Proibido se apaixonar escrita por skammoon


Capítulo 38
Um mundo vazio e profundo no coração


Notas iniciais do capítulo

Olá! Gostaria de pedir desculpas, era para eu ter postado ontem - quarta - o capítulo, mas surgiu alguns imprevistos e só pude postar hoje.
Espero que estejam gostando da história.
Boa leitura. ♥



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Quando Justin e Amanda se deitaram a cama dele, as mãos dela acariciaram suas costas prontas para tirar sua camisa. As unhas dela o arranhavam intensamente. E Megan pôde sentir aqueles arranhões em seu coração de forma extremamente dolorosa.

Ela fechou os olhos com força, sentindo suas lagrimas arderem sob seu rosto. Tentando imaginar que estava apenas em um pesadelo, aquilo não era real. Megan mordeu o lábio fortemente criando uma pequena ferida. O gosto do sangue em sua boca a fez murmurar. Seus sentimentos era uma mistura de raiva e tristeza.

Mesmo mantendo os olhos fechados, a sensação era a mesma. Seu coração havia se partido em mais de mil pedaços. Haviam se transformado em grãos de areia. Seu corpo estava imóvel na cadeira, os pés encolhidos e seus punhos cerrados sobre a tranca. Suas unhas afundaram na palma de sua mão, ela pôde sentir a primeira pele sendo rasgada.

Reunindo forças que ela não fazia ideia de que ainda tinha, Megan resolveu abrir os olhos preparada para acabar com si mesma quando suas pupilas vissem aquela cena outra vez. Mas para a sua surpresa, Justin estava se afastando de Amanda. Ele saiu de cima dela e passou à mão em seu próprio cabelo, ele parecia perdido. Então, deixando Amanda confusa na cama dele, Justin saiu do quarto.

Depois de alguns minutos Megan ouve a fechadura da porta sendo destrancada. Justin entra exasperado no pequeno quarto.

—Megan... – ele sussurra. – vá embora, não posso fazer isso com você.  

Ela não olha para ele. Continua com seu olhar fixo na TV, Megan preferia não ter contato visual com ele, Justin tinha a capacidade de enfraquecê-la facilmente. E dessa vez, ela não podia deixar isso acontecer.

Justin solta às trancas, libertando seus braços.  Megan se levanta e finalmente depois de alguns minutos pensando, ela o olha.

Mesmo que Justin houvesse desistido de fazer aquilo, ainda não era o suficiente para fazê-la continuar com uma relação tão instável.

—Eu pensei que conseguiria. – ela diz, seu tom de voz fracassando ao tentar ser firme. – achei que seria capaz de fazer parte desse jogo e ir até o final, mas não sou. Como você disse, eu sou fraca, porque estou apaixonada por você. 

Justin tenta se aproximar, sua expressão entristecida e preocupada, mas Megan da um passo para trás.

—Eu não quero que chegue perto de mim. – ela continua, sentindo sua respiração quase travar em sua garganta ao pronunciar as próximas palavras. – nunca mais.

—O que? – Justin afunda seu olhar no dela.

—Eu fiz de tudo para tentar ficar do seu lado, acabei com minha dignidade e orgulho, discuti com meu irmão e quase não tenho tempo para outras pessoas, nem mesmo Ely eu tenho visto direito. Porque só você importa para mim, de uma forma que eu me esqueci de viver a minha vida para me encaixar na sua. 

—Eu não queria...

—Eu não terminei! – ela o interrompe, lagrimas fluindo em seus olhos. – quando você se afastou de mim eu me senti tão perdida, meu mundo estava desabando aos poucos. Então eu procurei saber como eu poderia voltar a me aproximar de você, perguntei para a Bela, a Bela! – Megan ressalta a voz –  Eu sabia que estava me rebaixando, que estava caindo no fundo do poço e não havia uma corda para me segurar e voltar para cima! Mas eu não me importei com isso, contanto que eu tivesse você por perto.

Ela para por um minuto respirando fundo. Sua boca úmida por seu nervosismo não facilitava, seus pulsos continuavam cerrados.

Os olhos de Justin, pela primeira vez, enchem de lagrimas. Ele não queria a ouvir dizendo aquelas coisas, não queria a ver chorando. É por isso que ele não ousou dizer uma palavra, qualquer coisa que dissesse poderia a machucar mais.

—É por isso que tomei essa decisão. – ela prossegue. – depois de perceber o quanto esse jogo é doentio, você está acabando com sua própria felicidade! E eu não quero estar com alguém assim. Eu nunca me senti tão pequena na minha vida, perto de você eu me sinto minúscula, e eu não gosto disso. Eu tenho raiva de mim mesma, porque mesmo com tudo isso meu coração continua te chamando. Ele esta gritando nesse momento o seu nome! Mas dessa vez não vou ceder a ele. Eu já passei por muita coisa e vir para Yale deveria ser um recomeço, mas por sua causa, estou sentindo as mesmas coisas que senti em minha antiga cidade, só que de um jeito muito pior. Eu estou me sentindo sufocada, Justin! Quando você age dessa forma, tentando afastar quem se importa com você, me faz mal! Eu cansei de me sentir assim. Suas palavras e ações descuidadas me derrubam, isso me encurrala!

