Sweet Temptation escrita por Julie Kress


Capítulo 8
Bancando o herói


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal!!!

Aqui está mais um capítulo de ST!!!

Ficou grandinho, espero que recompense pela demora.

Muito obrigada pelos favoritos e comentários, pessoal.

Dedico esse capítulo a Milly Puckett que fez a primeira recomendação. Mais uma vez obrigada, baby.

Espero que gostem!!!

Boa leitura!!!



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P.O.V Geral

Freddie e Gibby retornaram para a sala de aula quando acabou o intervalo, ambos se sentaram juntos. Sam e suas amigas entraram rindo, a loira pegou a bolsa, o caderno e foi sentar ao lado da amiga morena. Os alunos foram entrando em grupinhos, rindo e comentando sobre a humilhação que Billy Boots sofreu durante o intervalo.

O rapaz não retornou para assistir o restante das aulas, aquilo só aumentou os burburinhos. O professor de Espanhol entrou na sala e Freddie percebeu que quase todas as garotas sorriram e soltaram suspiros, elas começaram a cochichar entre si dando risadinhas baixas.

— O Sr. Hernandez faz sucesso com a mulherada! - Gibby cochichou para o amigo. - Eu queria ser bonitão que nem ele! - O rapaz soltou um suspiro e Freddie olhou para o professor.

O homem tinha mesmo pinta de galã, parecia aqueles típicos atores de novelas mexicanas, sua pele era morena, era alto, possuía cabelos pretos ondulados e olhos cor de caramelo. Seu rosto era muito másculo com traços marcantes, lábios levemente carnudos e seus dentes eram perfeitamente brancos e brilhantes, tinha um sorriso de tirar o fôlego. Usava cavanhaque que com certeza lhe dava um certo charme a mais, e seu sotaque latino era forte, a voz rouca e sensual.

— Tragam o dever de casa para eu corrigir, um de cada vez! - Sr. Hernandez avisou quando várias garotas levantaram afobadas.

A loira foi a primeira à ir até a mesa do professor, rebolando ainda mais provocante. Ela havia copiado o dever dele durante a aula de Geografia, Freddie mais uma vez não conseguiu negar cola a garota que sabia como pedir com jeitinho.

Ficou observando a colega se inclinar, a garota estava sem o blazer e seu decote estava no campo de visão do professor. Ela mantinha aquele sorriso, parecia meiga e sapeca ao mesmo tempo. O homem não conseguia desviar o olhar, chegou até morder o lábio inferior e desabotoar os três primeiros botões do colete cinza que usava por cima da camisa de linho branca.

— Ela tá dando mole e ele está devorando ela com os olhos, é sempre assim desde o primeiro dia de aula! - O garoto Gibson falou baixinho.

Freddie continuou observando, Sam pousou umas das mãos no ombro do professor e disse alguma coisa que o rapaz não conseguiu ouvir, o homem riu, alternando rápidas olhadas entre o caderno e o decote da garota.

O Sr. Hernandez pegou uma caneta vermelha e começou a corrigir o dever. A loira fazia carícias no ombro do homem, ainda inclinada, ela conversava com ele que somente assentia, e Freddie percebeu que o professor tinha dificuldades em se concentrar para corrigir o dever.

— Ele não é casado, mas se eu fosse ele não investiria em uma aluna que ainda por cima é menor de idade, isso é chave de cadeia, seria muita burrice! - O garoto robusto cochichou.

— Hum... - Freddie suspirou, ele estava um pouco incomodado vendo a loira dando mole para o professor, e mesmo assim não conseguia parar de olhar.

— Acertou tudo, estou orgulhoso de você, Srta. Puckett! - O homem sorriu para a loira.

— Tive uma ajudinha, professor. - A garota enrolou uma mecha de cabelo no dedo e mordeu o lápis, abaixou a cabeça fingindo estar tímida.

