Proibido se apaixonar escrita por skammoon


Capítulo 46
Sem saída




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Megan caminhou em direção a sala de eventos e parou em frente à porta quando ouviu uma voz conhecida a chamar.

—Como está? – Pablo se aproximou.

—Estou bem. – Megan sorriu. – está indo ao evento?

—Não. Tenho alguns assuntos para tratar. – ele deu de ombros. – eu gostaria de falar sobre o seu amigo.

—Eu mandei o numero dele para você, já falou com ele?

—Sim e ele aceitou todas as condições.

—Isso é bom. – Megan sentiu-se aliviada. – e como vai ser?

—Neste momento ele está indo confessar seus atos. Irei para Miami daqui a pouco.

—Muito obrigada por estar nos ajudando. – Megan sorriu.

—Não é necessário agradecer. – ele fez um gesto com sua maleta. – Está na hora de trabalhar! Vou te manter informada.

Megan agradeceu e se despediu de Pablo.

Ela voltou a olhar para a porta da sala de eventos e respirou fundo. Suas mãos estavam começando a suar. O clima já estava pesado antes mesmo de ela entrar. A maçaneta dourada parecia estar em chamas e suas mãos hesitavam em tocar em algo tão perigoso.

Contando até três, ela abriu a porta. A música clássica inundou seus ouvidos.

Grande parte dos convidados já estava presente. Tudo parecia estar perfeitamente bem. Megan avisou os pais de Lia conversando com seus pais, eles estavam sorrindo. Isso era um bom sinal.

Seus olhos começaram a percorrer na intenção de encontrar Edward ou algum familiar dele. Queria verificar de que eles estavam confortáveis. Só assim ela conseguiria ficar tranquila.

—Megan! – ela virou-se ouvindo a voz de uma amiga de sua mãe. – quanto tempo!

Sra. Mercedes deu um beijo delicado em suas bochechas. Ela analisou Megan descaradamente da cabeça aos pés. Como sempre fazia.

—Como vai? – Megan perguntou.

—Estou muito bem. – ela ajeitou a luva branca em sua mão esquerda. – Você está maravilhosa, como sempre!

—Igualmente Sra. Mercedes. 

—Sua mãe comentou que está estudando em Yale.

—Sim. – Megan não queria estender a conversa. Nunca gostou do estilo arrogante de Mercedes.

—É uma ótima universidade. – ela deu de ombros. – lembro-me da minha adolescência, eu nunca soube qual universidade deveria escolher. As melhores me queriam!

—Ah, é?

—Sim. – ela fez um beicinho. – mas acabei escolhendo Princeton.

Megan forçou um sorriso desviando o olhar para a mesa onde continha vinho. Edward estava tomando uma taça observando o local. Até seus olhos pararem em Megan.

Sra. Mercedes continuou pronunciando palavras sobre sua “incrível” adolescência e como os jovens deveriam ser como ela. Mas Megan não conseguiu dar-lhe atenção quando avistou Lia indo em direção a Edward.

Ela não fazia ideia do que aconteceria nos próximos minutos. Megan sentia que precisava manter tudo sob controle para que o evento de seus pais continuasse harmônico. Qualquer deslize poderia se transformar em um completo desastre.

—Bom, agora vou deixá-la. – Sra. Mercedes tocou seu ombro. – preciso falar com sua mãe. Acredito que ela não esteja muito feliz com o que estão falando sobre a filha dela.

—Como? – Megan perguntou confusa.

—Eu sinto muito pelo que está passando, querida. Mas diferente dos outros, acredito que você seja uma boa pessoa.

Ela continuava não sabendo do que Mercedes estava falando. E não perguntaria, precisava confirmar de que tudo estava bem entre Edward e Lia. Mais tarde descobriria o que a amiga de sua mãe quis dizer com aquelas palavras vagas e confusas.

Assim que Mercedes virou as costas, Megan correu para perto de onde Edward e Lia estavam.

Ela conseguiu ficar entre algumas pessoas, onde eles não a veriam. Então se inclinou um pouco e finalmente conseguiu ouvir o que eles estavam dizendo, mesmo as vozes estando um pouco distantes.  

—É por isso que decidi te perdoar. – Lia disse.

—Fico feliz que finalmente possamos ficar em paz. – Edward respondeu.

—Acha que nossas famílias conseguirão se acertar?

—Eu não sei... Meu pai é um pouco rancoroso.

—Bom, espero que dê tudo certo.

