Operação Jardim Secreto escrita por Lura


Capítulo 4
Discussões e Deduções


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas! ♥

Agradeço imensamente aos leitores que comentaram o último capítulo.

Boooom, espero que gostem. É aqui que as coisas começam a se encaixar na cabeça de um certo alguém, hehe!



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— A culpa disso tudo é sua! - Chloé Bourgeois mal esperou a professora deixar a sala de aula para correr em direção a Marinette e gritar, apontando-lhe o dedo indicador.

A mestiça congelou por um minuto.

Estaria a filha do prefeito também ciente da conversa sobre a “Operação Jardim Secreto” que acabou vazando? Será que ela tinha sido descoberta como “Lótus”?

Na dúvida, crispou o semblante em confusão, crente que a melhor solução, ao menos no momento, era fazer-se de desentendida.

— Minha por quê? - Perguntou, a voz altiva.

— Você é a representante de classe sim ou não? - A loira indagou, cruzando os braços. - Por que não disse nada quando Kim deu essa ideia ridícula que vai acabar com a nossa classe no festival? - Seguiu perguntando. - Você poderia ter ao menos tentado fazer alguma coisa mas não, preferiu ficar parada, feito uma idiota!

Marinette respirou aliviada. Então era disso que Chloé estava falando. Menos mal. Recompondo-se, levantou da cadeira e cruzou os braços, espelhando a pose da filha do prefeito.

— Eu não disse nada pois estava tão chocada como todos aqui! - Defendeu-se. - E outra, a professora sequer quis nos escutar. Não adiantava argumentar com ela naquele momento. - Explicou.

— Que conveniente para você, não? - Chloé debochou, colocando ambas as mãos na cintura. - Garanto que se eu fosse a representante de classe, não estaríamos nessa situação. - Concluiu, afastando-se para pegar os próprios materiais.

A asiática, bem como todos os alunos que ainda se encontravam na sala de aula, assistiu a loira deixar o recinto, de cabeça erguida e nariz empinado, acompanhada de sua fiel escudeira Sabrina.

— Aquela coisinha… - Esbravejou, cerrando os punhos.

— Calma Mari! - Rose pediu, colocando uma das mãos no ombro direito da amiga. - Nós sabemos que não é sua culpa. - Garantiu.

— Sabemos sim. - Reforçou Ivan. - Mas seria legal se você tentasse convencer a professora a deixar a gente mudar o tema, sabe? - Sugeriu, como quem não queria nada. - Particularmente, acho que a ideia do Kim vai ser um fiasco. - Emendou.

— Por que não sugeriu uma melhor então, seu otário? - O Atleta questionou, ameaçando avançar contra o roqueiro, que estava pronto para reagir.

— Brigas agora não, gente! - Determinou Marinette, finalmente invocando a autoridade que o cargo de representante lhe dava. - Eu prometo que vou falar com a professora e tentar resolver a situação. Até lá, permaneçam calmos, por favor. - Pediu.

A partir dali, a turma dispersou-se pouco a pouco, cada um tomando seu rumo. Com a mestiça não foi diferente: correu para juntar seus materiais, mal olhando para o loiro que fazia o mesmo a sua frente, saindo da sala o mais depressa possível, objetivando alcançar a Srta. Bustier.

Logo, apenas Adrien restou na classe, o qual não tinha a mínima pressa para sair. Afinal, não teria compromissos naquele fim de tarde, de modo que se destinaria diretamente a sua casa, onde ficaria completamente sozinho, como na maioria de suas noites. E ele mal podia esperar por isso, sintam a ironia.

Finalmente terminando, o loiro direcionou-se a saída e, estava prestes a atravessar a soleira quando um pensamento lhe ocorreu. Involuntariamente, estacou no lugar, por alguns segundos. Curioso, voltou-se para a sala, atrás de si, estudando o ambiente e, antes que percebesse, estava transpondo os degraus que sustentavam cada fileira de carteiras, alcançando o fundo do cômodo. De lá, analisou a disposição das cadeiras, ao mesmo tempo que puxava do bolso traseiro de seu jeans a conversa que acidentalmente interceptara mais cedo.

Desdobrando o papel, tornou a ler as mensagens para, em seguida, estudar novamente o ambiente, visualizando, mentalmente, o lugar de cada colega.

A contagem dos codinomes revelava que seis meninas, ao todo, participaram da conversa. Contando que as deduções de Max estivessem certas, dessas seis, quatro seriam Mylène, Alix, Juleka e Rose.

Se considerasse  fato de que havia sido acertado acidentalmente, era possível que o verdadeiro alvo fosse um participante da conversa. E a pessoa mais perto de si, portanto, alvo mais provável, era Marinette.

Afinal, a asiática sentava logo atrás.

Incluindo Marinette na conversa, Adrien, automaticamente, imaginava que Alya também estivesse envolvida. Afinal, as duas eram unha e carne e faziam praticamente tudo juntas.

A análise das únicas meninas da classe que ficaram de fora da conversa, apenas reforçava sua conclusão.

Afinal, Chloé e Sabrina não pareciam do tipo que ajudariam alguém em um plano para conquista amorosa e, tampouco, pediriam auxílio.

Havia ainda Kagami, uma opção a se considerar. 

Afinal, a japonesa sentava-se na ultima carteira da mesma fileira que ele, ao lado de Natanael, lugar compatível com o ângulo em que ele foi acertado mais cedo. E o modelo não pôde evitar de sentir uma certa expectativa ao pensar que a esgrimista pudesse estar envolvida naquela história e, quem sabe, ser o núcleo de tudo aquilo.

