P.O.V Geral

Mais tarde, no Pink Shake's...

— Não, você não fez isso... - A morena do trio de amigas prendeu o riso.

— Claro que fiz, Shay. Ainda duvida de mim? - A loira sorriu antes de degustar mais pouco do seu Sundae de morango com cobertura extra.

— Você é mesmo terrível, loira! - A ruiva exclamou e todas caíram na risada. - Uma hora dessas ele deve estar na casa dele, trancado no banheiro "batendo uma" enquanto segura a sua calcinha pensando em você. - Wendy sorriu maliciosa.

— Ah, que nada! Aquele garoto é um manezão. Doce, puro e ingênuo. Ainda deve ser BV, acho que nunca "bateu uma", o coitado nem deve pensar nessas coisas. Ele não é como os punheteiros que conhecemos. Ele é tão palerma, sabem? Ficava me encarando e babando, corava toda hora, suava e tremia. Foi tão engraçado na aula de Química, aquele idiota gaguejando, enfim... Nunca vi um garoto como ele, sério. Ele parece até mais patético que aqueles CDF's esquisitões. O pobre infeliz é feinho, né? Todo pateta e desengonçado, usando aqueles óculos e aparelho. Tão ridículo, tem espinhas, eca! - Sam zombou enquanto mexia em seu canudo vermelho.

— É, mas ele parece ser bem inteligente. - Carly que se olhava no espelho retrucou.

— Hum... Isso eu percebi. - A loira concordou. - Vou tirar ótimas notas em Química, pelo menos isso. Não terei um parceiro sem cérebro, inútil. Só espero que ele não seja tão antiquado, sabem? O tipo de nerd que não dá cola e é todo certinho, e blá, blá, blá... Ele tem que me dar cola. Eu preciso passar de ano, e esse nerdzinho vai ter que me ajudar. Ninguém resiste ao meu charme, não é mesmo? Todos me idolatram, sou como uma deusa para eles! - Se gabou toda orgulhosa.

— Claro que sim, amiga! - Wendy sorriu afirmando e Carly fez o mesmo. - Ele vai ajudar você a passar de ano, ele não será imune a você. Aliás, o bobinho já tá na sua! - Garantiu.

— Só me responde uma coisa, Sammy. - A morena terminou de retocar o gloss labial e voltou a olhar para a amiga.

— O quê? - A loira arqueou as sobrancelhas.

— Por quê você deixou sua calcinha com ele? - Indagou, curiosa.

— Ah, isso? Foi apenas, digamos um "agradinho". - Sorriu, maliciosa.

Carly e Wendy se entreolharam, mas não falaram nada. Elas estranharam é claro, sua amiga loira nunca foi de dar "agradinhos" para garotos como Freddie Benson.

Minutos depois...

— O que você vai fazer hoje à noite? - Sam perguntou para a morena, elas estavam à sós no carro da Shay que havia ido deixar a loira em sua casa.

— Hoje à noite? Vou sair com o Griffin. Vamos ao boliche! - Respondeu a garota toda empolgada.

— Hum... - A loira fez bico. - O lance entre vocês está mesmo ficando sério, não é? - Indagou tirando o cinto de segurança.

— Ah, eu espero que sim. - Respondeu a morena sorridente. - E você? Tem algum compromisso hoje? - Indagou.

— Meu único compromisso hoje à noite é me divertir com o Sr. Delícia enquanto assisto um filme bastante erótico ou leio um livro erótico, tanto faz... - Riu Sam Puckett da cara que a amiga fez.

— Você deveria aposentar o Sr. Delícia, sabia? Jogue fora, prometo te comprar um novo vibrador. - Carly disse solidária.

— Eu gosto do meu vibrador velhinho, ele ainda funciona perfeitamente! - Retrucou a outra garota.

— Você é impossível mesmo. - Sua melhor amiga cutucou ela. - Você transou com o vizinho gato ontem, hoje deu uns amassos com o irmão mais velho do Brad, deu outros amassos com o novo zagueiro que eu ainda não sei o nome, mas ele é um tesão e pegou o filho da professora Margareth! - A morena contou nos dedos.

— Também dei uma "aliviada" no Mike Robbs, recebi um delicioso oral do David Anderson e rolou umas preliminares no cantinho de sempre com o ruivinho mais gostoso de CHS! - Sam disse se aproximando da morena. - Posso te contar todos os detalhes depois de te dar "aliviada", o que você acha, Shay? - Sussurrou no ouvido da amiga enquanto levantava a saia da mesma.

