So far away from where you are escrita por Brave
Murphy: - Rápido! Não temos muito tempo
Médico: - Eu estou com dúvidas sobre o que estamos fazendo, tenho medo que isso possa me prejudicar no futuro
Murphy: - Agora é tarde, não temos como desistir. Pense em tudo que lhe prometi e esse medo vai embora em um piscar de olhos
Médico: - O que pensa em fazer com essa mulher?
Murphy: - Isso não é da sua conta. Apenas faça o seu trabalho
A paciente resmunga de dor. A dra. Murphy acelera o máximo que pode a remoção daquela paciente do hospital Green, ela necessita que essa pessoa fique o mais longe possível da cidade de Seattle.
Murphy: - Relaxe e respire, a sua dor vai passar logo, logo. Confie em mim
A paciente apenas mexe a cabeça concordando com a médica. Elas vão de helicóptero para NY e chegando lá vão para uma casa afastada do centro. O lugar mais calmo e tranquilo que aquela cidade já viu.
Murphy: - Passaremos um bom tempo aqui. Eu cuidarei de você…
Em Seattle o dia parecia não ter fim. Arizona não percebia o tempo passar e isso lhe tirava a paz.
Meredith: - Se quiser eu posso levar a Sof comigo e as crianças
Arizona: - Eu preciso dela por perto
Meredith: - Tem certeza? Não quer ficar sozinha e pensar um pouco
Arizona: - Eu terei muito tempo para ficar sozinha. Eu agradeço sua ajuda, mas quero minha filha aqui
Meredith: - Tudo bem. Me ligue se precisar
Arizona: - Vou ligar. Agora pode ir, está tarde e seus filhos precisam descansar
Meredith: - Eles têm energia de sobra
Arizona: - Eu sei
As duas ficam em silêncio, Grey não sabe mais o que falar para puxar assunto com a pediatra.
Meredith: - Tente dormir e se quiser eu passo aqui amanhã ou o Alex
Arizona: - Eu ficarei bem
Meredith: - Vou fingir que acredito. Eu passei pelo mesmo e sei que nada fica bem da noite para o dia, porém cada um sofre do seu jeito
Arizona: - Sua compreensão ajuda muito nesse momento, conheço sua experiência nisso, mas acho que agora tenho que aprender a lidar com a minha
Meredith: - Ok. Entendi o recado
A casa fica vazia. Sofia dormiu no sofá e a mãe preferiu não acordá-la, afinal ela poderia perder o sono ao lembrar que sua outra mãe morreu. A pediatra passou a madrugada revendo fotos e vídeos de sua amada. Ela cochilou agarrada na blusa que Callie tinha deixado jogada em cima da cama. Uma semana se passou e a vida daquela família estava longe de voltar ao normal.
Sofia: - Mamãe? Mamãe cadê minhas roupas da escola?
Arizona: - Eu esqueci em algum lugar, vou procurar e te entrego daqui a pouco meu amor
Sofia: - Eu vou perder o horário
Arizona: - Então vá com qualquer roupa
Sofia: - Mamãe isso não é certo, eu preciso usar a minha farda
Arizona: - Por favor! Eu necessito que você colabore comigo e vista qualquer coisa
Sofia: - Eu não tenho mais roupas limpas
Arizona: - Eu vou lavar tudo hoje e pode ficar em casa ok? Hoje eu te libero de ir para a escola
Sofia: - Mas eu quero ir
Arizona: - Estou tentando não gritar com você, estou tentando fazer as coisas darem certo
Sofia: - Não parece. Mãe você só dorme e chora, minha sorte é o tio Alex e a tia Meredith que todos os dias estão aqui para me ajudar
Arizona: - Sou uma mãe ruim? É isso que você quer me dizer?
Sofia: - Eu só queria minha mãe de volta
Arizona: - Ela não tem como voltar, ela morreu e você sabe disso né?
Sofia: - Minha mãe Callie é um anjo no céu, disso eu já sei. Eu estava falando de você
Isso doeu na alma de Robbins, ela recebeu um choque de realidade.
Arizona: - Prometo que vou melhorar, só preciso de um tempinho
Sofia: - Eu preciso de você. Meu vovô me convidou para passar umas semanas com ele e eu vou aceitar se você não melhorar mamãe
Arizona: - Isso é cruel, eu não quero ficar longe de você! Ele não vai te levar
Sofia: - Então reage mamãe
A médica agarra a filha. Ela chora, mas logo enxuga as lágrimas.
