Haviam se passado três semanas. Megan levantou-se rapidamente quando sentiu os raios de Sol em sua pele. Ela não havia ouvido o alarme. Era uma manhã ensolarada de sábado. Justin gostava de dias assim. Ela sorriu lembrando-se de como seu rosto ficava bonito ao Sol. O cabelo dele quase brilhava mais que os raios solares.

Ela andou em passos leves até o banheiro para se arrumar. Ely não gostaria nada de ser acordada logo cedo em um dia que não tem aula. Megan havia avisado na noite passada que veria Justin de manha. E sua amiga a fez jurar que a deixaria dormir um pouco mais.

Ela escovou os dentes e seu cabelo. Não passaria maquiagem, nem nada do tipo. Justin já estava acostumado com seu jeito natural.

Ela foi até o armário e vestiu uma calça jeans, tênis, blusa branca de banda e sua camisa xadrez vermelha – que era sua favorita.

Por ultimo, Megan passou o perfume doce favorito de Justin. Ela se olhou no espelho mais uma vez. Quando confirmou que estava pronta, saiu o mais rápido possível.

Havia demorado alguns minutos para o táxi chegar. Ela deu o endereço e durante o caminho observou o céu, formando desenhos nas nuvens.

Quando chegou caminhou lentamente observando as arvores e flores em volta. Ela sorriu quando percebeu que já havia chegado. Lá estava ele.

—Me atrasei outra vez. – ela disse. – sinto muito, sei que odeia isso.

Megan agachou pegando a rosa branca que havia encontrado no caminho. Ela colocou a frente de Justin.

—Essa rosa é realmente linda, não é? Lembra-me os malucos momentos que tivemos. Lembra do jantar? Eu realmente achei que morreríamos como em filmes de terror aquela noite.

Megan fechou os olhos por alguns segundos para controlar suas lágrimas que ameaçavam sair. Ela estendeu a mão e passou os dedos sob o nome de Justin escrito naquele pedaço de mármore. Como se de alguma forma ele pudesse sentir seu toque.

—Eu queria ter conseguido te proteger mais do que você me protegeu. – ela disse. – estamos tão longe um do outro agora...

Ela suspirou ainda acariciando o nome dele lentamente.

—Mas mesmo distante você ainda está comigo. Certo? – Megan abriu mais o sorriso. – Irei visitar sua mãe, nós nos damos muito bem, sabia? Ela me mostrou fotos de quando você era pequeno... – ela riu. – eu sinto tanto a sua falta.

Uma lagrima escapou de seu olho, ela enxugou rapidamente tentando sorrir outra vez.

—Perdão, você sabe que às vezes sou chorona. – ela continuou. – você deve estar rindo de mim, não é seu idiota?

Ela sentou-se e abraçou o mármore com o nome dele. Como se de algum jeito, os braços quentes de Justin fossem a envolver.

—Está tudo bem. – ela disse. – eu fico feliz que ao menos eu possa te abraçar.

Ela olhou para o céu, o Sol estava ficando cada vez mais quente. Megan fechou os olhos sentindo a brisa suave que passava por ela.

—Eu tenho que ir. – ela disse. – te vejo amanhã, meu amor.

Ela continuou olhando por mais alguns segundos o nome de Justin escrito junto às rosa branca. Seu sorriso estava enfraquecendo. Mesmo que tentasse se convencer a seguir em frente, ela não conseguiria deixar Justin para trás. Sempre pertenceria a ele. Sempre o amaria.

—Megan? – ela ouviu uma voz conhecida.

Suspirando revirou os olhos, quem havia a interrompido em um momento tão importante? Megan não se virou.

—Ei! – a pessoa insistiu. – Megan?

Ela mordeu o lábio inferior e levantou-se. Com os punhos cerrados ela se virou. Era Isac. O que ele estava fazendo ali?

—Megan? – ele voltou a dizer. – está tudo bem, boneca?

Suas mãos começaram a tremer. Ela precisava sair dali o mais rápido possível. Sua vontade era gritar e correr.