— Eu não sou lésbica, Sam! - Carly deu um pulo e bateu na mão da loira.

— Nem eu. Também não sou, isso eu te garanto. Mas... - A loira abriu um sorrisinho sacana. - Que mal tem duas amigas "brincarem" um poquinho, hum? - Fez bico.

— Saia do meu carro, Puckett, sua imoral! - Fingiu estar ofendida.

— Só uma chupadinha, vai? Eu deixo você enfiar os dedinhos... - Fez menção de agarrar a morena.

— PARA, SAM! - Carly gritou fazendo a loira rir, a garota que estava se divertindo saiu do carro.

— Tchau, sua chata... - Acenou e viu a amiga se mandando, acelerando o carro cor de rosa. - Uma pena você ter esquecido o que fizemos naquela festa de pijama depois do seu aniversário de 15 anos, Carlinha... - Murmurou dando um sorriso afetado.

[...]

Na casa dos Benson's, às 19:20 da noite...

— Você está bem, filho? - Marissa perguntou pela quinta vez estranhando o comportamento do jovem que havia chegado do colégio um pouco agitado, aéreo e nervoso.

— Hãn? - Freddie que mexia na comida levantou a cabeça para a mulher, ele sequer havia provado do ensopado de carne com legumes.

— Está tudo bem, querido? - Sua mãe já estava ficando aflita.

— Sim, mãe. Estou bem. Essa sopa de espinafre está ótima. - Limpou a boca com o guardanapo e se levantou. - Estou satisfeito, vou fazer meu dever agora... Boa noite, mãe! - Foi até a mãe e beijou sua testa.

— Mas você nem comeu nada, isso não é sopa de espinafre, Freddinho. Filho, volta aq... - Tarde demais. O rapaz já tinha se retirado da cozinha. - Coitado do meu filho! Será que está ficando maluco de tanto estudar? Ou é o clima quente de Los Angeles? - A mulher murmurou preocupada.

Freddie se trancou no quarto, desde que chegara em casa não parava de pensar nela.

" Maldita loira! " Pensou.

Assim que chegou do colégio teve que tomar um banho frio e demorado. Ele não entendia porque seu "amigo inseparável" pulsava e estava naquele estado, tão duro e pulsante como se tivesse vida própria. Nunca havia ficado assim antes e tudo por causa dela, e de sua maldita calcinha vermelha.

O banho ajudou a baixar sua "barraca armada", deixando o rapaz aliviado, mas tinha algo que ainda o incomodava... Ele não se sentia 100% aliviado, estava insaciado, mas.... Como ele acabaria com aquele estranho sentimento de insatisfação? Por quê se sentia insaciado? Oh, ele não entendia... Era tão ingênuo.

Horas haviam se passado, ele sequer tocara no jantar. Mas antes da hora do jantar, logo depois do banho tinha ficado em frente ao computador jogando, jogou por mais de uma hora sem pausas...

E assim que se retirou da cozinha, deixando o prato cheio e deu "boa noite" para a mãe, subira para o seu quarto com a desculpa de ir fazer o dever de casa e ligou o notebook, sentou na cama e passou minutos encarando a tela do PC, arrumando coragem...

Arrumando coragem... Coragem para fazer o que seu "eu" danadinho e destemido sussurrava em sua mente, o atormentando. Parecia um capetinha ali ao pé do seu ouvido o incentivando a fazer algo que ele nunca fez antes. Aonde estava o anjinho conselheiro naquela hora? Porque apenas o diabinho estava ali naquela hora tentando levá-lo para o mau caminho?

Freddie enfim tomou coragem e acessou o tal site para maiores de 18 anos, deixou o vídeo carregando, os fones já estavam plugados. Enquanto o vídeo carregava, foi até a única gaveta que abria com chave, girou a pequena chave com a mão trêmula, abrindo a gaveta e lá estava ela ali com suas toalhinhas bordadas e lenços anti-alérgicos e super macios.

Retirou a pequena e delicada peça da gaveta com cuidado, voltou para a cama... Pegou o notebook pousando-o no colo, o vídeo aonde ele havia clicado e escolhido na pressa já estava rodando, o rapaz colocou os fones o mais rápido possível se atrapalhando todo, os fios enrolaram-se em volta de seu pescoço.

— Droga! - Resmungou tentando desenrolar os fios dos fones de ouvido, não conseguia desviar o olhar vidrado da tela do PC.

O coração estava disparado, a boca completamente seca e ele engulia um seco à cada cena que jamais vira antes. Apertou firme a peça pequena e delicada, com a mão livre desenrolou os fios e ajeitou os fones.

