Procura-se um namorado para Hermione Granger escrita por Artemis Stark


Capítulo 4
Capítulo 5




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Capítulo 5

— Eu não acredito que você não vai me contar quem é! – Gina exclamou, nervosa e curiosa, para amiga.

As duas almoçavam, após terem passado a manhã de sábado passeando pelas lojas do Beco Diagonal, para achar as lembranças que seriam entregues ao final do casamento da ruiva.

Eu. Não. Sei. Quem. É!— Hermione repetiu – Eles não me falaram nada. Absolutamente nada!

— Hermione, faltam apenas três meses para meu casamento! Três meses! — a morena bufou e rolou os olhos, irritada.

— Você ainda está preocupada com essa maldita aposta? Se quiser, eu dou as merdas dos galeões para você. E para o Jorge. Não precisa dizer que eu comecei com isso. Sei disso. Só que os meses passaram e já me conformei com a situação, Gina. E não tenho problema nenhum de ir solteira ao seu casamento.

Gina olhou a amiga e notou que realmente a estava pressionando sobre isso.

— Desculpe, eu só quero vê-la bem... Eu estava pensando em outro encontro, mas você está certa. Nada de encontros.

— Obrigada. – Hermione disse, satisfeita por ter, finalmente, encerrado aquele assunto.

A morena voltou para casa. Ela mesma ansiosa com o tal encontro. O que estava a angustiando mais era o clima de mistério que os gêmeos criaram. Especialmente Fred.

Fred.

Desde que aquela confusão começara, ela se via mais e mais pensando em Fred. No sorriso dele e na forma como o cabelo caía-lhe sobre o rosto. E tantos detalhes que ela levaria dias para escrever uma lista.

Na época de Hogwarts, ela nunca vira muita diferença nos gêmeos. Porém, ao longo dos anos, foi vendo que eles tinham, sim, suas diferenças. Qualquer um poderia diferenciá-los pela ausência da orelha de Jorge. No entanto, havia diferenças mais sutis.

Desde o final da batalha, quando Fred quase morrera, Jorge tornara-se um pouco mais protetor. Já Fred parecia mais introspectivo e calado. Ambos continuavam com suas experiências, suas brincadeiras. Hermione notara que Jorge era melhor nas poções enquanto Fred era melhor em feitiços.

E notara que Fred tinha um azul mais intenso nos seus olhos. Um brilho diferente que ela não conseguia encontrar no outro gêmeo. E, apesar de adorar Jorge, era com Fred que se sentia à vontade. Era para ele que contara seus encontros frustrados. Era ele quem a fazia rir...

E ela o deixara tirar a maldita tinta mágica no seu corpo. Ainda lembrava-se das mãos dele, da magia dele limpando seu corpo...

Balançou a cabeça. Ela estava, definitivamente, enlouquecendo.

—--

Ela não sabia absolutamente nada sobre seu encontro. Nada. Nem o nome eles tinham falado. Por mais que perguntasse, Fred recusara a dar qualquer pista sobre o encontro daquela noite. Apenas disse: vista-se de forma elegante. Ele não é qualquer um e está louco para sair com você. Será um jantar...

E, assim, Hermione encontrava-se pronta, um vestido vinho que ia até a altura do joelho. O cabelo preso na lateral, de forma delicada. Sandálias de salto. Maquiagem simples e um suave perfume. Um perfume que Fred sempre elogiava.

Fred. Apesar da excitação pelo encontro sua mente sempre ia para o ruivo.

A campainha tocou, tirando-a do seu devaneio. Abriu a porta e não pôde evitar a surpresa:

— Fred? Seu amigo precisou cancelar?

O ruivo continuou olhando-a.

— Achei que você fosse a inteligente do grupo, Grangerzinha... – ele sorriu de lado, então ela olhou para a roupa dele.

Fred estava mais lindo que nunca. Impecável.

— Você... – ela sorriu.

O ruivo fez um floreio de varinha e um lindo buquê de diferentes flores apareceu em sua mão.

— Sim, eu sou seu encontro... – ele esticou o braço e ela aceitou as flores, pedindo que ele entrasse. Depois que colocou as flores em um vaso, voltou-se para Fred.

— Você...

— Decepcionada? – ele perguntou, sorrindo.

— Claro que não... Mas você... Eu não esperava... Por quê? – Hermione perguntou, mais feliz do que estivera em qualquer encontro.

— No seu devido tempo... Já não disse isso? – ele entrelaçou sua mão com a dela e aparatou.

—--

O casal chegou a um belo restaurante em Hogsmeade. Um restaurante italiano do qual Hermione já ouvira falar.

— Fred... Mas a reserva aqui...

— Como se você não me conhecesse, Hermione... Venha. Temos uma longa noite.

Eles entraram no estabelecimento e foram levados até a mesa. Um local de dois lugares, no andar superior, com uma ampla vista para o povoado. Fred puxou a cadeira para que Hermione sentasse e depois se sentou ao lado dela e não do outro lado da mesa, como os outros casais. A bruxa sorriu timidamente.

— A vista daqui é linda... – ela disse, olhando pela vidraça.