— Você ainda vai querer fazer aulas de reforço? - Sr. Hernandez perguntou e ela assentiu. - Ótimo! Eu sei de um aluno que pode ajudar você, apesar de achar que você não precisa de reforço na minha matéria. Ele é muito inteligente, semana passada esse rapaz me impressionou e muito, ele leu um texto inteiro em Espanhol sem nenhuma dificuldade em pronunciar as palavras e ele também é bom em traduzir. Esse rapaz é um colega seu, faz parte dessa turma! Poderia vir aqui por uns minutinhos, Sr. Benson? - O professor chamou o garoto que estava prestando atenção naquela conversa.

O rapaz levantou sentindo o rosto pegar fogo, caminhou um pouco hesitante indo até a mesa do professor.

— Por acaso você teria tempo para se dedicar em ajudar a Srta. Puckett lhe dando algumas aulinhas de reforço? Ela disse que está tendo dificuldade na minha matéria, Sr. Benson. E eu não tenho tempo para dar aulas de reforço para mais ninguém. - O homem explicou ao garoto.

— Olha, eu não sei, professor... - Freddie ajeitou os óculos, lutando para não começar a gaguejar. Antes de falar mais alguma coisa foi interrompido pelo professor.

— Aqui no CHS temos vários Projetos, Sr. Benson. Digamos que é uma espécie de "disciplina" extracurrícular escolar, assim como estagiar trabalhando na biblioteca ou fazendo parte do Clube de Soletração, Clube de Esgrima ou do Clube de Arco e flecha, também temos Clube de Xadrez e competições anuais contra outros colégios, Jogos de basquete, futebol e etc... Você não entrou para nenhum time, não é mesmo? Apenas se inscreveu para fazer parte do Clube de Matemática Avançada Nível 3! E entrar para o Projeto PAV, ou seja 'professores adolescentes voluntários' que dão aulas de reforço seria muito bom para o seu currículo escolar, e você ganhará pontos extras é claro. O que você me diz, Sr. Benson? Aceita ou não? - Sr. Hernandez sorriu amigável tentando convencê-lo.

— S-sim, e-eu a-aceito! - Freddie assentiu, concordando que aquilo seria bom em seu CE, e ganhar alguns pontos extras seria ótimo também.

— Bom rapaz! - O professor piscou para ele.

Entregou o caderno da loira que não disse absolutamente nada, ela saiu na frente do moreno indo se sentar, o Sr. Hernandez anotou algo num pedaço de papel azulado e pediu para o rapaz ir entregar ao diretor.

[...]

— Não acredito que você aceitou dar aulas de reforço para aquela cria do Diabo! - Mandy disse indignada quando se juntou a Freddie e Gibby, foi o mais alto e tagarela do trio que deu a "notícia" a amiga.

As aulas haviam acabado, eles estavam em frente ao colégio à poucos passos da BMW do garoto Gibson.

— O Sr. Hernandez disse que seria bom pro meu CE se eu aceitasse fazer parte do Projeto PAV. E também vou ganhar pontos extras! - Freddie falou com calma e a amiga bufou.

— Ela é tão burra assim que precisa de aulas de reforço em Espanhol? - A garota perguntou desconfiada. Mandy não suportava Sam Puckett.

O rapaz deu de ombros sem saber responder e o outro garoto riu como se tivesse curtindo uma piada bem particular.

— Acho que não. Ela queria ter outro tipo de "aula", do tipo: "aulas práticas e particulares" com o Sr. Hernandez se é que me entende, mas ela acabou quebrando a cara... - Gibby falou, Freddie corou e Mandy balançou a cabeça reprovando.

— Vadia! É isso que ela é... - A garota baixinha resmungou. - E desde quando você ficou tão malicioso, hein Gibson? - Perguntou vermelha.

— Na mesma época em que você começou a chamar palavrões e dizer palavras nada delicadas! - Gibby respondeu e riu quando a garota lhe bateu com a mochila com estampa de patinhos.

— Cadê a sua mochila, Freddie? - Mandy reparou que o amigo estava sem a mochila azul.

— Caramba! Esqueci na sala! - Ele constatou. - Vou lá pegar. Vocês já vão embora? - Perguntou.

— Sim, eu ainda tenho que ir buscar o meu irmãozinho na casa do nosso avô. - O garoto Gibson falou.

— Também já vou embora, o Gibbs vai me dá uma carona porque meu pai não vai poder vir me buscar, ele está muito ocupado no consultório! - Mandy explicou.

