Paranoid escrita por dracromalfoy


Capítulo 6
I's not real


Notas iniciais do capítulo

Obrigada às quatro pessoas que comentaram a fanfic até agora, fico surpresa que alguém esteja realmente lendo hahahaha Obrigada de coração, nada me deixa mais feliz do que ler o que estão achando da hitória.
Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/757459/chapter/6

Lily não era burra, sabia que algo estava acontecendo. Três semanas haviam se passado desde o início do tratamento, mas ela ainda desconfiava de algo.

Os pais dela, embora soubessem de sua condição, acreditaram que ela seria capaz de se cuidar dali pra frente, isso acontecera porque ela estava tão bem. Não tivera mais surtos, não falara mais sozinha. Eles estavam felizes, como se a filha estivesse curada.

Até que Lily deixou de tomar os medicamentos.

Foi quando Lily voltou a ver James, foi quando as vozes voltaram. Tudo estava mais intenso. O barulho era demasiado, eles não iam embora. Seus pensamentos eram confusos, às vezes nada parecia real. Vozes. Vozes. Barulho e Barulho. Ela ia sufocar.

“Tome seu remédio, Lily” pediu James, segurando a mão de Lily.

“Não posso, quando eu tomo, você não vem.”

“É porque não posso vir sempre, mas você precisa tomar.”

Lily não queria, a única coisa que queria era James ao lado dela.

No final da tarde, James estava falando com Lily sobre coisas aleatórias, falava da sua mãe e do seu pai, contava para ela sobre seus amigos, suas aventuras. Lily amava vê-lo falar, a forma como ele movimentava as mãos.

Lily conversava com James também, contava para ele sobre o seu dia, mesmo que nada interessante tivesse acontecido. Ele gostava de ouvir a voz dela, Lily sabia disso porque ele fazia questão de sempre dizer.

A mãe de Lily, no entanto, via a cena como os olhos cheios de lágrimas, mesmo que a ruiva não entendesse o motivo.

No dia seguinte, a mulher decidiu que era hora de falar com Lily, desconfiava que ela não estava tomando suas medicações – tinha certeza disso.

“Lily, James é fruto da sua mente, ele não está realmente aqui. Ele não existe.”

“Pare!” Lily gritava, segurando a cabeça entre as mãos, que tremiam. Aquilo a desesperava. Por que sua mãe estava fazendo aquilo? Por que todos faziam coisas ruins com ela? Todos exceto James. Ele era o único que a entendia completamente. “James é real! Ele está comigo todos os dias! Eu o vejo, o ouço, ele me toca! Eu sinto seu toque.”

“Onde ele está, então?”

Lily olhou em volta, James não estava lá. De repente, ela o viu. Encostado na porta, olhando para ela, sua feição era triste, ele estava triste. Lily queria abraçá-lo, provar que o sentia.

“Ali” apontou. Sua mãe olhou, os olhos enchendo de lágrimas novamente. “Ele está ali, acabei de vê-lo.”

“Ele não estava ali antes, estava?” perguntou, sabendo a resposta. Lily não respondeu. “Como ele entrou, Lily? Tranquei todas as portas, fechei todas as janelas, estão todas trancadas, não havia maneira de entrar nem sair. Como ele está aqui? E por que só você o vê?”

Lily chorou mais alto. Segurou a cabeça entre as pernas e gritou. “Pare de falar! Não! É minha mãe.”

A mulher sabia o que significava, as vozes estavam lá novamente. Lily piorava toda vez que estava sob estresse. Ela gritava, se machucava e chorava.

“Essas vozes na sua cabeça vêm do mesmo lugar que James, meu amor. São fruto da sua cabeça, elas não existem.”

“Elas gritam demais, eu não aguento mais.” Lily caiu no chão, tampando os ouvidos. Uma dor aguda começou a percorrer seus membros inferiores, a mesma dor de sempre. Queria gritar mais alto que as vozes, mas eram muitas, queria que parassem.

A garota saiu correndo, abrindo a porta rapidamente e saiu, para onde, ela não sabia.

Lily olhou em volta, não reconhecia o lugar, mas era bonito. Não pôde apreciar a vista, pois tudo nela doía: as pernas, os braços, tudo.

Sentiu alguém tocar seu braço.

“Você está bem?” perguntou a mulher de meia idade, assustada. “Precisa de ajuda?”

“Você está me perseguindo!” gritou Lily, batendo no braço da mulher a fim de afastá-la. “Saia daqui! Saia daqui, me deixe em paz! Saia!”

“Não tô perseguindo ninguém, você que está aí caída faz meia hora, olha como está machucada! Deixa eu te ajudar.”

“Eles estão atrás de mim” sussurrou, olhando em volta. “Eles vieram atrás de mim, fizeram minha mãe acreditar que sou louca. Querem me matar.”

“Quem está atrás de você?”

Lily segurou a mão da mulher, passou os dedos pelos braços dela, delicadamente.

“Você está realmente aqui? Ou está só na minha cabeça?”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Paranoid" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.