Sweet Temptation escrita por Julie Kress


Capítulo 9
Ed. Física é uma droga...


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoa!!!

Aqui está mais um capítulo de ST!!!

Espero que gostem!!!

Boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/757383/chapter/9

P.O.V Geral

Sexta-feira havia chegado, Freddie acordou bem-humorado. Marissa até estranhou quando viu o filho cantarolando pela casa, ele estava irradiando alegria. A mulher já desconfiava, ele estava com aquele sorriso sonhador e com um brilho no olhar. Só podia estar apaixonado, ela logo ficou teremosa e muito preocupada com aquilo. Tinha medo, ele era sensível e frágil, e se o seu precioso "bebê" voltasse pra casa arrasado, magoado e com o coração partido por mais uma garota insensível? Ela também sofreria com aquilo. Uma mãe sempre sofre junto com o filho.

Na quinta série, o garoto sofreu sua primeira desilução amorosa. Foi horrível vê-lo chorar por uma garota. Ele ainda era tão novinho, não merecia sofrer e passar por aquilo naquela idade tão precoce. Não, ele era muito criança e Marissa sabia o quanto o amor podia ser cruel. O amor tinha o poder de deixar uma pessoa vulnerável e ferida. Era a primeira paixonite do filho, mas aquilo era tão normal. Mas para Marissa Benson, o amor era cruel, manipulador e destruidor.

Freddie também acabou nutrindo algo especial por uma garota na sétima série. Ele passou semanas falando daquela menina, dizendo que queria ter coragem para ir falar com ela, poder dizer que a achava muito bonita. Marissa mesmo temerosa por mais uma desilução que o filho pudesse vir a sofrer, decidiu encorajá-lo.

Ela comprou uma caixa de trufas com recheio de morango para o filho levar para a colega, mas ele voltou pra casa cabisbaixo, com o rosto inchado e os olhos vermelhos. Contou que a garota não aceitou as trufas, ela jogou no chão e pisou em cima. Zombou dele, os coleguinhas dele também fizeram o mesmo. Eles riram e a garota o chamou de fracassado. Marissa teve que tirá-lo da escola. Ela não ia permitir que ele passassem por mais nenhuma humilhação. Não mesmo, ela faria de tudo para proteger ele. Freddie era tudo para ela, era o seu bem mais precioso.

Ela surtou quando chegou em casa e viu o curativo nele, o olho do garoto estava inchado e arroxeado. Freddie mentiu, disse a ela que levou algumas boladas na aula de Ed. Física. Marissa acreditou, alegou que sempre achou aquele tipo de aula sem importância e muito perigosa. Poderia ter sido até fatal. E se ele caísse e batesse a cabeça com força? Ou quebrasse uma perna ou um braço? Ou ferisse gravemente alguma parte do corpo? Segundo ela, o filho era frágil, sensível e delicado demais. Ela o tratava como um boneco de porcelana. Como se ele pudesse se quebrar facilmente. Mas ele não era um boneco de porcelana, podia até ser um pouco sensível. Porém, Freddie era duro na queda. Ele havia caído várias vezes por ser destrambelhado, não levava nem um pouco de jeito quando se tratava de algum esporte.

Ele apenas torceu o tornozelo direito uma vez, aquilo foi na sexta série. Marissa até arranjou um atestado médico aonde alegava que o filho era incapacitado e que não poderia mais participar das aulas de Ed. Física. O atestado era falsificado é claro, ninguém nunca desconfiou. Só ela e o garoto sabiam. Mas ele não aprovava aquilo.

— Quer compartilhar comigo o motivo de sua alegria, querido? Aconteceu alguma coisa especial ontem? Desde que cheguei em casa, você está todo sorridente e cantarolando pelos cantos. - Ela sorriu para ele, esperançosa e curiosa.

Estava de folga. Ela não trabalhava todos os dias, Marissa ia para a Clínica somente nas segundas, terças, quartas e quintas. Dia de sexta era sua folga e ela não trabalhava nos finais de semana.

Freddie corou, ele estava terminando de comer. Não estava com pressa, sua mãe iria levá-lo ao colégio.

— Só acordei de bom-humor hoje, mãe. - Ele respondeu.

— Sei... - Ela levantou recolhendo a louça. - Você terá uma surpresinha quando chegar do colégio. Acho que você vai gostar! - Disse a ele.

