Answer escrita por nathaliacam


Capítulo 8
Parte VIII




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Parte VIII

“And she listens from my lips how beautiful she is… come here, feel this mortal’s it was all so intense, It’s swollen*…”

N/A: “E ela ouve dos meus lábios como ela é linda… venha aqui, sinta o coração deste mortal, foi tudo tão intenso, que ele inchou.”

“Isto não está meio piegas?”

Edward ergueu as sobrancelhas. Não estava esperando aquela voz, porque a presença de Jacob nos ensaios andava ficando cada vez mais escassa. Ele aparentemente tinha muitas viagens para fazer com seu “emprego fixo”, muitos negócios a tratar com sua própria empresa fora do ramo musical.

Por isso, ou talvez por outros motivos, ele sentiu seu peito esquentar de raiva pelo simples comentário do amigo.

“Não.” Respondeu simplesmente.

Jacob se aproximou. Edward, que estava sentado na poltrona do estúdio com o violão, tinha no chão à sua frente a folha com os versos e a primeira versão da letra que escrevia. Ainda não estava completa, porque ele andava tomando um cuidado extremo com cada palavra que escrevia. Diferentemente das outras canções que tinha composto até agora, aquela tinha um significado que ele gostaria de deixar exposto. Não queria misturar absolutamente nada. Era uma poesia feita para uma pessoa só.

“I just don’t know any of your imperfections, as I don’t know what you’ve been doing away from me.” Jacob leu a letra e baixou a folha, olhando para Edward de forma brincalhona. “Mais uma para a Tanya?”

N/A: “Eu não sei nenhum dos seus defeitos, como não sei o que você está fazendo longe de mim.”

Edward revirou os olhos. Tomou a folha das mãos de Jacob e a colocou no chão novamente.

“Não.” Respondeu novamente.

Jacob ergueu as sobrancelhas diante do comportamento do outro. Em seguida, deu de ombros. Edward tinha mesmo alguns ataques de mau-humor. A letra era boa, mas não deixava de ser meio piegas e romântica demais. Não tinha muito a vibe seguida pela banda ultimamente, mas isso poderia ser mudado. Ele seria quem cantaria, teria que entrar no processo de produção em algum momento, e aí poderia palpitar.

Resolvendo deixar o assunto de lado, olhou ao redor. Quando não viu nenhum dos outros amigos e companheiros de trabalho, questionou Edward, que já se concentrava nos versos de violão novamente:

“Cadê a galera?”

“Comprando o almoço,” respondeu enquanto batia o pé no ritmo que pensava que a bateria devia entrar em sua composição.

“E o que vai ser?”

Ele respirou irritado novamente. Estava tentando se concentrar, mas aquela série de perguntas o distraía.

“Sei lá, cara. Manda mensagem para eles e pergunta.”

“Nossa!” Jacob se levantou. Bateu as duas mãos nas pernas cobertas pela calça preta e as colocou na cintura em seguida. “TPM?”

Edward nem se deu ao trabalho de responder. Sua vontade seria mandar Jacob para a puta que pariu junto às piadinhas machistas das quais ele já estava de saco cheio. Olhou feio para o amigo e voltou a se concentrar na música. Percebendo que não receberia qualquer resposta, Jacob torceu a boca.

“Tá,” disse, mas Edward continuou concentrado. “Vou me encontrar com os caras. Quer alguma coisa?”

“Não, valeu,” ele respondeu baixo, arrumando os dedos no violão para testar o próximo acorde.

Com essa, Jacob saiu. Edward se sentiu aliviado por estar sozinho novamente, pelo menos por enquanto. Sempre conseguia compor melhor no silêncio.

Vinte minutos depois, conseguiu terminar mais uma estrofe. Ainda não tinha certeza da ordem em que tudo entraria na melodia final, mas o mais importante é que estava quase chegando ao fim. Nos três últimos dias, aquela composição era tudo em que Edward pensava e vê-la quase pronta era um verdadeiro alívio, uma sensação de missão cumprida. A sensação de que as palavras e os sentimentos que arranhavam seu peito querendo sair em forma de canto estava quase no fim.

Ele pegou o celular do chão e desbloqueou o aparelho. Já fazia tempo que ele não postava nenhum stories, mas aquela sensação merecia ao menos uma foto temporária. Fotografou, então, seu corpo de cima. A imagem pegava a camisa vinho a partir do peito. O violão estava apoiado na perna que ele cruzava e na outra, que tinha o pé apoiado no chão. Ao fundo, o papel com a letra e os acordes de sua nova composição. Ele checou para ter certeza de que nenhuma palavra poderia ser lida, e postou sem nem escolher filtros.

ecullen_answer: Back to black.

[...]

Seattle, outubro de 2018.

Vivi uma aventura. Não sei bem dizer se foi uma aventura mesmo, mas, segundo tudo o que já li sobre aventuras amorosas, paixonites e coisas do tipo, eu tive uma.

