Sweet Temptation escrita por Julie Kress


Capítulo 30
Sentimentos: Amizade Que Traz Felicidade


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal!!!

Preparados para esse mega capítulo???

E aqui encerra a primeira fase da Fic. Ontem pensei melhor e decidi que a Fic não terá segunda temporada... Resolvi dividí-la em duas fases, vou postar a fase nova por aqui mesmo. A Fic terá o total de 50 capítulos, beleza???

Prevejo surtos!!!

Tenham uma boa leitura, meus amores!!!

P.S.: Fase é diferente de temporada, blz?



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1 mês depois...

P.O.V's Geral

Freddie estava saindo com a Mandy, os dois se divertiam muito juntos. Ela era uma boa amiga, excelente companhia. Passavam horas no Pop's Mix ou na casa dele maratonando séries antigas, tinham gosto em comum, e aquilo era algo legal que rolava entre eles.

Parceria e cumplicidade.

Se ele gostava dela? Claro que sim. A garota era divertida, companheira e sempre dava sábios conselhos. Mandy sempre estava disposta a ouví-lo desabafar e Freddie se sentia bem ao lado dela, sabia que sempre poderia contar com a garota.

Ela tinha uma grande coleção de histórias em quadrinhos da Marvel, e ele tinha da D.C. Juntos compartilhavam várias coisas legais, o gosto pela leitura, gosto musical,  entre outras coisas gostosas de compartilhar com quem você gosta...

Os dois também compartilhavam a habilidade e o gosto por tudo que envolvia a informática.

Marissa estava feliz porque via que a garota de cabelo cor de mel e olhos caramelados fazia bem ao seu filho. Freddie não tinha mais levado a antiga amiga para casa, e claro que Marissa sabia que algo grave tinha acontecido, ela gostava muito da garota loira de olhos azulados e sabia que o filho nutria muito mais do que uma simples amizade por ela.

Quando Amanda Valdez começou à frequentar a casa deles, a mulher logo percebeu a repentina mudança de humor no Freddie. Ainda havia sim um certo brilho melancólico no olhar dele, mas pelo menos Freddie estava sorrindo e voltando ser o mesmo rapaz que era antes...

Não há nada que possa esconder de uma mãe. Uma mãe conhece o filho que tem. E Marissa Benson sabia que Freddie sofria por uma certa loira, eles nem estavam se falando mais... Ela também sentia falta da bela garota sorridente que fazia o seu filho ficar bobo e suspirar pelos cantos...

Seja lá o que tivesse acontecido, Marissa torcia para que ambos pudessem resolver logo e fazer as pazes. Mesmo o Freddie evitando falar de Sam, a mulher sabia que o filho só estava evitando sofrer ainda mais.

Pelo menos a garota Valdez estava o ajudando nos momentos mais difíceis e ela era muito grata por isso... A felicidade do filho era o que realmente importava.

[...]

— Quero trocar a armação dos meus óculos. Essa aqui já está bem usada. Você acha que uma armação verde combinaria comigo? - Mandy perguntou ao Freddie quando estavam aindo ao Pop's Mix.

O rapaz parou de andar assim como ela, fitou o rosto da baixinha por alguns segundos, analisando o formato e a cor dos olhos.

A pele dela era branca, as bochechas levemente coradas e os olhos caramelados pareciam brilhar por trás das lentes dos óculos quadriculados de armação azul-bebê.

— Rosa combinaria mais com você. - Por fim ele comentou.

— Rosa? Eca! Não gosto muito dessa cor... - Ela fez careta.

Freddie estava usando bermuda jeans básica e uma camisa xadrez verde-azulada por cima de uma camiseta branca. Ele cheirava à amaciante e colônia com um toque amadeirado. O topete como sempre impecável, arrumado com gel.

— Acho que dourado combina mais com o tom dos meus olhos. - Mandy disse pensativa.

Ela estava usando um vestido jeans, era apertado no busto e soltinho em baixo, por cima do vestido usava um casaquinho leve na cor vermelho-cereja. Os olhos marcados por lápis, a boca pequena e delicada coberta de gloss labial sabor amora. 

