Proibido se apaixonar escrita por skammoon


Capítulo 47
Desejo por vingança




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Justin continuava chamando por Megan no celular, mas ela não o respondia. Pôde ouvir alguém respirando e arrastando algo. Alguma coisa estava errada.

Ele começou a correr em direção à entrada de Yale, Megan estaria por lá. Ela tinha que estar. O que poderia ter acontecido?

—Megan? – ele a chamou mais uma vez. – você está querendo me assustar, não é? Isso não tem graça.

Sem respostas.

Correndo com passos totalmente rápidos e descontrolados, Justin sentia o vento batendo em seu rosto. Seu coração estava extremamente acelerado, sua respiração ofegante. Ele queria afastar o sentimento de que Megan estava em perigo. Mas não conseguia.

—Ai! – alguém grunhiu.

Ele parou olhando para trás na esperança que tivesse se esbarrado em Megan. Mas era Bela.

—Aonde vai com tanta pressa? – ela perguntou.

Justin a ignorou e voltou a seguir o caminho que Megan deveria estar. Ele conseguiu escutar um risinho de Bela assim que deu as costas a ela. Mas as provocações dela eram as ultimas coisas que o preocupavam naquele momento.

De repente sua mente não conseguiu processar o que estava vendo. O celular de Megan estava jogado no chão. Ainda estava na linha com Justin.

Ele o tomou em sua mão e observou por alguns minutos. A tela não estava trincada, mas a lateral do celular havia danificado. Ele provavelmente caiu da mão dela. Mas por que Megan não havia o pegado?

—Cadê você, meu anjo? – sussurrou para si mesmo.

O aperto que sentia em seu coração e a ansiedade que fazia calafrios percorrer por seu corpo intensifica seus maus pressentimentos.

❁❁❁

Megan abre os olhos lentamente. Sua cabeça dói e seus braços e pernas estão amarrados fortemente. De modo que ela não conseguisse mover um músculo.

Ela olha em volta tentando decifrar o lugar em que está. Um carro. Megan está deitada no banco de trás de um carro. Quando observa o banco do motorista, ela enxerga um garoto com cabelo encaracolado. As mãos dele estão tremulas no volante e ele corria em alta velocidade.

—O que... – ela tentou dizer, mas a confusão em sua cabeça a impedia de racionar.

—Você acordou! – Ele olhou para trás por um breve momento.

Megan foi capaz de reconhecê-lo. O que a deixou perplexa.

—Josh? – sussurrou.

—Fique quieta! – seu tom de voz era desesperador.  – ele disse que eu tinha que a manter quieta!

—Ele quem?

—Cala a boca! – ele gritou.

—Me deixa sair. O que você está fazendo? – Megan se contorceu. – pare o carro!

—Eu disse para calar a boca! Por favor, cala a boca!

—Josh, o que está acontecendo? Por que estou aqui?

—Ele disse para eu fazer isso, eu precisava fazer isso. Ele tinha razão, ele tinha razão, eu preciso fazer isso. – Josh parecia estar em pânico. - A culpa é sua, somente sua.

—Não, não precisa! – Megan respondeu percebendo a situação que estava. – pare o carro e me deixe sair!

—Cala a boca! Cala a droga da boca!

A respiração de Megan era ofegante. Lagrimas começaram a fluir em seus olhos. Ela podia sentir a corda machucando seus pulsos de tão apertada. Seus olhos percorreram pelo carro em busca de uma saída. Mesmo que ela soubesse que era impossível. As luzes da cidade refletiam no vidro. Talvez se ela gritasse alguém a ouvisse. Não conseguia pensar em outra saída.

—Socorro! – ela começou a gritar usando todas as suas forças. – por favor, alguém me ajuda!

—Para! – Josh implorava. – por que não para?

—Por favor! – As lagrimas começaram a rolar pelo rosto de Megan. – socorro!

Josh acelerou o carro. Megan percebeu as luzes da cidade desaparecendo. O que a fez se sentir sem saída. Não sabia para onde aquele maluco estava a levando. Por que ele havia a amarrado daquela forma?

Seu pensamento acabou indo em Justin. Ele estava a esperando. Megan não podia gritá-lo naquele momento. Ele não a ouviria. Outra vez Ela estava distante dele. Longe de seus braços onde ela tanto precisava ficar.

—Justin. – ela sussurrou como se de alguma forma ele pudesse a ouvir. – Justin...

Megan começou a se contorcer cada vez mais. Batendo com seus pés na porta do carro. O barulho que causava na porta fazia Josh ficar mais desesperado. Megan temia que ele perdesse o controle e eles sofressem um acidente. Mas ela não sabia mais o que fazer.

De repente o carro parou. Josh desceu e foi até ela.

Ele a puxou pelos braços e praticamente a arrastou.

O lugar em que estava era uma casa velha e abandonada. A cidade parecia extremamente distante vista daquele local.

—Vamos! – Josh a fez entrar.

A luz do pequeno corredor e a luz de um quarto vazio estava acesa.