O rapaz franziu o cenho e pensou um pouco. Surpresinha? Que tipo de surpresinha? Ele ficou curioso, mas não questionou nada. Sabia que ela não contaria, o jeito era esperar até voltar do colégio, só assim saberia o que ela estava aprontando.

— Mãe, eu preciso te contar uma coisa. - Freddie falou um pouco hesitante.

— Diga, querido, estou ouvindo. - Marissa colocou a louça na pia e se virou para ele, já aguardando ouvir sobre a nova paixonite do filho.

— Estou participando de um dos projetos do colégio. Vai ser bom para o meu currículo escolar, também ganharei pontos extras. E a partir de quarta-feira, darei aulas de reforço de Espanhol para uma colega minha. Ela é da minha turma, não tem problema se as aulas forem aqui em casa não, né? - Ele perguntou um pouco temeroso.

Sua mãe era chatinha com algumas coisas, um pouco paranóica e protetora demais. Ela com certeza não ia deixar ele ficar em casa sozinho com uma garota sem nenhuma supervisão. Ela iria querer estar de olho neles, não por desconfiar dele e sim porque ela sequer conhecia a garota. Se soubesse da má fama de Sam Puckett, Marissa jamais permitiria que ele desse aulas de reforço para uma garota encrenqueira e boca suja como aquela.

— Ela é uma boa colega? Te trata bem? Me fale um pouco sobre ela. - Pediu interessada. Tinha algumas suspeitas sobre aquela tal colega, talvez fosse a nova paixão do filho.

— Sim, ela me trata bem. - Freddie não mentiu sobre aquilo. Sam estava o tratando bem. Ela havia sido rude apenas no primeiro dia dele no CHS. - Ela é uma boa garota, mãe! - Ele mentiu. Odiava ter que fazer aquilo. Não era certo. Mentir para própria mãe era algo muito ruim na opinião dele.

— Sem problemas, querido... Sua coleguinha pode vir estudar aqui em casa. Será bem-vinda. - Marissa deixou. Ele não esperava que ela iria deixar assim, havia sido tão fácil, não?

— Tá e obrigado por deixar, mãe! Direi a ela. - Freddie abriu um sorriso enorme, os olhos castanhos brilhavam. Ele estava corado.

— Ela já é especial para você, estou certa? - A mulher perguntou sem rodeios. - Como ela se chama? Me fale mais um pouco sobre ela. - Voltou a sentar.

Ela queria muito que ele estivesse apaixonado por uma garota que merecesse o amor dele. Estava torcendo para que ele tivesse encontrado o seu grande amor. E que finalmente parasse de sofrer por alguém que não merecia as lágrimas dele. Vê um filho sofrendo era algo doloroso para qualquer mãe que amasse e só desejasse o bem dos filhos.

— Ela se chama Samantha Puckett, tem a minha idade. Ela é tão linda, mãe, parece um anjo. Tem a pele toda branquinha, brilhantes olhos azuis e cachos loiros. E tem um sorriso lindo. - Freddie disse corando ainda mais.

— Ivy e Jessie eram lindas também. Você gostava delas, não sei se foi a beleza delas que o atraiu, bem, eu realmente não sei... Só sei que já tive a sua idade. As pessoas geralmente se encantam por pessoas bonitas. Eu já me apaixonei por um garoto lindo e ele não era uma boa pessoa. Eu não quero que você sofra de novo... Essa Samantha pode ser muito bonita mesmo. Linda como um anjo,  como você mesmo a descreveu, mas será que ela não é igual as outras? Ivy e Jessie não eram legais, filho. Elas magoaram você. Elas não eram garotas gentis, meu amor. Como posso ter certeza de que a Samantha não fará o mesmo? - Perguntou preocupada.

— A Sam é diferente, mãe. Ela não é apenas linda, ela é especial. Ela não me olha com nojo. Ela não se importa de sentar perto de mim. Ela conversa comigo e me acha fofo. Mãe, ela até beijou o meu rosto umas três vezes. E ela é mesmo especial. E dessa vez é diferente, eu sinto aqui... - O garoto afirmou pondo a mão no coração.

— Você por acaso sabe a diferença entre uma paixonite e o amor verdadeiro? - Marissa perguntou com calma.