A garota tinha um cheiro doce, frutal. Não era enjoativo, era suave e bom de sentir. Olhou para ela de novo, Mandy não era alta ou tinha um corpão como as outras garotas de CHS. Era muito mais baixa que ele, mas tamanho não era documento. A garota de cabelo cor de mel e olhos caramelados tinha um corpo bonito, seios medianos, cintura fina e coxas grossas.

Sem dúvidas, ela era atraente, mesmo sendo sua amiga, Freddie não poderia disfarçar ou evitar alguns olhares...

Depois que perdeu a virgindade seus hormônios já aflorados estavam ficando enlouquecidos...

Ele tinha começado a se masturbar na hora do banho para poder tentar se aliviar um pouco, e não podia evitar certos pensamentos impuros...

E olhar para a Mandy daquele jeito era errado? Por quê ele não se sentia mal? Ela era sua amiga, pura e inocente, e ele já tinha tido algumas experiências íntimas com uma certa loira...

Balançou a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos rapidamente. Contou até 10. As palmas das mãos suavam um pouco. Respirou fundo... Foi acalmando os ânimos. 

"O que está acontecendo comigo?"

O Pop's Mix ficava do outro lado da rua, e Mandy ainda distraída foi atravessar tagarelando sem olhar para ambos os lados.

Um ciclista apressado vinha pedalando à todo vapor, sem se preocupar com os pedestres. Mandy não o viu, mas Freddie sim...

— CUIDADO! - Gritou e correu até ela, puxou-a pela cintura a tirando do caminho do ciclista desnaturado.

O rapaz acabou caindo da bicleta, quase se chocou com um carro estacionado.

Por pouco não cairam também. Tudo foi tão rápido. O rapaz conseguiu salvá-la do atropelamento.

Ficaram ali quase no meio da rua parados, arfando. Foi um belo susto. 

Freddie afrouxou os braços ao redor dela e a garota se virou para ele, os grandes olhos arregalados. O coração batendo à mil.

— Você me salvou... Obrigada. - Murmurou ainda atordoada.

— Eu jamais deixaria você se machucar. - O moreno disse num sussurro.

O coração dele também se encontrava disparado.

Sem falar mais nada, ele a abraçou com força, e Mandy apoiou a cabeça no peito dele de olhos fechados, se sentindo muito grata.

"Ele me protegeu... E esse abraço gostoso? Será que ele está gostando de mim? Meu Deus! Como eu queria ter coragem para me declarar..."

[...]

No Pop's Mix, Sorveteria & Lanchonete... 

— Eu vou pedir mais um sorvete de morango! - Carly disse levantando e foi até o balcão de atendimento.

Sam e Wendy se entreolharam estranhando, a morena não saia da dieta. Sempre pedia um sorvete ou uma vitamina light.

Após alguns segundos Carly retornou à mesa com um sorvete de três bolas coberto de calda e confeitos coloridos.

— Isso aqui está muito bom! - Sorriu se lambuzando toda.

Wendy, a ruiva desviou o olhar segurando uma risada. Sam olhou para o copo médio de vitamina de baunilha e coco quase intocada, não sentia vontade de tomar.

Não estava ali porque queria, suas amigas praticamente a obrigaram a sair da cama. Nas últimas semanas ela não estava tendo ânimo para nada, nem para comer... E comer era algo que ela simplesmente amava.

O que havia de errado?

Sam Puckett estava afundada na bad. Se sentia péssima. Aos poucos estava se afundando mais e mais naquela tristeza que parecia estar a matando lentamente.

Sentia falta dele. Pensava dia e noite nele. Precisava desesperadamente de Freddie Benson. Por quê? Porque ela o amava e estava sofrendo sem ele...

Chorava horas à fio. No banho. Antes de dormir. Quando acordava no meio da noite... Ou sempre quando o via com Mandy de um lado para o outro no colégio, ela corria e se trancava no banheiro para se desmanchar em lágrimas.

Por quê? Por quê doía tanto?

Só ela sabia o porquê e se culpava por isso... Por perdê-lo.

Olhou para a amiga morena, Carly estava enfiando na boca punhados de batata frita ensopada de Ketchup, mastigava com certo desespero.

E sua amiga ruiva, apenas sugava a vitamina de chocolate sem pressa, enquanto vez ou outra digitava algo no iPhone novo, com certeza batendo papo com o paquera atual.

Wendy estava saindo com universitário 3 anos mais velho que ela. Parecia um bom rapaz. E a ruiva parecia cada vez mais encantada por ele.