Não é que ele tenha sido o primeiro cara com quem tive um relacionamento sem amarras, sem títulos e sem compromisso. Longe disso. Tenho várias outras crônicas para provar que outros caras já mexeram comigo, em outras vezes estive com o coração partido, em outras vezes tive de tomar decisões que não compreendiam bem o que eu realmente queria fazer.

Contudo, desta vez, foi diferente.

Não sei ao certo o motivo, mas sinto que foi.

Talvez porque eu nunca tivesse começado a flertar com alguém via rede social antes. Talvez porque, pelos outros, tivesse uma paixãozinha discreta, fruto da minha admiração pelo trabalho dele por anos. Talvez porque nenhum deles tenha tido um relacionamento abusivo com outra mulher por dez anos.

Talvez porque eu nunca tenha ficado remoendo o que aconteceu depois que tomei a minha decisão.

Não me arrependo. Fiz o que tinha de ser feito, porque, daqui para frente, qualquer tombo doeria demais. Gosto mais dele do que é saudável para o pé em que nossa relação estava, afinal, ela nem poderia ser chamada de relação ainda.

Não conheço os sentimentos dele em relação à outra mulher, porque não o conheço direito. Tudo o que sei a seu respeito veio de seus próprios lábios, nem tive tempo de tirar minhas próprias conclusões de sua personalidade. Não conheço os sentimentos da outra mulher em relação a ele, porque tudo o que sei a respeito dela veio dos lábios magoados dele.

Talvez esse pudesse ser o motivo para que eu persistisse. Para que desse a ele uma nova chance, uma chance para que pudéssemos descobrir juntos outros lados um do outro.

mas eu não quero arriscar entrar numa canoa furada. Não assim, tão de repente.

O que aconteceu entre ele e eu foi rápido. Uma conexão intensa, conversas que renderam, beijos que marcaram, sorrisos fáceis. Gosto do mundo dele, o admiro por seu trabalho há muito tempo. Há nele um encanto que nunca enxerguei em homem nenhum. Entretanto, isso não quer dizer que ele seja o grande amor da minha vida, porque acreditar nisso contrariaria tudo o que sei que sou.

Não sou do tipo de mulher que se deixa levar pela vida, muito pelo contrário. Sou dona da minha vida, dos meus sentimentos das minhas vontades. Acredito em relacionamentos que são construídos. As bases podem ser o amor, a paixão, o encanto.

Por ele, por enquanto, eu só tinha o terceiro elemento. Por isso, foi possível me retirar pelo meu próprio bem. O segundo elemento viria logo em seguida, e o terceiro cresceria em mim, provavelmente, antes de crescer nele. E podia ser que, nesse intervalo, ele se desse conta de que as coisas com a outra mulher não estivessem assim, tão claras em sua cabeça e em seu coração.

Fiz por mim. Pode parecer egoísta, e talvez tenha sido. Mas, essa sou eu. Erros, acertos; altruísmo, egoísmo; claro e escuro.

Não sei o que o destino me reserva. Pode ser que daqui a um tempo eu perceba que cometi o maior erro da minha vida. Pode ser que eu chegue à conclusão de que amores de uma vida inteira existam de verdade, e que perdi o meu para o meu medo de sofrer. Terei, entretanto, a mesma justificativa: como poderia eu saber?

Bella respirou fundo. Já fazia algum tempo desde que uma crônica rasgava seu peito, cheia de vontades de sair. Sentindo-se mais leve, nem releu as palavras escritas. Apenas salvou o documento e desligou o computador. Deixou o aparelho na mesa de cabeceira e puxou para cima de si os cobertores. Fechou os olhos.

Nada de sono.

Ela resmungou para si, sabendo que teria que apelar ao celular para que o sono chegasse. Esticou o braço sem nem olhar e tirou o aparelho do carregador. Desbloqueou e foi diretamente ao Instagram.

O novo stories de Edward ainda estava ali. Ela lutava para ignorá-lo desde que o viu no meio da tarde, mas estava difícil. Quer dizer, não faria mal nenhum, faria? Era só uma foto. Só o nome dela que apareceria entre os outros centenas que provavelmente abririam a foto. Ela mordeu o lábio, pesando a importância daquele feito.

“Foda-se,” murmurou enquanto tocava no círculo com a foto dele.

ecullen_answer: Back to Black

Ela riu consigo mesma e tocou a tela para que a foto não sumisse depois de dez segundos. A legenda parecia não ter muito a ver com a imagem, mas ela conseguiu entender que ele se referia ao estúdio, que tinha as paredes escuras. Aos seus pés, havia uma folha. Ela deu zoom na imagem para ver se conseguia ler algo ali, mas nada feito.

Ela suspirou, ainda segurando a tela com o polegar. Sentiu o peito esquentar por saudades daquele homem, mesmo que os dois tivessem se visto há apenas alguns dias. Bella sabia que precisava da distância, mas… talvez ela não fosse tão forte assim.

Por que tudo tinha que ser tão preto no branco? Não fazia mal que os dois se falassem de vez em quando, certo?