—Eles ainda estão culpando Megan. – Edward confessou. – não sei mais o que fazer para convencer eles de que ela não teve culpa alguma.

Megan engoliu seco. Por que ele estava falando sobre isso com Lia? E por que os pais dele ainda a culpavam depois da confissão do próprio filho?

—Os meus já se acertaram com a família dela. – Lia prosseguiu. – isso me deixou muito feliz.

—Sorte a sua. Não acho que meus pais serão capazes disso.

—Você parece estar preocupado.

—Eles querem me mandar para o exterior.

—O que?

—Eles dizem que só dessa forma conseguirão me afastar de Megan. Eles acham que a qualquer momento ela virá atrás de mim.

—Ela não fará isso.

—Eu sei. Mas eles não sabem. Disseram que Megan é...

Ele hesitou em falar. Megan virou-se para eles e se aproximou um pouco mais. Lia o olhava com atenção e uma pontada de raiva estava explicito em seus olhos. Mas não por Edward estar falando de Megan e sim pelo o que ele estava dizendo o que seus pais pensavam.

—O que ela é? – Lia aumentou o tom de voz.

—Disseram que ela é problemática. Não vou nem te falar o resto. O pior é que estão dizendo isso para todos.

—Seus pais estão exagerando! Eles não viram à confissão que você fez? Por que Megan tem que ser a única culpada de tudo?

Megan suspirou sentindo seu coração se apertar. Estava óbvio que a família de Edward não a perdoaria. Mas por que eles tinham que falar aquilo sobre ela? Problemática? Ela cerrou os punhos e se afastou tentando ignorar o que tinha acabado de ouvir. Mas estava cansando de ser atacada.

—Megan? – ouviu a voz de Lia.

Ela virou-se e abriu um sorriso desanimado para sua amiga.

Lia caminhou em sua direção com um olhar apreensivo.

—Você ouviu tudo, não é? – ela disse.

Megan assentiu. A raiva que estava dentro de si transbordou-se em lagrimas. Ela olhou para cima e piscou varias vezes. Não tinha motivos para levar a opinião dos pais de Edward tão a sério.

—Eu ia te dizer para ignorá-los. – Lia disse. – mas talvez você deva dar uma lição neles.

—O que? – Megan franziu o cenho.

—Olhe! – Lia apontou com o queixo para o outro lado da sala.

Os pais de Megan estavam conversando com os de Edward. Ela pôde analisar a expressão soberba da Sra. Charm. Os pais de Megan abriam um largo sorriso a cada palavra que pronunciavam.

Com passos firmes, Megan caminhou em direção a eles.

Ela parou ao lado de sua mãe e abriu um sorriso sarcástico. Os olhos dos pais de Edward percorreram em direção a ela.

—Olá. – Megan disse. – estão aproveitando a noite?

—Filha! Estávamos conversando. – sua mãe a olhou forçando um sorriso.

—Perdão. Imaginei que seria falta de educação não os cumprimentar.

—Olá, Megan. – Edward chegou logo em seguida.

—Edward! – Megan sorriu. – acho que interrompemos a conversa de nossos pais. Por que não vamos para outro lugar?

—Não! – a mãe dele disse. – Meu filho ficará conosco.

—Mãe... – ele sussurrou.

—Ah... – Megan colocou a mão em seu coração de forma dramática. – está com medo que eu o sequestre?

Os olhos de todos se arregalaram e Megan esperou alguns segundos para forçar uma risada.

—Eu estava só brincando. – ela disse.

—O que está fazendo? – sua mãe sussurrou ao seu ouvido.

—Nada que uma menina problemática não faria. – Megan respondeu alto o suficiente para os pais de Edward ouvir.

—O que? – o pai dela perguntou.

—Ah! – Megan sorriu. – deixe-me explicar, pai! Os pais de Edward pensam que tenho problemas, eles acham que sou uma pessoa horrível e que não tem consciência do que faz.

—Megan... – Edward chamou sua atenção, uma pontada de medo em sua voz.

—O que foi? Eu só queria deixar claro que isso é exatamente o que eu sou! Quer dizer, eles me conhecem o suficiente para definirem o que realmente sou.

—O que está acontecendo? – a mãe de Edward perguntou.

—Eu havia decidido – Megan começou a dizer. – que iria apenas ignorar suas duras palavras. Mas eu cansei de fugir com essas palavras em minhas costas.

—Por que não saímos daqui? – Edward ousou a perguntar a ela.