Josh levou Megan para o quarto, que continha apenas uma cadeira velha de madeira. Ela observou em volta com esperanças de que sua mente processasse alguma forma de sair dali. Mas as janelas estavam acorrentadas. A pessoa que havia organizado aquilo já havia preparado tudo.

Josh a jogou no chão. Megan se arrastou e encostou-se na parede que estava caindo em pedaços. Ela percebeu que ainda vestia a roupa do evento de seus pais. A saia de seu vestido estava erguida, quase mostrando mais do que devia. Mas ela não conseguiu abaixar, já que seus braços estavam presos em suas costas.

Megan não conseguia conter as lagrimas. O desespero estava tomando conta de si. Josh estava parado a observando, o medo estampado em seus grandes olhos.

—Josh. – Megan disse quase num sussurro. – não vai me dizer o que está acontecendo?

—Bonequinha! – De repente ela ouviu a voz que a perturbou em fração de segundos.

—Isac. – Megan concluiu com sua voz falhando.

Ele apareceu no quarto com seu enorme sorriso malicioso.

Isac se aproximou aos poucos. Com as pontas de seus dedos, ele ergueu o queixo de Megan. A obrigando o olhar.

Então ele se aproximou mais deixando poucos centímetros de distancia e a beijou. Megan fechou a boca com toda sua força. Ela queria sair dali o mais rápido possível.

—Mesmo nessa condição continua se fazendo de difícil. – ele disse. – terei que te punir?

Os olhos de Isac percorreram o corpo de Megan. Ele abriu mais o sorriso quando percebeu o vestido que ela estava usando. Com uma de suas mãos ele acariciou a coxa de Megan. Ela murmurou um palavrão enquanto se contorcia para ele tirar a mão dela.

—O que foi? – ele perguntou.

—Você me dá nojo. – ela disse entre dentes.

Isac riu e em seguida deu um tapa no rosto dela. Megan pôde sentir seu rosto arder onde os dedos dele haviam batido. Então ele repetiu o gesto três vezes seguidas.

—Eu sonhei tanto com esse momento. – ele disse próximo demais do rosto dela. – onde te teria inteirinha para mim.

Megan reuniu o resto de coragem que ainda tinha, junto com seu impulso e cuspiu no rosto de Isac.

Ele entreabriu os lábios, perplexo, e enxugou o local onde Megan havia o atingido.  

—Por que não vigia a estrada, Josh? – ele disse sem tirar os olhos dela.

Josh obedeceu sem dizer uma palavra.

—O que você vai fazer? – Megan perguntou. – vai me fazer ficar com você a força? E depois? Vai me matar?

—Garota esperta. – seus olhos queimavam de desejo.

—Por que não me mata logo? – Megan ergueu o tom de voz. – Aja como um criminoso! Não é isso o que você é?

—Continue me atiçando, boneca...

—Eu sempre soube o tipo de pessoa desprezível que você é! Então Por que não me mata de uma vez?

—É divertido. – ele deu de ombros.

—O que?

—Ver você tão desesperada. É divertido.

—Você...

—Justin, Collin. Não estão aqui para te proteger? Como se sente em saber que sou o único que vai cuidar de você essa noite?

Isac virou de costas e tirou algo de sua jaqueta. Megan estava prestes a protestar quando ele se aproximou e colocou uma fita em sua boca.

O olhar dele intenso ao dela. Era amedrontador. Megan sentia todo seu corpo enfraquecendo enquanto perdia as esperanças. Não conseguiria fugir de Isac.

—Vamos começar o jogo. – ele se aproximou pegando Megan fortemente pelo cabelo.

Ele deu um beijo na boca dela junto a uma forte mordida. Megan sentiu o gosto do sangue saindo do arranhão que havia causado em seu lábio. Então ele a jogou com impacto no chão. Ela caiu de costas para ele. O chão imundo estava colado ao rosto dela quando ele a pressionou contra o chão. 

—Você está na posição perfeita. – ele disse.

Ela fechou os olhos com força temendo para o que aconteceria em seguida. Como desejava que tudo não passasse de um pesadelo. O que ela havia feito para merecer aquilo? 

As mãos geladas de Isac ergueram o vestido dela quase até o pescoço. Ele começou a acariciar e lamber o corpo de Megan.

A angustia de Megan estava explícita em seu rosto. Ela queria gritar. Desejava gritar com todas as suas forças. Mas a fita em sua boca a sufocava. Seu desespero se transbordava em lagrimas. Pela primeira vez, ela realmente se sentia a boneca de Isac.

—Você é deliciosa, Megan. – Isac gemeu intensificando seu toque nela. – mas será melhor se parar de se contorcer.

A fúria se estendeu dentro de Megan. Ela curvou os joelhos com dificuldade e reagiu contra Isac, o chutando. Ele foi empurrado para trás e sua risada maliciosa invadiu o local.

—Eu não disse para parar de se mexer? – ele gritou.

Megan se moveu mais vez tentando fazer com que seu vestido abaixasse.