Então ela se aproxima, seus joelhos tremem e lentamente, Megan da um beijo no canto da boca de Justin, o surpreendendo. Ela fica a um centímetro de distancia do rosto dele.  

—É por isso que essa é a ultima vez em que nos aproximamos.

—O que? – ele sussurrou ainda perplexo.

—Eu não quero mais te ver, não se aproxime mais de mim. Não olhe para mim.

—Megan...

—Nós não existimos mais um para o outro.

Megan se afasta e com passos lentos sai do quarto, ela para na porta e o olha por uma ultima vez.

Megan anda em direção a saída. Amanda entra na sala no mesmo instante. Megan pôde ver de canto do olho a garota boquiaberta, mas a ignorou e seguiu em frente, deixando o apartamento de Justin.

Antes de qualquer coisa, Justin pega seu celular. Ele sabia que Megan não iria chamar um taxi. Ela iria preferir ir caminhando, mas àquela hora da noite não era seguro. Ao digitar o nome de seu melhor amigo percebe que suas mãos estão trêmulas.

—Preciso de um favor. – ele disse assim que Joe atendeu.

—O que foi?

—Você pode vir buscar Megan? Siga o caminho do meu apartamento, você ira encontrar ela.

—Aconteceu alguma coisa?

—Eu explico depois, vem agora!

—Ok, ok.

Após desligar, Justin senta no chão e afunda sua cabeça em suas mãos apoiado em seus joelhos. Ele sente as lagrimas que segurou por tanto tempo rolando em seu rosto. Dessa vez, Megan havia falado sério. Ela havia o deixado, e tinha razão em fazer isso. Ele sabia que machucaria Megan, mas acima disso, estava machucando a si mesmo. Ouvi-la dizer que o quer longe foram às piores palavras que já passaram e foram engolidas por seu ouvido. Sua mente as repetia freneticamente, enquanto seu coração sussurrava o nome de Megan dolorosamente a cada um segundo. Ele havia a perdido.

—O que aconteceu? – Amanda aparece na porta do quarto. – estou perdida, por que Megan estava aqui? Que quarto é esse?

—É melhor você ir. – Justin responde sem olhar para ela.

—Mas Justin, você e eu...

—Vai embora, Amanda!

Ela suspira e o deixa sozinho. Justin aperta os lábios sentindo raiva de si mesmo. Ele fecha o punho e da um soco no chão, tentando aliviar toda a sua raiva, mas fracassou. Nada o libertaria dos sentimentos que Megan havia deixado dentro dele.

❁❁❁

Megan caminha lentamente quando sai do hotel. Não conseguindo controlar suas lagrimas por mais que tentasse. Ela sabia que o que havia feito era o certo, mas por que estava doendo tanto? Não era para ela se sentir assim novamente depois de Edward.

Ela parou se encostando ao muro do hotel. A imagem da expressão de Justin quando ela disse aquelas palavras não saia de sua cabeça. Talvez ele tivesse sentimentos por ela, mas isso já não era o suficiente para fazê-la mudar de ideia, ele não admitia o que sentia, em vez disso, preferia deixar de ser feliz.

Havia deixado Justin e não voltaria atrás. Ela não podia fazer isso. Mesmo que fosse sentir falta dele, mesmo que seu coração implorasse por ele ameaçando parar de bater, ela não voltaria atrás. Todas as lembranças que tinha com ele, ela guardaria em uma caixinha especial dentro de sua mente. Todas as suas brincadeiras, seus beijos doces e quentes, seus abraços apertados, o próprio Justin. Ela guardaria para o resto de sua vida.

Megan se sentia incapaz de pensar em amar outra pessoa como amava Justin. Seria impossível substituí-lo. Como se Justin tivesse se tornado alguma parte de seu interior. Talvez a mais bonita ou a mais dolorosa. Mas de qualquer maneira, ele estava em si e ela não conseguiria o arrancar de lá. Mas mesmo com isso, continuaria firme com sua decisão. Ela precisava acreditar em si mesma, por pelo menos uma vez.

De repente um carro para a sua frente e ela vê Joe descendo e indo em direção a ela.

 -Que bom que te encontrei. – ele diz.

—O que está fazendo aqui?

—Entre no carro.

—O que? – ela franze o cenho.

—Irei te levar para Yale, é perigoso andar sozinha á essa hora.

Megan hesita por alguns segundos, mas ela sabe que ele esta certo.

Então finalmente ela resolve entrar. Joe abre e fecha a porta do carro.

Assim que ele senta no banco do motorista, ele a observa.

—Eu imagino que o que tenha acontecido hoje tenha sido bem ruim.

Megan concorda com a cabeça.

Joe deu partida no carro. Megan observou as luzes da cidade pela janela, ela precisava esquecer-se de Justin de qualquer maneira. Mesmo que só por um momento.