—Por quê? Para os seus pais saírem falando que estou te induzindo a um péssimo caminho? Eu não me importo com o que vocês pensam de mim, mas gostaria que fossem um pouco mais maduros para guardar apenas para vocês suas opiniões desnecessárias.

—É melhor irmos. – o pai de Edward disse.

—Não! – a mãe de Megan os fez parar. – não dê ouvida a nossa filha. Ela está um pouco equivocada.

—Um pouco? – Sra. Charm ergueu a sobrancelha. – sua filha não cansa de causar problemas! Não queremos Edward perto de uma problemática!

Nesse momento, Megan chegou a imaginar que seus pais a defenderiam. Depois de ouvir Sra. Charm praticamente gritando que Megan era uma indigente. Mas não, seus pais apenas forçaram um sorriso e disseram para eles ficarem no evento, pediram perdão por Megan ter dito coisas estúpidas.

—Parem. – Megan disse. – parem de se desculpar o tempo todo.

—Megan! – sua mãe a olhou. – não continue se comportando assim!

—Eu só quero seguir em frente. – ela respondeu. – Sra. Charm, vocês não ouviram a confissão de seu filho? Não há motivos para continuar me culpando. Eu sinto muito que as coisas não tenham ocorrido como vocês queriam, mas dizer coisas para manchar minha reputação realmente é baixo demais. Deixem-me em paz.

Megan virou as costas e seguiu em direção a saída. Ela mesma havia estragado a noite de seus pais. Como pensou que conseguiria manter tudo sob controle quando pessoas que estavam dizendo coisas tão ruins sobre ela estavam no evento de seus próprios pais?

Ela percebeu os olhares caindo sob si, algumas pessoas sussurravam comentários agressivos para as outras. Ela estava ciente de que era sobre ela.

Megan estava prestes a girar a maçaneta da porta quando alguém segurou seu braço.

—Me deixa! – ela disse se soltando.

—Meg! – era Lia. – talvez seja melhor ignorar mesmo. Eles não valem a pena.

—Não, não é! – ela respondeu. – essas pessoas nunca me deixarão em paz! Eles sempre pensarão o pior de mim e me olharão de forma desprezível! Como fizeram essa noite.

—Mas...

—Meus pais convidaram todos que me acham uma idiota! Como posso ficar em um lugar assim?

—Eu te entendo, eu...

—Lia! – Mega a interrompeu. – fico feliz que sua família tenha me perdoado. Eles são realmente importantes para mim. Mas o que está me machucando é minha própria família se importar mais com o que essas pessoas pensam do que comigo.

—Você vai ficar bem?

—Eu pensei que poderia recomeçar, mas é impossível. Eu nunca poderei recomeçar em New York enquanto meus pais estiverem presos no passado.

—Vai voltar para Miami?

—Sim, pegarei o primeiro vôo que for para lá.

—Eu ajudarei a arrumar sua mala.

—Tudo bem.

Megan e Lia deixaram a sala de eventos e se dirigiram para o apartamento.

Naquele instante Megan pôde sentir que aquele lugar não pertencia mais a ela.

❁❁❁

Justin estava sentado no jardim, encostado em uma árvore, com o cartão de seu pai em sua mão. Havia acabado de sair do cooffe, onde bebeu e conversou com Collin. Que por sorte havia decidido o perdoar. O irmão de Megan deixou claro que iria sempre cuidar dela e que se Justin a magoasse o partiria em dois. Ele aceitou as condições de Collin. Foi sincero quando disse que realmente estava apaixonado e que faria de tudo para fazê-la feliz. Megan era a coisa mais importante que tinha em sua vida.

Ele observou mais uma vez o número que estava escrito no cartão e resolveu ligar para seu pai.

—Alô? – era uma garota.

—Perdão, quem é?

—É a Amy, esse é o celular do meu pai, ele já está...

—Amy?

—Sim, é meu primeiro nome. O segundo não é muito legal, mas algumas pessoas me chamam por ele e... Espera! Quem é?

—Fale ao seu pai que Justin ligou.

Antes que ela respondesse, ele desligou. Havia acabado de falar com sua maia-irmã pela primeira vez. Amy. Ela parecia legal, era bem extrovertida.

Com certeza seu pai contaria a ela quem era Justin. Não conseguia imaginar qual seria a reação dela. Seu pai ligaria de volta esperançoso para marcar um encontro. Ele deveria realmente a conhecer?

De repente percebeu que havia uma mensagem de Megan. Não havia visto antes, droga!

