Season of the Witch escrita por Nightshade


Capítulo 14
Fogueira


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, minhas leitoras, a parte que a maioria de vocês estavam esperando!!!

Espero que gostem!! ❤



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Mina 

 

 

Bem, eu estava vestida de forma simples, mas bem arrumada. Não era uma pessoa vaidosa, mas gostava de me vestir bem e também de me olhar no espelho. Estava vestindo meu jeans justo e botas pretas de caminhada. Bem confortável. A camisa era de flanela roxa, os primeiros botões abertos. Franzi o nariz; não queria essa cor. Lentamente, fiz com que a camisa xadrez se tornasse azul.

Agora sim.

O cabelo preso fazia com que meu rosto se destacasse muito. Era sempre impressionante para mim o quanto eu parecia com a minha mãe. Meu reflexo antes sorridente, se tornou sério. 

Saí do quarto e acabei dando de cara com Anastácia, que também saia do dela. Vestia preto da cabeça aos pés, desde a camiseta até os tênis, o que chamava muita atenção para seus cabelos vermelhos vivos.

— Miranda, você deve ser a única pessoa do mundo que consegue ficar bonita vestida como uma caipira. – disse minha prima, e eu revirei os olhos.

— Não estou vestida de caipira! – reclamei, descendo a escada atrás dela.

— Está sim. – riu.

— Estão prontas para ir? – Cassandra surgiu, saindo da cozinha.

— Sim. – respondeu.

Foram apenas alguns poucos minutos até chegarmos em La Push, mas não trocamos nenhuma palavra. Pelo que pude ver, o tal Jacob estava esperando Ana, ao lado da garota de cabelos cor de mogno, Bella Swan. Anastácia desceu do carro e foi abraça-lo.

— Preciso busca-las? – tia Cassandra me perguntou, enquanto eu tentava ganhar coragem para sair.

— Eu não sei. – respondi. E não sabia mesmo.

Cassandra suspirou.

— Eu vou espera-las acordada. Se precisar, me ligue e venho te buscar. – falou.

— Obrigada, tia. – devo ter colocado uma tonalidade diferente naquelas palavras, pois ela segurou meu braço antes que eu saísse.

— Tente... tente se divertir essa noite. – ela disse, me dando um sorriso.

— Tentarei. – dei um sorriso fechado e sai do carro.

Cassandra deu a volta.

— Mina! – Anastácia me puxou e me pôs de frente para o Quileute alto e para Bella Swan – Esses são Jacob Black e Isabella Swan. Pessoal, essa é minha prima Miranda.

— Olá, Ana falou muito de você. – Jacob sorriu e estendeu a mão.

— De você também. – apertei sua mão, e tentei não me mostrar surpresa: sua pele era muito quente. Em seguida me virei para a garota Swan – Prazer em conhece-la também, Isabella, embora nós frequentemos a mesma escola.

— Só Bella. – ela sorriu, apertando minha mão. Parecia tímida e até mesmo deslocada. Senti uma pontada de solidariedade – Isabella é muito longo.

— É um nome bonito. – sorri, tentando fazê-la ficar mais a vontade – Nome de rainhas, como Isabella de Castela.

Seus ombros pareceram relaxar e ela sorriu de forma mais espontânea.

— O seu também é lindo. – falou – É como a personagem de Shakespeare, em A Tempestade.

Dei uma risada, erguendo as sobrancelhas.

— Foi por conta dessa Miranda que eu tenho esse nome. – falei – Gosta de Shakespeare?

— Sim. – definitivamente ela parecia mais relaxada.

— Iremos nos dar bem então. – enlacei meu braço ao dela e passamos a caminhar ao lado de Ana e Jacob até a fogueira.

Mal chegamos, um rapaz que aparentava ter minha idade, não passava dos dezesseis anos, se colocou em nossa frente. Mas o que eu estranhei, foi minha reação a presença dele.

Claro, ele era bonito. Alto, a pele morena perfeita, o sorriso natural e feliz e os olhos... amendoados, escuros e estranhamente familiares.

Mas isso não justificava o meu coração acelerado e a queimação que senti em minhas bochechas e orelhas quando sei olhar se encontrou com o meu.

— Essas são Anastácia, Bella e Miranda. – Jacob nos apresentou – Meninas, esse é Seth Clearwater. 

— É bom conhecê-las, Anastácia e Bella. – ele me olhou por último. Quase como se tivesse me deixado por último para permanecer mais tempo olhando para mim – E Miranda.

O jeito que ele falou meu nome fez com que meu estômago revirasse – no bom sentido. Ele olhava cada centímetro de meu rosto, com aquele estúpido sorriso fofo no rosto. Acabei sorrindo para ele também, o que fez com que seu sorriso aumentasse mais ainda.