— Sei. E o que eu sinto pela Sam é algo muito mais forte que uma paixonite passageira. Ainda não é amor, eu nunca me apaixonei de verdade. Mas eu realmente gosto muito dela! - O rapaz afirmou com convicção.

— Eu não duvido, filho... - Ela acreditou nele. Checou a hora no relógio de pulso. - Vamos logo ou você vai se atrasar. - Avisou levantando com um pulo.

Ele gostava de conversar com a mãe, não se sentia um "maricas". Freddie confiava na mãe, ele se sentia à vontade. Era um pouco vergonhoso sim. Mas sabia que podia contar tudo para ela. Os pais são os amigos mais confiáveis, não é mesmo? E falar sobre a Sam com o Gibby ou com a Mandy estava fora de cogitação. Ambos não suportavam nem ouvir o nome da garota.

[...]

— A Srta. Taylor é uma gata, não acha? - Gibby cutucou o amigo.

Freddie endireitou os óculos e fitou a ruiva. Laura Taylor era professora substituta. E ela fez questão de juntar toda a turma para dar aula. O ginásio do colégio era enorme. Seria meninos contra meninas. Muitos odiaram a ideia. Alguns meninos não queria jogar com meninas. E as meninas da equipe de torcida queriam ensaiar uma nova coreografia.

A professora era alta e tinha um corpo invejável. Usava os cabelos ruivos presos num rabo de cavalo. Os olhos dela eram castanhos claros, tinha algumas sardas adoráveis espalhadas pela pele branca e bem cuidada, principalmente no rosto. E ela não usava maquiagem para cobrí-las. O corpo era esguio, as pernas eram longas e torneadas. Era jovem, muito jovem e bonita. Tinha um belo sorriso e os alunos babavam por ela, algumas alunas a odiavam e tinham inveja.

Aquele dia, a Srta. Taylor estava usando um top verde-limão e uma calça para praticar ioga combinando com o top. Ela tinha seios medianos e barriga sarada. Freddie percebeu que o amigo e os outros garotos presente estavam babando pela bela ruiva.

Ela era muito bonita sim, mas ele não se sentiu atraído por ela. Sam e as amigas ainda não haviam saído do vestiário.

Gibby e ele trocaram de roupa, ambos estavam de camisetas azuis e calções de tecido leve, era da cor da camiseta e tinha duas litras brancas nas laterais, fazia parte da norma do colégio. As meninas também tinham que vestir o "uniforme confortável" recomendável para as aulas de Ed. Física.

Freddie começou a ouvir as exclamações vindo dos colegas.

' Gostosas! Delícias! Gatas! Deusas! "Oh, lá em casa!'

— Nossa! - Até o garoto robusto exclamou.

Freddie olhou para trás e quase perdeu o fôlego. Sam e as amigas dela haviam acabado de chegar no ginásio. Todas elas trajando tops de alcinhas finas, shorts curtinhos e tênis brancos.

A loira estava no meio, ela era a líder do trio. Elas estavam com o cabelo preso, o rabo de cavalo da loira balançava de um lado para o outro enquanto ela se movia. Elas não estavam usando as regatas e as calças de ginástica iguais das outras garotas.

A loira estava usando um top roxinho, o shortinho era da mesma cor. Os seios dela ficaram ainda mais avantajados naquele top. Ele parou de olhar para o busto dela, desceu o olhar para a barriga definida e lisinha, reparou no piercing no umbigo e deu uma boa olhada nas pernas dela. As coxas eram lindas e torneadas, a loira deu uma voltinha se exibindo para o ruivo implicante, o moreno não gostava dele.

O garoto ruivo deu uma palmada na bunda da loira. A garota empinou ainda mais e um loiro se aproximou dando um tapa no belo bumbum que ela tinha. O ruivo e o loiro riram, as amigas dela queriam levar tapinhas no bumbum também. O loiro puxou a ruiva e o ruivo puxou a morena. Sam se afastou dali, as risadas e os gritinhos de Carly e Wendy começaram a ecoar pelo ginásio.

Até que a Srta. Taylor assoprou o apito vermelho e chamou a atenção de todos ali.

— Quero todos aqui no centro, vamos logo! Nada de corpo mole, pessoal! Formem um círculo! - A ruiva ordenou. Resmungos e murmurinhos foram ouvidos. Ela apitou de novo e gritou. - QUERO TODOS AQUI FORMANDO UM CÍRCULO AGORA!