Sem pensar, ela movimentou o dedão para cima, abrindo a conversa com Edward no Instagram. Leu rapidamente as mensagens que trocaram antes de migrarem para as mensagens no WhatsApp, sentindo um aperto no peito. Tudo seria tão mais simples se não fosse tão complicado…

E então ela digitou a mensagem. Hesitou antes de enviá-la, mas decidiu fazê-lo de qualquer jeito.

swanbella: back to black, mas sua camisa é vinho! quero ouvir essa também. #direitodefãnúmeroum

Se ela bloqueou o celular rapidamente, sem querer ver se seria respondida ou ignorada, ninguém precisava saber, porque em dez minutos ela já tinha pegado no sono.

[...]

Do outro lado da cidade, Edward ainda não estava com sono. Pelo contrário, ainda navegava pelo feed do Instagram. E quando a notificação de uma nova mensagem vinda daquele usuário, sorriu. Sentiu o peito se aquecer.

swanbella: back to black, mas sua camisa é vinho! quero ouvir essa também. #direitodefãnúmeroum

Ele riu baixo. Sentia falta da personalidade de Bella, tão divertida e solta. O contato tinha sido dela, então ele se sentia a vontade para deixar o assunto render. Não estaria invadindo o espaço que ela quis abrir.

ecullen_answer: sempre nossa fã número um. todos os direitos reservados, Bella. assim que estiver pronta, você vai ser a primeira a ouvir.

Não demorou muito até que a resposta chegasse:

swanbella: todos os direitos reservados, gostei de ver. só não deixa Rose ouvir isso.

[...]

Cinco semanas depois

Edward: acabei de chegar.

Bella Swan: finalmente! já estava achando que a festa deste casamento não teria música ao vivo.

Edward riu com a resposta de Bella. Negou com a cabeça, digitando a resposta rapidamente antes de colocar o celular no bolso.

Edward: jamais. case sua amiga rápido e venha para a parte boa da coisa.

“Pronto para testar o som?” Jasper perguntou.

Edward assentiu. Com a ajuda do amigo, preparou a guitarra, o microfone e a bateria junto ao som. O casamento de Rosalie estava sendo realizado no salão de um hotel, mas a festa aconteceria num local aberto nas imediações. Não era o tipo de evento que a Prize of The Underground fazia, mas os dois concordaram em tocar ali por apreço a Rosalie.

E, bom, seria uma boa oportunidade para que Edward encontrasse Bella.

Nas semanas que se passaram, era possível dizer que os dois estavam se reaproximando. De maneira gradual, é claro. Trocavam mensagens por vezes, se marcavam em postagens que os faziam se lembrar um do outro no Instagram ou Facebook e tinham breves conversas sobre o tempo ou o dia. Nada perto do que Edward queria. Nada perto do que Bella sentia que devia.

A distância foi boa, porém, para que ambos pudessem perceber o papel que gostariam que o outro representasse em sua vida: foi positivo para que Edward entendesse o que de fato era se comportar com responsabilidade no que dizia respeito a relacionamentos. Tudo com Tanya foi tão corrido, tão louco, tão irresponsável e imaturo, que, em sua cabeça, aquela era a única maneira de se relacionar. Bella mostrou o contrário. Mostrou que, acima de tudo, era necessário ter parcimônia para lidar com os assuntos do coração também, afinal, a vida era feita de escolhas, e todas elas tinham consequências.

Bella, por outro lado, começava a entender que seu excesso de racionalidade talvez não fosse saudável. Não se arrependia de ter pedido um tempo a Edward, ter dito a ele para se encontrar antes que eles pudessem se envolver mais. De fato, eles eram muito recentes na vida dele, e ela tinha medo que Edward realmente gostasse de Tanya. Mas, ela sentiu que tinha sido radical demais. Cortá-lo da sua vida de uma só vez também não foi a decisão correta, porque era como se ela tivesse entregando o seu destino desejado nas mãos de outra pessoa. Se Edward ainda fosse apaixonado por Tanya, ele encontraria na decisão de Bella a justificativa que procurava para voltar aos braços da ex. E, bem, não foi o que aconteceu.

Pouco a pouco, ela se permitia desconstruir o muro que tinha feito ao redor de si. Não tinha mudado de ideia quanto à responsabilidade de seus atos, mas conseguia admitir que não queria deixar que Edward fosse embora tão fácil.

E, bem… ele não foi.

“Perfeito,” Edward disse depois de testar o som. “Será que o casamento ainda demora?”

Jasper deu de ombros e lambeu os lábios enquanto virava o telefone celular na direção de Edward para que ele visse as mensagens trocadas com Alice, que assistia ao casamento.

“Não, já está terminando. Bella acabou de levar as alianças.”

Naquele momento, Alice mandou uma foto. Bella usava um vestido verde-água que moldava seu corpo inteiro. Metade de seu cabelo estava preso, e o restante caía pelos ombros. Edward ergueu as sobrancelhas, apreciando a beleza da mulher na foto.

“Caramba..” sussurrou para si mesmo.

Jasper, ao ver a reação do amigo, riu e voltou a colocar o celular no bolso.

“Vamos repassar o repertório?”

Edward piscou, meio distraído. Sim, passar o repertório. Necessário.

[...]

