Season of the Witch escrita por Nightshade


Capítulo 8
Comprometimento




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Ana

 

Miranda passou a manhã inteira me ignorando. Tudo bem, aceito que eu havia começado a ignora-la ontem, mas foi somente pelo fato de realmente não conseguir encara-la depois do que eu... vi. Cassandra também pareceu notar que algo estava errado entre nós duas, mas não falou nada. Parecia ter suas próprias preocupações, preocupações essas que eu não conseguia descobrir e isso estava me deixando maluca. Na verdade, todo o contexto estava me deixando maluca.

Posso não ser tão fria em questões de raciocínio quanto Mina, mas não era burra. Eu sabia muito bem o que minhas visões significavam e sabia que em um período próximo elas iriam se cumprir. Havia tido outro sonho noite passada, novamente a vampira ruiva de olhos vermelhos estava na floresta. Uma voz a chamou pelo nome "Victoria" e ela se virou. Algumas imagens borradas surgiram e então eu acordei.

Resumindo: Forks seria atacada por vampiros de olhos vermelhos. E quem estava no comando era a vampira ruiva.

Eu não precisava ser uma gênia da adivinhação para supor seu motivo: vingança. Mas vingança de que? De quem? Ela não se daria ao trabalho de criar tantos vampiros para se vingar de um humano. Então, nada melhor do que supor que ela queria se vingar de um também vampiro. E que outros vampiros viviam na área senão os Cullen? Seja lá o que esses vegetarianos fizeram, a deixaram furiosa. Mas eu também tinha outro ponto a considerar: a humana, a única humana que se sentava na mesa dos Cullen, e andava de mãos dadas com o de cabelos cor de cobre. Saberia ela sobre esse mundo sobrenatural?

Só de olhar o rosto de Alice e o rosto do ruivo conseguia supor que eles sabiam de algo sobre esses vampiros recém-nascidos.

Uou. Esse foi o monólogo interno mais longo que eu já tive. As vezes me pergunto, como nós bruxas e bruxos sabemos e estudamos tanto sobre vampiros, enquanto eles não sabem sobre nossa existência.

Foi após minha última aula antes do intervalo, que eu tomei a decisão de interceptar Alice Cullen antes que ela se juntasse com o resto de sua... família. Surgi na frente dela e de seu possivelmente namorado loiro e alto antes que ela entrasse no refeitório.

— Oi, Ana! - ela exclamou, feliz. Particularmente eu não gostava de vampiros, mas não havia como não retribuir o sorriso de Alice - Jasper, essa é Anastácia Lestrange, ela se mudou a pouco tempo para Forks! Ana, esse é o Jasper.

— Muito prazer, Jasper. - falei, examinando seu rosto anormalmente bonito enquanto ele tentava sorrir para mim.

— O prazer é meu, Anastácia. - ele possuía um sotaque típico do sul - Alice falou muito de você.

— Alice, preciso falar com você. - relanceei um breve olhar a Jasper - Em particular, se tiver um minuto.

— Eu encontro vocês no refeitório. - ela beijou brevemente os lábios de Jasper e então entrelaçou os braços nos meus, como se fossemos amigas a anos.

Eu a guiei até o banheiro feminino, que estava deserto, do mesmo modo que Mina havia feito comigo. Entramos e ela andou até o espelho, e me concentrei brevemente em um feitiço que impedisse que qualquer pessoa nos ouvisse. Não podia arriscar.

— O que houve, Ana? - ela ainda sorria, mas seus olhos estavam cuidadosos. Com certeza, ela já desconfiava que eu era mais do que aparentava.

Respirei fundo e me forcei a usar o mesmo tom firme e delicado que Miranda sempre usava.

— Alice, eu sei que você é uma vampira assim como o resto de sua 'família'. - despejei, sem olhar para ela, encarava apenas meu reflexo no espelho - Sei que você tem visões frequentemente, e sei que essas visões podem ser de vampiros ou de uma vampira ruiva chamada Victoria. - tirei um elástico do bolso de minha jaqueta e ergui meus cabelos em um rabo de cavalo alto - Sabe por que sei de tudo isso? Porque, em parte, eu sou como você. Sou vidente, mas a diferença, eu acredito, entre as minhas visões e as suas, é que as minhas sempre se realizam e isso me assusta.

Finalmente me virei e a encarei. Pela primeira vez, Alice não estava sorrindo. Seus olhos estavam arregalados.

— Eu sabia que você era alguma coisa! - ela exclamou - Como você...

— Acho que posso dizer que sou humana. - dei um sorriso aberto - Mas não como os outros humanos. Eu e Miranda somos... diferentes dos demais. - pressionei os lábios, antes de recomeçar a falar - Preciso saber se você viu, em suas visões, o mesmo que eu.

Alice continuava a me encarar, mas não me respondeu nada. Suspirei.

— Por favor, preciso que confie em mim e sei que você mesma sabe que eu estou do lado bonzinho. - falei - Também estou preocupada com o que possa acontecer por aqui, e estou preocupada também com as vidas que estão sendo tiradas em Seattle. - a observei com atenção, e seus olhos voltaram a se fixar nos meus - O quão longe Victoria não irá para conseguir... vingança?

A palavra vingança pareceu surgir efeito em Alice Cullen, me mostrando que minhas suposições estavam corretas. Ela agora acreditaria melhor em mim.

— Por que eu deveria contar para você? - ela perguntou - Por que isso interessa tanto a você? Quem realmente é você?

— Você deve me contar porque eu me comprometo a ajuda-los, todos vocês, quando a hora chegar. Não só eu como também a minha prima, Miranda. - respondi - E eu desprezo completamente o assassinato de qualquer pessoa inocente. Não está em minha natureza fazer vista grossa para isso. E se minhas visões estão corretas, vocês precisarão de toda ajuda possível.

O olhar da vampirinha se desviou do meu por um breve momento, e se tornaram mais suaves quando voltaram ao meu rosto.

— Como você e Miranda poderiam ajuda? - ela perguntou.

Eu sorri abertamente.

— Nós somos mais do que aparentamos, Alice. - falei - E somos realmente muito mais perigosas do que qualquer vampiro nesse mundo.


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