Arizona: - Hoje mesmo vamos mudar isso. Eu vou tomar banho e vou te deixar na escola
Sofia: - Vai mesmo?
Arizona: - Sim! Eu vou retomar a nossa rotina e tudo vai ficar bem
Um sorriso forçado é esboçado nos lábios de Arizona. Era a hora de tentar mudar.
Levei nossa filha para a escola, depois fui até a lavanderia. Eu tinha que tentar viver, mesmo que fosse fazendo coisas básicas como lavar a roupa e comer. Ainda não estou pronta para o trabalho, eu não saberei lidar com mortes o dia todo e com pessoas me olhando com pena.
Vou cuidar da Sofia e das coisas que são importantes para ela, pensei em comprar um cachorro, mas depois desisti, pois lembrei que você não gostaria da casa toda bagunçada por um cão. Falando em cão, seu pai foi muito sacana comigo! Acredita que ele tentou roubar nossa filha de mim? Eu não vou permitir isso e lutarei por ela todos os dias da minha vida… Eu estou com saudades meu amor, eu queria ter você aqui. Eu te amo e sempre amarei.
Arizona guarda o bilhete em uma caixa e esconde dentro do armário. Ela não quer conversar com ninguém sobre isso, então decidiu que escreveria cartas para sua amada e que expressaria tudo o que sentia dali por diante no papel.
No hospital, algo traria alegria.
Ela apertou devagar minha mão, eu nem pude acreditar. Foi algo tão sutil que demorei alguns minutos para sentir. Meu coração quase parou quando a minha Yang abriu os olhos, ela estava atordoada, porém naquele instante vi que tudo poderia ficar bem. Depois de tantos dias desacordada e longe de nós ela parecia reagir ao aconchego da nossa equipe, da nossa família! Eu acertei ao pedir sua transferência para o Grey Sloan, era tudo o que ela precisava para retornar.
Hunt: - Chamem a Amelia e a Grey agora! Corre! Vai logo!
As médicas correram, Grey era a mais eufórica.
Meredith: - Como ela está? O que houve?
Hunt: - Ela abriu os olhos!
Amelia: - Eu preciso examiná-la, se afaste Owen
Hunt: - Claro, tudo o que você disser eu faço
A neurologista encarou o marido com um olhar de desdém, aquela situação era desconfortável.
Amelia: - Fique longe e calado, isso já é o suficiente
Meredith: - E ai? Você acha que ela está bem?
Amelia: - Você também pode ficar quieta! Eu estou tentando trabalhar aqui e vocês só atrapalham, que droga!
Hunt: - Eu acho que você deveria chamar outro neurologista
Amelia: - Você além de ficar noite e dia no leito da sua amante ainda quer desmerecer o meu trabalho? Eu cuidei dela e estou cuidando da melhor forma que eu sei, eu não misturo minha vida pessoal com a profissional. Agora peço que se retire daqui e não volte até eu ter terminado a avaliação da paciente
Hunt: - Amelia isso não é assunto para se tratar aqui
Amelia: - Grey tire ele daqui agora ou vou chamar a segurança
Meredith: - Owen faça o que ela pede, não vamos piorar as coisas
Hunt: - Isso é injusto! Ela acabou de abrir os olhos e eu não posso ficar aqui para dar o meu apoio
Amelia: - Vai dar um pouco de apoio para seu filho, faz muito tempo que ele não te vê. Mer acredita que hoje de manhã meu filho perguntou qual era o nome do pai dele? Ele tinha esquecido e eu não fiz questão nenhuma de lembrar, porque até eu esqueci
Meredith: - Vamos parar por aqui. Vem comigo Owen, não quero que dê uma palavra
O médico vai enfurecido. A neurologista respira fundo e avalia sua paciente. Suas mãos tremiam de raiva.
Amelia: - Yang você pode me ouvir?
Cristina: - Posso e já estou com dor de cabeça, vocês gritam demais nesse hospital
Amelia: - Desculpe, foi apenas um deslize. Ninguém vai gritar perto de você, eu juro
Cristina: - Tudo bem, eu só quero paz e comida
Amelia: - Isso é bom, faremos mais exames e logo saberemos quando poderei te liberar
Cristina: - Cadê a Callie? Passei quanto tempo apagada?