Carly e Wendy estavam devidamente arrumadas e maquiadas, ambas vestindo seus look's de arraso. Como aquelas patricinhas de L.A que combinavam até as bolsas e os sapatos quando costumavam sair... 

A loira não tinha mais vontade de se arrumar como antes, lá estava ela usando um moletom do inverno passado e jeans surrados, ainda por cima usando um par de All Star bem desgastado.

Rosto limpo. Cabelo amarrado num coque frouxo... Não havia esmalte nas unhas e ela já apresentava olheiras, o olhar sem brilho e o semblante abatido.

Ela não era mais a mesma garota de antes. Não mesmo.

A sineta tocou. Tinha chegado mais clientes no Pop's Mix.

Algo a fez levantar o olhar e fitar a porta, os olhos azuis-esverdeados seguiram o  jovem casal que adentrava o estabelecimento.

Freddie e Mandy estavam sorrindo, de mãos dadas.

Sam enguliu em seco e sentiu os olhos marejarem.

"Não! Não pode ser... Eles estão mesmo saindo como ficantes?"

[...]

hora e alguns minutos depois...

Carly sentiu uma leve tontura, se apoiou na parede assim que adentrou o apartamento duplex. Segurou a alça da pequena bolsa com força, respirou fundo e gemeu baixinho quando sentiu o estômago embrulhar.

"Droga! Eu não deveria ter me empanturrado de tanta batata frita e sorvete!"

Lamentou por ter comido o triplo do que comia. Não devia ter exagerado, ser gulosa era uma das "qualidades" de sua amiga Sam, se é que ter gula seja algo bom... Gula não era um dos 7 Pecados Capitais? 

Claro que era... Gula era pecado.

"Eu não devia ter saído da dieta!"

A morena morava com o irmão mais velho, Spencer Shay. Ele era advogado e nas horas vagas fazia lindas e exóticas esculturas. Misteriosamente de vez em quando uma ou outra escultura acabava em chamas...

— Droga! - Praguejou soltando outro gemido.

Não sentia dor de barriga, era apenas um mal-estar. Um maldito enjôo. E não era a primeira vez que Carly passava mal e corria para o banheiro.

Nada de distúrbios alimentares... A garota de 17 anos não tinha isso, mas conhecia várias meninas de CHS que sofriam com isso... Infelizmente.

Correu para o banheiro mais próximo que ficava no primeiro andar, o banheiro para visitas.

Levantou a tampa da privada com rapidez, e se ajoelhou ali quase enfiando a cabeça toda ali dentro... A bile subiu até a boca e ela colocou tudo, e um pouco mais para fora...

Após vomitar tudo o que tinha para pôr para fora, levantou o rosto já avermelhado, lágrimas escorriam pelas bochechas arredondadas e ressaltadas, os lábios carnudos tremendo, assim como seu corpo delicado, o gosto horrível e amargo estava impregnado na boca.

"Oh, meu Deus, será que estou doente? E se for grave?"

Começou a chorar ali mesmo assustada, temendo pelo pior... E se estivesse gravemente doente? O que seria dela?

[...]

Sam estacionou o carro em frente à casa de Freddie, saiu apressada do veículo. O céu estava escuro, carregado de nuvens, choveria à qualquer momento. Foi até o portão, estava sem cadeado, conseguiu passar sem pular a baixa cerca de madeira pintada.

Apressada atravessou o gramado bem aparado, flores enfeitavam os vasos que ficavam na varanda. Subiu os pequenos degraus até chegar lá. Em fim chegou à porta onde respirou fundo tomando coragem, e apertou a campainha.

Esperou ali, nervosa e ansiosa. Passou as mãos trêmulas no moletom, e olhou para as unhas roídas. Não ligava para aquilo, não mais... Fazia semanas que não hidratava o cabelo ou fazia limpeza facial... Estava descuidada, desleixada e mais magra.

 A porta foi aberta após ela tocar a campainha mais duas vezes. 

E lá estava ele de roupa trocada e cabelo levemente molhado. Sam sentiu o coração disparar, vê-lo a deixava muito nervosa, ela jamais tinha sentindo aquilo antes. Acontecia apenas com ele.

— O que tá fazendo aqui? - A voz grave e mais rouca a fez arregalar os olhos.

