Operação Jardim Secreto escrita por Lura


Capítulo 6
Chaotic


Notas iniciais do capítulo

Ação, ação, finalmente!

Aqui estamos nós, em um capítulo com algumas referências, uma leeeeve sombra e "Marichat" e, principalmente, ação! Até que enfim.

Bom, para mim, essas são as partes mais difíceis de se escrever, então espero que tenha ficado do agrado de todos.

Bom, é isso. Espero que gostem.

P.S.: Lembrando que a fic está adiantada no Spirit.



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Quando ouviu a gritaria ao seu redor, Marinette sabia exatamente do que se tratava, bem como o que deveria fazer. Ela só não contava que seria arrastada com a multidão, sendo carregada com o fluxo de pessoas desesperadas, impossibilitando a sua tentativa de conseguir um lugar discreto para se transformar.

De forma atrapalhada, foi fazendo o curso contrário daqueles que a cercavam, levando inúmeros pisões e cotoveladas, até que, quando estava prestes a sair da confusão, foi derrubada, sentindo duas ou três pessoas passarem por cima de si.

Atarantada, sentou-se sob a grama, levando as mãos a cabeça dolorida. E foi naquele instante que conseguiu visualizar a origem de todo aquele caos.

No geral, a morena não parava para admirar os akumatizados. Até porque, na maioria das vezes, eles não passavam de pessoas que assumiam formas bizarras, e também porque ela dedicava mais tempo atacando-as que avaliando-as.

Mas aquela figura que encontrava-se bem a sua frente, ah, tinha que admitir, era impressionante.

A mulher alta e esguia tinha o belo corpo coberto por um longo, vestido branco que a envolvia como uma névoa.

A pele cor de pérola, reluzia, emanando luz própria.

Os olhos, não possuíam íris, sendo inteiramente tomados pela cor ambarina e brilhavam como o sol poente.

Por fim, a característica mais marcante: os cabelos ruivos, parcialmente presos em um meio coque, cintilavam como brasa e cresciam absurdamente, tocando o chão e erguendo-se novamente, em tentáculos ameaçadores.

A asiática, por um instante, sentiu-se hipnotizada pela beleza da criatura, apenas para, no seguinte, perceber todos os seus sentidos berrarem “perigo”. Porque a mulher lhe encarava diretamente, com um sorriso sádico nos lábios pintados de dourado.

— Veja se não é a doce Marinette. - Falou, surpreendendo a garota.

— Essa voz! - a morena pensou alarmada.

— Finalmente você está no lugar certo e na hora certa. Nada de atrasos para o meu show! - Continuou a akumatizada, fazendo a compreensão atingir a menina como uma marretada.

— Senhorita Bustier! - Gritou em espanto.

— É "Chaotic", mocinha! - A vilã contestou irritada. - E logo você vai descobrir o porquê! - Emendou, gargalhando em seguida.

De imediato, a criatura projetou os inúmeros tentáculos formados de seus cabelos reluzentes em direção a asiática, que fora lenta demais ao tentar se levantar.  

E, inevitavelmente, teria sido atingida, se seu corpo não fosse suspenso por firmes braços milésimos de segundos antes.

— Chat Noir! - Exclamou, ao perceber que estava sendo sustentada pelo parceiro de equipe. Em sua forma civil, mais uma vez, olha que ironia.

— Você quer morrer?! - Irritado com o fato da menina ter praticamente paralisado em frente a vilã, perguntou ele, enquanto saltava freneticamente para desviar das investidas feitas pelos inúmeros tentáculos.

A mestiça sentiu a irritação subir-lhe a cabeça.

— Ah, me desculpe por ter sido derrubada, pisoteada e atacada! - Pediu, sarcasticamente. - Eu realmente sou uma garota muuuuito malvada. - Completou, armando um bico. O heroi felino abafou uma risada.

— E com a língua muito afiada, também. - Acrescentou. - É impressão minha ou você é tem um certo talento para atrair akumatizados? - Indagou, casualmente, como se não estivesse correndo pela própria vida.