Tentou relaxar, buscando sentar na cama confortavelmente. Conseguiu ficar mais confortável, aumentou o áudio do vídeo e continuou assistindo aquele vídeo tão...

Tão pesado. O que sua mãe diria se o pegasse vendo aquilo? Como ela reagiria? O deixaria de castigo? Ele estremeceu temendo a hipótese.

— Deus! - Exclamou ficando horrorizado, seus olhos estavam arregalados.

Como era possível fazer tal coisa? Os atores atuavam bem. Sem dúvida, será que ele seria capaz de fazer aquilo? A mulher no vídeo não parava de gritar, era tão escandalosa e o homem só sabia gemer, gemer e gemer...

Freddie mordeu o lábio, apertou a tecido macio e delicado.

— FREDDIE! - Sua mãe bateu na porta, ele sobressaltou com o grito dela e molhou as calças com o tremendo susto que levou.

Fechou o notebook com rapidez e saiu da cama, acabou arrancando os fones na pressa. Olhou para baixo apavorado, gemeu de desgosto ao ver a mancha escura em sua calça cinza de moletom.

— FREDWARD BENSON, ABRA ESSA PORTA AGORA! - Marissa gritava batendo na mesma.

— Só um minuto, mãe! - Disse ofegante, alto o bastante para ela ouvir.

Se livrou da calça mijada, escondeu o peça delicada na gaveta e vestiu outra cueca e calça de moletom. Correu para abrir a porta...

— O que foi, mãe? - Perguntou tentando controlar o nervosismo.

— Vi um homem todo vestido de preto pulando o muro da casa da vizinha lá da frente... - Disse Marissa toda nervosa. - Será que devemos chamar a polícia? A vizinha é uma senhorinha que mora sozinha, é tão indefesa, coitada. - Entrou no quarto do filho.

— Mãe! - O rapaz gemeu. - Talvez seja um neto que goste de pular o muro para poupar o trabalho de abrir o portão ou um menino alto brincando de esconde-esconde com os amigos! - Disse despreocupado.

— E se for um ladrão? Um maníaco tarado por idosas? Oh, meu Deus! E se for um serial killer, meu filho? - Marissa dava voltas pelo quarto desesperada.

— Mas mãe, o bairro parece seguro. Pare de assistir o Discovery Investigação! Por quê não vai assistir novela, hein? Ainda são... - Checou as horas no relógio de pulso. - Ainda são 20h:32min. - Falou com calma.

— Você estava fazendo o que os jovens da sua idade fazem trancados no quarto, Freddie? - Cruzou os braços andando pelo quarto desconfiada.

— O q-que? - Gaguejou voltando a ficar nervoso.

— Vendo revistas da Playboy, vídeos e filmes pornôs e fazendo "aquilo"? - Perguntou horrorizada.

— Claro que não, mãe! - Exclamou ficando vermelho.

— Você está todo estranho e nervoso. A cama está bagunçada, você vestiu a calça de pijama do avesso e sua cara de espanto e culpa não me engana! - A mulher apontou para o rosto assustado do filho.

— Eu não est...

— Deixe-me ver o seu computador! - Foi até aonde estava o notebook largado fechado em cima da cama.

— NÃO, MÃE! - Freddie gritou, mas não adiantou.

Marissa sentou na cama, abriu o notebook e se deparou com o vídeo pausado, tirou do "pause" e abriu a boca horrorizada quando o vídeo voltou a rolar.

O rapaz choramingou, já sabendo que ficaria de castigo.

— Fredward Karl Benson... - Sua mãe fechou o notebook bruscamente, largando-o na cama e se levantou furiosa, lá vinha o sermão.

Minutos depois...

— Você está de castigo, mocinho! - Sua mãe decretou. - Nada de celular, vídeo game, TV e computador. - Falou ainda vermelha.

— Mas, mãe...

— Quem mandou você assistir filme de terror? Você fez até xixi nas calças, filho. Ainda mais um filme tão pesado, macabro e sangrento como aquele! Você nem tem estômago para aquilo... - Falou muito séria.

— É uma série. Só tem 43 minutos. Poxa, mãe! O Shane e o Brad assistem. Eu...

— Não quero saber, Freddie. É uma série macabra e muito sangrenta! Você não vai mais assistir e ponto final. - A mulher avisou antes de sair do quarto levando o PC dele, deixando o filho muito chateado.

Freddie foi até a gaveta e pegou a bandana com o nome da série bordada: Devil's Clowns, e a guardou de volta na gaveta com chaves.