— Concordo plenamente. – os olhos fixos nela.

Hermione encarou o ruivo e sorriu, corando mais ainda, notando o que ele estava querendo dizer.

— Fred, o que significa tudo isso?

— Seja mais “Hermione” e menos “Granger”. – ela o olhou intrigada – Pare de racionalizar tanto... – o ruivo colocou uma mecha dos cabelos dela atrás da orelha – Você gostou da surpresa?

Amei.

— Claro, eu... Eu adorei, Fred. E o lugar... É perfeito...

— Aceita um vinho? – ele perguntou, fazendo um gesto para o garçom.

Aquele era um Fred diferente do que estava acostumada. Aliás... Fred sempre soube dizer as palavras certas nos momentos mais improváveis possíveis... E tudo aquilo estava para além do que esperava em um encontro com ele.

— Claro. – ela repetiu sua resposta, mas ainda estava presa em seus pensamentos.

Ela fez um sinal de que ele poderia escolher o vinho. Observou o ruivo com atenção, o sorriso que ele dava. A covinha que se formava. O cabelo ruivo era um contraste com a roupa escura. O jeito brincalhão e ao mesmo tempo sério, quando se tratava da sua loja e de sua família e de seus amigos...

— Hermione? Você está bem?

— Sim. – ela disse, sorrindo, o pensamento longe.

— Posso te servir? – Fred falou, apontando para a taça dela.

Ela sorriu e entregou a taça para ele.

— Desculpe, estou apenas surpresa. Apenas isso...

— Ao meu romantismo inesperado? – ele sugeriu um brinde. Hermione riu.

— E à sua modéstia. – ela aprovou a escolha do vinho.

Aliás... Ele já a conhecia bem o suficiente para saber que sempre tomava vinho seco. Ele riu sonoramente.

— Oras... Você não achou que eu aparecer na sua casa, com um buquê de flores, trazê-la para esse restaurante... Não foi romântico?

— Sim, foi...

— E você esperava por isso? – ele levantou uma sobrancelha, o sorriso zombeteiro.

Hermione mordeu o lábio inferior, mas falou, contrafeita:

— Não...

— Então mereço ou não mereço esse brinde? – ele perguntou, aproximando-se alguns centímetros dela.

Os olhos dele foram rapidamente para os lábios de Hermione e depois voltaram para os olhos.

— Merece, Fred.

Os dois continuaram a conversar de forma animada. Jantaram uma massa saborosa e logo outro vinho foi pedido. Hermione fez questão de dividir a conta, Fred fez questão de pagar tudo sozinho. Ela insistiu, ele ameaçou pregar uma peça nela. Hermione achou melhor que ele pagasse a conta sozinho.

Saíram do restaurante e Fred a abraçou, passando seu braço pelo ombro dela. Caminharam juntos pelas ruas do povoado.

— Vou te aparatar novamente, ok? – ele avisou, parando em frente dela e pegando sua varinha.

— Para onde? – ela perguntou.

— Sempre cheia de perguntas... – o ruivo esticou a mão na direção dela –  Você confia ou não confia em mim?

Hermione sorriu. Não se lembrava de sorrir tanto. Apenas sorria assim quando estava com ele.

Esticou sua mão e os dois desapareceram no ar.

Hermione sentiu o chão firme novamente. Não totalmente firme. Notou que estavam em um gramado.

— Eu vinha nessa praça quando criança. – ela olhou ao redor, notando os brinquedos – Com minha família. A Toca fica naquela direção... Não é muito longe daqui.

— Ainda não conhecia aqui...

— Venha. – ele a puxou pela mão e caminharam até um banco, onde se sentaram – Eu e Jorge gostávamos de ir no gira-gira apenas para ver Rony pedir para ir também. Tínhamos sete anos e ele, cinco. – Fred falava, olhando o brinquedo parado – A gente o ajudava a subir, dizendo que íamos depois. Ele perguntava sempre “Mas dessa vez vocês vêm mesmo?”.

— Acho que não quero saber por que ele perguntava isso... – ela comentou, sorrindo.

— Claro que quer. – Fred disse, cutucando-a no ponto onde ela mais tinha cócegas – Ele subia e a gente o girava, girava, girava... – ambos riram – Sempre do lado de fora, claro... Quando parávamos, morríamos de rir com ele tentando nos pegar... Correndo todo desengonçado e tonto.

— Maldade... – a morena disse, sem deixar de rir.

Ele jogou os cabelos para trás, observando-a. E Hermione fazia o mesmo. Fazia isso com tanta frequência desde que ele entreouvira a conversa com Gina... Desde que ele começara a frequentar sua casa e ela, a dele.

E nos seus últimos encontros, mesmo antes da aposta, tudo era chato, enfadonho. Sem graça. E com Fred...

Olhavam-se com intensidade. Ela perdida nos olhos azuis, lembrando-se de tudo que tivera com ele. 

Fred tinha a varinha em sua mão e fez um leve floreio. Uma música baixa começou a tocar e a boca de Hermione abriu-se. Seu coração acelerou.

Something

Ele ficou de pé e fez novamente um gesto com a mão, convidando-a. Hermione aceitou.