“Vos declaro, então, marido e mulher.”

Rosalie e Emmett se beijaram e os convidados que assistiam ao casamento explodiram em felicitações e gritos. Bella se uniu a eles, mas sua comemoração foi breve, porque o salto que ela usava machucava tanto, que não deixava muito espaço para alegria. Que ideia aquela de Rosalie, fazer sua única dama de honra usar um salto agulha de quinze centímetros. A culpa seria dela se, nas filmagens do casamento, Bella aparecesse andando feito uma pata manca pelo tapete vermelho.

Todavia, a cerimônia foi verdadeiramente linda, Bella reconhecia. Mesmo que casamentos não fossem seus eventos favoritos, ela não conseguiu conter uma lágrima ou duas quando viu sua melhor amiga tão radiante ao caminhar na direção do homem que vinha amando há tanto tempo. A felicidade que Rose sentia escapava por seus poros, contagiava. E Emmett compartilhava a mesma emoção. Dava gosto de ver um casal tão feliz, tão realizado um no outro.

Pena que isso atingia duas pessoas num raio de dez quilômetros. Aquele tipo de felicidade e realização era rara e Bella tinha quase certeza, pelo rumo que sua vida vinha tomando nos últimos anos, que ela não seria vítima daquele raio.

E tudo bem. Amar dava trabalho mesmo…

Bella andou pelo tapete vermelho atrás do casal recém-casado mais bonito que ela já viu. A cerimônia foi animada e emocionante do início ao fim, mas ela dava graças a Deus porque o tempo que precisava ficar sobre o salto tinha terminado. Certos sacrifícios não deveriam ser exigidos nem de melhores amigas.

“Bella!”

Ela olhou para trás quando ouviu seu nome sendo chamado. Rosalie e Emmett recebiam os parabéns dos pais e dos amigos mais próximos, e sua intenção era dar um abraço na amiga e depois se descalçar das sandálias. Uma pessoa, porém, acenava em meio aos convidados, tentando alcançá-la. Bella parou quando reconheceu Alice e depositou o peso de seu corpo num dos pés para descansar minimamente o outro enquanto esperava.

“Oi!” ela disse quando estava à frente de Bella. As duas se beijaram no rosto rapidamente. “Você está linda!”

“Obrigada,” Bella sorriu, “Gostou do casamento?”

“Muito! Rose é a noiva mais linda que eu já vi, e me incluo nisso,” as duas riram rapidamente. “Está indo para a festa?”

“Sim,” assentiu, “Você também?”

“É claro, os garotos já estão lá. Quer carona?”

Os garotos já estão lá, significando que Edward já estava lá. Parecia ridículo sentir um arrepio esquisito, de antecipação, atravessando o corpo, mas foi exatamente o que aconteceu a Bella naquele momento.

É claro que ela sabia que ele estaria lá. Rose falou sobre a Prize of The Underground tocando em seu casamento desde o dia em que fechou a participação com a banda. Ela já estava se preparando para aquele encontro há dias, mas isso não queria dizer que seu corpo obedecia aos comandos recebidos. Mesmo que estivesse conversando com Edward esporadicamente pelas últimas semanas, seria a primeira vez em que os dois se veriam pessoalmente desde o encontro na sorveteria.

“Quero, quero sim,” ela assentiu rapidamente, sorrindo. “Só preciso arranjar algo para calçar, Alice, porque eu não vou ficar com essas sandálias por mais que dez minutos.”

Alice gargalhou e entrelaçou os dedos nos de Bella.

“Eu trouxe uma rasteirinha, vai te ser vir com certeza.”

[...]

Edward acertava a altura do pedestal de microfone com a guitarra já pendurada ao corpo. Afastou-se um pouco para conferir se conseguiria alcançar o microfone enquanto tocava a guitarra ou o violão, e ajustou mais uma vez. O espaço reservado para a banda não era um palco, e isso o agradava. O fazia mais próximo do público, especialmente num evento como o de hoje. Era mais íntimo assim e ele se sentia parte da festa, não uma atração dela. Um tapete cobria os cabos que ligavam os instrumentos às caixas de som, e aquilo o agradou profundamente, embora fosse um pouco esquisito.

“Gostei da parada do tapete,” ele riu quando se virou para Jasper, segurando a guitarra por puro hábito.

“Também gostei,” ele deu de ombros, “Alice disse que foi ideia de Rose. Impede as pessoas de tropeçarem e decora, ao mesmo tempo.”

Ele olhou novamente para o tapete estendido no chão. Além de dar um bom visual, ainda tinha funções.

“Podemos pensar em levar isso para os nossos shows,” sugeriu.

“Pensei a mesma coisa,” o baterista sorriu. “Alice mandou mensagem, está saindo de lá agora.”

Edward assentiu. Eles começariam tocando algum cover para receber os convidados e, em seguida, se apresentariam para começar o show propriamente dizendo. Edward olhou a setlist presa ao chão e ensaiou os primeiros acordes da música.

“Opa! Cheguei a tempo!”