Os alunos obedeceram, eles formaram um grande círculo ao redor dela.

— Pois bem, vamos começar. Vou fazer a chamada! - Srta. Taylor olhou para prancheta, a lista de chamada não era longa. - Alyson Minnette? - Uma garota baixinha e desengonçada respondeu 'Presente, professora'. - Alicia Histon? - Uma loira de cabelos curtos e repicados respondeu 'Aqui!'. E a professora prosseguiu fazendo a chamada...

Dos 30 alunos, somente 22 estavam presente.

— Professora, o que a gente vai fazer de legal hoje? Sabe, a gente deveria estar jogando basquete e as meninas treinando a coreografia delas. A senhora juntou a gente para termos aulas práticas de Ed. Sexual, né? - O ruivo implicante perguntou fazendo gracinhas, acabou arrancando gargalhadas.

Freddie foi o único que não caiu na risada. Ele não achou graça nenhuma naquilo.

— Não. Claro que não, Sr. Eu Sou O Palhaço Da Turma. Parabéns, você acaba de ganhar uma detenção. - A professora sorriu sarcástica e anotou num bloquinho.

— Mas isso não é justo, eu só...

— Suspenso! A partir de hoje você está suspenso das minha aulas. - A ruiva arrancou uma folha do bloquinho e entregou ao garoto.

— Vadia! - O ruivinho a xingou saindo dali furioso.

— Sou igualzinha a sua mãe! - Srta. Taylor retrucou. Freddie ficou chocado com a ousadia daquela professora.

Sam e alguns alunos continuaram rindo baixinho. Laura Taylor guardou o bloquinho entre os seios e abaixou a pequena prancheta.

— Alguém aí tem mais alguma pergunta para fazer? - A mulher perguntou séria passando os olhos por cada aluno. Sam Puckett fez uma bola de chiclete e estourou, em seguida levantou a mão.

— Pois não, Srta. Puckett? - A ruiva ergueu uma sobrancelha.

— A senhora ainda está solteira? - Sam perguntou em tom de flerte.

— Sim... - Todos viram a mulher corar.

As duas se encararam por alguns segundos, o silêncio reinou. Sam sorriu sacana e a ruiva mordeu o lábio inferior, ela olhou para o busto avantajado da garota. Desviou o olhar e limpou a garganta.

— Enfim, vou explicar o motivo de ter juntado todos vocês. Vocês devem estar se perguntando isso, certo? Normalmente meninos e meninas não fazem aulas de Ed. Física juntos. Isso é contra as normas do colégio. Mas eu pedi permissão ao diretor e ele me concedeu de bom grado...

— Mas que porra! Desembucha logo! - Uma garota com cara de poucos amigos disse impaciente.

Assim como o ruivo engraçadinho, a garota também levou uma detenção e foi suspensa das aulas da Srta. Taylor.

— Nós não vamos jogar hoje. - Ela prosseguiu. - Faremos uma série de exercícios. Vamos começar com os alongamentos. Nada de corpo mole, pessoal. Quero ver todos se alongando! - A mulher soprou o apito.

— Mas que merda! - O morenou ouviu a Diaba loira reclamar.

[...]

— 36, 37, 38, 39... Desisto. - Gibby gemeu e desabou exausto ao lado de Freddie.

O moreno estava muito ofegante, também não estava mais suportando continuar fazendo aquelas flexões. Ele sentia que poderia desmaiar de exaustão à qualquer momento.

— SOCORRO! PROFESSORA, A SAM ESTÁ PASSANDO MAL! - Todos ali pararam de se exercitar quando ouviram os gritos desesperados de Carly.

O moreno levantou imediatamente, viu as amigas da loira desesperadas, a garota estava deitada no chão com a cabeça apoiada nas coxas da morena. A ruiva, a tal de Wendy usava as mãos para abanar a loira. Rapidamente uma rodinha se formou ao redor da garota, ela estava desmaiada. Freddie correu até lá, empurrou alguns colegas abrindo o caminho e se enfiou entre a rodinha para poder vê-la melhor. Sentiu um aperto no peito quando a viu ali deitada no chão, ele sentiu raiva da professora por ela ter obrigado todo mundo a fazer um monte de exercícios.

