So far away from where you are escrita por Brave


Capítulo 16
Uma coisa de cada vez




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Murphy: - Rápido! Não temos muito tempo

Médico: - Eu estou com dúvidas sobre o que estamos fazendo, tenho medo que isso possa me prejudicar no futuro

Murphy: - Agora é tarde, não temos como desistir. Pense em tudo que lhe prometi e esse medo vai embora em um piscar de olhos

Médico: - O que pensa em fazer com essa mulher?

Murphy: - Isso não é da sua conta. Apenas faça o seu trabalho
A paciente resmunga de dor. A dra. Murphy acelera o máximo que pode a remoção daquela paciente do hospital Green, ela necessita que essa pessoa fique o mais longe possível da cidade de Seattle.

Murphy: - Relaxe e respire, a sua dor vai passar logo, logo. Confie em mim
A paciente apenas mexe a cabeça concordando com a médica. Elas vão de helicóptero para NY e chegando lá vão para uma casa afastada do centro. O lugar mais calmo e tranquilo que aquela cidade já viu.

Murphy: - Passaremos um bom tempo aqui. Eu cuidarei de você…

Em Seattle o dia parecia não ter fim. Arizona não percebia o tempo passar e isso lhe tirava a paz.

Meredith: - Se quiser eu posso levar a Sof comigo e as crianças

Arizona: - Eu preciso dela por perto

Meredith: - Tem certeza? Não quer ficar sozinha e pensar um pouco

Arizona: - Eu terei muito tempo para ficar sozinha. Eu agradeço sua ajuda, mas quero minha filha aqui

Meredith: - Tudo bem. Me ligue se precisar

Arizona: - Vou ligar. Agora pode ir, está tarde e seus filhos precisam descansar

Meredith: - Eles têm energia de sobra

Arizona: - Eu sei
As duas ficam em silêncio, Grey não sabe mais o que falar para puxar assunto com a pediatra.

Meredith: - Tente dormir e se quiser eu passo aqui amanhã ou o Alex

Arizona: - Eu ficarei bem

Meredith: - Vou fingir que acredito. Eu passei pelo mesmo e sei que nada fica bem da noite para o dia, porém cada um sofre do seu jeito

Arizona: - Sua compreensão ajuda muito nesse momento, conheço sua experiência nisso, mas acho que agora tenho que aprender a lidar com a minha

Meredith: - Ok. Entendi o recado
A casa fica vazia. Sofia dormiu no sofá e a mãe preferiu não acordá-la, afinal ela poderia perder o sono ao lembrar que sua outra mãe morreu. A pediatra passou a madrugada revendo fotos e vídeos de sua amada. Ela cochilou agarrada na blusa que Callie tinha deixado jogada em cima da cama. Uma semana se passou e a vida daquela família estava longe de voltar ao normal.

Sofia: - Mamãe? Mamãe cadê minhas roupas da escola?

Arizona: - Eu esqueci em algum lugar, vou procurar e te entrego daqui a pouco meu amor

Sofia: - Eu vou perder o horário

Arizona: - Então vá com qualquer roupa

Sofia: - Mamãe isso não é certo, eu preciso usar a minha farda

Arizona: - Por favor! Eu necessito que você colabore comigo e vista qualquer coisa

Sofia: - Eu não tenho mais roupas limpas

Arizona: - Eu vou lavar tudo hoje e pode ficar em casa ok? Hoje eu te libero de ir para a escola

Sofia: - Mas eu quero ir

Arizona: - Estou tentando não gritar com você, estou tentando fazer as coisas darem certo

Sofia: - Não parece. Mãe você só dorme e chora, minha sorte é o tio Alex e a tia Meredith que todos os dias estão aqui para me ajudar

Arizona: - Sou uma mãe ruim? É isso que você quer me dizer?

Sofia: - Eu só queria minha mãe de volta

Arizona: - Ela não tem como voltar, ela morreu e você sabe disso né?

Sofia: - Minha mãe Callie é um anjo no céu, disso eu já sei. Eu estava falando de você
Isso doeu na alma de Robbins, ela recebeu um choque de realidade.

Arizona: - Prometo que vou melhorar, só preciso de um tempinho

Sofia: - Eu preciso de você. Meu vovô me convidou para passar umas semanas com ele e eu vou aceitar se você não melhorar mamãe

Arizona: - Isso é cruel, eu não quero ficar longe de você! Ele não vai te levar

Sofia: - Então reage mamãe
A médica agarra a filha. Ela chora, mas logo enxuga as lágrimas.

