Os Astros Não Mentem escrita por JC Forbes


Capítulo 1
Capítulo 1- O falso brilho do Sol


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem?

Muito obrigada por entrar nessa história, tenha uma ótima leitura e qualquer erro ou dúvida é só perguntar :)



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Zuko apreciava atenciosamente a grande esfera prata no céu escuro, observava cada detalhe, cada cratera, navegava em sua mente, pensando no o dia da coroação que estava cada fez mais próximo e que seu pai, o Rei Ozai, não havia escolhido o herdeiro. O correto era Zuko se tornar rei por ser o primogênito, porém Azula, sua irmã, era a predileta, ela carregava consigo os mesmos ideais que o pai, ela era a criança prodígio, era a princesinha do rei. Ao contrário de Zuko, Azula recebia a atenção de Ozai, ela tinha a honra que Zuko buscava. 

 O príncipe pensava na falecida rainha, sua mãe que deu a vida para salva-lo. Tocou levemente na cicatriz que ocupava todo o olho esquerdo, essa mesma cicatriz que o faz recordar de Ursa. Respirou fundo e voltou a prestar atenção na Lua que se escondia atrás das nuvens, o vento frio batia em seu rosto e balançava algumas mechas do cabelo castanho escuro. A Lua estava cheia, mas seu brilho era sufocado pelas nuvens escuras e pesadas que diziam que iria chover. 

— Com licença príncipe Zuko, todos estão à sua espera — uma das criadas disse com a porta entre aberta. 

— Obrigado, já irei descer — agradeceu sorrindo, um falso sorriso que fazia com que as pessoas acreditassem que era feliz, seu sorriso era um sorriso com brilho falso e infeliz. 

Zuko olhou mais uma vez para a Lua, ajeitou as vestimentas e sorriu para o espelho, piscou sutilmente e respirou fundo mais uma vez. Desceu as escadas até a sala de jantar com o mesmo sorriso, o sorriso programado para aparecer em certas ocasiões como essa. Se sentou do lado direito de Ozai, que ocupava a cadeira da ponta e mais alta da longa mesa de jantar, Azula estava do lado esquerdo com o seu sorriso maléfico e olhar assustador natural. Os convidados da noite era a família de Ukano, um governador de uma pequena cidade dominada pelo reino de Ozai (também conhecido como reino do Fogo, já que era o local onde surgiram os primeiros dobradores desse elemento), Mai, filha de Ukano, estava sentada ao lado do príncipe, essa guardava uma certa paixão pelo mesmo, era uma das melhores amigas de Azula, diferente de muitas outras não tinha medo da princesa, ou pelo menos não demonstrava. Mai era reservada e quieta, falava somente o necessário, tinha uma pele esbranquiçada e olhos negros profundos, tinha um ar depressivo que Zuko se identificava.  

— Quando iremos falar sobre aquilo Senhor Ozai? — Ukano perguntou ansioso, estava ciente que não iria demorar para que a oportunidade chegasse — Quer dizer — se corrigiu — o príncipe já está na idade de se casar e... 

— Essa não é a hora Ukano — repreendeu a esposa, Mai corou levemente, ela sabia que o jantar era para falar sobre o suposto casamento dela e do príncipe, o governador tinha quase certeza que a filha era a melhor opção para Zuko, ela era reservada e possuía uma boa postura diante a população, era bela e inteligente, seria uma boa rainha. 

Zuko evitou olhar para a menina ao seu lado, manteve a postura e hesitou a fala. Azula, por outro lado soltou um pequeno riso, já que sabia dos sentimentos de Mai para com Zuko. Ozai não moveu nenhum musculo e continuou com sua face endurecida. Logo a refeição estava na mesa, começaram a comer, e na sala o único barulho que se ouvia era a chuva batendo no telhado e dos garfos em colisão aos pratos.  

— Sobre aquele assuntou, não poderia dizer nada — Ozai pronunciou — ainda não foi nada decidido a respeito do trono. 

— Mas o príncipe é o primogênito, não? — perguntou confuso com a resposta do rei. 

