—Você anda passando tempo demais com o Justin. – Ely disse sorrindo assim que saíram da aula.

—Realmente, nem tenho o que dizer.

—Você está afim dele.

—O que? Não!

—Sei.

—A gente se conheceu ontem!

—Isso não importa, vai me dizer que não quis beija-lo?

—Não vou negar que ele é muito bonito…

—Rá! – ela saltitou. – eu sabia! Você quer beija-lo e com certeza ele também quer.

—Acho que não…

—Claro que quer, olha como ele anda te defendendo e tals…

—De qualquer forma isso não importa, percebeu que só existe esse assunto desde ontem? As confusões me perseguem e vai saber se Justin não é mais uma.

—Não fique pensando muito nessas confusões.

—Estou tentando, mas fica difícil se eu dou um passo e elas aparecem.

—Aquela garota ruiva é um saco!

—Ela parece me odiar.

—Qual o lance dela com o Justin?

—Eu não sei e sinceramente não quero saber.

—Por que não vamos para a biblioteca?

—Não fomos lá ainda, é uma ótima ideia.

Megan e Ely foram para a biblioteca. Ficava no ultimo andar e era enorme. As estantes de livros eram gigantescas.

Ely foi direto para o computador, enquanto Megan analisava cada livro. Ela amava ler, as pessoas de New York não sabiam disso, era uma paixão secreta de Megan.

—Posso ajudar? – um garoto de olhos cor de mel, da mesma cor de seu cabelo, se aproximou.

—Eu só estava vendo…

—Não é uma loja de preços absurdos só para ver. – ele riu. – os livros daqui são incríveis, você deveria ler algum.

—Nesse caso, você pode me ajudar então.

—Me chamo Nathaniel. – sorriu. – você é…

—Megan. – ela sorriu, ele parecia tão educado.

—Eu devia me lembrar, prazer Megan, seja bem vinda.

—Devia se lembrar?

—Sou presidente do grêmio de Yale, tenho acesso às fichas dos alunos e com certeza cuidei da sua.

—Mas são muitas fichas, seria difícil lembrar.

—Não acredito que seja tão difícil lembrar-se da sua. – ele sorriu.

Megan sentiu suas bochechas corarem.

—Que tipo de livro você gosta? – ele perguntou, com certeza havia notado Megan ficando sem graça e aquilo a deixou mais envergonhada.

—Eu diria que um pouco de cada, desde que não seja biografia de pessoas de séculos atrás.

—Biografias antigas são cansativas.

—Concordo.

—Tem livros ótimos de ficção, posso te recomendar algum.

—Seria ótimo.

—Vem comigo.

Megan seguiu Nathaniel, seu cabelo volumoso até os ombros se movimentavam a cada passo que ele dava. Era mais brilhoso e hidratado que o dela.

—Chegamos. – ele a olhou a pegando de surpresa.

—Você trabalha aqui? – Megan perguntou olhando os livros. – na biblioteca?

—Eu pedi um estagio e eles me deram, esse lugar é praticamente o meu porto seguro.

—Que legal.

—Eu recomendo esse. – ele pegou um livro. – Instrumentos mortais. Temos todos aqui.

—Já ouvi falar.

—A única palavra que consigo definir esse livro é: fantástico.

—Sério?

—Sim.

—Então acho que vou ler ele. – Megan sorriu.

—Você acha? Nesse simples caso eu preciso de uma certeza, tenho que anotar seu nome caso você vá lê-lo. – Megan só conseguiu pensar no quanto a voz de Nathaniel era gostosa de ouvir. – Megan? – ele sussurrou.

—Me desculpa. – ela sorriu voltando a realidade. – viajei um pouco.

—Eu percebi, e quer saber? Você vai ler esse livro, vou anotar.

Ele foi em direção ao balcão e Megan o seguiu.

—Eu não dei certeza. – ela riu.

—Eu dei. – ele a olhou sorrindo. – você não vai se arrepender.

—Não é esse livro que tem um filme?

—Sim, é.

—E por que não assistir o filme?

—Você não iria para outro mundo através do filme.

—Você realmente é um geek. – ela riu.

—Espero que tenha sido um elogio.

—Sim, foi. – Megan esqueceu que não tinha tanta intimidade para chama-lo assim, ou de qualquer outro apelido.

—De qualquer forma prefiro me referir como um garoto cheio de imaginações e que ainda vai conhecer Marte.

—Eu também adoraria conhecer Marte.

—Podemos ir juntos.

—Aceito o convite.

—Eu não aceitaria um não.

—E confesso que você é um garoto bem convincente.

—Me orgulho disso.

—E você está certo.

—Oi! – Ely chegou interrompendo qualquer clima que Megan sentiu que tivesse criado. – e então? Vamos?

—Olá. – Nathaniel sorriu.

Ely retribuiu o sorriso e a puxou pelo braço, Megan acenou para Nathaniel um segundo antes de passarem pela porta.

—Como consegue se dar bem com esses veteranos tão lindos?

—Nathaniel só estava me ajudando a encontrar um livro, é a função dele.

—Vocês tiveram bastantes assuntos.

—Ele é legal.

Megan finalmente conhecera alguém de forma descente, depois de toda aquela confusão causada em um dia.

Mas ela não se importaria mais com Isac ou qualquer um que tentasse a fazer ficar pra baixo. Megan havia decidido ter uma nova vida e ninguém a impediria de atingir seus objetivos. Seu pai havia lhe ensinado a enfrentar todas as lutas da vida, independente da dificuldade, nunca desistir. Sua mãe havia lhe ensinado a ser sempre gentil, não importa o quando alguém seja arrogante ou coisa do tipo, seja sempre gentil, mas sem deixar os outros pisarem em você.

Seu irmão havia lhe ensinado a dar um soco muito bem dado.  E ela já testara em Isac, talvez devesse melhorar só mais um pouquinho.

Enfim, Megan tinha todas as cartas na manga, até o momento aquilo parecia o suficiente.