❁❁❁

Megan levantou-se em um pulo. Sua respiração era ofegante. Ela pôs a mão na testa percebendo o quanto estava suada. Observou o local em volta de si e aos poucos ela pôde sentir seus batimentos cardíacos voltando ao normal.

 -Teve outro pesadelo?

Ela virou-se para o lado e sorriu, com seus olhos cheios de lágrimas.

—Parece que terei que te abraçar mais forte quando estivermos dormindo. – Justin sentou-se ao lado dela na cama. – seus pesadelos parecem estar piorando.

—É sempre a mesma coisa. – ela disse quase num sussurro. – você estava...

—Ei! – ele envolveu o rosto dela com as mãos. – estou bem aqui. Com você.

Megan se lançou aos braços de Justin, confirmando que ele realmente estava ali. Ele a apertou mais, permitindo-a se sentir segura.

—Vamos ficar por mais alguns dias no meu apartamento. – ele disse. – até seus pesadelos irem embora.

—Estamos perdendo aulas...

—Não tem problema. Eles compreenderam nossa situação. – Justin beijou sua testa. – eu vou cuidar de você.

—Já tomou o remédio? – Megan perguntou.

—Sim, eu tomei. – ele respondeu. – você sempre me pergunta isso, me sinto uma criança.

—Ei! – ela sorriu. – eu também estou cuidando de você.

—O médico disse que tive muita sorte. – ele suspirou. – já que a bala quase atingiu meu coração.

—Se tivesse acontecido algo a você, eu...

—Não precisa pensar nisso. – ele acariciou o cabelo dela. – a cirurgia foi um sucesso e eu estou bem. Não pensou que se livraria tão fácil de mim, pensou?

Megan riu ainda se sentindo aliviada por Justin ter conseguido se salvar. Por sorte, os médicos haviam chegado a tempo.

O professor Stefan havia decidido cuidar de tudo. Já que ele esteve presente durante a situação. Isac havia sido preso, sua família não o procurou. Pelo que haviam descoberto, Isac sempre teve problemas em controlar suas atitudes. Ele já havia tentado abusar de outras garotas. Matar Josh colaborou para que ele ficasse por muito mais tempo na prisão. A família do pobre Josh havia ficado totalmente entristecida. Eles disseram que ele devia estar tomando os remédios que seu psiquiatra transcreveu, mas ele havia parado há muito tempo. O que não o fez se manter consciente de suas ações. Bela ainda estava tentando resolver sua situação. Ela havia sido cúmplice de Isac, mas não sabia a que ponto ele chegaria. Ela estava proibida de sair da cidade até que uma decisão fosse tomada.

Megan não sabia o que desejar para Bela. Se não fosse por ela, nunca teriam a encontrado. Mas se não fosse por ela também, nada daquilo teria acontecido. Então ela apenas concordaria com o que a vida achasse melhor para ela.

—No que está pensando? – Justin perguntou.

—Nada. – ela sorriu. – só estou feliz que esteja aqui.

Justin bagunçou o cabelo de Megan. Como sempre, era surreal que estivesse com ela. Ele realmente achou que não sobreviveria. Mas não se arrependia do que fez, ele era capaz de dar sua vida por Megan. Seus sentimentos por aquela garota eram inexplicáveis, não tinha como medir o quanto ele a amava. Pensar no que Megan passou o fazia não querer desgrudar dela nem por um minuto sequer.

Justin sabia que finalmente poderiam viver em paz, sem pessoas tentando os atacar o tempo todo.

Como sua mãe sempre dizia, as situações que as pessoas passam na vida servem como aprendizagem, desde as mais fáceis até as mais difíceis. Megan havia ensinado muito a ele, desde o momento em que a viu quando se esbarrou com ela na festa no telhado, ele sabia que aqueles olhos mudariam completamente sua vida.

—Quando vai encontrar seu pai? – Megan perguntou.

—Enquanto você estiver com a psicóloga estarei com eles.

—Eles?

—Sim. Decidi conhecer minha irmã.

—Fico feliz que finalmente tenha perdoado seu pai. Está na hora de recomeçar.

—Mas e seus pais, amor?

—Ah... – Megan deu de ombros, um pouco entristecida. – eles virão semana que vem ver a mim e meu irmão.