— Okay. Vou de ônibus mesmo. Até amanhã, pessoal! - Freddie acenou se despedindo dos amigos.

Gibby e Mandy entraram na BMW preta, ele observou o carrão dando partida. Em seguida, correu para a entrada do colégio, ele tinha que voltar até a sala já que tinha esquecido a mochila lá...

[...]

Freddie chegou no terceiro andar ofegante, ele subiu a escadaria correndo. Foi direto para a sala de n° 8, apanhou a mochila e saiu da sala rapidamente. O corredor estava vazio, nenhum sinal de alunos ou professores perambulando naquele andar. Ele passou pela sala 7, 6 e 5, as portas estavam fechadas e ele foi diminuindo os passos, e acabou parando de andar quando ouviu vozes. As portas das salas 4 e 3 também estavam fechadas, ele se aproximou da sala 2 que também estava fechada e olhou para a sala de n° 1.

Havia uma plaquinha ali pregada na porta, era uma plaquinha amarela com letras azuis com o seguinte aviso: 'Sala desocupada para reforma' e embaixo tinha um papel com outro aviso, com uma frase digitada: 'Entrada proibida para alunos, somente permitida a funcionários.'

Ele tornou a ouvir vozes, se aproximou da porta cinza. Era uma voz masculina que parecia alterada e outra feminina que lhe pareceu muito familiar.

— Vai se foder, Boots! - A voz feminina soou alta, também estava alterada.

— Você acabou com a minha reputação, sua desgraçada! - A voz masculina soou ainda mais alta.

O rapaz ficou ouvindo atrás da porta, era Sam e Billy discutindo, ele logo reconheceu os donos das vozes.

— Acabei com a reputação de merda que você tinha orgulho de carregar? Oh, pobrezinho, agora fiquei até com peninha. - Sam disse com sarcasmo.

— Você é muito escrota mesmo. Se acha a maioral. Mas tu mexeu com o cara errado, garota! Agora quero que você repita na minha cara a merda que você falou para todos ouvirem lá no refeitório! - Billy disse furioso.

— Repito sim e com muito prazer. Você tem pau pequeno e nunca soube me satisfazer. Ouviu bem ou quer que eu repita de novo? - A loira provocou.

— Meu primo ainda fala de você... Ele sempre diz que se arrepende até hoje profundamente de não ter te "comido" quando você tinha 13 aninhos, ele se arrependeu de não ter tirado a sua virgindade quando você ainda era toda ingênua... Ele disse que você apenas deixava ele te tocar e chupar o seu pescoço às vezes, e que sempre pedia para ele parar toda vez que ele queria avançar o sinal. O Doug disse que você era toda cheia de frescurinha e que tinha medo de fazer sexo com ele. E disse também que você sentia nojinho de chupar ele e foi por isso que ele terminou com você... - Billy zombou dela e soltou uma risada cheia de ironia. - E agora você é uma puta! Virou uma vadia sem escrúpulo, não é mesmo? Não passa de uma vagabunda! E com certeza é a piranha mais 'rodada' de CHS! - Boots disse com raiva.

— Diga ao seu primo que ele é um nojento, ele também é um grande cretino de merda! Ainda bem que não perdi minha virgindade com ele. Ele babava mais do que chupava se quer saber. O pau dele fedia e era pequeno, igualzinho o seu! - A garota exalava deboche.

— Pau pequeno? Acha mesmo o meu pau pequeno? - Billy quase gritou ainda mais furioso, devia estar se controlando para não berrar.

— Sim, eu acho. Você não é de nada, nunca me fez ter um orgasmo! Cansei de você, Boots! - A garota disse com firmeza.

— Ah, é? Mas isso não vai ficar assim, não mesmo! - Avisou e parecia transtornado. - Eu vou foder você, vou foder tanto que você vai implorar para eu parar. Vou fazer você se arrepender e também vou fazer você engulir suas palavras. - Ameaçou.

— Ficou louco? Me solta! Eu vou gritar, Boots! - Sam avisou e Freddie ouviu um barulhinho. - Olha o que você fez, rasgou a minha blusa, seu animal! Me larga, você está me machucando, seu filho da puta! - Ela parecia assustada e o rapaz ouviu um forte estalo.