— Se você me conhecesse um pouco melhor, ia saber que eu tenho talento para atrair qualquer tipo de problema. - Respondeu, indiferente.

Novamente, o gato conteve uma risada, devido a ironia daquela declaração ante a situação em que estavam. Mas dessa vez, Marinette não entendeu a graça. Percebendo a curiosidade da garota, o loiro tratou de arranjar uma justificativa decente. Afinal, não poderia deixar que desconfiasse que, sim, ele a conhecia “um pouco melhor”.

— Sério? Você vai reclamar da sua sorte para um gato preto? - Gracejou, olhando brevemente para trás para certificar-se que tinha despistado a vilã.

— Eu devo ter sido um gato preto na minha vida passada, então. - Ponderou, vendo que ele mirava um telhado baixo para saltar. Segundos depois, posaram no alto da construção, apenas para o heroi seguir saltando de telhado em  telhado, até chegarem no terraço de um prédio baixo.

— Na passada eu não sei, mas nessa eu posso garantir que você continua sendo uma gatinha. - Galanteou, colocando-a no chão. A garota não se preocupou em disfarçar quando rolou os olhos para cima.

— Já te falaram que as suas cantadas são horríveis? - Perguntou.

— Eu ouço isso quase todos os dias. - Contou ele, o sorriso sapeca pregado na face. Marinette riu internamente. Ela sabia bem de quem ele ouvia. - Bom, você estará segura aqui, por enquanto. Por favor, se esconda e só saia quando a akumatizada estiver longe. - Orientou.

— Certo chefe! - A morena concordou, batendo continência.

— Engraçadinha. - Disse, preparando-se para saltar do telhado. - Até mais, Marinette! - Despediu-se.

— Você lembra o meu nome! - Exclamou, de forma automática, realmente impressionada. Entretanto, não esperava que ele fosse deixar de pular para virar e encará-la.

— É claro que eu lembro! Eu não disse antes? - Questionou, e a mestiça imediatamente entendeu que ele se referia ao dia em que ele lhe salvara da versão akumatizada do sorveteiro André, denominada "Glaciator". Do dia em que ele se declarara para ela, como Ladybug e acabou com o coração partido. - Até porque, com a quantidade de akumatizados que você atrai, fica difícil esquecer. - Justificou. - Só perde para Chloé Bourgeois. - Completou, vendo a face da menina corar de irritação.

— Você não estava de saída, Chat Noir? - Indagou ela.

Em resposta, Chat Noir apressou-se em deixar o local, mas não sem antes de rir da exasperação da garota.

— Huh! Ele lembra seu nome! - Tikki exclamou, zombeteira, saindo da bolsinha a tempo de ver o heroi felino saltando para longe. - E você ficou surpreendentemente animada com isso. - Provocou.

— Não começa, Tikki! - Repreendeu a garota. - Temos trabalho a fazer.

— Você sabe o que dizer. - Devolveu a kwami, sorrindo arteira.

Marinette sorriu de volta e declarou, sem perder tempo:

— Tikki, transformar!

Segundos depois, Ladybug também pulava, de construção em construção, seguindo na direção para qual Chat Noir havia ido. Contudo, permanecia atenta, para o caso da vilã encontrar-se, na verdade, em outro sentido.

Não demorou muito para achar os dois.

Chat Noir girava seu bastão, defendendo-se das investidas que três dos diversos tentáculos formatos dos cabelos da mulher, faziam. Ladybug reparou que Chaotic atacava-o frontalmente, usando parte de seu cabelo como uma lança, tudo para tentar criar aberturas traseiras e laterais, ocasiões em que usava o restante dos longos fios como um chicote, obrigando o felino a pular de um lado para o outro.

— Onde está o akuma? — Pensava, estudando a mulher. Contudo, a akumatizada não parecia ter nenhum objeto especial consigo.