O rapaz ouvi vários:

' Mas que fingida!' Ela deve estar só brincando.' Isso é manha dela.' Isso é tudo preguiça.' Acho que é tudo fingimento, que descarada...' Vamos fingir um desmaio também para nos livrarmos dessa aula chata?'

— SAIAM DA FRENTE! ABRAM O CAMINHO! SE AFASTEM, ELA PRECISA RESPIRAR! - Srta. Taylor se aproximou e apitou bem alto.

Os alunos obedeceram, exceto por um. Freddie Benson não arredou um pé dali, ele se abaixou e passou a mão na testa da loira. As amigas dela choravam.

— A culpa é sua! - A morena levantou com raiva. - Você é uma megera! - Carly apontou para a professora. - Nos obrigou a fazer 20 minutos de alongamento. Pulamos corda por 10 minutos, fizemos até agachamentos, demos várias voltas pelo ginásio, também fizemos 30 abdominais e essas malditas flexões. Isso é abuso, sabia? Meu pai é Coronel e ele não vai deixar isso impune. E o pai da Sam vai querer a sua cabeça quando ele souber disso. E nos todos iremos reclamar com o diretor e exigir a sua expulsão! - A morena disse histérica.

— Por favor, acalme-se Srta. Shay, eu não tive a...

— Eu não quero saber! - A garota fez um sinal para a professora se manter calada. - Você merece ser expulsa e processada por isso! - Carly lhe deu as costas e olhou para aonde a amiga devia estar caída e inconsciente. Nem sinal da loira.

— Cadê a Sammy? - A morena olhou para os lados desesperada.

— O garoto nerd, o tal de Fredward a pegou no colo e correu para a enfermaria. - Wendy respondeu.

[...]

— Calma, mocinha! - Rosemarie, a senhora baixinha falou pela terceira vez tentando manter a garota deitada na maca. Estava começando a ficar agitada.

A loira estava deitada na maca, já estava consciente. Ela estava pálida, nem tinha forças para levantar. Freddie estava muito preocupado com a garota.

— Já estou bem... - Como ela era teimosa. Estava tentando levantar a qualquer custo. Queria ir embora. - É sério, estou bem, Sra. Davis! - Disse irritada para a mulher que tentava contê-la.

— Você teve uma queda de pressão e desmaiou, mocinha. Está fraca e pálida. Precisa repousar. Não posso te liberar agora. Deite e fique quietinha aí! - A mulher disse com certa impaciência. A loira não colaborava.

— Eu não quero ficar deitada. Não estou mais passando mal. Estou apenas com fome. Eu não comi nada hoje e a culpa é da minha mãe. Domingo será o aniversário dela e ela comprou um vestido tamanho 36 para mim. Eu uso 38 e ela quer que eu emagreça para entrar na porra daquele vestido. A senhora não conhece a minha mãe, ela é uma megera e das piores. Eu desmaiei de fraqueza, ontem eu só comi umas barrinhas de cereais e passei o dia todo tomando um suco verde nojento... - Sam começou a chorar.

Ela sequer havia notado a presença do moreno. Ele estava lá num cantinho ouvindo tudo. Freddie sentiu pena da garota. Como a mãe dela podia ser tão abusiva e cruel? Pois obrigar a própria filha a passar fome para entrar na porcaria de um vestido era muita maldade.

— Oh, sinto muito, menina! - Até a mulher se comoveu e fez carinho na cabeça da loira. - Garoto, você quer que eu me retire para você poder conversar à sós com sua namorada? - Rosemarie perguntou ao moreno.

Sam levantou a cabeça confusa e finalmente viu Freddie ali, ele estava de braços cruzados, o semblante preocupado.

— O que você está fazendo aqui? - Perguntou ríspida, limpando as lágrimas com rapidez.

O rosto que minutos atrás estava pálido havia tingido uma cor vermelha.

— Vou deixá-los à sós. - A mulher se retirou apressada.

O garoto não respondeu. Ela bufou e desceu da maca, parecia furiosa.

— Caralho! Merda! Mas que porra! Não vai me responder? - Ela se aproximou e agarrou a camiseta dele.

— Não é óbvio? - Ele continuou no mesmo lugar. Era uns 6 ou 8 centímetros mais alto que ela. E a garota estava sem aquelas botas de salto. - Eu a carreguei até aqui. - Disse com calma.

A loira bufou e largou a camiseta dele.