— Como ousa me...

— Cala a boca, vadia! Cala a merda da boca! Eu vou te arrombar todinha, entendeu? - Billy vociferou interrompendo a loira.

Foi então que o rapaz de óculos decidiu bancar o herói, invadiu a sala que por sorte não estava trancada. E sem pensar duas vezes avançou no rapaz que estava agarrando a garota loira, prensando-a contra uma escada de madeira.

— NÃO VOU PERMITIR QUE MACHUQUE ELA! - Gritou.

A sala estava com as paredes pintadas de tinta branca, havia caixas de papelão e latas de tinta espalhadas pelo piso forrado com uma grande lona verde. A sala estava desocupada e cheirava a tinta. Sam se encolheu apoiando as costas na escada, os dois garotos foram parar no chão.

Billy estava por cima do Freddie, xingando-o enquanto apertava o pescoço do garoto de óculos.

— Bancando o herói, é Quatro olhos? Own, que bonitinho! Está vendo aquela puta ali... - Virou o rosto do rapaz que estava ficando vermelho. - Aquela vadia arrombada não é nenhuma mocinha indefesa! - Dizendo isso, Billy arrancou os óculos do garoto e arremessou pra longe.

— Solta ele, Boots! - Sam pediu.

Ela estava parada numa mistura de choque e pavor, estava sem o blazer que fazia parte do uniforme. A blusa estava rasgada com os botões estourados, o sutiã estava visível.

— Não mesmo! Vou acabar com a raça do seu novo bichinho de estimação aqui! - O rapaz que estava transtornado começou a agredir o outro que estava por baixo dele.

Acertou dois socos seguidos no colega. Freddie gemeu de dor, mas Billy Boots não teve piedade, o socou novamente e a loira começou a gritar quando Boots agarrou o pescoço do rapaz que tentava em vão se defender.

— SOLTA ELE, SEU BRUTAMONTES! PARA DE APERTAR O PESCOÇO DELE! VOCÊ VAI ACABAR O MATANDO! SOLTA ELE! POR FAVOR, SOLTA ELE! - A loira se aproximou tentando tirar Billy de cima do garoto que sufocava, se debatendo. - PARA, SEU COVARDE! ASSIM VOCÊ VAI MATÁ-LO! - Sam chutou o rapaz com força, fazendo-o cair para o lado soltando palavrões. - Vaza daqui agora ou vou te denunciar por agressão e tentativa de estupro! - Ela o ameaçou.

Billy Boots levantou xingando-a e foi embora, ele sabia que ela estava falando sério.

Sam se abaixou ao lado de Freddie, o garoto respirava com dificuldades.

— Vem comigo, vou te levar pra enfermaria! - O ajudou a levantar.

— Não... Não Precisa. - Tossiu um pouco.

— O seu nariz está sangrando, talvez tenha quebrado! - Ela passou o braço direito dele por cima dos ombros.

— Estou bem, não precisa... Eu só...

— Você está machucado e precisa de cuidados sim. Não seja teimoso! - O conduziu para fora da sala.

— Os meus óculos... - Freddie murmurou.

— Estão quebrados! - A loira avisou, viu a mochila dele largada no chão do corredor, o soltou e apanhou a mochila, entregando-a para ele.

[...]

Antes de entrarem na enfermaria, Freddie tirou a camisa xadrez e emprestou para a loira vestir por cima da blusa rasgada, estavam faltando alguns botões da blusa da garota, e o tecido estava com um rasgo na parte do busto. O rapaz ficou com a camiseta vermelha que vestia por baixo da camisa xadrez, o nariz ainda sangrava, o olho direito já estava inchando e ele estava com um corte no supercílio.

Eles entraram na enfermaria, Sam Puckett dispensou a senhora ruiva baixa e gordinha que trabalhava na enfermaria de CHS, a garota alegou que cuidaria do colega e a mulher concordou de má vontade, e se retirou da enfermaria carrancuda.

Sam trancou a porta e foi até a prateleira de metal, pegou um pacote de algodão, um frasco branco, um vidro de remédio e um pacotinho de Band Aids. Ela colocou tudo dentro de uma caixinha de plástico azul.