Arizona: - Hoje mesmo vamos mudar isso. Eu vou tomar banho e vou te deixar na escola

Sofia: - Vai mesmo?

Arizona: - Sim! Eu vou retomar a nossa rotina e tudo vai ficar bem
Um sorriso forçado é esboçado nos lábios de Arizona. Era a hora de tentar mudar.

Levei nossa filha para a escola, depois fui até a lavanderia. Eu tinha que tentar viver, mesmo que fosse fazendo coisas básicas como lavar a roupa e comer. Ainda não estou pronta para o trabalho, eu não saberei lidar com mortes o dia todo e com pessoas me olhando com pena.
Vou cuidar da Sofia e das coisas que são importantes para ela, pensei em comprar um cachorro, mas depois desisti, pois lembrei que você não gostaria da casa toda bagunçada por um cão. Falando em cão, seu pai foi muito sacana comigo! Acredita que ele tentou roubar nossa filha de mim? Eu não vou permitir isso e lutarei por ela todos os dias da minha vida… Eu estou com saudades meu amor, eu queria ter você aqui. Eu te amo e sempre amarei.

Arizona guarda o bilhete em uma caixa e esconde dentro do armário. Ela não quer conversar com ninguém sobre isso, então decidiu que escreveria cartas para sua amada e que expressaria tudo o que sentia dali por diante no papel.
No hospital, algo traria alegria.

Ela apertou devagar minha mão, eu nem pude acreditar. Foi algo tão sutil que demorei alguns minutos para sentir. Meu coração quase parou quando a minha Yang abriu os olhos, ela estava atordoada, porém naquele instante vi que tudo poderia ficar bem. Depois de tantos dias desacordada e longe de nós ela parecia reagir ao aconchego da nossa equipe, da nossa família! Eu acertei ao pedir sua transferência para o Grey Sloan, era tudo o que ela precisava para retornar.

Hunt: - Chamem a Amelia e a Grey agora! Corre! Vai logo!
As médicas correram, Grey era a mais eufórica.

Meredith: - Como ela está? O que houve?

Hunt: - Ela abriu os olhos!

Amelia: - Eu preciso examiná-la, se afaste Owen

Hunt: - Claro, tudo o que você disser eu faço
A neurologista encarou o marido com um olhar de desdém, aquela situação era desconfortável.

Amelia: - Fique longe e calado, isso já é o suficiente

Meredith: - E ai? Você acha que ela está bem?

Amelia: - Você também pode ficar quieta! Eu estou tentando trabalhar aqui e vocês só atrapalham, que droga!

Hunt: - Eu acho que você deveria chamar outro neurologista

Amelia: - Você além de ficar noite e dia no leito da sua amante ainda quer desmerecer o meu trabalho? Eu cuidei dela e estou cuidando da melhor forma que eu sei, eu não misturo minha vida pessoal com a profissional. Agora peço que se retire daqui e não volte até eu ter terminado a avaliação da paciente

Hunt: - Amelia isso não é assunto para se tratar aqui

Amelia: - Grey tire ele daqui agora ou vou chamar a segurança

Meredith: - Owen faça o que ela pede, não vamos piorar as coisas

Hunt: - Isso é injusto! Ela acabou de abrir os olhos e eu não posso ficar aqui para dar o meu apoio

Amelia: - Vai dar um pouco de apoio para seu filho, faz muito tempo que ele não te vê. Mer acredita que hoje de manhã meu filho perguntou qual era o nome do pai dele? Ele tinha esquecido e eu não fiz questão nenhuma de lembrar, porque até eu esqueci

Meredith: - Vamos parar por aqui. Vem comigo Owen, não quero que dê uma palavra
O médico vai enfurecido. A neurologista respira fundo e avalia sua paciente. Suas mãos tremiam de raiva.

Amelia: - Yang você pode me ouvir?

Cristina: - Posso e já estou com dor de cabeça, vocês gritam demais nesse hospital

Amelia: - Desculpe, foi apenas um deslize. Ninguém vai gritar perto de você, eu juro

Cristina: - Tudo bem, eu só quero paz e comida

Amelia: - Isso é bom, faremos mais exames e logo saberemos quando poderei te liberar

Cristina: - Cadê a Callie? Passei quanto tempo apagada?