Ele piscou e congelou, reconhecendo a voz no mesmo instante. Olhou para Jasper, que parecia igualmente surpreso, e então, fitou o recém-chegado.

Jacob estava sorridente. Sua pele tinha uma fina camada de suor e sua respiração estava um pouco ofegante. Mas, o que diabos ele estava fazendo ali? Ele não estava numa “viagem a trabalho”? Não abriu mão de tocar no casamento de uma das maiores fãs da banda, de alguém que o conhece desde os tempos de colégio?

Edward estava tão confuso, tão perdido em seus próprios questionamentos, que só conseguiu perceber o que acontecia quando ouviu a voz de Alec, no mesmo momento em que Jacob movia o pedestal de lugar.

“O que você está fazendo aqui?” Edward perguntou nervoso.

“Vim cantar, ué,” riu, “O mesmo que você.”

Jacob ajustou a altura do pedestal. O peito de Edward se encheu de raiva.

“Que merda você está fazendo, Jake? A apresentação hoje é da Prize, não da Answer!”

“A ‘Prize’ veio porque eu não tinha uma viagem. Mas, uma oportunidade melhor apareceu, tenho uma reunião amanhã e desmarquei a viagem. Então eu vim.”

Foi o estopim. Edward arrancou a guitarra do peito, colocando-a de qualquer maneira no suporte e empurrou um Jacob distraído pelo ajuste do pedestal do microfone. Quando quase perdeu o equilíbrio e entendeu o que acabara de acontecer, sentiu a raiva preenchê-lo. Devolveu o empurrão no peito de Edward e o encarou.

“Que porra é essa, Edward?”

“Que porra é essa digo eu, Jacob!” Gritou. “Não é assim que as coisas funcionam! Se você é irresponsável e não cumpre com a sua palavra, isso é um problema todo seu! Este trabalho é meu e de Jasper, não tem nada a ver com a banda!”

Jacob franziu o cenho e, em seguida, deu um sorriso sarcástico.

“Olha que bacana… Rose contratou a Prize e ganhou a Answer… consegui até trazer o Alec… fica tranquilo, não vou querer parte do cachê. Fica de brinde pra vocês.”

Edward perdeu a visão. À sua frente, só o que enxergava era a raiva, sentindo o desaforo da ironia de cada palavra dita pelo companheiro de trabalho. Ele deu um passo a frente e seu plano era acertar o rosto de Jacob com o soco que ele merecia. Mas, alguém agarrou seu braço e puxou para longe, enquanto Jasper entrava na frente.

“Edward! Calma, cara.”

“Calma? Como é que eu vou ficar calmo?” Ele tentou se mexer, mas braços fortes o seguravam, “Me solta, Alec!”

“Solta ele, Alec!” Jacob disse do outro lado, o sorriso explícito em sua voz. “Ele não aguenta a frustração de não ser mais a estrela da festa…”

“Filho da-”

“Mas, que confusão é essa?”

Todos pararam ao escutar a voz feminina. Edward prendeu a respiração, temendo ser Rosalie. Seria uma decepção enorme para a amiga da banda se ela visse seus membros brigando fisicamente na festa de seu casamento. Mas, não era. Era Alice. E, puta que pariu, Bella!

“Oi, Alice!” Jacob não tirou o sorriso do rosto. “Não sabia que você vinha. E você… eu conheço você,” ele colocou a mão no queixo. “Tenho certeza. Mas não consigo me lembrar do seu nome.”

Bella revirou os olhos. Edward gostou daquela reação, e então percebeu como devia ser ridícula a cena que ela via. Moveu-se novamente, incomodado.

“Me solta, Alec. Não vou fazer nada, me solta.”

“Não vai mesmo, Alec, pode soltar,” Alice confirmou. Alec soltou Edward, que ajustou a jaqueta vermelha no corpo. “E o que é que vocês dois estão fazendo aqui? Este evento é da Prize, não da Answer.”

Entretanto, Edward nem prestava atenção na explicação furada de Jacob. Devia ser mentira, de qualquer jeito e ele não se importava nem um pouco. Bella estava parada a poucos metros e não estava em concentrada em Jacob também. Ela olhava para ele. Meio confusa, mas sua expressão não era negativa.

Ela estava linda com o vestido verde-água, com o cabelo afastado do rosto, com as bochechas coradas por maquiagem. Seus cílios estavam mais longos, os lábios pintados de rosa. Encantadoramente linda.

E o que ele faria agora? Ficar quieto e esperar pela iniciativa dela? Dar um passo à frente e cumprimentá-la? Beijá-la no rosto, pedir um abraço e murmurar que sentiu a falta dela nas últimas semanas?

Bella, por outro lado, olhava para Edward sentindo o coração explodir dentro do peito. Uma reação deveras estranha, pois as semanas tinham carregado consigo todo o pesar do último encontro com Edward. É claro que ela sentia a falta dele. Mas, agora, aqui, com ele a sua frente, vestindo uma jaqueta vermelha que fazia sua pele branca e olhos verdes se destacarem, ela começava a se perguntar o motivo da distância em primeiro lugar.