Freddie sentou na maca, a garota se aproximou segurando a caixinha azul com o Kit básico para cuidar dos machucados dele. Se colocou entre as pernas do rapaz que estava muito quieto, deixou a caixinha em cima da maca e analisou o rosto dele, tocando-o com cuidado.

— Por quê teve que bancar o herói, hein? Eu daria conta do Boots. Você não tinha que ter se intrometido. Aquilo era entre ele e eu! - Ela disse com ríspidez.

— Ele bateu em você... - Freddie tocou na região avermelhada na face dela.

— E o que você tem a ver com isso? Ele me pegou de surpresa, eu sei me defender muito bem, tá legal? - Retrucou pegando um pedaço de algodão, o umedeceu com o líquido do frasquinho branco e pressionou contra o nariz dele.

— Ai! - O rapaz reclamou e ela recuou.

— Agora aguenta firme, eu não mandei você se "oferecer" pra ser o saco de pancadas do Boots! - Ela disse com sarcasmo.

— Ele ia te violentar, eu não poderia ficar ali de braços cruzados. Queria o quê? Que eu desse meia volta e fosse embora? Não! Eu entraria naquela sala e o impediria umas mil vezes de novo se fosse preciso! - Freddie disse alterado, o rosto estava vermelho de raiva. Ele estava revoltado. A garota bufou.

— É... Talvez eu não conseguisse escapar e você tem razão nisso, ele estava mesmo fora de si. Aquele filho da puta! Mas... Mas por quê você se importa comigo? Por quê se arriscou para salvar a minha pele? - Voltou a tocar no rosto dele limpando o sangramento nasal.

— Eu faria isso para proteger qualquer mulher em apuros. Nenhuma mulher merece sofrer agressões, seja física ou sexual. Você deveria denunciar aquele cara. Ele bateu em você, tentou violentá-la! - Falou com raiva.

— Deixa pra lá. Já passou e ele nunca mais voltará a tocar em mim. Que tal esquecermos isso, hum? Agora me deixe cuidar dos seus machucados, é o mínimo que posso fazer! - A loira disse baixinho.

O moreno ficou calado, não quis discutir com ela. Ele ainda estava muito nervoso e revoltado com tudo aquilo.

Ficaram em silêncio. O sangramento nasal estancou, a garota examinou o nariz dele, não estava quebrado. Ela limpou o corte do supercílio, passou remédio e o cobriu com um Band Aid.

— Prontinho, meu herói! - Ela sorriu pra ele. - Obrigada! - Sussurrou.

— Apenas fiz o que era certo... - O moreno sustentou o olhar dela e abriu um pequeno sorriso de lado.

Tornaram a ficar em silêncio, se encarando. Ela repousou as mãos no peito dele. Seus olhares estavam fixos. Freddie sentiu o coração disparar quando ela se aproximou, o rapaz olhou para os lábios convidativos da loira. Sam estava de pé entre as pernas dele, pois ele ainda estava sentado na cama. Ela ainda mantinha as mãos apoiadas no peito dele, a garota sorriu e o beijou em uma das bochechas. Foi demorado, ele fechou os olhos e sentiu vontade de puxá-la para seus braços, e poder sentir o calor do corpo dela e aqueles lábios vermelhos e bem desenhados nos seus...

Ambos sobressaltaram quando ouviram batidas na porta, Sam se afastou depressa e ele olhou para os próprios tênis. Suas mãos suavam e seus batimentos pulsavam como nunca.

A mulher de nome Rosemarie havia retornado ao seu posto. Colocou os jovens para fora da enfermaria e bateu a porta resmungando:

— Esses jovens de hoje em dia só querem saber de fazer 'aquilo'. É uma pouca vergonha mesmo!

[...]

— Um dos seus pais vem te buscar? - Perguntou quando ele a acompanhou até o carro dela, ela tinha um belo Bentley Continental GT Speed vermelho, era um conversível potente.

— Não. A minha mãe passa o dia todo na clínica. Somos só eu e ela. Vou pegar um ônibus! - O rapaz explicou. Ele não gostava nem um pouco de falar sobre o pai que sequer chegou a conhecer.