—Acha que poderão voltar a ser realmente uma família?

—Não. – ela mordeu o lábio inferior. – nós nunca conseguiremos voltar a ser uma família. Eles vão vir porque meu irmão insistiu. Vamos apenas almoçar juntos e depois eles voltarão para suas vidas controladas em New York.

—Eu sinto muito...

—Está tudo bem. – ela sorriu. – nem sempre temos todos os finais felizes.

—Você tem razão. – ele levantou-se – está na hora de te levar para a psicóloga, se arrume.

Megan levantou-se e pegou o vestido jeans que Justin havia dado a ela certa vez. Ainda se encaixava perfeitamente em seu corpo, mesmo sendo um pouco curto demais, como Justin dizia.

Ela calçou seu tênis e ajeitou o cabelo. Então foi ao encontro de Justin na sala. Ele havia preparado panquecas e um chocolate quente. E como é de se esperar, Justin cozinhava muito bem.

Após terminarem o café da manha, Justin levou Megan ao consultório de sua psicóloga, Sra. Bryin.

Ela se despediu dele com um beijo doce e o observou partir. Ela ainda sentia pontadas de medo sempre que se separava dele.

❁❁❁

Justin estava sentado a uma mesa da cafeteria que seu pai havia marcado o encontro. Por algum motivo, ele estava ansioso.

—Filho! – ele ouviu a voz alegre de seu pai.

Justin levantou-se e o abraçou. Como sentiu falta daquele abraço. Era como se voltasse a ter dez anos de idade.

—Olá. – uma garota chegou em seguida. – sou a Amy.

Justin sorriu e pediu para que eles se sentassem. O garçom trouxe os pedidos deles.

Justin percebeu que seu pai e ele ainda gostavam de tomar a mesma coisa, um básico cappuccino cremoso.

—Estou tão feliz de finalmente estarmos reunidos. – seu pai disse.

—Eu também. – Amy sorriu tomando um enorme gole de seu suco. – eu estava muito ansiosa para te conhecer.

Ela tinha os mesmo olhos de seu pai, que eram os mesmo de Justin.

 -Eu também. – ele confessou.

Seu pai abriu um enorme sorriso e Justin podia jurar que viu uma lagrima sendo contida em seu olho.

Eles continuaram conversando. Amy contava como gostava de estudar artes. Justin dizia como era a faculdade e que Miami era um ótimo lugar para surfar. Ela pediu que ele a ensinasse, e Justin concordou.

Seu pai disse que estava ansioso para conhecer Megan. Os olhos de Justin brilhavam quando começou a dizer o quão incrível sua garota era. Amy parecia estar maravilhada por finalmente estar entrando na vida do irmão.

Finalmente. – Justin pensou. – finalmente estava recomeçando.

❁❁❁

—Sente-se pronta para voltar à faculdade? – Sra. Bryin perguntou.

—Não sei bem. – Megan respondeu. – sinto um pouco de medo, mesmo que eu saiba que nada vai se repetir. Mas estou conseguindo superar aos poucos, logo serei capaz de retornar.

—Há algo que esteja a motivando?

—Sim. – ela sorriu. – acordar e ver que Justin está comigo. É como se a luz que tanto busquei aparecesse de repente. Ele me faz sentir segura. O brilho do Sol, a luz da lua, o vento que bate em meu rosto quando abro a janela, nada se compara ao que Justin transmite para mim.

—O que ele é para você?

—Ele é meu porto seguro. Apesar de sempre discutirmos por coisas bobas, ele é a única pessoa em que sou capaz de amar.

Sra. Bryin deixou escapar um sorriso conforme Megan falava de Justin. Ela podia compreender o quanto eles precisavam um do outro.

Após sua consulta terminar, Megan saiu.

Sempre que conversava com a Sra. Bryin sentia-se aliviada. Realmente era bom dizer tudo que estava preso em seu coração.

De repente seu celular bipou, Megan o pegou rapidamente. Era uma mensagem de Nathaniel.

“Olá! Você me perguntou ontem se eu estava gostando do que estou fazendo agora, eu disse que não tinha certeza. Mas quer saber? Esse é um lugar incrível, obrigada por ter me ajudado chegar até aqui.”