Amelia: - Falaremos disso depois, agora eu quero que descanse
Cristina: - Eu acho que passei muito tempo fazendo isso e agora quero respostas
Amelia: - Eu não posso te responder nada, a Grey fala com você
Cristina: - Eu sou médica e esse seu papo furado não me engana
Amelia: - Volto mais tarde
Cristina: - Não me torture, eu quero saber o que aconteceu
Amelia: - Suas perguntas estão sendo feitas para a pessoa errada. Mas posso te dizer que as notícias não são as melhores e que você seja forte
Cristina: - Cabelo perfeito espera um minuto
Amelia: - No que posso te ajudar?
Cristina: - Eu não sou amante do seu marido, eu sou o amor da vida dele
Amelia: - Que bom para vocês. Até mais tarde e não fale mais nada da sua vida pessoal comigo
A neurologista fica irritada e se esconde na sala de medicamento. Ela abafa seus gritos e estapeia os suprimentos na prateleira.
Kepner: - O que você está fazendo?
Amelia: - Nada, apenas evitando bater em uma paciente
Kepner: - O que essa pessoa fez? Você é sempre tão amigável com os pacientes
Amelia: - Eu juro que tentei ser, mas ela fica dizendo que meu marido não me ama e que na verdade ele sempre esteve apaixonado por ela!
Kepner: - A Yang acordou?
Amelia: - Olha ai! Eu nem disse quem era e você já sabia de quem eu estava falando
Kepner: - É… Eu… Desculpa
A ruiva fica sem jeito e coloca as mãos nos bolsos do jaleco.
Kepner: - Eu não queria ser rude ou idiota
Amelia: - Meu marido que é idiota, ou devo dizer meu ex marido?
Kepner: - Eu não sei
Amelia: - Realmente, você não poderia saber, nós não temos intimidade. Acho melhor você sair e me deixar aqui extravasando
Kepner: - É, vou fazer uma ligação. Espero que consiga jogar toda sua raiva fora
April decide ligara para Arizona, ela acredita que a amiga gostaria de saber da recuperação de Yang.
Arizona: - Oi, o que você quer?
Kepner: - Oi, eu tenho uma notícia para você
Arizona: - O que foi?
Kepner: - A Yang acordou, achei que você deveria saberemos
Arizona: - Ótimo. Mais alguma coisa?
Kepner: - Você vem visita-la?
Arizona: - Eu estou ocupada cuidando da minha filha, estou sem tempo
Kepner: - Entendo. Eu posso ir na sua casa depois do trabalho? Vamos conversar, rir um pouco e eu faço o jantar
Arizona: - Eu agradeço, porém não é uma boa ide…
Ela lembra da conversa que teve com a filha.
Arizona: - Vem. Estaremos te esperando
Kepner: - Verdade? Pensei que você não ia querer
Arizona: - Você vem ou não?
Kepner: - Claro que irei! Vou fazer um jantar especial
Arizona: - Tchau. Tenho que ir agora, até mais tarde
A voz sem emoção e seca de Robbins deixa April preocupada. O que ela poderia fazer para animar sua amiga? Uma ideia surge em sua cabeça!
Quando Arizona pensa em ir buscar sua filha na escola a garota aparece em casa de surpresa.
Arizona: - Você já chegou? Eu estava indo te buscar
Sofia: - Deveria ter ido mais cedo
Arizona: - Eu me atrasei muito?
Sofia: - Duas horas
Arizona: - O Alex te trouxe?
Sofia: - Não. Ele não atendeu o celular nem a tia Meredith
Arizona: - E como você chegou em casa? É perigoso andar sozinha, você sabe disso
Sofia: - A tia Penny me trouxe
Arizona: - A Penny?
Sofia: - Pensei em ligar para o meu vovô, mas ai vi o número dela e ligue
Arizona: - Você ligaria para o seu avô? Não posso acreditar, hoje cedo combinamos de recomeçar
Sofia: - Eu sei, mas você me esqueceu na escola mãe
Arizona: - Temos que conversar direito e acertar tudo, porém você vai prometer que não ligará para o seu avô
Sofia: - Ok. A tia Penny está na sala
Arizona: - Ainda? Ela já pode ir
Sofia: - Mãe você tem que agradecer, ela me trouxe aqui
Arizona: - Verdade, ela foi uma boa pessoa e nos ajudou
A pediatra vai até a sala e encontra Blake segurando um porta-retratos.