— F-Freddie... - Ela balbuciou sentindo a emoção a dominar por completo.

Era tão bom vê-lo de perto. Poder falar com ele.

— O que faz aqui, Samantha? - A chamou pelo nome e a loira enguliu em seco.

— Eu precisava vir aqui, sinto sua falta, quero conversar com você, visitar a sua mãe, eu gosto muito...

— Não! Eu não acredito em você. Vá embora! Não temos mais nada para conversar. Não quero você me importunando aqui na minha casa. Também não te quero perto da minha mãe. Não se aproxime de mim, nem dela e fique longe dos meus amigos também! De você eu quero distância, Puckett! - O tom que ele usou a fez ficar desnorteada.

Nunca tinha o ouvido falar com tanto desprezo e indiferência antes.

— Não me peça isso, Freddie, por favor... Não me proíba de visitar a tia Marissa, eu gosto tanto dela... - Começou a chorar.

Freddie desviou o olhar, era difícil para ele, porém, necessário...

— Vá embora, não complique as coisas. Faça esse favor à mim e à você também, não corra atrás de mim. Me deixa em paz! Não venha mais aqui! - Pediu.

— Não faz isso comigo... - Se aproximou e agarrou a camisa dele. - Freddie, olha para mim... - Implorou. - P-por f-favor... - Soluçou. - Acredite em mim. Eu te amo! Estou sofrendo sem você, eu preciso de você, me perdoa,  volta para mim! - Suplicou.

— Não, Samantha, você é egoísta, mimada e só ama a si mesma. Me solta! - Afastou as mãos dela a fazendo soltá-lo.

— Você está com aquela garota? - Perguntou com certo desprezo e raiva.

— Aquela garota tem nome. Ela se chama Mandy. - Disse começando a se irritar.

— Você me ama, não pode ficar com ela... - Levou as mãos até o cabelo desesperada, bagunçando-o ainda mais. 

— Quêm disse que eu te amo? - Freddie a olhou, as palavras dele a golpearam.

— Você sabe que sim, e eu também amo você... - Chorou tentando abraçá-lo.

— Não! - A afastou. - Me deixe em paz, vá embora! - Bateu a porta na cara dela.

— Freddie! - Se lançou contra a porta e bateu na madeira. - Abre! - Socou a porta em desespero. - EU TE AMO! NÃO FAZ ISSO COMIGO! POR FAVOR, ABRE! FREDDIE! NÃO ME DEIXE AQUI, ME DEIXE ENTRAR! FREDDIE! EU TE AMO! ABRE! FREDDIE! FREDDIE! FREDDIE! - Foi perdendo as forças, os gritos cessaram e Sam se deixou escorregar até sentar no chão de madeira da varanda.

Estavam em prantos, aos soluços.

O céu carregado de nuvens desabou numa chuva forte e grossa, o vento gélido fazia os cachos loiros esvoaçarem...

Abraçou os joelhos tremendo, o corpo encostado na madeira marrom. Sentia frio, se sentia rejeitada e sozinha... Não conseguia parar de chorar. A garganta doía de tanto gritar. 

Ele não abriu a porta.

Do lado de dentro, Freddie também estava encostado na porta, os olhos ardendo. O corpo tremia, mas não pelo frio, ele começou a soluçar. Tinha vontade gritar. Espernear. Bater a cabeça contra a madeira até aqueles turbilhões de sentimentos passar...

Ambos choravam enquanto o ceú desabafa em águas lá fora... 

[...]

Minutos depois... 

A loira levantou, a chuva ainda caía fortemente, respingando na varanda. Olhou para a porta fechada, ressentida, chateada. Passou as mãos trêmulas no rosto, enxugando as lágrimas e fungou.

"Ele me odeia. E agora está ficando com ela..."

Sentiu vontade de gritar de novo, mas se conteve. A garganta estava seca e um pouco dolorida. As lágrimas ainda insistiam em cair e embaçar sua visão.

Soluçou, o coração estava apertado. Nenhum outro garoto havia a rejeitado... Mas Freddie Benson não era qualquer garoto.

Estava com raiva, mas não dele, e sim de si mesma. Também sentia raiva de Amanda Valdez. Muita raiva.

"Maldita seja essa pirralha..."

Apertou os punhos, tremendo. 