Amelia: - Falaremos disso depois, agora eu quero que descanse

Cristina: - Eu acho que passei muito tempo fazendo isso e agora quero respostas

Amelia: - Eu não posso te responder nada, a Grey fala com você

Cristina: - Eu sou médica e esse seu papo furado não me engana

Amelia: - Volto mais tarde

Cristina: - Não me torture, eu quero saber o que aconteceu

Amelia: - Suas perguntas estão sendo feitas para a pessoa errada. Mas posso te dizer que as notícias não são as melhores e que você seja forte

Cristina: - Cabelo perfeito espera um minuto

Amelia: - No que posso te ajudar?

Cristina: - Eu não sou amante do seu marido, eu sou o amor da vida dele

Amelia: - Que bom para vocês. Até mais tarde e não fale mais nada da sua vida pessoal comigo
A neurologista fica irritada e se esconde na sala de medicamento. Ela abafa seus gritos e estapeia os suprimentos na prateleira.

Kepner: - O que você está fazendo?

Amelia: - Nada, apenas evitando bater em uma paciente

Kepner: - O que essa pessoa fez? Você é sempre tão amigável com os pacientes

Amelia: - Eu juro que tentei ser, mas ela fica dizendo que meu marido não me ama e que na verdade ele sempre esteve apaixonado por ela!

Kepner: - A Yang acordou?

Amelia: - Olha ai! Eu nem disse quem era e você já sabia de quem eu estava falando

Kepner: - É… Eu… Desculpa
A ruiva fica sem jeito e coloca as mãos nos bolsos do jaleco.

Kepner: - Eu não queria ser rude ou idiota

Amelia: - Meu marido que é idiota, ou devo dizer meu ex marido?

Kepner: - Eu não sei

Amelia: - Realmente, você não poderia saber, nós não temos intimidade. Acho melhor você sair e me deixar aqui extravasando

Kepner: - É, vou fazer uma ligação. Espero que consiga jogar toda sua raiva fora
April decide ligara para Arizona, ela acredita que a amiga gostaria de saber da recuperação de Yang.

Arizona: - Oi, o que você quer?

Kepner: - Oi, eu tenho uma notícia para você

Arizona: - O que foi?

Kepner: - A Yang acordou, achei que você deveria saberemos

Arizona: - Ótimo. Mais alguma coisa?

Kepner: - Você vem visita-la?

Arizona: - Eu estou ocupada cuidando da minha filha, estou sem tempo

Kepner: - Entendo. Eu posso ir na sua casa depois do trabalho? Vamos conversar, rir um pouco e eu faço o jantar

Arizona: - Eu agradeço, porém não é uma boa ide…
Ela lembra da conversa que teve com a filha.

Arizona: - Vem. Estaremos te esperando

Kepner: - Verdade? Pensei que você não ia querer

Arizona: - Você vem ou não?

Kepner: - Claro que irei! Vou fazer um jantar especial

Arizona: - Tchau. Tenho que ir agora, até mais tarde
A voz sem emoção e seca de Robbins deixa April preocupada. O que ela poderia fazer para animar sua amiga? Uma ideia surge em sua cabeça!
Quando Arizona pensa em ir buscar sua filha na escola a garota aparece em casa de surpresa.

Arizona: - Você já chegou? Eu estava indo te buscar

Sofia: - Deveria ter ido mais cedo

Arizona: - Eu me atrasei muito?

Sofia: - Duas horas

Arizona: - O Alex te trouxe?

Sofia: - Não. Ele não atendeu o celular nem a tia Meredith

Arizona: - E como você chegou em casa? É perigoso andar sozinha, você sabe disso

Sofia: - A tia Penny me trouxe

Arizona: - A Penny?

Sofia: - Pensei em ligar para o meu vovô, mas ai vi o número dela e ligue

Arizona: - Você ligaria para o seu avô? Não posso acreditar, hoje cedo combinamos de recomeçar

Sofia: - Eu sei, mas você me esqueceu na escola mãe

Arizona: - Temos que conversar direito e acertar tudo, porém você vai prometer que não ligará para o seu avô

Sofia: - Ok. A tia Penny está na sala

Arizona: - Ainda? Ela já pode ir

Sofia: - Mãe você tem que agradecer, ela me trouxe aqui

Arizona: - Verdade, ela foi uma boa pessoa e nos ajudou
A pediatra vai até a sala e encontra Blake segurando um porta-retratos.