My Lady!— Sua concentração foi quebrada pelo grito aliviado do parceiro de equipe. - Por que demorou tanto? - Reclamou. - Estamos com um problema bem cabeludo aqui. - Troçou.

— Você já usou essa piada antes, Chat. - a joaninha comentou, lançando o ioiô contra os tentáculos que, até segundos antes, atacavam o felino, prendendo-os em uma espécie de rabo de cavalo. - E ela continua não tendo graça. - Acrescentou, puxando a corda para que ficasse mais firme.

Qual não foi a sua surpresa quando os tentáculos presos, projetaram-se para cima, lançando-a longe.

— Ladybug! - Chat Noir gritou, preocupado.

— Devia preocupar-se apenas consigo, bichano. - Chaotic provocou, tornando a atacar o heroi.

— Espera aí, você me chamou de bichano? - Perguntou, ofendido, enquanto corria, sem deixar de girar seu bastão, para evitar os danos do ataque.

— Parece que ela gosta de gatos. - A joaninha observou, recompondo-se.

— Claro! É por isso que ela passou os últimos cinco minutos tentando me matar! - Respondeu com sarcasmo.

Os dois herois prepararam-se para mais uma sequência de investidas, ora em conjunto, ora individualmente. Contudo, ao contrário deles, que tinham que alternar entre ataque e defesa, a inimiga dividia os tentáculos formados pelo seu cabelo para que cobrissem ambas as funções ao mesmo tempo. Uma vez que ela tinha pelo menos dez deles, era fácil entender porque os vigilantes parisienses estavam tendo tanta dificuldade naquela batalha.

— É impressão ou estamos levando uma surra? - O portador do Miraculous da destruição perguntou, levantando-se após, com uma chicotada,  ter sido jogado a metros de distância, junto a joaninha.

— É só impressão sua. - A garota respondeu, levantando-se em um salto acrobático. - Ai! - Reclamou, sentindo uma intensa ardência na região do abdómen, onde havia sido atingida. - Essas coisas… - Começou.

— Queimam. - Chat Noir completou a constatação da parceira. Afinal, estava sentindo a mesma ardência no tórax, por baixo do uniforme.

— Mas não é só isso… - A morena comentou, repentinamente, sendo tomada por um intenso desequilíbrio emocional. - Mas o quê? - Perguntou, espantada, sentindo grossas lágrimas escorrerem por cima da máscara.

— É o verdadeiro poder dela. - O rapaz concluiu, ao ver a companheira chorando. Ele mesmo, enquanto rolava pelo asfalto, tinha sido acometido por lembranças que preferia evitar. Sorte não ter começado a chorar também.

Ambos os herois fitaram a oponente, juntos, vendo que ela encontrava-se muitos metros a frente deles, caminhando para longe. Contudo, o dorso estava torcido, de modo que pudesse encará-los de volta, com um sorriso triunfante. Afinal, havia conseguido, ao menos parte, o que pretendia desde o começo.

— Reparou que estamos nos movendo desde que a batalha começou? - Ladybug perguntou, secando o rosto com as costas das mãos, irritada com as lágrimas que não paravam de descer e com as memórias ruins e preocupações recentes, que oscilavam em sua mente. - Mas que droga! - Praguejou, vendo que seus olhos não cessariam de escorrer.

— Acha que ela está procurando alguém? - Questionou o loiro.

— Tenho quase certeza. - Confirmou a portadora do Miraculous da criação, lançando seu ioiô em direção a uma chaminé e impulsionando o corpo para o telhado de uma casa, de onde começou a seguir a vilã. Chat Noir, de imediato, a imitou, saltando pelas construções do outro lado da rua.

Os dois, atacavam como podiam, enquanto seguiam a akumatizada de cima, uma vez que não estavam dispostos a levar nenhum outro golpe, temendo a reação que teriam em uma próxima vez. Todavia, também não eram especialistas em ataque a distância, de modo que Chaotic avançava, sem muitos problemas além da irritação de ter os dois em seu pé.

