdadeira batalha.

Algumas caçadoras montavam um flanco de atiradoras de elite que tentava afastar as dracaenaes recém-chegadas na batalha, enquanto outras tentavam afastar com facas de caça o que sobrou de um grupo de cães infernais que ainda persistem quebrar a barreira. Não muito distante de onde ocorria os combates, as caçadoras que não possuíam mais condições de lutar improvisaram um pequeno hospital às pressas. No total, eram mais ou menos quarentas meninas de idades variando de oito a dezesseis anos. Algumas mostravam muita experiência, enquanto outras ainda se sentiam receosas em disparar flechas ou manusear adagas.

Mas mesmo para tanta experiência, era clara a desvantagem em que se encontravam. Havia no mínimo três monstros para cada caçadora ainda em condições de lutar, o que não eram muitas, menos de dois terços da caçada.

Percy olhava impressionado para a perícia com a qual algumas das caçadoras mais velhas manuseavam seus arcos em disparadas contra os monstros. Sem erros, acertavam por entre as armaduras, levantando grandes nuvens de pó dourado. Já outras se contentavam em quebrar a base dos monstros usando suas lâminas para cortar as pernas e romper os ligamentos dos joelhos dos que ousavam se aproximar.

Novamente uma sensação estranha tomou o menino, enquanto ele observava as garotas que lutavam bravamente para proteger as companheiras. Uma mistura de orgulho e preocupação surgia conforme via que, aos poucos, elas eram obrigadas a recuar devido ao montante de monstros.

Uma das caçadoras que mais se destacavam era uma das meninas mais velhas. A garota alta e graciosa, com pele cor de cobre, possuía um diadema de prata no alto dos cabelos escuros e compridos. Em meio a todo aquele caos, ela estabelecia ordens para as demais, que a obedeciam sem questionar. Um nome flutuou na mente do jovem deus como palavras avulsas em uma página em branco. “Zoe Doce-Amarga”.

Com admiração, Percy observava a caçadora comandar seu pequeno exército sem que demonstrasse qualquer indício de receio em sua expressão. Sua mãe se orgulharia da jovem por realizar a lição mais importante com demasiada perfeição. Perseu se viu um tanto cabisbaixo por pensar que havia levado quase duzentos anos para satisfazê-la . Olhar para a caçadora realizar aquilo como se fosse naturalmente fácil, o envergonhava. Mas uma coisa que o jovem deus não levará em consideração, era a possível idade da jovem caçadora.

Preso em seus pensamentos a respeito da jovem comandante, o deus não pôde perceber o que ocorria. O que já estava ruim se tornou pior, quando, sem que alguém percebesse, duas dracaenaes e um cão infernal conseguiram contornar a barreira e foram de encontro com as caçadoras incapacitadas. Só havia três para proteger as quase quinze meninas que repousavam ali.

Uma das lutas mais mortais até aquele momento era travada entre as três caçadoras e os três monstros, tendo como plateia quase metade do grupo de meninas que pararam para observar suas irmãs lutarem arriscando até mesmo suas vidas para protegê-las. O cão infernal foi rapidamente morto pela fechada de uma das caçadoras, enquanto uma de suas irmãs dava cabo de uma das dracaenaes. Mas a terceira caçadora tinha dificuldades com a última mulher serpente. Em uma luta acirrada, a caçadora usava nada mais que suas facas de caça, enquanto a serpente portava sua lança comprida de dois gumes.

Perseu demorou, mas logo percebeu que o pedido de ajuda que havia sentido em seu coração viera da menina que batalhava com a comandantes das mulheres cobras, a mesma que havia escutado falar minutos antes. Novamente um nome sobrevoou nos pensamentos do garoto, enquanto ele a observava lutar com bravura contra a dracaenae. “Hanny Woodsen”.

Em um momento de distração, a jovem caçadora acabou por deixar sua guarda exposta, dando oportunidade que para que o monstro a atacasse. Tudo o que puderam observar foi a pobre caçadora ser empalada pela lança da mulher serpente. Um grito abafado vindo da caçadora, e muitos agudos vindos das suas companheiras de caça preencheram a noite. Um sibilo grotesco acompanhado de risos de felicidade emergiram da mulher cobra que degustava daquele momento de bel-prazer.

Uma raiva descomunal cresceu no peito de Perseu ao ver a triste cena. Como se estivessem conectados, ele sentiu o ferimento que sua heroína havia levado tentando proteger suas companheiras.

Algumas caçadoras choravam enquanto viam o corpo da irmã cair ainda com a lança fincada em sua barriga. Tal acontecimento desestabilizou as meninas que mantinham o flanco que protegia as demais. Não tardando para que o restante das mulheres cobra, vendo sua líder derrotar uma das garotas, irrompessem o cerco com suas forças renovadas.

Mas em meio à comemoração das mulheres demoníacas, um vulto com roupas negras surgiu de trás das árvores. E só o que puderam ver, foi o montante de pó de monstro se desmanchar junto ao chão, levando a comandante das mulheres serpentes direto para o Tártaro.

Um silêncio reinou na clareira, como se quarenta meninas e mais que o dobro em monstros não estivessem presentes ali, muito menos em uma árdua batalha entre a vida ou morte. Todos encaravam o ser que aparecerá matando a dracaenae com extrema rapidez.

Sem que alguém visse ou escutasse, Percy disse ao vento uma silenciosa prece.

— Desculpe-me, mãe. Havia prometido não chamar atenção, mas não posso deixar isso assim...

Quando ele levantou a cabeça, as caçadoras que estavam mais perto se assustaram ao ver seus olhos. Duas chamas incandescentes queimavam furiosas na direção dos monstros, enquanto sua íris inconscientemente mudava de cor, alternando para várias tonalidades diferentes. As caçadoras estranhamente sentiram-se mais fortes e capazes de vencer aquela batalha como nenhuma outra, como se uma força invisível e acolhedora as revigora-se.

E de uma coisa todos naquela clareira sabiam: ninguém era páreo perante aquele estranho garoto.


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Notas finais do capítulo

Então é isso!! Continuem comentando.
Esse ato pode parecer pequeno, mas é o que me dá mais motivação de continuar. Bjos!! Até o próximo capitulo!!!



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