— Ah, você é uma graça, Seth! – Ana exclamou, fazendo com que eu tirasse minha atenção do garoto. Ela sorria, segurando o braço de Jacob como se fosse sua dona – É um prazer conhecer você. Mas vamos nos sentar...?

No geral, fomos apresentadas a todos, e ao que parecia fomos aprovadas por todos. A mãe de Seth pareceu gostar de mim, embora sua irmã mais velha, Leah, não tenha se importado em me encarar por mais de cinco segundos. Billy Black, pai de Jacob, pareceu feliz em me conhecer. Ele disse algo sobre ser um antigo amigo de Cassandra, o que me surpreendeu e eu pensaria sobre aquilo depois. Não conseguia raciocinar por mais de um minuto, pois o olhar de Seth Clearwater parecia me seguir a todo instante.

Acabei sentando ao lado de Bella, e descobri que ela era uma garota legal quando perdia a timidez. Conversamos sobre Shakespeare e nossas peças favoritas, enquanto Ana e Jacob, sentados ao nosso lado, se ocupavam em agir como se só houvessem os dois no universo.

Para a minha surpresa – ou não tanta – o garoto Clearwater que não parava de me olhar, estava sempre me perguntando se eu queria algo, se estava com sede ou qualquer coisa, ao que eu negava educadamente, sem conseguir evitar o sorriso que surgia em meus lábios toda vez que ele sorria para mim.

Maldição! O que estava acontecendo?

Após um tempo, todas as vozes foram diminuindo, até o silêncio prevalecer. Em meu lado esquerdo, Bella se sentava. No direito, Seth estava; eu podia sentir o calor que emanava do corpo dele. Senti que estava corando, e não tirei os olhos de Billy Black, que pigarreou para começar a falar.

— Os Quileutes tem sido poucas pessoas desde o início. – falou. Sua voz era rica e profunda. Possuía autoridade e me lembrava a voz de meu pai: grave e suave ao mesmo tempo – E ainda somos poucas pessoas, mas nós nunca desaparecemos. Isso é porque sempre houve a mágica em nosso sangue. Não era a mágica de mudar de forma, isso veio depois. Primeiro, nós éramos espíritos guerreiros.

Me inclinei levemente para frente, interessada. Obviamente, sendo sensível a magia, tinha sentido um leve arrepio em minha pele quando entrara em La Push. Mas realmente, me sentia impressionada. 

Minha mão esbarrou na de Seth, e eu congelei. Não me movi, tentei controlar a respiração e não o encarei. A vermelhidão em meu rosto deveria estar visível, mas tinha certeza de que ninguém veria.

Voltei a me concentrar nas palavras de Billy.

Ele estava contando a história dos grandes espíritos chefes, até chegar em Taha Aki, o corajoso líder que fora chamado de Grande Lobo, e liderou a tribo por muitos anos pois não envelhecia. Falou sobre como alguns de seus muitos filhos descobriram que, após atingirem a maturidade, eles também podiam se transformar em lobos.

Lobos.

E então, começou a história da terceira esposa do Grande Taha Aki e seu sacrifício. Ela era a verdadeira esposa espiritual do líder, o  que ele sentia por ela era maior do que amor. Ele havia desistido do espirito de lobo para morrer quando ela morresse. Isso me tocou mais do que achei ser possível.

Uma vampira atacara a tribo e matara a maioria dos filhos de Taha Aki. O ancião, com ódio, gritara em desafio a criatura, se transformando em um lobo mais velho. Não havia como ele vencer aquele confronto.

Mas a terceira esposa, corajosa apesar de ser apenas uma humana, se lançou a vampira e esfaqueou seu próprio coração, fazendo o sangue jorrar e distraindo a criatura. Assim, Taha Aki pode mata-la, com a ajuda de seus filhos que tomados por ódio ao verem a mãe morta também se transformaram em lobos.

Amor, dor e morte em uma história era demais para mim. Eu não notara que estava chorando e tremendo até que um mão quente apertou a minha.

— Não se sente bem? – Seth Clearwater sussurrou, me encarando com seus olhos castanhos preocupados.

— Não. – nem me preocupei em mentir. Minha voz falhava ainda mais por estar sussurrada.

— Vamos. – ele puxou minha mão, se levantando lentamente, sem fazer barulho e eu o segui.

Não me pareceu que tinham nos visto sair da fogueira, estavam todos distraídos com a história.

Não sabia para onde estávamos indo, mas segurei fortemente a mão quente de Seth.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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