Arizona: - É a foto favorita da Callie
Penny: - Perdão, eu não queria mexer em nada e invadir o seu espaço
Arizona: - Tudo bem, eu queria te agradecer. Você me salvou
Penny: - Posso saber de que?
Arizona: - Sofia ia ligar para o avô e ele tentaria levá-la
Penny: - Isso é sério. Fico feliz em ter impedido, Sofia te ama e precisa de você
Arizona: - E eu muito mais dela
Penny: - Eu vou indo, acho que já passei dos meus limites
Arizona: - Você foi na medida, não ultrapassou nada. Fique tranquila, eu estou de luto e não com raiva
Penny: - Mas deseja ter o seu espaço e eu não quero ser aquela pessoa chata que se mete
Arizona: - Como eu queria que todas as pessoas fossem como você
A ruiva sorri e cruza os braços.
Penny: - Não sou a pessoa mais indicada para oferecer um ombro amigo ou ajuda, todavia eu estarei a sua disposição
Arizona: - Não é mesmo, você é a ex da minha esposa. Que bizarro
Penny: - Seria estranho né? Como eu sou boba
Sem perceber, Arizona sorri.
Sofia: - Mãe você sorriu!
Arizona: - Foi?
Sofia: - Sim, sim! É a primeira vez que te vejo sorrir desde que a mamãe Callie partiu
Penny: - Foi um belo sorriso
Arizona: - Vocês podem parar, eu não quero entrar nesse clima
Sofia: - Por que não? Eu quero você divertida como antes
Arizona: - Vai demorar, você tem que ter paciência
Penny: - Sof tenha calma, tudo acontece naturalmente
Arizona: - Penny é melhor você ir agora
Sofia corre e agarra Blake pela cintura. Seu olhar “pidão” mexe com o coração de Robbins.
Arizona: - O que foi?
Sofia: - Eu não quero que a tia Penny vá embora. Vamos comer juntas
Arizona: - A Kepner vem fazer nosso jantar e a Penny tem o que fazer, ela trabalha minha filha
Sofia: - Tia você pode ficar? Por favor
A médica ficam sem saber o que responder. Ela troca olhares com Arizona.
Penny: - Eu acho que vou ficar, um pedido seu é quase uma ordem
Arizona: - Mesmo? E o trabalho?
Sofia: - Mãe! Para com isso, você fica afastando todo mundo de nós
Arizona: - Sua língua está ficando muito grande e eu não estou gostando disso
Sofia: - Minha mãe Callie me disse que devo sempre falar o que penso
Arizona: - Você se parece com ela
Sofia: - Eu gosto disso
Arizona: - Ok, vamos receber visitas hoje. Quer algo Penny?
Penny: - Nada, eu vou ficar brincando com a Sof lá fora, podemos?
Arizona: - Se ela quiser
Sofia: - Eu quero! Eu quero! Tia Penny muito obrigada!
A garota transborda felicidade e isso enche os olhos de Robbins de ternura.
Arizona: - Meu Deus, eu tinha esquecido como era sentir algo bom dentro do peito
Penny: - Pois relembre disso por sua filha
A pediatra senta e fica observando sua filha brincar, ela percebe que mesmo com sua dor o seu destino não vai esperar, a vida precisa seguir seu curso e nada, nem ninguém pode parar o tempo. O seu amor por Callie será atemporal, será único e infinito, todavia o seu foco agora é amar e cuidar de sua filha.
Callie: - Olá? Tem alguém ai?
Murphy: - Olá, eu estou aqui para cuidar de você
Callie: - Minha cabeça está latejando
Murphy: - Vou tratar para que isso pare, não se preocupe com nada
Callie: - Quem é você?
A loira vira de costas e começa a rir da pergunta. Ela se recompõe e vira novamente.
Murphy: - Eu? Você não lembra amor?
Callie: - Amor? Como assim?
Murphy: - Eu acho que temos muito o que conversar e eu tenho muitas coisas para te explicar
Callie: - Você poderia começar dizendo qual é o meu nome
Murphy: - Meu anjo… Uma coisa de cada vez
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