— Escute bem, finja que nunca me viu chorar e lamentar sobre o que a minha mãe está me fazendo passar, entendeu? Porque se você abrir o maldito bico e falar algo sobre o que aconteceu aqui dentro, eu arrebento a sua cara e nego tudo, sacou? E para de me olhar com pena, eu não preciso da pena de ninguém, muito menos da sua! - A garota vociferou.

— Não se preocupe. Eu não falarei nada. - Ele prometeu.

— Vou confiar na sua palavra, Nerd. Agora poderia me levar para a sua casa? Eu não quero assistir as últimas aulas e também não quero voltar pra casa tão cedo hoje. - Sam disse quase suplicando. - Eu não vim no meu carro hoje. - Ela fez bico.

— Tudo bem. Eu tenho dinheiro para pegarmos um ônibus! - O moreno falou.

[...]

— Eu nunca andei de ônibus. - Sam se agarrou ao moreno assim que eles subiram no transporte público.

— Relaxa, andar de ônibus não é nenhum Bicho De Sete Cabeças. - Ele percebeu que ela estava um pouco receosa.

A loira ainda estava de top e shortinho. Ele havia se trocado rapidamente, nem deu tempo para uma ducha. Ela não havia devolvido a camisa dele como havia prometido e naquele momento usava a peça amarrada na cintura. Ela estava carregando somente uma nécessaire cor de violeta, as alças da bolsinha eram curtas. Na opinião dele, aquilo parecia um estojo.

Passou um dos braços ao redor da fina cintura da garota e começou a conduzi-la até a catraca. O veículo entrou em movimento, eles foram para frente e a garota deu um gritinho, e se agarrou a ele, o abraçando com força. Freddie riu baixinho, ela se encolheu contra ele e o garoto a segurou com a mão livre. Ele usava a esquerda para se segurar na barrinha de ferro.

Sam se atrapalhou toda na hora de passar pela catraca, arrancou mais risadas de Freddie. Eles sentaram lá nos fundos, o rapaz percebeu que ela ainda estava fraca e naquele momento parecia nauseada.

— Nerd... - Sam o chamou e tapou a boca abafando um gemidinho.

Ela estava suando, a franja estava grudada na testa e ela parecia estar muito nauseada. Ele olhou para a mão esquerda dela pousada na barriga. A loira se curvou e acabou vomitando nos tênis dele.

— M-me d-desculpe... - Se desculpou com a voz embargada e fez careta. Olhou para ele com os olhos lacrimejantes. Sentiu náuseas novamente e Freddie mais uma vez recebeu um jato de vômito.

Ele trancou a respiração e se esforçou para não fazer nenhuma careta de nojo. A camisa branca grudou no corpo dele. Sam fitou o próprio vômito deslizando na camisa do moreno e tornou a se curvar de novo, vomitando para o lado da janela. Não era um líquido amarelado, e sim meio branco e quase transparente.

— Você não está nada bem. - Freddie começou a acariciar as costas dela. Ele estava muito preocupado.

— Não me leva para o hospital, eu odeio hospitais... - Resmungou choramingando.

— Tudo bem, eu não vou... - Prometeu.

Mimutos depois...

— Meu estômago já estava embrulhado e quando comecei a sentir aquele cheiro estranho lá no ônibus. Eca! - Fez careta e Freddie não disse nada. - Nunca mais vou andar de ônibus na minha vida. Foi a primeira e última vez! - Ela afirmou.

Freddie abriu o portão, Sam foi andando na frente atravessando o jardim. Eles finalmente haviam chegado na casa dele. Os 8 minutos dentro do ônibus pareceram uma eternidade para a garota. Foram 8 minutos de náuseas e pura agonia.

Ele abriu a porta depressa, estava louco para se livrar da camisa e dos tênis. O cheiro azedume estava impregnado nele. Ele não podia culpá-la, a loira não havia vomitado nele de propósito, certo? E Sam também precisava de um banho tanto quanto ele.

Eles entraram e o rapaz chamou pela mãe e não houve resposta. Ela só podia ter saído, eles foram direto para a cozinha. Ambos estavam com sede. A garota sentou em frente à bancada. Marissa havia deixado um bilhete na geladeira avisando que tinha ido fazer compras. O rapaz leu o bilhete mentalmente, arrancou o papelzinho e guardou no bolso. E depois ele a levou até o banheiro no final do corredor e disse que ela poderia usar o shampoo, o sabonete líquido e mostrou a ela aonde ficavam as toalhas limpas. Também entregou uma sacola para ela guardar as roupas sujas.