Então ela foi obrigada a paralisar quando sentiu uma forte batida em suas costas. Isac havia quebrado a cadeira de madeira em Megan.

Ela grunhiu de dor e ele a virou a fazendo se sentar e ficar de frente para ele. A boca de Megan continuava sangrando e suas costas também estavam machucadas. Ela se esforçava o máximo que podia para manter seus olhos abertos.

—Vadia! – Isac urrou. – eu vou acabar com você.

Ele se aproximou e a chutou. Megan sentia cada parte do seu corpo e sua mente gritando por socorro.

Ele tirou um estilete de um dos bolsos de sua calça e se abaixou de frente a ela.

—Vai continuar com essa rebeldia?

Megan fixou os olhos nele. Isac colocou o estilete na bochecha de Megan e ela sentiu a lamina fazendo um pequeno corte.

—Gostei. – ele disse. – talvez devêssemos marcar você toda.

Megan observou seus joelhos que também sangravam por ter ralado no chão de madeira daquela casa.

—Quer saber? – Isac disse. – eu tenho um brinquedo melhor.

Ele se levantou e foi para perto do corredor.

—Josh! Traga aquela coisinha especial que pedi para você guardar.

Em alguns segundos, Josh chegou com algo enrolado em uma toalha.

Isac tacou a toalha para o outro lado do quarto e revelou um revolver.

Os olhos dele brilharam ao ver o olhar angustiado e sem esperanças de Megan.

—Primeiramente. – ele sorriu. – vamos mandar uma foto para Bela.

Bela? Ela havia colaborado para isso? Megan sabia que Bela a odiava, mas chegar a esse ponto realmente era surpreendente. Como ela pôde planejar algo assim? O quão cruel essas pessoas podiam ser apenas por vingança?

Isac segurou a arma praticamente colada na cabeça de Megan.

—Olhe para a câmera. – ele disse.

A foto foi tirada e enviada para Bela.

—Agora podemos continuar.

Ele guardou o celular no bolso onde havia guardado o estilete e se direcionou a Megan novamente.

Dessa vez, ela realmente não conseguiria escapar.

❁❁❁

Justin procurou Megan por cada canto de Yale. Mas não havia a encontrado. O desespero e a raiva crescendo dentro de si o impedia de raciocinar. O que podia ter acontecido a ela?

Já passava de meia noite. Alguém teria realmente a levado a força?

—Ei! – ele ouviu uma voz desconhecida. – está tudo bem?

Justin observou o professor Stefan se aproximando.

—Aconteceu alguma coisa? – ele perguntou percebendo o desespero de Justin.

—Eu não sei onde ela está. – Justin respondeu. – eu não consigo encontrá-la.

—Fique calmo e me explique o que está havendo.

—Ela já devia estar aqui! Por que eu não a busquei no aeroporto? Droga!

—Justin, certo?

—Sim.

—De quem está falando?

—Megan. Alguém a levou. Eu tenho certeza.

—Por que acha isso?

Justin estendeu a mão com o celular de Megan. Sem precisar fazer perguntas, Stefan parecia ter compreendido tudo.

—Justin! – ele ouviu a voz de Bela o gritando. – Justin!

Ela se aproximou com seus olhos vermelhos por tanto chorar. Sua voz estava trêmula, assim como seu corpo.

—Eu sinto muito! – ela disse. – eu só havia pedido para ele a assustar. Eu não pensei que ele faria esse tipo de coisa. Eu não quero ser cúmplice de um doente criminoso.

—Do que está falando? – Justin perguntou sentindo a fúria se aprofundar dentro de si.

Hesitante, ela entendeu a mão com seu celular.

Justin o pegou rapidamente e arregalou os olhos ao ver uma foto de Megan com uma fita em sua boca e um revolver apontado para sua cabeça.

—O que é isso? – Justin perguntou.

—Isac. Ele... Ele...

—Onde eles estão? – Justin gritou pegando a gola da blusa dela.

—Fiquem calmos. – Stefan os separou. – deixe-me vez.

Ele analisou a foto no celular de Bela e os lançou um olhar confiante, mas preocupado.

—Vamos pedir ajuda. – Stefan disse.

—Você sabe onde eles estão? – Justin perguntou a Bela.

—Sim. – ela respondeu fungando. – é aquela casa de madeira abandonada que nós fomos uma vez para fazer uma festinha.

—Estou indo.

Ele apressou os passos e Stefan o seguiu.

—Vamos pedir ajuda primeiro! – o professor disse.

—Eles não vão chegar a tempo!

—Mas ele está armado!

Justin montou na moto e deu partida deixando o professor plantado no estacionamento.

Ele não se importava em correr perigo. Seu único objetivo era salvar Megan. Ele não falharia na promessa que fez a ela. Tinha que a proteger, não importa o que aconteça. Não deixaria a única pessoa em que era capaz de amar sozinha sem proteção. Nem que para isso, ele tivesse que arriscar sua própria vida.


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