Deu uma última olhada para a porta, restava um pingo de esperança em seu íntimo que logo esgotou... Ele não ia abrir e não abriu.

Puxou o capuz do moletom cor de creme sobre a cabeça e saiu para a chuva, atravessou o gramado com cuidado para escorregar nas pequenas poças que se formavam e tirou as chaves do bolso, sacudindo o chaveiro em formato de estrela, uma bela estrela roxa.

Destravou o carro, abriu a porta e entrou no mesmo, a capota do conversível já estava abaixada.

— Merda! - Praguejou socando o volante com força.

"Eu não posso perdê-lo para aquele projeto de piranha... Aquela sonsa e sem graça da Valdez não merece ele, não mesmo... Freddie é meu!"

Freddie respirou fundo, sentia um certo peso na consciência, e aquele aperto no peito... Não sabia o porquê, na verdade, sabia sim. Destrancou a porta e abriu, ela não estava mais lá...

Viu os faróis do carro dela acenderem, o motor foi ligado e ela deu partida... E ele ficou ali na soleira, se sentindo muito mal por tudo aquilo.

Sua mãe estava num plantão, ele decidiu ir para o quarto, estava sem apetite. O jantar estava pronto, bastava esquentar. Foi para o quarto, e se trancou ali. 

Deitou na cama de solteiro e fitou o teto, encarando o gesso desbotado. Suspirou, pensando nela.

Tinha mesmo feito o certo?

As palavras dela. Seu choro. E suas súplicas ecoavam em sua cabeça.

Foi difícil e doloroso ouví-la o chamando, gritando por ele.

"Meu Deus! Por quê ela tinha que aparecer aqui? E agora? Como vai ser daqui para frente? Eu a amo, mas não sei se fiz o correto. Preciso esquecê-la."

O celular apitou e vibrou em cima da cômoda, apanhou o aparelho e desbloqueou a tela, era uma mensagem da Mandy.

Ela era uma amiga maravilhosa, se sentia à vontade para desabafar com ela... Era diferente de como conversar com Gibby. Também era sempre bom conversar com ele. Mas não era a mesma coisa.

"Boa noite, Herói das Galáxias!"

Não pôde deixar de sorrir com a mensagem e com o apelido que ela tinha dado à ele já fazia um tempinho...

"Boa noite, Pequena Guerreira!"

A respondeu prontamente e assim começaram mais uma troca de mensagens que se estendiam pela madrugada... 

[...]

Dias depois...

Chadwick High School, horário de intervalo...

— Que tal a gente ir ao boliche? - Nora sugeriu animada.

— É uma boa ideia. O que acha, Freddie? - Mandy olhou esperançosa para o moreno que fitava o sanduíche feito de ingredientes saudáveis.

Freddie olhou para ela, depois olhou para Nora e Ricardo, o casal sorriu e o amigo porto-riquenho mexeu as sobrancelhas de forma sugestiva.

— Eu topo! - Aceitou.

Era sexta-feira e ficar em casa de noite às vezes era entediante, ele quase não saia com Nora e Ricardo, e quando saia era sempre com Mandy e Gibby.

Ele sempre quis ir ao boliche, nem quando morava em Seattle teve a oportunidade para ir com os amigos, Shane e Brad. Ainda mantinha contato com eles, seja por ligações, mensagens ou chamadas de vídeos, sentia falta dos garotos que praticamente cresceram com ele.

— A gente passa na casa de vocês, beleza? - Ricardo sorriu.

Mandy assentiu já empolgada, eles sairiam num encontro duplo, certo? De certa forma era um encontro, apesar de que ela e Freddie sequer tinham ficado, mas a garota tinha esperanças que ainda poderia rolar algo entre eles.

Na mesa que pertencia às líderes de torcida, Sam, Carly e Wendy estavam reunidas, apesar de estar usando o uniforme de CHS, Sam não estava usando as botas de salto e sim All Stars semi-novos, os cachos estavam presos num rabo de cavalo e ela usava a fita azul que fazia parte do uniforme de torcida.

Wendy pegou um potinho de pudim light da bandeja e tirou a tampa, Sam colocava na boca algumas colheradas da salada de frutas e mastigava sem vontade. 

Carly estava inquieta, mexia na comida sem realmente comer, no prato a salada de frango sem molho estava quase intocada, de vez em quando olhava para a mesa onde Gibby tinha acabado de sentar se juntando aos amigos.