—Eu sei que Justin se comportou como um idiota, com esse jogo e tudo mais. – Joe começou a dizer. – mas ele gosta muito de você.

—Não sei se consigo acreditar nisso.

—Ele tem medo de amar alguém, tem medo de se tornar como o pai dele.

Megan conseguia compreender isso. Mas mesmo assim, ele deveria se esforçar para mudar isso. Mas ele continuava tentando ferir outras pessoas por sua dor. Ela havia tentado ficar do lado dele de todas as formas. Mas ela não podia desistir de si mesma por ele.

Ao chegar a Yale, Megan agradece Joe por ter a levado embora.

Ela decide ligar para seu irmão. No caminho até Yale havia tomado uma decisão. Algo que a faria se esquecer um pouco de tudo que havia ocorrido. Mesmo que não fosse a melhor das ideias, ela faria.

Megan pede para Collin a encontrar no jardim.

❁❁❁

Justin decide dormir em seu apartamento, não voltaria para Yale nos próximos dias. Se voltasse, não aguentaria não se aproximar de Megan.

Os dias em que havia conseguido se afastar e se manter frio com ela haviam sido extremamente difíceis. Ele já não era capaz de fazer o mesmo novamente.

Joe mandou uma mensagem dizendo que já havia chegado a Yale e levado Megan em segurança. Também disse que ela parecia estar péssima.

Justin visualizou a mensagem, mas não o respondeu. Porém, se sentiu aliviado ao saber que Megan já estava em Yale.

Ele foi até a cozinha e decidiu preparar um chá. Não queria fazer como em outras vezes que não se sentia bem, por isso não sairia tomando todas as bebidas alcoólicas que tinha em seu apartamento.

Justin lembrou-se da expressão de Amanda quando ele havia dito que não conseguiria continuar com ela aquela noite, que eles realmente deveriam ser só amigos. Ela havia corado de tão confusa e envergonhada. Ele havia se comportado como um babaca naquela noite. Droga!

Enquanto o chá esquentava, Justin foi até seu quarto e pegou o travesseiro que continha o cheiro de Megan. Ele havia guardado em seu armário para Amanda não se deitar nele.

Levando-o para o sofá, Justin ligou o radio nas musicas mais tristes de suas bandas favoritas.

Passaria a noite dormindo em qualquer canto de sua sala sentindo o cheiro de Megan, tentando afastar o que havia acontecido. Mas ele sabia que isso era impossível.

Deveria ter previsto que ela não continuaria com aquele jogo estúpido. Ele sabia que ia a machucar, imaginou varias vezes em sua mente em como seria aquele momento, mas vivenciá-lo foi completamente diferente. Não teria mais seus abraços e beijos e os sorrisos tão doces dela não seriam mais para ele.

Havia dito a sua mãe que não perderia Megan. Até mesmo sua família sabia que aquela garota era a única que Justin poderia amar de verdade. Mas ele fracassou. Justin havia se tornado como seu pai e isso acabava com ele. Ferir as pessoas que se importam com ele, era exatamente isso que havia feito.

Então ele lembrou-se de que sua mãe havia dito que seu pai estava mal em um hospital. Aquela havia sido a punição de seu pai? Adoecer? De certa forma, Justin se sentia do mesmo jeito, ter perdido Megan havia o ferido drasticamente. Ele já estava ciente de que sua punição era não a ter, como sempre soube.

Uma lagrima rolou de seu olho, dando caminho para as outras rolarem de forma torturante.

❁❁❁

Megan avistou Collin se aproximando do banco que ela havia escolhido para se sentar.

—Oi. – ele sentou-se ao seu lado. – está bonita, onde foi?

—Isso não importa. – Megan respondeu, tentando não o olhar. Não queria que seu irmão visse seus olhos inchados. – eu te chamei para te informar da minha decisão.

—Decisão? – ele ergueu uma sobrancelha.

—Sim, meio louca, mas sim.

—E o que é?

Megan hesitou por alguns minutos. Collin ficaria impressionado quando ela dissesse.

—Vou para New York. – ela finalmente disse.

—Que? – ele ficou boquiaberto.

—Vou sexta e voltarei terça.

—Você está falando sério? Você quer ver nossos pais?

—Eu não posso fugir deles para sempre. – ela mordeu o lábio inferior. – e eu quero sair daqui um pouco.

Collin a olha por alguns minutos, como se compreendendo que ela precisava de um tempo.

—Tudo bem. – ele responde. – eu até iria com você, mas acabei de volta e...

—Eu sei. – ela o interrompe forçando um sorriso. – está tudo bem, posso fazer isso sozinha.

—Quando você vai me contar o que esta acontecendo?

—Algum dia, quando eu me sentir pronta.

Seu irmão sorriu e a abraçou, ela pôde sentir o calor familiar que tanto a confortava, desde criança.

Megan não sabia se havia tomado boas decisões naquela noite. Mas depois de muito tempo, ela estava pensando em si mesma. Não queria mais fugir dos problemas, queria enfrentá-los. E era exatamente isso que faria em New York, seria uma forma de sentir um pouco aliviada.


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