“Qual é o problema?” Jacob aumentou o tom de voz e fez Bella e Edward despertarem de seus próprios devaneios para se concentrarem novamente na confusão que ainda acontecia ao seu redor. “Já falei que não quero o cachê! Alec trouxe o baixo, estamos nós cinco aqui… isso é só o Edward com a mania de estrelismo dele que está implicando.”

A raiva voltou ao peito de Edward.

“Não tem merda de estrelismo nenhum,” retrucou, “Você é que não aprende o significado da palavra responsabilidade. Não cresce nunca! Isso aqui é profissão, Jake, nós levamos a sério! A Prize não é uma extensão da Answer, é outra coisa. Você não tem direito de-”

“Ah! Não acredito!”

E todos se viraram para a pessoa recém-chegada. Rosalie pareceu não notar o clima tenso no ar, porque caminhou entre os presentes e deu um longo abraço em Jasper, depois em Edward e, em seguida, em Jacob e Alec.

“Oi, Rose,” Jacob disse sorrindo. “Você está linda de noiva. Parabéns pelo casamento.”

“Obrigada! Como assim, o que você está fazendo aqui?”

Jacob arqueou uma sobrancelha na direção de Edward antes de responder à noiva:

“Vim te dar um show de presente de casamento. Podemos?”

Alice, Jasper, Alec, Bella e Edward congelaram no lugar. A audácia e o desafio de Edward fez raiva e espanto surgirem em todos os presentes. Todos tiveram vontade de explicar exatamente o que estava acontecendo: não era um presente de casamento, era um desafio à Edward. Uma maneira de ganhar a briga apelando da maneira mais covarde possível. Mas, como dizer e expor a uma Rosalie tão feliz que eles brigavam até segundos atrás? Como dar a ela o desgosto de uma briga em seu casamento? Ela e Emmett não mereciam isso.

Então Bella deu um passo à frente. Tocou o braço da amiga e sorriu da maneira mais verdadeira que conseguiu.

“A presença de Jacob foi uma surpresa. Edward e Jasper já estavam se preparando, porque você contratou a Prize, não foi?”

“Sim, eu contratei a Prize,” Rose assentiu.

“Mas, é um presente,” Jake interviu e passou um braço pelos ombros da loira. “Vamos animar a sua festa. Aproveite!”

O peito de Rosalie se encheu de alegria. Alegria tão intensa, que fez seus olhos marejarem de lágrimas. Moveu-se num impulso para agarrar Jacob pelos ombros e enterrar o rosto em seu pescoço.

“Muito obrigada! Agora preciso ir! Toquem as minhas preferidas!”

Ela saiu arrastando Bella pela mão. A morena ainda olhou para trás na direção de Edward. Ele acenou rapidamente, mas sua expressão ainda era carregada de raiva pelo que acontecia ao seu redor.

“Vamos conversar,” ele avisou a Jacob quando o outro tornou a ajeitar o microfone segundo sua própria preferência.

“Um dia, cara,” ele deu de ombros. “Fica tranquilo. Vou seguir sua setlist.” Ele mirou o papel pregado no chão, assentindo consigo mesmo. Então leu um título que não conhecia. “Que música é essa?”

Edward seguiu seu olhar. Trancou a mandíbula e murmurou:

“É minha. Eu canto.”

[...]

Se a banda teve problemas quando a festa começou, ninguém reparou. Bella, agora muito mais confortável com a sandália rasteira emprestada por Alice, andava pela festa de um lado para o outro. Os convidados, quando não conseguiam localizar Rosalie, iam atrás dela. Quem deu autorização para tal, ela também não sabia, mas se viu resolvendo problemas relacionados ao buffet e a atrasos de garçons.

O problema com a banda parecia ter sido resolvido. Embora Edward não estivesse com a melhor das expressões, Jacob cantava com o maior conforto do mundo, dançando à vontade, fazendo o que bem entendia. Os convidados aproveitavam que não havia a distância de um palco e se aproximavam mais da banda, dançando e se animando junto a seus membros.

Em certo ponto da festa, Bella localizou a mãe de Emmett e direcionou todos os contratempos para ela, que ficou mais do que satisfeita. Havia um show de sua banda favorita acontecendo, era muito para ignorar.

Foi por isso que ela caminhou até a pista de dança. Edward se entregava à guitarra da mesma maneira de sempre, embora carregasse uma ligeira carranca, concentrada especialmente na união de suas sobrancelhas. O balanço de seu corpo, porém, era o mesmo. O mesmo tronco solto, aproveitando a música que ele mesmo produzia.

Bella engoliu seco. Novamente questionou a decisão que tomou semanas atrás. Ela sabia que tinha feito o certo ao se preservar… mas auto-preservação só correspondia mesmo a desistir de alguém tão… único quanto Edward?

Bella ofegou, observando o balanço do corpo de Edward. Ele prestava atenção na música, os dedos de sua mão esquerda trabalhando com agilidade o solo de Colors. Jacob dançava junto a alguma convidada com movimentos sedutores e sensuais, mas ela não conseguia desviar os olhos de Edward. Ela o perdeu. Não para Tanya, não para o passado dele, não para a falta de interesse dele… ela o perdeu para ela mesma. Pelo medo que sentia de se machucar.