Tanto que, em determinado momento, a oponente perdeu de vez a paciência e passou a usar os cabelos para lançar objetos como placas, lixeiras, bancos e - pasmem - veículos, contra os heróis.

— Eu acho que ela usa xampu fortalecedor. - Debochou o felino, após desviar-se por centímetros de uma motocicleta, que caiu no quintal do outro lado da construção em que estava.

— Chat, não é hora! - Repreendeu a heroína, que não estava em seu melhor humor. - Temos que descer. - Decidiu. - Se ela continuar lançando coisas, vai acabar matando alguém. - Explicou, saltando para a calçada, girando o ioiô para defender-se de eventuais investidas.

— Eu chuto que seria a gente. - O rapaz declarou, aterrissando ao lado da parceira. - Algum sinal do akuma? - Questionou, também girando o bastão ante o corpo.

— Não vejo nenhum objeto que possa estar contaminado. - Admitiu a jovem, preocupada.

Os dois continuaram perseguindo Chaotic, atacando e defendendo, quando necessário, até que notaram-na parar em um ponto específico.

A vilã sorriu, de modo perverso, antes de projetar os inúmeros tentáculos em todas as aberturas de vidro da fachada de uma casa, estourando-os automaticamente. De imediato, gritos puderam ser ouvidos em seu interior.

— É a nossa chance. - Avisou Ladybug, vendo que a maior parte do cabelos da inimiga estava sendo utilizada no ataque.

Não pense que eu me esqueci de vocês! - Bradou a mulher, novamente os chicoteando para longe, frustrando a tentativa de ataque pelas costas que iniciaram.

Como esperado, os heróis sentiram as vistas escurecerem, de modo que a visão do campo de batalha havia sido substituída por momentos dolorosos de cada um.

E nem os gritos das vítima, que se intensificaram ao redor, foram o suficiente para que os portadores voltassem a si.

— Não! - Ladybug exclamou, levemente consciente da situação ao redor. Contudo, seus olhos não captavam que realmente ocorria em volta, mas apenas o que os poderes da akumatizada lhe obrigavam a ver.

Enquanto isso, Chaotic tinha duas pessoas enlaçadas, cada uma em um tentáculo, há pelo menos três metros do chão: Um homem e uma garotinha.

— Socorro! - O homem, cujo tinha cabelos castanhos lisos e olhos verdes, gritava, fitando os herois, sem entender a razão pela qual eles não interviam. A garotinha apenas chorava, chamando pela mãe.

Da porta da sala da grande casa, duas pessoas que, pelos uniformes, aparentavam ser empregados, berravam, em desespero.

— Elizene! - A funcionária gritava pela menina.

Mas a vilã apenas ria, em meio e toda a aflição que causava.

— Olá, querido Maurice! - Saudou, ajeitando o tentáculo que prendia o homem de modo que pudessem se encarar diretamente.

O sujeito arregalou os olhos, inicialmente, em espanto por ter seu nome pronunciado por aquela criatura tão magnífica e perigosa. Contudo, logo seu espanto converteu-se em compreensão, fazendo com que suas orbes saltassem ainda mais.

— Caline! - Concluiu, aflito.

A expressão da akumatizada contorceu-se em cólera.

— Caline não existe mais! - Bradou, impulsionando o tentáculo para baixo, de modo que o corpo do homem se chocasse contra o asfalto. - E a culpa é sua! - Continuou, tornando a erguê-lo. - Agora eu sou "Chaotic", e vim aqui para lhe mostrar o poder que meu nome traz. - Concluiu, retomando o sorriso perverso.

Imediatamente, os tentáculos começaram a pressionar as vítimas, mais e mais. Maurice gemeu de dor, contudo, só se sentiu realmente desesperado ao ouvir Elizene prantear com mais vigor.

— Elizene! - Ignorando a própria dor, gritou, preocupado.

— Oh, sua doce aluna, Elizene! - Cantarolou Chaotic, de forma irônica. - Eu interrompi a aula de vocês? - Perguntou, a malícia pingando de seu timbre falsamente inocente.