Arizona: - É a foto favorita da Callie

Penny: - Perdão, eu não queria mexer em nada e invadir o seu espaço

Arizona: - Tudo bem, eu queria te agradecer. Você me salvou

Penny: - Posso saber de que?

Arizona: - Sofia ia ligar para o avô e ele tentaria levá-la

Penny: - Isso é sério. Fico feliz em ter impedido, Sofia te ama e precisa de você

Arizona: - E eu muito mais dela

Penny: - Eu vou indo, acho que já passei dos meus limites

Arizona: - Você foi na medida, não ultrapassou nada. Fique tranquila, eu estou de luto e não com raiva

Penny: - Mas deseja ter o seu espaço e eu não quero ser aquela pessoa chata que se mete

Arizona: - Como eu queria que todas as pessoas fossem como você
A ruiva sorri e cruza os braços.

Penny: - Não sou a pessoa mais indicada para oferecer um ombro amigo ou ajuda, todavia eu estarei a sua disposição

Arizona: - Não é mesmo, você é a ex da minha esposa. Que bizarro

Penny: - Seria estranho né? Como eu sou boba
Sem perceber, Arizona sorri.

Sofia: - Mãe você sorriu!

Arizona: - Foi?

Sofia: - Sim, sim! É a primeira vez que te vejo sorrir desde que a mamãe Callie partiu

Penny: - Foi um belo sorriso

Arizona: - Vocês podem parar, eu não quero entrar nesse clima

Sofia: - Por que não? Eu quero você divertida como antes

Arizona: - Vai demorar, você tem que ter paciência

Penny: - Sof tenha calma, tudo acontece naturalmente

Arizona: - Penny é melhor você ir agora
Sofia corre e agarra Blake pela cintura. Seu olhar “pidão” mexe com o coração de Robbins.

Arizona: - O que foi?

Sofia: - Eu não quero que a tia Penny vá embora. Vamos comer juntas

Arizona: - A Kepner vem fazer nosso jantar e a Penny tem o que fazer, ela trabalha minha filha

Sofia: - Tia você pode ficar? Por favor
A médica ficam sem saber o que responder. Ela troca olhares com Arizona.

Penny: - Eu acho que vou ficar, um pedido seu é quase uma ordem

Arizona: - Mesmo? E o trabalho?

Sofia: - Mãe! Para com isso, você fica afastando todo mundo de nós

Arizona: - Sua língua está ficando muito grande e eu não estou gostando disso

Sofia: - Minha mãe Callie me disse que devo sempre falar o que penso

Arizona: - Você se parece com ela

Sofia: - Eu gosto disso

Arizona: - Ok, vamos receber visitas hoje. Quer algo Penny?

Penny: - Nada, eu vou ficar brincando com a Sof lá fora, podemos?

Arizona: - Se ela quiser

Sofia: - Eu quero! Eu quero! Tia Penny muito obrigada!
A garota transborda felicidade e isso enche os olhos de Robbins de ternura.

Arizona: - Meu Deus, eu tinha esquecido como era sentir algo bom dentro do peito

Penny: - Pois relembre disso por sua filha
A pediatra senta e fica observando sua filha brincar, ela percebe que mesmo com sua dor o seu destino não vai esperar, a vida precisa seguir seu curso e nada, nem ninguém pode parar o tempo. O seu amor por Callie será atemporal, será único e infinito, todavia o seu foco agora é amar e cuidar de sua filha.

Callie: - Olá? Tem alguém ai?

Murphy: - Olá, eu estou aqui para cuidar de você

Callie: - Minha cabeça está latejando

Murphy: - Vou tratar para que isso pare, não se preocupe com nada

Callie: - Quem é você?
A loira vira de costas e começa a rir da pergunta. Ela se recompõe e vira novamente.

Murphy: - Eu? Você não lembra amor?

Callie: - Amor? Como assim?

Murphy: - Eu acho que temos muito o que conversar e eu tenho muitas coisas para te explicar

Callie: - Você poderia começar dizendo qual é o meu nome

Murphy: - Meu anjo… Uma coisa de cada vez


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