Reconheceu, naquele momento, o erro cometido. Engoliu seco. Edward virou-se de costas, balançando a cabeça no ritmo da música, olhando para Jasper. A atração que sentia por ele era quase tátil. Podia sentir a tensão no ar, sentia seus braços, dedos e pernas formigando de vontade de estreitar a distância entre os dois e tocá-lo.

A distância ajudou Bella a se conformar, a enxergar em suas próprias justificativas a veracidade que precisava para abrir mão de uma felicidade momentânea. Mas, a proximidade deste encontro evidenciava que tal felicidade poderia não ser tão momentânea assim. Quem disse que ele não estava preparado? Quem disse que ele estava preso a Tanya? Quem disse que os dois não poderiam encontrar em si mesmos forças para construir um caminho juntos?

Ninguém disse.

“Está fazendo o que parada aí?” Alice disse, tocando seu ombro e a fazendo despertar de seus pensamentos. “Vem dançar!”

Ela assentiu, conseguindo desviar os olhos de Edward pela primeira vez. Deixou-se ser carregada pela mão até o centro da pista de dança e se mexer ao ritmo da música. Vez ou outra seu olhar voltava ao de Edward, e, num desses momentos, o pegou observando-a. Ele sorriu quando seus olhos se encontraram, e piscou o olho direito ligeiramente. Um sorriso largo apareceu em seu rosto e ele se empolgou mais no manejar da guitarra.

“E o Edward?” Alice perguntou enquanto elas dançavam ao som de Not Your Business.

“O que tem?”

Alice arqueou as sobrancelhas e entrelaçou seus dedos nos de Bella antes de responder:

“Sem chances de continuar?”

Bella franziu o cenho. Será que era isso que Edward pensava? Quer dizer, ela pensou ter deixado claro que, apesar de ter tomado distância, tinha esperanças de que, um dia, os dois pudessem se reencontrar. A pergunta de Alice tinha que significar alguma coisa…

“Não sei,” ela deu de ombros. “Depende muito mais dele do que de mim.”

Alice então parou no meio da pista de dança. Bella estranhou e também parou de dançar, as duas se encarando como se questionassem uma à outra de maneira silenciosa. Alice foi a primeira a quebrar o silêncio, inclinando-se para a frente para falar baixo, apenas para Bella.

“Então só depende de você.”

Bella olhou na direção de Edward. Sua posição era até engraçada, uma vez que a música, tão agitada, não se manifestava em seu corpo. Só o que se mexiam eram seus dedos, enquanto ele observava a conversa que as duas tinham. Ao ver que era alvo do olhar de Bella, ele arqueou as sobrancelhas, na esperança de que ela entendesse o questionamento.

Foi nesse momento, porém, que a música terminou e Jacob se dirigiu aos convidados:

“Boa noite, galera… esta aqui é a Answer, ficamos imensamente felizes de estar aqui hoje. É uma verdadeira honra, Rose e Emmett são pessoas muito importantes para a gente. Fã antiga…” ele riu. Bella percebeu que Edward revirou os olhos. “Esta música é nova no repertório, então está na voz do nosso sensacional guitarrista Edward Cullen…”

Bella não tinha certeza se quem não tinha assistido à briga conseguiria perceber a tensão no ar no momento em que Jacob deu um passo para trás e estendeu o braço na direção do microfone, num sinal de que Edward poderia ficar à vontade.

Ele respirou fundo ao arrumar novamente a altura do pedestal do microfone. Tinha uma expressão séria no rosto mas, uma vez confortável com o microfone à sua frente, segurou a guitarra com a mão esquerda e dirigiu-se aos convidados:

“Boa noite! Somos a Answer e a Prize of The Underground e estamos muito felizes por estar aqui. Parabéns aos noivos, desejamos todo o amor e felicidade do mundo a vocês! Bom, esta música é de um projeto paralelo que tenho com Jasper, chamado Prize of The Underground. Uma letra nova, mas uma das minhas preferidas até agora. Vamos apresentá-la ao vivo pela primeira vez e…” seus olhos se concentraram nos de Bella. Piscou o olho direito rapidamente antes de continuar: “É uma letra muito significativa. Espero que vocês gostem.”

A música começava com a guitarra e a bateria vinha e a deixava mais agitada. Era agradável, até que Edward começou a cantar:

 

(Nada - Dias de Truta)

Cheers, the witch turned the gray into colors

And she listens from my mouth how beautiful she is

Come here, feel this mortal's heart

It was all so intense, it's swollen

And I know she'll be my girl someday

I walk around and when I see her, I think about sending her flowers

I'm afraid she thinks I'm too foolish

She's like an angel

Fallen from above to fill me with love

I've written this song just to tell you it's yours

So you can listen to it when the rain reminds you of me.