— Se o seu problema é comigo, deixe-a em paz! - Ordenou o homem.

— Oh, é impressão minha ou você está preocupado com a sua aprendiz? - Ironizou a mulher. - Pensei que se preocupar com alunos fosse besteira! - Lembrou. - Pois agora eu vou te mostrar qual é a sensação, de ter o coração repleto de aflições e estar cercado por pessoas que não se importam ou não compreendem. - Sentenciou.

Imediatamente, os cabelos da vilã, brilhantes como brasa, passaram a oscilar para tons de amarelo.

Elizene e Maurice gritaram ainda mais, cerrando os olhos, tendo forças apenas para, ocasionalmente, implorar para que a inimiga parasse.

Apenas nesse momento, Chat Noir e Ladybug começavam a se recuperar dos efeitos do golpe sofrido. E quando voltaram a si, perceberam que algo muito grave aconteceria, caso aquela batalha terminasse logo.

— Pare! - Gritou a heroína, correndo em direção a oponente. Contudo, cessou bruscamente, ao ser contida por um forte par de braços. - O que pensa que está fazendo? - Furiosa, perguntou, torcendo o pescoço para encarar Chat Noir, que encontrava-se colado atrás de si, lutando para contê-la.

My Lady, se acalme! - Pediu, usando de toda a sua força para arrastá-la para longe do alcance dos tentáculos.

— Seu gato idiota, ela vai matá-los! - Exclamou, pocessa.

— Só se estivermos sem condições de lutar! - Retrucou. - E é exatamente o que vai ocorrer, se encostarmos nos tentáculos de novo. Ficamos muito tempo alheios a situação, da última vez. - Concluiu.

Aos poucos, Ladybug amoleceu nos braços do parceiro, fazendo com que ele suspirasse aliviado. Estava certo afinal. Se perdessem tempo com outra alucinação, visão, ou o que quer que os golpes da inimiga causassem, definitivamente, levariam uma desvantagem que poderia significar mais que uma simples derrota.  

— Nós não somos tãos bons assim em ataque a distância. - Resmungou, sem ignorar que Chaotic continuava conversando com a vítima masculina.

— Então chegou hora do tudo ou nada. - Declarou Chat, olhando-a decidido.

Ladybug abriu um sorriso confiante.

— Talismã!!! - Gritou, ao mesmo tempo em que fazia uma prece silenciosa para que ganhasse algo absurdamente útil dessa vez.

Contudo, seu ânimo murchou por completo, no momento em que um anzol de tamanho médio caiu em sua mão.

— Um anzol? - O tom era mais de indignação que de questionamento.

— Ótimo! - Comentou o heroi felino, com sarcasmo. - Nós temos mesmo um polvo enorme para pescar. - Emendou. - Ah não, espera. Esqueci que polvo não se pesca com anzol! - Esbravejou, olhando para a parceira.

— Você não é o felino? - A morena devolveu, irritada. - Pesque por conta própria então!

— Você por um acaso já viu um gato pescando um polvo? Porque eu, nunca. - Afirmou, voltando-se para Chaotic e preparando o bastão para o momento oportuno de atacar.

— Mas vai ver uma joaninha fazer isso hoje. - Respondeu Ladybug, o sorriso confiante alargando-se.

— Alguma idéia? - Indagou, uma vez que, até meio minuto atrás, a menina não fazia ideia de onde estava o akuma.

— Já reparou que apenas parte do cabelo dela está solto? - A joaninha perguntou, amarrando o anzol na ponta do fio de seu ioiô.

— Sim. Parte suficiente para nos dar uma surra. - Debochou o gato. - Agradeçamos por isso, Mais alguns tentáculos e estaríamos ferrados.

— Você está bem afiado hoje, heim? - Reclamou a garota, concluindo seu trabalho.

— Desculpe, Bugboo. - Chat Noir voltou a si, ligeiramente envergonhado. - São problemas pessoais, mais essas lembranças… - Justificou.

