Season of the Witch escrita por Nightshade


Capítulo 21
Passado


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!

O próximo capítulo será maior, eu prometo!!!!



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Mina 

 

Foi com o nariz enfiado nos livros – pois essa semana seriam as provas finais – que passei o restante da tarde e parte da noite. Nem mesmo desci para jantar. E não, não era uma espécie de rebeldia, eu apenas queria ocupar a minha mente após minha explosão com Anastácia. Só conseguiria me desculpar quando estivesse mais calma.

Uma batida soou na porta.

— Eu não estou com fome, tia! – falei alto, para que Cassandra escutasse, mas ela entrou mesmo assim. 

— Eu vim conversar com você. – seu tom não era bravo, como eu achei que talvez seria, mas sim compreensível. Ela se sentou na minha cama e bateu com a mão no espaço ao seu lado – Venha. Sente-se aqui.

Cerrei os olhos e levantei da escrivaninha, indo me sentar ao seu lado. Obviamente, Anastácia havia contado sobre meu pequeno surto mais cedo.

— Eu estou bem, tia... – comecei, mas ela me cortou.

— Eu sei que você não está, Miranda. – ela ergueu a mão para meus cabelos – Realmente entendo o quanto se sente triste, por estar longe do seu pai, mas tudo irá ficar bem! Logo logo voltaremos para Salem e seu pai estará livre...

— A senhora não entende... – solucei, sem me conter – Foi por minha causa que você, Ana e meu pai estão nessa situação péssima...

— O que aconteceu Shore-of-the-Sea não foi sua culpa. – me cortou novamente – E nossa situação não é péssima, uma mudança de ares de vez em quando não faz mal a ninguém.

Por um momento, ficamos caladas, e eu enxuguei meu rosto.

— Sua mãe amava você. – Cassandra murmurou, me fazendo congelar – Amava muito. Foi por esse motivo que deixou você com seu pai.

— Não foi uma boa maneira de demostrar. – falei, sem esconder o tom amargo.

— Acredite, Seren, foi sim. – ela usou o apelido galês que meu pai me dera quando criança.

Ficamos mais alguns instantes em silêncio. Eu tomava coragem para perguntar uma coisa que estava em minha mente havia anos.

— Tia Cassandra... – comecei – Uma vez, quando eu era mais nova, ouvi meu pai conversar com tio Ivan...

— Sim... – ela incentivou que continuasse.

— Ele perguntava ao meu pai... se os rumores sobre minha mãe eram verdades... – hesitei – Se ela realmente era envolvida com magia das trevas. – respirei fundo – Ela era?

O olhar de Cassandra não encontrou o meu.

— Isso é complicado, Miranda. – falou.

— Ela era? – insisti.

Cassandra suspirou.

— Aine acreditava que era dever de todos conhecer todas as faces da magia, Mina. – respondeu, por fim – Antes de conhecer seu pai, ela viajara muito, pesquisara muito... conhecera muito. Mas não posso afirmar que praticava magia das trevas.

— A senhora a conheceu quando mais nova... – tentei arriscar – Bem antes dela casar com meu pai. A conhecendo, qual seria sua opinião?

Minha tia fechou os olhos com força e em seguida voltou a abri-los.

— Quando ela era adolescente? Não. – respondeu – Quando mais jovem? Sem dúvida nenhuma.

Era isso.

Eu era filha de uma bruxa das trevas. 

— Quando Aine tinha a sua idade, era espirituosa e inteligente, não muito diferente de você. – continuou – Queria dar a volta no mundo, ser inesquecível, marcada na história. – deu um sorriso triste – Não sei o que aconteceu para que ela mudasse tanto, Mina. Mas sei que, as únicas vezes que pude ver flashes de como ela era mais nova, era quando Aine estava com você. Ela te amava, Miranda. Não queria que a reputação dela te atingisse...

— Mas não adiantou muito, não é? – sussurrei – Todos no Alto Conselho me chamam de “filha de Bledig”. E me olham como se eu carregasse uma maldição.

— Estamos longe do Conselho agora, Mina. – ela beijou minha testa e se levantou – Não tente pensar muito sobre coisas ruins. Olhe ao redor e se permita sentir as coisas boas.

Após Cassandra ter saído do quarto, fiquei um bom tempo pensando e repensando tudo o que conversara com ela.

Cheguei a algumas conclusões.

1 – Minha mãe não era uma boa pessoa. — já sabia, mas havia tido a confirmação.

2 – Minha mãe se envolvera com artes profanas.— confirmação (mais ou menos, Cassandra não tinha provas)

3 - Minha mãe, quando adolescente, era muito parecida comigo em personalidade.— fato confirmado por Cassandra, que me faz arrepiar. Não queria ser como ela, mas talvez fosse uma sina hereditária e isso me assusta. Muito.

4 – Agora sei porque o Conselho me olha com maus olhos.— não seria hipócrita, se eu conhecesse pessoalmente a filha de uma bruxa das trevas também iria querer queimar a dita cuja.

E, finalmente:

5 – Cheguei a conclusão que o lema do Alto Conselho dos Bruxos deveria ser “Magia: Ferrando Com Sua Vida Desde 530 D.C.”— e sem você pedir.

A batida leve em minha janela me fez sair de meus pensamentos, assim como também me fez dar um salto da cama como se fosse um gato assustado. Mas reconheci os olhos dourados e cabelo espetado de Alice Cullen e abri a janela.

— Preciso falar com Ana e com você! – ela saltitou até minha cama – Preciso falar com as duas!


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Notas finais do capítulo

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