Você está bem? Eu realmente precisava de você essa noite, mas você disse que estaria comigo mesmo distante, e eu confio em você.”

Justin sentiu seu coração se acelerar. Não fazia a menor ideia de como deveria interpretar aquela mensagem. Mas ele sentiu que Megan estava precisando dele naquele exato momento.

Então, sem pensar duas vezes, ele ligou para ela.

❁❁❁

Megan estava sentada ao balcão de um bar que tinha perto do aeroporto se sentindo extremamente derrotada. Seu voo sairia em meia hora. Ainda não seria meia noite, chegaria cedo a Miami.

Ela pediu algumas doses e virou cada uma em apenas um gole. Sentindo o prazer do líquido queimar sua garganta. 

Lia havia tido uma longa conversa com Megan. De alguma forma, ela conseguiu confortá-la. Dessa vez elas prometeram uma à outra que não ficariam distantes novamente. Megan estava feliz por finalmente a ter de volta em sua vida.

Seu celular vibrou encima do balcão e ela leu o nome de Justin. Com um meio sorriso atendeu.

—Você está bem? – ele perguntou.

—Não, eu não estou. – ela riu se sentindo um pouco bêbada. – acho melhor parar de beber para entrar no avião.

—Avião?

—Eu vou voltar para Miami essa noite, vou voltar para você.

—O que aconteceu, Megan?

—Eu não consegui me manter no controle.

—Do que você está falando?

—Justin?

—Oi?

—Eu preciso de você. – sua voz falhou e seus olhos se encheram de lagrimas. – preciso mesmo de você.

—Estou preocupado, Megan. O que aconteceu?

—Quando eu chegar, a primeira coisa que quero fazer é te abraçar.

—Me liga assim que chegar, eu irei ao seu encontro.

—Ok. – ela enxugou as lagrimas. – acho melhor eu ir.

—Você vai chegar meia noite e meia, por ai, certo?

—Certo!

—Ei? – sua voz se tornou serena.

—O que foi?

—Sinto sua falta.

—Eu também. – ela sorriu.

Megan se despediu e decidiu ir ao aeroporto. Checou seu celular para confirma se não havia alguma ligação ou mensagem dos seus pais. Mas não havia nada.

Ao entrar no avião, fechou os olhos. Pretendia dormir a viagem inteira, não demoraria muito a chegar. Ela sentia-se ansiosa para estar nos braços de Justin novamente.

Dessa vez não se importaria mais com o que acontecesse em New York. Não esperaria que seus pais entrassem em contato e continuaria trabalhando para ganhar seu próprio dinheiro.

Megan estava decidida a realmente seguir em frente. Ela não precisava de mais nada, já que tinha Justin. As coisas seriam diferentes, finalmente estaria do lado do cara em que ela se apaixonara perdidamente.

Havia deixado a ideia de esperar um tempo de lado. Queria aproveitar cada minuto com Justin.

Ao chegar a Miami, Megan pegou um táxi e foi para Yale. Ela sentia-se um pouco zonza pelo tanto que havia bebido naquele bar. Seu corpo estava totalmente leve.

Ela pegou seu celular e ligou para Justin. Ele atendeu rapidamente.

—Acabei de chegar. – ela disse.

—Me encontre no jardim. – ela pôde ouvir seu sorriso do outro lado da linha.

—Não desligue! – ela riu – Vamos nos falar até que eu chegue a você.

—Ótima ideia, sua voz irritante e ao mesmo tempo linda me agrada.

—Justin, tão irritante e ao mesmo tempo lindo, acho que isso me agrada também.

—Você acha?

Megan caminhava em direção ao jardim com um sorriso estampado em seu rosto. Seus passos largos e rápidos. Mas ela parou quando ouviu uma voz a chamando. Não era estranha, mas não conseguia reconhecer.

—Tudo bem? Você ficou tão quieta de repente. – ele perguntou.

Ela olhou para todos os lados e não avistou ninguém.

—Estou tão bêbada assim? – ela disse.

—Por que? Onde você está? Que demora!

—Tive a impressão de que alguém estava me chamando.

—Deve ser meu coração!

—Você realmente sabe como...

De repente Megan sentiu um golpe forte em sua cabeça. Seu celular escorregou de sua mãe e ela se viu jogada no chão. Sua visão se tornou embaçada, ela não conseguia reunir forças para mover seu corpo. Seus olhos foram se fechando lentamente. Até ela se encontrar na escuridão e não sentir mais nada.


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