— Que isso? Entra aí, eu te dou uma carona! - A loira entrou no carro e abriu a porta do passageiro para ele.

— Não precisa se incomodar, sério... - O moreno tentou recusar a carona.

— Eu insisto. Eu nunca aceito um 'não', sabe? Entra logo! - Sam insistiu e ele entrou no carro um pouco acanhado, se acomodou e botou o cinto. - Relaxa aí, eu sou uma ótima motorista! - Ela ligou o automóvel.

Chegaram na casa dele muito rápido. A loira dirigia feito louca. A garota riu muito quando o rapaz tirou o cinto apressado, saiu do carro apavorado, quase vomitando.

— Eu disse que sei muito bem dominar o volante! - Ela ainda ria.

Freddie sentou na calçada, estava tonto, nauseado e assustado. Pensou que fosse ter um treco. Por sorte ou por algum milagre eles estavam inteiros, a garota não provocou nenhum acidente.

— Essa é sua casa? - Sam saiu do carro rodando o chaveiro no dedo indicador.

Caminhou até o cercado pintado de verde-escuro, o gramado era bem cuidado. Tinha um canteiro repleto de rosas vermelhas. Era uma casa simples num bairro muito tranquilo. Ela tocou no portão de madeira.

— Sim. - Freddie respondeu, já estava ao lado dela.

Abriu o cadeado, tirou a corrente e abriu o portão.

— Estou com sede. Posso entrar? Quero conhecer a sua humilde residência! - Disse com um sorrisinho brincando nos lábios.

— C-claro! - Ele respondeu gaguejando.

Atravessaram o gramado bem aparado, tinha até uma árvore com galhos longos e grossos quase encostando na calha da casa. Subiram os três degraus até a varanda. O assoalho era feito de madeira, havia vasos de flores enfeitando a varanda além da cadeira de balanço e do comprido banco suspenso por correntes.

A entrada da casa era cor de salmão, a pintura estava ficando pálida e desgastada. Freddie se apressou e se atrapalhou um pouco para abrir a porta.

Sam entrou primeiro, o piso era de madeira avermelhada. As paredes da pequena sala de estar eram cor de creme. Tinha um jogo de sofá marrom, com três sofás com almofadas coloridas. Uma poltrona com capa feita à retalhos. Tinha uma estante com TV de 21 polegadas, um simples e pequeno aparelho de DVD e uma mesinha de centro. Havia um grande tapete laranja redondo bem no meio da sala. Objetos de cerâmica e bibelôs também faziam parte da decoração.

— Fique à vontade! - Disse a ela.

Um belo quadro de uma ilha paradisíaca enfeitava a parede de cor neutra. Havia alguns porta-retratos espalhados por cima de duas mesinhas perto da estante e do aquário.

— Sua casa é bonitinha, Nerd! - A loira reparou em cada detalhe da decoração da sala e sorriu. - Sim, é bonitinha. É muito aconchegante também. - Ressaltou. - É você? - Apontou para a fotografia grande e moldurada pregada na parede.

— Sim. - O moreno respondeu.

Ele era bebê naquela foto, sorrindo quase todo banguela, estava usando um macacãozinho vermelho e um boné azul com listras brancas, estava sentado num cavalinho de pau e parecia muito feliz.

— Own, que lindinho! - A loira imitou uma voz de bebê. - Você era uma gracinha! Você já tinha 1 aninho aí? - Perguntou.

— 1 ano e 5 meses para ser exato! - Respondeu. - Você não estava com sede? - Tentou desviar a atenção dela que ainda olhava para a foto dele.

— Estou sim. - Voltou a olhar para o garoto que estava muito tímido, todo corado.

Deu uma rápida olhada nos peixinhos laranjados com listras pretas e olhos esbugalhados nadando serenos, e soltou uma risadinha tocando no vidro do aquário.

Depois seguiu o rapaz até a cozinha, era pequena e toda equipada. Ladrilhos de duas cores cobriam as paredes. Eram quadradinhos azuis e brancos. A pia era de alumínio, a geladeira era média e o fogão possuía quatro bocas. Sam sentou-se numa das banquetas pretas de frente para a bancada de mármore escura.

