Season of the Witch escrita por Nightshade


Capítulo 18
Dois Pontos de Vista


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!!



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Ana

 

Eu fiquei muito feliz quando Quil Ateara nos deu uma desculpa esfarrapada para ir para casa, parecia querer nos deixar sozinhos. Jacob e eu paramos de correr e ficamos apenas caminhando pela praia, sentindo o vento bater em nossos rostos. Toda vez que nossos braços se esbarravam, sentia meu coração falhar; era impressionante como, mesmo que pelo tecido de minha jaqueta, eu conseguisse sentir o calor de seu corpo. Alguns momentos depois, perdi a paciência e entrelacei nossos dedos, sorrindo quando ele me encarou.

— Seth, parece gostar da minha prima. - comentei, rompendo o silencio.

— Ah, ele a adora, tenha certeza disso. - Jake riu baixo. Seu riso era algo maravilhoso para mim; rico e profundo. - Não parou de falar dela... depois que a conheceu. - ele pareceu hesitar.

— Muitos se apaixonaram por ele. - falei pensativa - Alguns deles eu até incentivava que ela conhecesse melhor, seria bom para ela. Mas todos os garotos ela pesou, mediu e considerou insuficientes. - balancei a cabeça - Espero que Seth seja capaz de remover essa barreira de gelo que ela tem.

— Se existe alguém capaz de romper barreiras de gelo, esse é Seth Clearwater. - ele voltou a rir, mas em seguida ficou sério - Ana, nós precisamos conversar.

Estanquei ao seu lado, mas ele permaneceu alisando minha mão de forma carinhosa.

— Aconteceu alguma coisa? - perguntei com urgência.

Ele me encarou por um momento, em dúvida, mas depois deixou um sorriso escorregar por seus lábios.

— Anastácia, eu gosto muito de você. - ele disse.

— Eu também gosto muito de você, Jake. - sorri, mas estava um pouco confusa.

— Eu... tem algo que eu preciso te dizer, e você vai achar loucura. - ele pareceu perturbado.

Abracei sua cintura, e ele me olhou nos olhos.

— Acredite, eu já vi muitas coisas... loucas na minha vida. - ergui as sobrancelhas - Você pode me falar qualquer coisa que esteja na sua cabeça.

Seus braços se apertaram ao meu redor e ele respirou fundo.

— Lembra das histórias que foram contadas na fogueira? - perguntou.

— Sim. - respondi - Sobre os espíritos de guerreiros e de lobos, e como Taha Aki e seus descendentes se transformavam em lobos. Gostei bastante. - acrescentei.

— O que... - ele hesitou, mas eu o estimulei com o olhar - O que você diria se eu dissesse que isso foi verdade? Se eu dissesse que hoje em dia, seus descendentes carregam esse gene e se transformam em lobos para protegerem a tribo?

Pisquei.

Uma.

Duas.

Três vezes.

E então entendi o que ele queria dizer. Oh, Miranda tinha razão. Lendas dizem muito sobre um povo, e elas sempre continham um fundo de verdade. Lancei um sorriso gentil para Jacob.

— Bem, eu provavelmente acreditaria. - dei os ombros.

— Você acreditaria? - sua expressão estava tão surpresa que eu precisei rir.

— Não sou cética, Jake. - falei - Então, é verdade? Sabe, eu bem que consigo ouvir uivos a noite... são esses lobos?

— Espera, você acredita mesmo? - ele não parecia aceitar.

— Sim, Jacob... - falei e então revirei os olhos - Suponho que esteja tentando me contar que você é um deles?

Ele continuou me encarando com admiração por um momento.

— Sim. - respondeu lentamente - Eu sou um deles. Mas... tem outra coisa que preciso falar também.

— Vá em frente. - assenti. Se ele se transformasse em coelho também, não seria algo espantoso.

— Nós, lobos - ele me encarou - sofremos um fenômeno, chamado imprinting.

— Imprinting. - testei a palavra com a língua - O que é isso?

— É quando nós encontramos o nosso verdadeiro motivo de existir. - ele me encarou mais intensamente - Quando olhamos nos olhos dela, é como se o mundo mudasse e não fosse mais a gravidade que nos prendesse a terra. Mas sim ela. - ele segurou meu rosto com suas mãos quentes e se aproximou tanto que nossos narizes quase se tocaram - E eu tive um imprinting com você.

                                              ***

Mina

 

Não sei quanto tempo havia passado, mas continuei abraçada a Seth, de olhos fechados. Nunca havia me sentido tão... tão segura ou acolhida antes, só mesmo com meu pai. Era como se... como se ali, nos braços dele, eu pudesse tirar minha armadura e descansar. Eu queria me desvencilhar dele, mas ao mesmo tempo queria permanecer ali, não conseguia entender.

O que Seth Clearwater tinha para me fazer sentir tão diferente?

Claro, ele era diferente também, de acordo com a minha visão, ele se transformava em um lobo. No meu lobo. Sem contar que, antes de me conhecer pessoalmente, ele (em sua forma de lobo) havia ficado comigo até que eu parasse de chorar.

E seu abraço era tão quente, de um jeito bom. Como se eu estivesse sendo coberta por um cobertor quentinho e ao mesmo tempo tomando chocolate quente em uma tarde de inverno.

— Você é tão quentinho... - deixei escapar, e assim que ouvi sua risada senti meu rosto ficar quente - Desculpe, eu...

— Não se desculpe. - sua voz ainda estava risonha, e ele apertou seus braços mais ainda ao meu redor - Eu gosto de abraçar você.

Eu também estava gostando de ser abraçada por ele.

Estava gostando muito.

E isso estava me assustando também.

Me afastei um pouco para encarar seus olhos, ainda permanecendo em seus braços. Ele estava sorrindo gentilmente, como sempre, e seus olhos brilhavam. Parecia que nada podia arruinar aquela aura de felicidade que parecia emanar dele.

Me peguei sorrindo novamente, sem querer.

Parecia ser impossível não retribuir o sorriso de Seth Clearwater. E para mim, mais impossível ainda era desviar o olhar de seus olhos amendoados. Ele aproximou seu rosto do meu, lentamente, como se fosse me beijar e eu congelei, nervosa; ele pareceu notar, pois parou e apoiou sua testa na mim, suspirando.

— Quer vir conhecer minha casa? - ele perguntou, novamente parecendo animado - Quero apresentar você melhor para minha mãe.

Desviei os olhos por um momento, mas logo voltei a encara-lo. Por algum motivo, tinha uma imensa dificuldade em tirar os olhos dele.

Era impossível dizer não para aquele sorriso.

— Claro. - respondi, sorrindo fraco.


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Notas finais do capítulo

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