Season of the Witch escrita por Nightshade


Capítulo 7
Sonhos


Notas iniciais do capítulo

Um pouco de mistério sobre a vida de Mina e Ana.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/756995/chapter/7

Mina

 

Acredito que nunca corri tanto em minha vida, mas felizmente cheguei rápido o suficiente em casa. Os gritos de Anastácia continuavam e isso gelava o meu sangue. Corri pela escada, quase tropeçando pelos degraus, e abri a porta de seu quarto violentamente. Minha prima estava de olhos fechados e se debatia, gritando a plenos pulmões.

Me aproximei dela e segurei seus pulsos fortemente, tentando impedir que ela me atingisse.

— Ana, Ana querida, volte. - falei, a sacudindo. Não adiantou, ela gritou ainda mais alto e parecia querer se afastar de mim, como se eu estivesse a machucando.

— Não! - ela soluçou - Soltem ela! Soltem ela! - gritava, ainda com os olhos fechados, enquanto se contorcia.

Eu estava começando a me desesperar. Anastácia nunca ficara neste estado enquanto tinha visões. Ela jogou o corpo para frente, como se quisesse se levantar e correr, então eu a agarrei e a deitei novamente na cama, tocando sua testa.

— Anastácia. - falei em seu ouvido - Abra os olhos, querida. Volte. Isso não é real.

— M-Miranda - ela murmurou, se acalmando.

— Abra os olhos, Ana. - apertei sua mão.

E ela abriu os olhos, encarando tudo ao redor de seu quarto, até pousar seu olha agitado em mim e me abraçar com tanta força que eu achei que meus ossos iriam se partir.

— O que você viu? - perguntei suavemente, a afastando de maneira que pudesse ver seus olhos - Cassandra está bem?

— Consegui seguir Cassandra nitidamente, mas quando ela entrou em La Push simplesmente desapareceu! - gesticulou com as mãos - Foi como se minhas visões não pudessem ter acesso a La Push. - suspirou.

— O que mais? - segurei os seus ombros, e ela me encarou de maneira defensiva - O que fez você surtar? Você parecia em dor!

— Eu vi um... um exército de vampiros de olhos vermelhos, Mina. - falou, mas não me pareceu que esse fosse o motivo de seu tormento.

— Viu onde estavam? - perguntei, ao invés de insistir.

— Era um espaço meio aberto, não sei muito bem. - murmurou - E haviam lobos também.

Lembrei do lobo cor de areia que havia visto na floresta, mas tentei afastar o pensamento.

Os cabelos vermelhos de colavam em sua testa suada, e ela parecia pálida.

— Tome um banho, Ana. - me levantei - Vou fazer algo para você comer... nunca vi você tão fraca. Você não pode ficar fraca, senão que vai me proteger? - tentei fazer uma piada, mas quando ela fez uma expressão culpada e se encolheu, resolvi sair de seu quarto.

***

Cassandra voltou a tempo de preparar o jantar, e mais uma vez se recusou a nos contar o que fora fazer. Não era de nossa conta, ela havia dito, embora não de uma maneira muito paciente. Anastácia mal me olhara durante a noite, e se trancou no quarto mais cedo do que eu, e isso era inédito. Tentei não me ressentir pelo fato de ter sido ignorada pela minha própria prima e fui tomar um banho morno.

Parei em frente ao meu espelho embaçado e me encarei. Eu era bonita. Todos sempre me disseram isso. Meu rosto era suave e pálido, como que intocado pelo sol, apesar da leve coloração rósea. Meus cabelos eram dourados, embora estando úmidos do banho agora tivessem a coloração mais escura, e caíam até abaixo de meus ombros. Mas o que sempre me destacou, a parte de mim que sempre gostei mais, eram meus olhos: de um tom peculiar de azul turquesa que eu havia herdado de meu pai.

Suspirei e saí do banheiro, indo para o quarto. Pensar em meu pai me deixava triste - e preocupada, já que não tinha notícias dele e nem ousava perguntar a Cassandra. Abri uma das gavetas de minha escrivaninha e tirei um pequeno livro de lá. Era um livro antigo, que eu conhecia desde que me entendia por gente, mas não era o livro que eu queria olhar e sim a fotografia guardada dentro dele.

Dei uma longa olhada, o suficiente para que lágrimas viessem aos meus olhos. Então a guardei novamente e apaguei a luz.

***

— Onde está minha mãe? - a garota perguntou, olhando o homem alto a sua frente.

Ele se ajoelhou, inexpressível, mas seus olhos eram bondosos.

— Ela precisou partir por um tempo, Seren. - o homem ergueu a mão, correndo os dedos pelos cabelos loiros da garota.

— Ela não me ama mais? - ela perguntou - Eu fiz alguma coisa, papai?

— Não! Não, minha querida, é claro que não. - ele segurou seus ombros, o vento bagunçando seus cabelos negros - A sua mãe ama você.

— Então por que ela não quer mais ficar aqui? - a menina chorou e o homem a apertou em um abraço. Mas não disse nada.

A garotinha ergueu os olhos cheios de lágrimas e viu um lobo a observando. Piscou lentamente os olhos e ele já não estava mais lá.

Uma adolescente ruiva estava de pé no lugar em que seu pai tinha estado, e a encarava chorando, seus olhos âmbar tristes.

— Eu vi você queimando...

E então Miranda gritou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Season of the Witch" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.