— Iroh é o primogênito, entretanto eu sou o rei. — respondeu sem alterar a voz e erguendo a cabeça. 

Iroh, irmão de mais velho de Ozai, abandonou o reino quando a esposa e o filho morreram, pouco se sabe sobre ele depois disso. Zuko é o único que ainda mantém contado, há boatos que o irmão do rei é dono de uma casa de chá, o que é considerado uma vergonha para Ozai. 

O silêncio se fez presente na sala novamente, após o termino foram para a sala de estar, começaram a conversar sobre o estado atual da política, segundo o governador os indicies que crimes haviam diminuído. 

— Com licença — o príncipe pediu assim que voltaram a falar sobre o futuro do trono. 

— Acho melhor vocês três subirem — Ozai concordou com o filho. 

— Mas eu quero saber, eu tenho direito — Azula se levantou da poltrona que ocupava — é sobre o MEU futuro. 

— Não me desobedeça, Azula, suba com sua amiga até terminarmos a conversar — o rei retrucou sem levantar a voz. 

Contra a vontade, a princesa subiu as escadas de cara fechada, atrás Mai a seguia sem dizer nada. Zuko olhava pela janela do quarto a chuva cair e bater no vidro levemente, fora do portão do palácio havia uma pessoa que chamava atenção do príncipe, a garota de cabelos castanhos ondulado que rodopiava na chuva sorrindo, era encantadora. Ele a invejava pela a liberdade, ela parecia feliz e livre, diferente dele que se mantinha trancado e infeliz dentro de casa. 

Zuko se perdia em seu pensamento imaginando como seria se tudo fosse diferente, se ele não fosse o príncipe. Azula entrou no quarto do irmão sem bater na porta, ele se virou assustado voltando para a realidade. 

— O que foi Zuzu? — ela se sentou na beira da cama e fez um gesto para que Mai entrasse, a menina entrou e ficou perto da porta olhando os detalhes do quarto do rapaz. 

— Saia do meu quarto, Azula. — respondeu, irritado. 

— Mai não conhece o seu quarto e já que talvez vocês irão se casar, acho importante que ela conheça — retrucou fazendo Mai corar e se segurando para não demonstrar o constrangimento, Zuko, por outro lado, deixou a raiva tomar conta de si e empurrou a irmã da cama. 

Pela primeira vez Mai faz uma expressão no rosto, estava desacreditada com que havia acabado de acontecer. Azula se levantou do chão arrumando o cabelo que sairá do lugar com o tombo, o rapaz olhava assustado ao mesmo tempo que queria pedir desculpas, mas sabia que a irmã merecia, não era de agora que ela o irritava.  

— Isso não vai ficar assim Zuzu — disse antes de sair batendo os pés de raiva. 

Mai seguiu Azula, deu um pequeno sorriso, não retribuído, para Zuko antes de fechar a porta atrás de si. Ele então voltou para a janela, a menina que rodopiava na chuva não estava mais lá, Zuko deitou se na cama e manteve-se deitado de olhos fechados até Judi, a criada, o chamar para descer novamente e se despedir dos convidados. 

— Amanhã teremos uma reunião — Ozai disse assim que as portas fecharam — na sala do trono antes do café.  

Zuko concordou com a cabeça, seria uma reunião apenas dos dois, ou seja, o rei havia decidido o que iria fazer a respeito do trono.  

— Não se atrase — encarou o filho antes de virar as costas e ir para o aposento real.  

O príncipe subiu as escadas até o quarto, dispensou as camareiras que o esperava para ajudar a se trocar, caminhou até o banheiro e jogou a água fria da torneira no rosto, encarou-se e respirou fundo pela última vez do dia, sentiu o calor subir sobre seu corpo, os olhos dourados refletiam as chamas da palma das mãos do rapaz, afinal ele era um dobrador, era uma das aberrações que o rei detestava, era tudo aquilo que o pai mais odiava.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por ler.
Espero que tenha gostado da leitura.
Próximo capítulo irá aparecer nossa protagonista, Katara.

Bjss
Até ♥