— O que tá rolando, Carls? - Sam perguntou preocupada.

Já fazia um bom tempo que a morena agia estranha, faltava aos treinos, comia pouco e sempre corria para o banheiro com a desculpa de que iria retocar a maquiagem.

— Fala para gente, somos suas amigas. Pode confiar em nós. - Wendy tocou no ombro da amiga que se encolheu, abaixando a cabeça.

— Eu não sei... - Sussurrou.

— Carly, olha para mim. - A loira pediu.

A morena hesitou um pouco e por fim ergueu a cabeça, fitando Sam que estava com um semblante cheio de preocupação.

— Estou com um teste de gravidez aqui na bolsa. - Indicou a bolsa pequena estilo tiracolo. - E estou reunindo coragem para fazer. - Disse em voz baixa, um pouco chorosa.

As outras duas garotas arregalaram os olhos e a ruiva tapou a boca, Sam abriu a boca, mas não soube o que dizer no momento.

[...]

— Gibby? - Carly o chamou assim que as aulas terminaram.

— O que foi, boneca? Quer carona para casa? - Se virou para ela com um sorrisinho.

— Sim, eu tenho uma coisa para te contar. - Falou receosa.

— Nossa, Carly, só pela sua cara já percebi que a coisa é séria. - Ele fechou o sorriso e ficou um pouco aflito.

— Pior que é... - A morena olhou para as sapatilhas pretas, pensando em como contaria aquilo para ele.

Andaram em silêncio até onde estava o carro dele estacionado, ele destravou o veículo e abriu a porta para ela. Carly entrou e se acomodou no banco confortável, colocou o cinto de segurança e pousou a bolsa no colo.

Logo Gibby estava ao volante, dando partida, dirigiu apreensívo até chegarem na casa dele. Por sorte os pais dele estavam viajando e seu irmão mais novo tinha ficado na casa dos avós maternos.

Adentraram a casa, era uma daquelas típicas casas num bairro bacana de Classe Média, com dois andares, espaçosa e com uma bela decoração, tinha até piscina.

— Quer comer ou tomar alguma coisa? - Perguntou largando a mochila no sofá.

— Suco. Eu preciso de bastante líquido agora. - Ela abriu a bolsa e tocou no teste de gravidez.

— Está com tanta sede assim, bebê? - Gibby sentou ao lado dela no sofá.

— Não, agora não... - Se esquivou dos lábios dele que a tocaram no pescoço, distribuindo beijos.

— Okay, vamos conversar primeiro, né? - Ficou quieto e a olhou analisando-a.

Carly estava inquieta e nervosa, brincava com os dedos e mordia o lábio inferior.

— Pode falar, Carls. - Pediu já preocupado.

A morena virou para ele, olhou nos olhos esverdeados do rapaz, tomando coragem e por fim falou o que tanto a deixava aflita e lhe tirava o sono...

— Comprei um teste de gravidez. - Tirou a embalagem com o pequeno Kit da bolsa.

—  Você...? - Gibby não conseguiu terminar o que iria perguntar.

— Acho que estou grávida. - Respondeu em voz baixa.

— Faça o teste para termos certeza. - Repousou a mão na coxa esquerda dela.

— Estou com medo. - Choramingou.

— Não precisa ter medo. Estou aqui com você, meu amor, e seja o que Deus quiser! - Ele abraçou lhe dando o total apoio.

Carly fechou os olhos, lutando contra as lágrimas, abraçando-o, se sentindo um pouco mais aliviada... O maior medo dela era que ele reagisse mal, porém, Gibby estava ali ao lado dela, sendo o namorado maravilhoso que ele era.

[...]

Horas depois...

Sam estava no quarto, não comeu nada durante o jantar, se encontrava sem apetite mais uma vez. Estava emagrecendo e sabia disso por causa das roupas que já estavam ficando folgadas em seu corpo que eram cheio de belas curvas.

Olhou para o desenho que Freddie tinha feito dela, era um belo e íntimo retrato onde ela havia posado nua para ele. Tinha mandado emoldurar e o guardava na cômoda trancando à chave.

As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto pálido e abatido. Sentia uma imensa falta dele, tanto que chegava a doer, não estava se importando com a dor de cólica que sentia no momento, aquilo era o de menos, ela estava sensível e se permitiu chorar como fazia sempre que se encontrava sozinha.

