Season of the Witch escrita por Nightshade


Capítulo 11
Previsões




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Mina

 

Estava sentada no alpendre da frente, assim veria quando o carro de Cassandra retornaria. Após chorar e descansar em cima do lobo cor de areia, decidi voltar para casa, já que estava me sentindo mais calma. Ele havia tentado me seguir, mas, após um uivo soar ao longe, ele desapareceu entre as árvores, me lançando apenas um último olhar.

Tracei com os dedos o título do livro muito antigo que tinha em meu colo. A Tempestade. Conhecia-o de trás para frente, o suficiente para saber cada palavra que ela continha. Até mesmo as palavras escritas por minha mãe na folha de rosto.

 

Miranda = do latim “mirandus” que significa “adorável”. Raiz = “mirari”, significando “admirar”, “maravilhar-se”

 

Por um momento, me bateu a nostalgia de reconhecer a letra rebuscada e elegante de minha mãe; da época em que ela costumava me erguer em seu colo enquanto escrevia em seu diário de couro que nunca permitia que ninguém visse...

Mas rapidamente esse momento passou, e eu fechei o livro. Sabia muito bem quais eram as origens da meu nome, e o motivo de ter sido nomeada com ele, e não era um motivo inocente.

O carro de tia Cassandra parou.

Ergui os olhos quando ela saiu do carro, Ana atrás dela, parecendo receosa mas ainda assim corada e parecendo muito feliz.

— Aqui fora, querida? – Cassandra passou a mão levemente pelo meu cabelo.

— Quis ler um pouco, e respirar. – sorri, a encarando pelos óculos escuros.

— Está bem. – ela sorriu e entrou.

Me levantei quando Ana parou de frente para mim, com a feição um pouco tímida. Demorou meio segundo para me abraçar; rodeei seus ombros com meus braços.

— Me desculpe, Mina. – falou, com o rosto em meu ombro.

— Está tudo bem. – suspirei – Agora não adianta mais chorar o leite derramado.

Ela apertou mais o abraço.

— Me conta como foi em La Push. – a soltei e voltei a sentar na cadeira.

Ela sorriu abertamente e se sentou de frente para mim na pilastra.

— Vou contar tudo. – respirou fundo – Cassandra tem um amigo lá, Billy Black, ele é meio que um ancião lá na tribo Quileute. Conheci ele, pareceu ser legal. E conheci o filho dele também, o Jacob. – ela se inclinou para frente, os olhos brilhando – Sabe, ele é simplesmente... maravilhoso! Sério, Mina, ele é lindo, alto, moreno e misterioso. Ficou me encarando um pouco sabe, mas encarou no bom sentido, como se estivesse me admirando. Aí a mamãe e o Billy entraram na casa dele para conversarem. Não  sei o que conversaram e acabei não me importando, porque Jacob se ofereceu para me mostrar a praia.

Ela fez uma pausa para respirar, e eu a incentivei a continuar com o olhar.

— Nós caminhamos e conversamos muito, muito mesmo! Ele parecia realmente muito interessado no que eu dizia, como se quisesse realmente me conhecer! Nunca havia sido tão bem tratada por um garoto antes... – suspirou – Ele tem 16 anos, quase 17, e frequenta a escola da reserva mesmo. Uma pena... – outro suspiro – Conversamos tanto que perdemos a noção do tempo e mamãe precisou vir me buscar na praia. Ah, e ele nos convidou para uma fogueira!

— Nos convidou? – ergui uma sobrancelha – Para uma fogueira?

— Bem, na verdade ele me convidou. – ela corou – E eu perguntei se podia te levar, e ele disse que sim... ao que parece uma amiga dele, Bella Swan, vai também. Ele disse que ela é da Forks High, mas não conheço ele.

— Quando vai ser essa fogueira? – perguntei – Cassandra...

— Minha mãe já deu permissão. – Ana me cortou – Vai ser esse fim de semana.

*** 

Cavaleiro de Paus. – Ana falou, quando virei a primeira carta – Sua motivação é continuar em frente e ver o que acontecerá. Você tem o desejo de viajar, adquirir conhecimento, e mudanças chegarão e acontecimentos inesperados  lhe farão  mais forte. Você terá sua energia renovada.

Ela virou a segunda carta.

— Você é a inspiração para todos, assim como aconselha muito bem e faz com que todos deem um ponta pé inicial em qualquer hesitação. – ela parou por um momento – Também significa proteção. Você será e está sendo protegida. Um grande amor surgirá, será dado e recebido.

Ela virou a terceira.

— Dois de Copas. – ela sorriu – Significa que você está em um bom lugar, no lugar onde você deve estar. – ela sorriu mais – Significa um encontro, um ajuste. Uma paixão destinada a acontecer ou que será tão maravilhosa que se tornará inacreditável. Está ligada a conexão amorosa forte. Um amor recíproco. – ela agora estava rindo – Esse é seu futuro, Mina... alguém derreterá esse seu coração de gelo! 

— Pelo menos dessa vez não saiu nada relacionado a morte. – estremeço e Ana revirou os olhos.

— Pela milésima vez, Mina, você não vai morrer! – ela passou a mão pelos cabelos, os bagunçando mais do que arrumando – A Morte significa uma mudança muito grande. Talvez boa, talvez ruim, mas isso eu não consigo dizer. 

— Não consegue mesmo? – insisti.

— Por enquanto não. – respondeu – Talvez mais para frente eu consiga, conforme eu veja os acontecimentos. Prever o futuro é difícil, querida. Eu deveria cobrar para ler suas cartas.

— Então... eu irei achar um amor em Forks? – perguntei, incerta.

— Em Forks, ou em Seattle, ou em La Push. – deu de ombros – Nesses arredores provavelmente. E não será “um” amor, será “o” amor.

Isso gelou meu sangue.

Não.

Eu não precisava de um vínculo tão forte com outra pessoa nesse momento conturbado de minha vida.

Não quando eu apenas via Forks como um... breve exílio.

Não. 

A previsão de Anastácia estaria errada. Mesmo que pela primeira vez.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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