— Você lembra? – ele perguntou com a voz baixa, a cabeça dela em seu peito.

— Claro que sim, Fred...

Ela sentia as batidas do peito dele, muito mais rápido do que deveriam estar. Sabia que seu coração deveria seguir o mesmo compasso. Frederick Weasley. Com suas piadas, sua companhia, seu bom humor. Ele sempre esteve lá... Ao lado dela.

O pensamento, então, caiu como um raio e ela se afastou, sem soltar a mão dele, e murmurou:

— Às vezes... A pessoa já está ao seu lado e você ainda não enxergou...

— Como? – ele indagou, sem entender.

— Você me disse: “Às vezes... A pessoa já está ao seu lado e você ainda não enxergou”.

Hermione viu o sorriso dele vacilar. Só que ele não a soltou.

— Sim, eu disse...

— Há quanto tempo? – ela perguntou.

Os castanhos fixos no azul. Ele numa seriedade tão pouco vista.

O ruivo deu de ombros. Seus dedos teimosamente entrelaçados aos dela.

— Não sei... Há muito tempo... Provavelmente desde que você começou a nos ajudar... Com a Loja... E tudo foi crescendo, principalmente quando começamos a conviver mais nesses últimos meses. – Estava visivelmente nervoso – Pois é... Um dos criadores de problemas... Criou um problema para si mesmo e não tem como sair... Eu me apaixonei pela garota mais espetacular que existe... Você.

— Ohhh! – ela encarou o chão, sem graça.

Como fora tão cega?

Fred afastou-se, retirando sua mão dela. Hermione sentiu-se vazia.

— Eu entendo... – ele ajeitou as vestes – Eu... Espero que meu irmão ou Gina encontrem alguém... Alguém interessante para você... E... – ele jogou os cabelos para trás, depois chutou uma pedrinha – E acho que vai entender se ficarmos um tempo sem nos ver, não é?

Hermione nada respondeu. Ele deu um sorriso triste e se virou, andando em direção ao gira-gira.

— Fred, espera... – o ruivo parou. Hermione aproximou-se e parou na frente dele – Olhe para mim. – ele obedeceu – Você não vai ouvir o que tenho a dizer?

— Eu sei o que vai dizer, Hermione...

Ela sorriu de lado.

— Não, eu acho que não sabe... Eu fui uma cega esses meses. Procurando alguém como uma louca, quando, na verdade... Você estava certo! A pessoa estava ao meu lado e eu não enxerguei. – ela deu um passo na direção dele e pegou a mão de Fred.

— Você... Hermione...

— Mas, agora, eu enxergo... Eu também estou apaixonada por você, Fred.

O bruxo não esperou mais nada. Sua outra mão foi até a cintura dela, puxando-a para si.

— Eu morria de ciúmes sempre que você saía... – a mão dele foi até o rosto dela.

Um toque delicado. Viu quando ela fechou os olhos, entregando-se ao carinho. Entregando a ele.

Inclinou-se, fechando os próprios olhos. Encostou seus lábios aos delas. Sentiu-se completo pela primeira vez em anos...

—--

Jorge sentou-se ao lado de Gina. Um amplo sorriso nos lábios.

— Passe o ouro, irmãzinha.

— Não! Isso foi injusto! – a ruiva disse, fechando a cara. Cabelo e rosto vermelhos.

— Claro que não foi injusto! Palavras suas: “Quem achar um cara para ir ao meu casamento com a Mione leva o ouro”.

— Mas o par dela é Fred! Seu gêmeo!— ela disse, inconformada. Ao seu lado, Harry sorria.

— Ele é tão meu irmão quanto seu... Não posso fazer nada se eu que arranjei o encontro deles e, inclusive, achei pares terríveis para Hermione.

— Como assim? – Gina perguntou e bebeu um gole de vinho.

— Acha mesmo que não foi proposital?! Fred está caído por ela há muito tempo e eu demorei a perceber...  Mas quando percebi... Essa foi a oportunidade de ouro! E por falar em ouro... – ele estendeu a mão sobre a mesa.

— Não tenho cem galeões aqui, Jorge... Vou te pagar... Juro!

A ruiva desfez o rosto emburrado ao ver a amiga dançando animadamente com o irmão na pista de dança. Os dois nunca pareceram tão felizes...

— Fred? – Hermione disse, nos braços dele.

— Hermione.

— Que tal abandonarmos o casamento mais cedo e você ver como eu fico com o presente que você me deu? – ele riu.

— A partir de agora, nada de usar a camiseta do Cannons do Rony... – ele disse, beijando o pescoço dela.

— Não. Usarei apenas a sua de batedor na época de Hogwarts...

Os lábios dele alcançaram os dela e a beijaram profundamente... 

 


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Notas finais do capítulo

N.B.: aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah, que lindo. Adoro meu ruivo!!! Posso ter a camisa de batedor do Jorge? Nossa, fic sensacional, perfeita, td mimosa, adorei de paixão!!! Quero mais desssas, viu? Amo sua escrita! Forever team Ártemis!!!

N.A.: super obrigada por me acompanharem nessa fic clichezinha! bjs, Ártemis



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