Chorar não aliviava a tristeza, nem amenizava a dor que ela sentia por não tê-lo por perto. E de certa forma, chorar era uma forma que ela encontrava para não surtar, guardar aquela tristeza e fingir que nada sentia seria pior ainda...

Largou o quadro que continha o desenho, deixando-o em cima da cama. Virou no colchão e afundou o rosto no travesseiro, abafando os soluços.

Estava dolorida e sentindo aquelas malditas pontadas de cólicas, o efeito do remédio ainda não tinha começado a amenizar as dores incômodas.

"Ele disse que não me amava... Eu o amo tanto. Será que ele se apaixonou por ela?"

Seus pais estavam preocupados, por mais que Sam não falasse para eles o motivo que a deixava triste à ponto de não querer mais nem sair para se divertir com as amigas, Pam Puckett sabia muito bem que o motivo tinha nome e sobrenome.

Sam estava péssima, com grandes olheiras e estava emagrecendo tanto. A mãe temia pela filha, a mulher já tinha ouvido as crises de choro da garota, aquilo não era normal... Se continuasse assim, tomaria alguma providência e internaria a filha para tratar uma possível Depressão.

Muitos jovens acabavam caindo em Depressão após passarem por decepções amorosas. 

Era doloroso demais ver a filha daquele jeito se afundando na tristeza à cada dia que se passava...

[...]

A noite no boliche ao lado dos amigos tinha sido incrível, se divertiram à beça, depois lancharam e Ricardo e Nora acabaram indo mais cedo para casa, alegando que precisavam chegar antes do previsto, Mandy percebeu que era apenas uma desculpa esfarrapada, mas Freddie não.

Ficaram sozinhos ali no parquinho onde resolveram dar uma volta, ainda era cedo, ambos pegariam um táxi para voltar para casa.

Sentaram no banco de madeira, observando o movimento. Famílias passeando com crianças, casais de namorados, grupos de amigos, vendedores ambulantes.

A noite estava bonita e estrelada.

Sentiram o delicioso cheiro de Hot Dog e pipoca no ar. Também tinha carrinhos de Algodão doce e Maçã do amor ali por perto.

— Quer alguma coisa? Algodão doce? Pipoca? - Freddie perguntou à amiga.

Ela estava linda, usava um vestido vermelho com estampa de bolinhas brancas, calça legging preta e um casaco jeans azul-escuro.

Os longos cabelos lisos e sedosos caiam pelas costas soltos, Mandy não estava usando laço, nem prendedores ou tiaras coloridas.

Ela ficava melhor daquele jeito, sem enfeites no cabelo.

— Quero sim! Olha, tem pirulitos de chocolate em forma de bichinhos! - Apontou para uma barraquinha de doces.

Freddie olhou para onde ela olhava e viu a barraquinha vermelha, pegou na mão dela e juntos foram até lá. Comprou um pirulito em formato de peixe para si e um pirulito em formato de borboleta para ela.

Voltaram para o banco onde se sentaram um ao lado do outro.

— Que delícia. - Mandy disse após mastigar o chocolate cremoso que tinha recheio de morango. 

— É muito bom mesmo. - Freddie concordou. 

— Qual é o sabor do seu? - Perguntou curiosa.

— Brigadeiro. - Respondeu após a segunda mordida.

— O meu é de morango. - Sorriu.

— Deve ser muito gostoso. - Ele comentou olhando para os lábios rosados dela.

— É sim, quer provar? - Inocentemente ofereceu o pirulito.

— Quero! - Freddie inclinou e sem perder mais tempo a beijou, pegando-a de surpresa.

Mandy arregalou os olhos, ambos estavam de óculos, relaxou e fechou os olhos se entregando ao beijo. Freddie a segurou pela cintura com a mão livre, acariciando-a de leve. Ela ainda desajeitada, tocou na nuca dele, abrindo os lábios e permitindo a língua dele tocar a sua... 

O beijo durou quase 10 segundos, foi calmo, lento e doce.

Se afastaram sentindo os rostos ruborizarem e sorriram. Tinham gostado de experimentar os lábios um do outro... O beijo tinha sido bom.