— O que você prefere? Água, suco ou refrigerante Diet? - O moreno perguntou abrindo a geladeira, ímãs em formato de frutas e verduras enfeitavam a porta branca.

— Não suporto refrigerante Diet. - A garota bufou. - O suco é de quê? - Indagou.

— De abacaxi! - Ele pegou a jarra de plástico.

— Serve! - Ela sorriu.

Parecia bem à vontade, olhava para a decoração com certa curiosidade e mantinha sempre um sorrisinho.

Minutos depois...

Esvaziou o terceiro copo de suco, Freddie reparou que Sam estava mesmo com sede. A garota desceu da banqueta, a camisa dele que ela vestia estava toda desabotoada. Já se passava das 18:30, o garoto checou as horas no relógio de pulso. Sam abotoou a camisa e levou o copo até a pia, se virou para o garoto e perguntou:

— Já decidiu qual será o dia da semana em que você poderá me dar aulas de reforço?

— Durante as quartas-feiras, pode ser? - Ele sugeriu.

— Sim, claro! Uma vez por semana é o suficiente, né? - Se aproximou dele.

— Acho que sim. - Freddie assentiu.

— Ótimo. Estamos combinados! - Sorriu satisfeita.

— Minha mãe vai para o trabalho às 06:45. Eu acordo às 07:00 e você pode vir lá pelas 08:00 horas. 45 minutos deve bastar, tudo bem para você? - Ele perguntou.

— 45 minutos de aula? Eu não vou acordar toda quarta-feira tão cedo, dirigir até aqui para ter apenas 45 minutos de aula. Vou chegar aqui às 08:00 em ponto, você vai me dar 1 hora e meia de aula com intervalo de 15 minutos para lancharmos e não se fala mais nisso, beleza? - A loira decretou.

— Tudo bem, sem problemas. Como você quiser. - O moreno concordou.

— Perfeito! Tudo certo, então... Amanhã eu devolvo a sua camisa. - Sorriu tocando no peito dele.

— T-tá. - Assentiu, o rapaz estava desconcertado.

— Só lamento pelos óculos, Nerd! - Deu tapinhas nos ombros dele.

— Não se preocupe. Tenho outros reservas, sou atrapalhado e minha mãe é muito prevenida... - Murmurou.

— Ah, que bom! - Passou as mãos pelos cabelos loiros que estavam levemente desalinhados.

— O que vai dizer quando ela perguntar sobre esse olho roxo aí e sobre o curativo no seu supercílio? - Indagou deslizando o dedo indicador pelo Band Aid.

— Vou dizer que me machuquei na aula de Ed. Física! - Respondeu. Não suportava contar mentiras, mas era preciso.

— Acha mesmo que ela vai acreditar? - A garota ergueu as sobrancelhas bem feitas.

— Não sei... - Ele deu de ombros.

— Então, tá... Até amanhã, Nerd! - A loira hesitou quando eles chegaram na sala. Era hora dela ir embora. Deu alguns passos e parou, virou para o moreno e andou de depressa até ele, lançando os braços ao redor do pescoço dele. Freddie a abraçou desajeitado. - Eu realmente te agradeço por ter entrado naquela sala... Por ter impedido o Boots. Obrigada, eu nunca esquecerei disso! - Sam o apertou, o moreno acariciou as costas dela, sentindo o calor daquele pequeno corpo contra o seu, inalando o doce cheiro do perfume frutal daquela pequena Diaba loira que parecia tão indefesa e frágil nos braços dele.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam do capítulo???

Gostaram do nosso Nerd bancando o herói?

Isso mesmo. O Benson vai dar aulas de Espanhol pra Sammy... Até parece que ela tem dificuldades em Espanhol, né? Vamos fingir que acreditamos rs

O Boots não presta mesmo, né non? Não passa de um FDP covarde que ainda por cima bate em mulheres.

O que acharam da Diaba loira cuidando dos machucados do Anjinho moreno???

Ela deu carona pra ele e ainda conheceu a casa dele por dentro... Gostaram disso?

Comentem, pessoal! Bjs e até o próximo.



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