Se sua mãe pegasse aquela bandana seria capaz de colocá-lo num colégio católico, ou até mesmo faria algo pior... Ele até se imaginou sendo Padre aos 30 e poucos anos e estremeceu.

Marissa Benson repudiava com todo o fervor tudo que tivesse relação com as "Trevas", e naquela noite quando descubriu que o filho curtia séries com palhaços diabólicos teve que se entupir de calmantes para poder pegar no sono.

[...]

O relógio azul em cima da cabeceira marcava às 02h:45min. Freddie não parava de murmurar "Oooh" e gemer "Aaah", o rapaz estava tendo um sonho daqueles. A coberta com o tema Guerra das Galáxias se encontrava caída no chão, o moreno se mexia muito e apertava a colcha da cama.

Sua testa brilhava de suor, ele soltou mais gemidos e murmurou algumas palavras.

— Ah, meu Deus! Garota, você quer acabar comigo? - Disse baixinho ainda adormecido.

Soltou um gemido alto e despertou com um pulo. Quase caiu da cama. Olhou para os lados todo ofegante, os olhos saltados e a boca aberta num formato de "O".

A camiseta branca estava grudada em seu corpo, banhada de suor. Ele olhou para baixo e se assustou com o volume... Lá estava ele naquele "estado" de novo.

— Ah, não... - Choramingou.

Parecia tão real... Mas tão real. Fechou os olhos e choramingou de novo. Lamentou. Não queria ter acordado, se pudesse ele ficaria no mundo dos sonhos para sempre se ela também estivesse ali com ele.

Ela estava tão linda naquela fantasia de diabinha, com tiara de chifres e tudo que fazia parte daquela fantasia. O batom vermelho, os olhos azuis realçados e corpo dela colado no dele. E estavam compartilhando um momento tão íntimo, e infelizmente tudo não passava de um sonho.

Um sonho que parecia tão real. Maldição. Por quê ele tinha que acordar? Por quê?

Levantou, tirou a camisa e tentou se acalmar em vão. Ainda estava com o coração disparado, ofegante e maravilhado com o primeiro sonho erótico que teve.

Ela estava quase se despindo... Merda! Por quê ele tinha que acordar?

— Sou muito azarado mesmo, nem nos sonhos tenho sorte. Que droga! - Não parava de lamentar.

Aquela loira toda de vermelho, bem ali no colo dele, beijando e acariciando seu corpo. Ah, só podia ser sonho mesmo.

— Até parece que ela iria me desejar... - Murmurou tirando a caixinha preta que guardava numa das gavetas da cômoda.

Inseriu a pequena chave e girou devagar, abrindo a caixinha. Junto com a coleção de figurinhas, estava a pequena peça íntima feminina dobrada e bem guardada num saquinho azul-escuro de veludo.

Freddie tirou a calcinha vermelha do saquinho e aproximou a peça delicada do nariz, inalou e fechou os olhos. Inalou de novo e de novo, se embriagando com o cheiro dela.

E quando abriu os olhos e afastou a calcinha do nariz, percebeu que estava com a outra mão dentro da calça de moletom... Se tocando.

Largou a calcinha e correu para o banheiro. Ligou a torneira e começou a lavar a mão desesperado. Ele se sentia tão depravado e a voz de sua mãe surgiu em sua cabeça.

"- Masturbação é um ato pecaminoso. Isso causa espinhas, coceiras e faz nascer pêlos nas mãos... Seja um rapaz puro e nunca se masturbe, meu filho..."

Freddie começou a chorar se sentindo culpado, depravado, e apavorado. Acabou com o sabonete líquido lavando a mão.

Após terminar de lavar as mãos, voltou para o quarto. Usou um "pegador de objetos" para recolher a calcinha que havia largado no chão, a colocou dentro do saquinho de veludo e trancou dentro da caixinha novamente.

Se ajoelhou em frente à cama, juntou as mãos e de olhos fechados começou a orar.

— Senhor, perdoe-me, eu pequei... Deus, eu não queria... Não queria estar desejando aquela... - Um bolo se formou em sua garganta. Ele não conseguia mais formular nenhuma frase, não conseguiu finalizar a oração.

Levantou atordoado, voltou para a cama se enfiando debaixo das cobertas.

— Tudo culpa daquela Diaba loira... - Murmurou dando-se por derrotado.

Aquilo só podia ser um tipo de sacanagem, certo? Até mesmo nos sonhos aquela loira maldosa iria perturbá-lo?