— Você é linda, sabia? - O moreno acariciou a bochecha dela e ela mordeu o lábio inferior, sem saber que a timidez o provocaria.

Antes que pudesse agradecer ao elogio, sentiu a boca dele de novo grudando na sua... Foi mais um beijo doce, calmo e que durou um pouco mais.

Amanda Valdez não poderia estar mais feliz. Se sentia nas nuvens, estava acontecendo o que ela mais queria... Era como um sonho sendo realizado.

Quase 1 hora depois...

Freddie chegou em casa por volta das 21:00h. Sua mãe estava na sala assistindo TV, alguma novela mexicana que ela costumava ver. Passou por ela lhe dando um beijo na testa e foi para o quarto, a noite tinha sido ótima para ele.

Se divertiu bastante com os amigos jogando boliche, e ir no parque com Mandy foi a melhor coisa que fez àquela noite. Ele sorriu lembrando dos momentos que passou ao lado da garota.

O passeio legal, os beijos que trocaram, conversaram bastante e andaram de mãos dadas. Se sentia bem estando com ela, Mandy o fazia esquecer a tristeza que ele guardava no peito, quando estava com ela não pensava no motivo que tanto o abalava.

Ela o fazia muito bem, fazia ele se divertir e deixar certos sentimentos que o atormentavam de lado. E o melhor de tudo, ele tinha gostado de beijá-la, e estava com vontade de repetir mais vezes.

"Por quê não? Ela retribuíu meus beijos, é um sinal de que também gostou. Estou solteiro, ela também... Quero ser feliz ao lado de alguém que me faz bem. E esse alguém é a Mandy, ela está me fazendo enxergá-la com outros olhos, quem sabe ela possa ser a garota certa para mim... Talvez eu deva me arriscar."

Decidiu mandar uma mensagem para Gibby.

"Dá sinal de vida, cara. Quero falar com você."

Gibby demorou um pouco para responder.

"Foi mal, irmão. Hoje foi um dia e tanto, você nem vai acreditar..."

Freddie digitou rapidamente e enviou.

"Mesmo? E eu tive uma noite e tanto, eu tenho que te contar!"

Logo recebeu mais uma mensagem do amigo.

"O que você aprontou, Benson?"

Digitou um pouco hesitante e mandou a resposta.

"Eu tive um encontro com a Mandy. Saimos com o Ricardo e a Nora... E eu a beijei."

O amigo respondeu imediatamente.

"O quê? Você ficou com a Mandy? Nossa! Nem sei o que falar..."

Freddie riu, mas foi de nervoso. Digitou ligeiro.

"Sim. Nós ficamos. Então, me fale de você, o que andou aprontando hoje?"

Perguntou ao amigo.

"Cara, eu engravidei a Carly. Ela fez o teste de farmácia hoje e em breve vai fazer um exame de sangue para apenas confirmar. Termos que ter 100% de certeza."

 Freddie arregalou os olhos, sabia que Gibby não brincaria com uma coisa séria com aquela...

"Meu Deus! Uau! Você vai ser papai? Meus parabéns, irmão!"

Estava surpreso com a notícia.

"Valeu, cara, valeu... Agora já não sei como falar isso para os meus pais! Seja o que Deus quiser!"

Respondeu Gibby o fazendo rir. Também não sabia o que faria se estivesse no lugar dele.

"Boa sorte, você vai precisar!"

E assim finalizaram as trocas de mensagens. Tirou a roupa e vestiu uma regata velha e uma calça de dormir. Deitou na cama, sorriu bobo relembrando tudo o que tinha rolado no parque...


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Notas finais do capítulo

E aí??? O que acharam??? Surtaram??? Querem me esganar???

Teremos baby Cibby... Esperavam por isso???

Tadinha... A Sam está sofrendo tanto, né???

Quêm se emocionou com a cena dela gritando e batendo na porta???

Foi bem triste...

Freddie começou a sair com a Mandy hehehe

Ah, já estava óbvio que acabar rolando, né???

Eu sei que ninguém shippa, mas respeitem, ok???

Sou Seddiana roxa, minha gente... É apenas uma fase, o começo de uma nova fase.

Vou logo avisando que vai rolar umas pequenas passagens de tempo, ok???

Nada de anos, apenas meses...

Comentem, podem ficar à vontade, respondo à todos com muito carinho! Bjs