Megan sorriu. Finalmente Nathaniel havia encontrado seu caminho. Com a ajuda do advogado da família dela, Pablo, Nathaniel havia confessado tudo aos investigadores. Depois de alguns interrogatórios, a conclusão foi que ele pagasse pelo que fez com trabalhos comunitários. Nathaniel cumpriu o que disseram por duas semanas. Então ele foi chamado para trabalhar junto às autoridades, usando suas técnicas e seu modo surreal de dominar a tecnologia.  

Megan estava orgulhosa dele, assim como Melody, que a agradeceu infinitas vezes por ela ter os ajudado. Aqueles dois acabariam juntos. Estava no sorriso e no olhar de Melody o amor que ela sentia por Nathaniel.

A moto de Justin parou a frente de Megan. Ela fez um beicinho se segurando para não rir quando ele a olhou com seu olhar mais sedutor.

—Sabe que isso não funciona. – Megan aproximou-se.

—Ah essa garota não tem jeito. – ele disse sorrindo. – idiota!

—Ei! - ela o beliscou. – para onde vamos?

—Para onde você quiser.

—Amor, eu sempre decido. – resmungou. – hoje você escolhe.

—Tem certeza?

—Acho que sim. – ela hesitou. – o que você está pensando?

—Vamos para o mesmo lugar que fomos na noite em que meu carro emperrou.

—Você está falando sério?

—Dessa vez vou me certificar de comprar todas aquelas roupas dos donos.

—Justin...

Ele pegou os braços dela e os colocou em volta dele.

—Podemos ir? – Justin perguntou.

—Ainda não...

—Não?

—Antes quero que você me beije. – Megan disse brincalhona.– isso é um problema? 

—Você quer que eu tire o capacete, desça da moto e te beije para depois irmos?

—Exatamente!

—Você me deixa louco!

Megan riu quando Justin desceu da moto e tirou o capacete. Ele colocou alguns fios do cabelo dela atrás da orelha e se inclinou.

—Eu te amo. – ele sussurrou próximo aos lábios dela.

—Eu te amo. – Megan respondeu sentindo seu coração se acelerar.

Os olhos esverdeados de Justin cavaram um buraco no peito de Megan. Era magnético, esmagador e belo. Um sorriso flutuou nos lábios dele, ela nunca conseguira se recuperar de seu sereno sorriso. Justin colou seus lábios nos de Megan, um choque elétrico os percorreu. Megan o beijou mais profundamente, faminta para continuar explorando suas emoções. É como se aquele fosse o primeiro beijo. Eles sempre se sentiam assim. Era incrível.

A boca de Megan tem um gosto doce que sempre faz Justin desejar não deixar aqueles lábios nunca. As mãos dele continuam fazendo carinho no cabelo dela.

Justin segura o rosto de Megan com suas mãos e levemente acaricia os lábios dela. Ele fica um tempo a saboreando e olha intensamente em seus olhos.

—O que você fez comigo? – ele pergunta.

Megan sorri mordiscando seu lábio inferior, lançando seu olhar mais inocente.

—Vamos? – ele pergunta.

Ela assentiu sem conseguir tirar o sorriso de seus lábios.

—Segure firme. – Justin pediu. – gosto de te sentir.

—Bobo. – ela disse carinhosamente.

Justin ri dando partida em sua moto.

A luz do Sol aquecia a pele deles de uma forma deliciosa. A felicidade estava estampada em seus olhos. Não havia sido fácil chegar onde estavam. Haviam passado por muitas coisas. Situações que até poderiam ser engraçadas algum dia. O amor que sentiam um pelo o outro superava qualquer obstáculo. Desde o primeiro momento em que seus olhos se encontraram, eles sentiram que poderiam ficar completamente perdidos por aquela pessoa.

 Não sabiam quanto tempo durariam. Mas aproveitariam cada momento. Não eram capazes de viver um sem o outro. A conexão que tinham era surreal. Mesmo que continuassem discutindo por mínimas coisas as tornando extremamente complicadas, fazia parte do que eles eram.

Aliás, se não fosse complicado, não seria Justin e Megan.