I know I do not walk around your places

I don’t know any of your imperfections

I don’t know what you've been doing

Away from me

I know, you've been with some other lovers

Like a movie with a happy ending

I've loved very much before

But I'm trying to do it differently with you

If I fuck it up, maybe

And suddenly you'll hate me

It's been a while, I need to tell you

Come here, be mine

I've writen this song just to tell you

That's yours and it's always going to be

After that kiss, you sent me to another space

I'm following your orders, baby.

I think I would carry you wherever you want

I'd write a Thousand new love songs

The medicine for your problem is here, on my balcony

O coração de Bella parou, porque Edward cantou a música inteira olhando nos olhos dela. A música que dizia que a feiticeira transformou tudo em cor, e que ele já amou muito antes, mas tentava dar o diferente a ela. A música que dizia o quanto ele não entendia o que ela estava fazendo longe dele e que os remédios para os problemas dela estavam na varanda do prédio dele.

Edward, que ficou uma pilha de nervos antes de começar a cantar os versos recentemente compostos, sentiu-se relaxar quando percebeu o quanto cada palavra afetava a inspiração para a música. Bella tinha os lábios entreabertos, mas uma de suas mãos os cobria. Ela nem percebia, mas ao seu lado Rosalie e Alice dançavam e pulavam, sacudindo-a pelos ombros, porque, para quem sabia da história, aquela era a uma declaração expícita.

I've written this song just to tell you it's yours

So you can listen to it when the rain reminds you of me.

I know I do not walk around your places

I don’t know any of your imperfections

I don’t know what you've been doing

Away from me

Respirando fundo, ele retirou o microfone do pedestal e, deixando a música somente com a bateria, caminhou para mais perto de Bella. Tocou sua mão e continuou a cantar:

Tell that friends of yours

That you've given up everything

That you're only thinking of someone

You haven't even seen in a while

You just need to say yes

Baby I'll give you everything

And then the whole world is you and I

I wake up thinking about some excuse to find you

Thinking about us getting older

Dancing around

Os olhos de Bella se encheram de lágrimas. Cada palavra fora cantada com a mais profunda sinceridade, transparecida pelos olhos dele, que brilhavam intensamente. E então ela sorriu. Esticou os braços e estreitou a distância curta entre seus corpos, agarrando-o num abraço. Os olhos de Edward se fecharam e seu peito se preencheu da sensação que só podia ser alívio. Com os olhos fechados a abraçado à morena, ele continuou cantou o refrão da música pela última vez.

I've written this song just to tell you it's yours

So you can listen to it when the rain reminds you of me.

I know I do not walk around your places

I don’t know any of your imperfections

I don’t know what you've been doing

Away from me

Não foi a versão mais bonita daquela música que Bella ainda nem sabia como se chamava, afinal, Edward abandonou a guitarra, ocupado demais em abraçá-la. Mas, foi a versão mais emocionante daquela e de todas as outras músicas que ela já tinha ouvido na vida. Era dela. Uma conversa, uma declaração a ela. Ao fim do último verso, Bella nem mesmo esperou pela finalização da bateria. Esticou-se sobre a ponta dos pés e uniu seus lábios aos de Edward, num beijo morno, descoordenado e sincero.

“Também não sei o que estou fazendo longe de você.”

Edward sorriu, afastando o microfone para sussurrar somente para ela:

“Então não fique mais.”

[...]

“A Rose vai jogar o buquê,” Bella ofegou. “Preciso… preciso…”

Contudo, Edward a interrompeu pela provável vigésima vez, roubando suas palavras num beijo demorado. Suas mãos exploravam as pernas expostas de Bella, porque o vestido já estava embolado na cintura da morena há muito. A jaqueta vermelha dele já estava jogada no chão junto à camisa preta, e o cabelo estava numa completa bagunça. O penteado de Bella já tinha sido desfeito, e sua pele do pescoço estava vermelha pelo contato intenso dos lábios do outro.

“Quer casar agora?” ele perguntou enquanto dirigia seus beijos para a orelha dela.

“Hm,” ela gemeu baixo, “Não. Mas eu sou a dama… a dama de honra…”

“Rose vai entender,” ele sussurrou de volta, agarrando as nádegas dela, “Vamos pra lá na hora que eles estiverem indo embora.”

Bella riu, abrindo os olhos brevemente para ver os contornos do banheiro no qual os dois tinham se prendido pelos últimos quarenta minutos. Mas, Edward baixou a alça no vestido para mordê-la no ombro, e tudo o que ela viu foi o escuro, quando foi obrigada a apertar os olhos pela intensa sensação.

“Do mesmo jeito que fomos na hora do corte do bolo?”

“Quem sabe?” ele ofegou, sentindo as mãos dela passeando por suas costas. “Podemos pegar uma carona.”

Bella respirou fundo de olhos fechados.

“Topo. Mas, só se conversamos primeiro.”

Ele riu, roçando a ereção na coxa dela.

“Topo o que você quiser.”

Entretanto, quando as mãos dele agarraram seus seios, ela disse, em meio a um gemido:

“Tudo bem, conversamos depois.”


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Notas finais do capítulo

Sei que me atrasei, mas finalmente aqui está a atualização desta fic! Obrigada pela paciência e me diga o que você achou! Beijos.



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