— Tudo bem, eu não estou muito melhor. - Comentou. - Agora vamos focar no problema.

— Certo. - Concordou ele. - Acha que o Akuma está em algum objeto no cabelo? - Indagou.

— Temos que tentar. - A menina respondeu simplesmente, prendendo o ioiô na cintura mas, deixando alguns metros de linha solta, o suficiente para que pudesse lançar o anzol atado a longa distância.

— Preciso de impulso. - Avisou ao parceiro, andando alguns metros para trás.

— Na hora em que estiver pronta. - Garantiu.

— Ok. Esteja preparado para quando eu terminar. - Pediu.

Marinette respirou fundo, preparando-se mentalmente e fisicamente para o que faria a seguir. Se errasse, por um milímetro que fosse, poderia ferir gravemente as vítimas que ainda se contorciam nos tentáculos capilares, além de se machucar feio, é claro. Afastando esses pensamentos e, convencendo-se de que precisava conseguir, segurou o anzol e a linha excedente em sua mão direita.

— Agora! - Gritou, correndo em direção a Chat Noir.

Ao atingir uma boa velocidade, a heroína saltou, alguns metros antes de alcançar o parceiro que, posicionando o bastão esticado em direção ao seu lado direito, girou em torno do próprio eixo, projetando uma elipse diagonal.

E o sincronismo dos dois companheiros foi fastástico: No mesmo instante em que Chat Noir recolocou o bastão em sua lateral direita, Ladybug pousou com ambos os pés sobre ele, sendo impulsionada para cima, graças ao giro que o felino dera antes.

A joaninha foi projetada para passar sobre a inimiga, alguns metros acima das vítimas suspensas pelos tentáculos, e preparou-se para usar sua visão da sorte no exato momento que que convergiu com o rumo da cabeça da vilã.

Contudo, sabia que não daria tempo de esperar a revelação, assim, lançou o anzol, no instante em que atingiu a posição desejada, logrando enganchá-lo no objeto que mantinha a parte de cima do cabelo da inimiga preso em um coque: um elástico, que agora via, estava tomado pela cor vermelha, manchada de bolinhas pretas. Aliviada por estar certa, puxou a linha, trazendo de volta o anzol que, graças ao movimento, soltou o restante do cabelo da vilã.

— Chat Noir! - A heroína gritou, dando uma cambalhota no ar para, finalmente, cair em pé do outro lado.

O felino entendeu a deixa e, usando o próprio bastão, lançou-se em direção ao elástico, que havia sido projetado em uma direção diferente.

— Cataclismo! - Quando estava no ar, gritou, pegando, rapidamente, o objeto contaminado com sua mão manchada pela destruição. Após, assim como Ladybug, deu um mortal para aterrissar, abrindo a mão em simultâneo, de onde uma borboleta negra alçou vôo.


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Notas finais do capítulo

"- É impressão ou estamos levando uma surra?" - Mutano.

"- É só impressão sua." - Ravena e Robin.

Os Jovens Titãs - Episódio 6 (Prova Final)

E aí, alguém tinha encontrado a referência? Bem, talvez só quem seja um pouquinho mais velho, como eu, tenha achado.

Bom, e quanto a parte em que o Chat lança a Ladybug com o bastão... Também é uma referência. Inspirada em uma cena do filme Final Fantasy VII - Advent Children, cujo link para vídeo segue abaixo. Quem quiser visualizar mais ou menos como foi, basta ver o início.

https://www.youtube.com/watch?v=T7xQlxxoMo4

Reparem que, aos 0:07 segundos do vídeo, o cara loiro (Cid) impulsiona o outro cara loiro (Cloud) com sua lança. Foi mais ou menos isso que imaginei para esta fic. Aliás, adoro esse filme.

Bom, é isso. Espero que tenham gostado.

No próximo capítulo, teremos mais um pouco de Adrinette (ainda de leve) para alegrar nossos corações.

Beijinhos e até o próximo!