Deixou a garota ali e três minutos depois ouviu ela gritar por ele.

— Algum problema? - Ele estava apenas de calça jeans, estava descalço e teve que correr até o banheiro para socorrê-la. Pelos gritos dela, parecia urgente.

Sam apenas colocou a cabeça para o lado de fora, ela arregalou os olhos quando viu ele ali sem camisa e com o cabelo todo desalinhado. Mordeu o lábio inferior, ela estava ficando corada ou era impressão dele?

— Você viu algum bicho? - Ele perguntou, já estava se preparando para entrar no banheiro e matar uma barata ou duas. Ah, ele com certeza mataria até 100 baratas por ela.

— Quantos anos a sua mãe tem? - A loira perguntou parecendo um pouco envergonhada.

— 47. - Ele respondeu confuso, achando estranho a pergunta dela. - Por quê? - Coçou a nuca.

— Ah, hum... Ainda é jovem. Tem a idade da minha mãe... Ela ainda menstrua, né? - Sorriu sem graça.

Foi a vez do moreno corar. Ele logo entendeu. Ela queria absorventes.

— Sim... Vou lá no quarto dela, já volto! - Ele saiu correndo e a garota voltou a fechar porta do banheiro.

Logo ele retornou com uma caixinha de absorvente e entregou a garota. Freddie foi para o segundo banheiro que por sinal ficava no quarto dele.

Sam havia terminado de tomar banho. Ela sempre carregava uma calcinha e um tubinho de hidratante na nécessaire. Se odiou por ter esquecido de colocar um absorvente dentro da bolsinha.

— Merda! - Praguejou. Jamais admitiria em voz alta, mas ela estava com vergonha.

Samantha Joy Puckett nunca sentia vergonha. Por quê diabos ela estava sentindo agora?

Além de vomitar nele, ela ainda pediu um absorvente pra ele...  Que mico! Se soubesse que ia passar mal e desmaiar durante a aula de Ed. Física nem teria ido para o colégio aquele dia.

Saiu do banheiro trajando uma toalha cor de vinho, estava com outra toalha da mesma cor na cabeça e também estava descalça. Os tênis dela estavam sujos de vômito. Ela deixou as roupas dentro de uma sacola em cima da tampa da privada. A porta do quarto dele estava entreaberta, a garota entrou no cômodo e ouviu o barulho do chuveiro. Freddie estava no banho. Ela já estava prestes à sair do quarto quando acabou paralisando ali na soleira.

E o inesperado aconteceu... Ah, não. Não. Não. Aquilo não...

— Oi... - Sorriu super sem graça quando se deparou com a mulher de postura séria, cabelos curtos e olhos esverdeados.

Não esperava se deparar com a mãe dele. Freddie havia dito que a mãe trabalhava o dia todo e só chegava à noite, certo?

— Oi. - Marissa a fitou da cabeça aos pés, cautelosa.

Pele branquinha e olhos azuis? A mulher pensou um pouco. Aquela só poderia ser a tal de Samantha.

— Ahhn, mãe, a senhora chegou... - O rapaz surgiu apenas de toalha. Ele havia escutado os passos da mãe no corredor e correu para tentar explicar sobre a Sam estar ali. Havia esquecido de ligar e avisar sobre aquilo.

— Fredward... - Marissa disse séria para o filho. Cruzou os braços. Ele enguliu um seco. Quando ela o chamava de 'Fredward' era sinal de alerta vermelho. - Você trouxe uma garota para casa sem a minha permissão? E por quê vocês estão apenas de toalhas? Oh, meu Deus! Fredward Karl Benson, explique isso imediatamente! - Exigiu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí??? O que acharam do capítulo???

A Diaba loira realmente desmaiou. A Pam é uma megera, não é mesmo? Está obrigando a Sam a fazer dietas.

O que acharam da Srta. Taylor???

E de Seddie andando de ônibus???

A Sammy vomitou duas vezes no Nerd kkkkkkkkkkkk

Ih, a Sra. Benson chegou em péssima hora, hein? Flagrou a Sam saindo do quarto do filhinho dela apenas de toalha haha

Comentem, gente! Bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sweet Temptation" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.