Contudo, embora pouco soubesse da vida pessoal da esgrimista, o fato de ela ter recém se unido a turma, fazia com que ele duvidasse que estivesse envolvida em um plano que demandava, sobretudo, intimidade e confiança da parte de seus participantes.

Assim, as prováveis participantes da tal “Operação Jardim Secreto” eram Mylène, Alix, Juleka, Rose, Alya e Marinette.

Todavia, algumas perguntas ainda rondavam sua cabeça.

Afinal, qual delas era Lótus? E também, seria mesmo ele o tal “Botão de Ouro”?

Sem saber ao certo porque estava dedicando seu tempo naquilo, tornou a ler a conversa, parando em duas mensagens que lhe chamaram a atenção:

 

Girassol: Em último caso, talvez. Mas todo festival tem clima. Poxa Lótus, o alvo está bem a sua frente, basta tentar acertar! Também acho que o mais seguro é uma confissão.

Violeta: Kkkkk, bem a sua frente. Saquei!

 

A primeira mensagem podia - e aparentava - muito bem se tratar apenas de uma metáfora. Contudo, a mensagem seguinte, revelava o seu duplo sentido.

Igualmente, indicava que Lótus, provavelmente, sentava-se atrás de seu interesse amoroso.

Tal constatação, fez um gemido involuntário e desanimado deixar a garganta do modelo.

Se ele fosse mesmo o “Botão de Ouro”, como afirmavam seus amigos e, se as suas deduções estivessem corretas, então Lótus só poderia ser…

… Marinette.

Meio sem saber como agir diante de tais pensamentos, o loiro esfregou os cabelos da nuca, arrependido por levar - ainda que intimamente - aquela história a fundo. Marinette era sua amiga e provavelmente a última pessoa do mundo que queria magoar. E ele amava Ladybug. Como proceder naquela situação?

Transtornado, contestou as próprias conclusões, argumentando mentalmente que outras meninas participantes daquela conversa também sentavam atrás de meninos. Não deveria levar as palavras de seus amigos tão a sério, deveria? Afinal, “Botão de Ouro” poderia ser qualquer um. Talvez ele nem fosse daquela classe. A tal de Lótus podia muito bem ser aluna de algum tipo de curso, ou outra atividade extracurricular, onde havia conhecido um garoto pelo qual se apaixonara, o qual sentava a sua frente.

Encontrando conforto na última hipótese, decidiu esquecer toda a história, dobrando novamente a folha de papel e devolvendo-a para seu bolso.

Quem sabe, se não fizesse nada, a situação não se resolveria por si só?

Ele nem havia recebido uma confissão de fato, razão pela qual não precisava rejeitar ninguém.

Ao menos não ainda.

Convencendo-se que não havia motivos para preocupações, o loiro deixou a sala de aula e, justamente por estar distraído, pensando que passara os últimos minutos fazendo uma tempestade em um copo d’água, não se deu conta de que, ao aproximar-se da escada, havia alguém em seu caminho.

Assim como esse alguém, graças as suas novíssimas preocupações, mal percebia o que estava ocorrendo ao seu redor.

O choque, um tanto bruto, foi o suficiente para que ambos caíssem sentados para trás, lembrando-se de onde estavam.

Atordoado, Adrien encarou a figura a sua frente, imediatamente reconhecendo a colega de classe, que já se punha a recolher os materiais espalhados de forma frenética.

— Ai minha nossa, me desculpe, eu sou uma... - Marinette começou, parando abruptamente ao erguer a cabeça e constatar que duas orbes verdes intensas, que conhecia muito bem, lhe fitavam. - Desastrada. - Completou em um murmúrio.

— Não tem problema. - O garoto tentou falar normalmente, mas percebeu que seu timbre tinha perdido parte de sua naturalidade. O que estava acontecendo com ele? - Eu estava distraído também. - Confessou, ajudando-a a recolher os objetos que haviam caído.

Os dois terminaram de juntar as coisas, identificando o que pertencia a quem e levantaram-se juntos. Foi então que um silêncio constrangedor - comum para Marinette, novidade para Adrien - se instalou.

— Então, o que ainda faz aqui? - Perguntou o loiro, voltando-se para a escada e começando a descer os degraus.

— Eu fui conversar com a Srta. Bustier. - Contou Marinette, acompanhando-o na descida. - Sobre o tema do festival, você sabe. - Acrescentou, tentando manter o semblante impassível, já que acabou lembrando que, se as mensagens que havia trocado com suas amigas chegaram até Kim, o loiro deveria ter sua parcela de responsabilidade.

Inesperadamente, sentiu raiva do modelo. Algo que não acontecia desde que o conhecera.

— E então, o que ela disse? - Incentivou o loiro.

A asiática comprimiu os lábios.

— Ela está impassível. Não consegui convencê-la a mudar. - Admitiu. - Sinto muito. - Acrescentou, envergonhada.

— Não tem porque se desculpar. - O garoto deu de ombros. - A escolha desse tema para o festival não foi sua culpa. - Declarou. - Talvez tenha sido minha. - Acrescentou, mentalmente, já que, se não fosse por ele, a conversa sobre a "Operação Jardim Secreto" jamais teria chegado nas mãos de Kim.

Marinette e Adrien terminaram de descer os degraus em silêncio, até que, quando chegaram ao pátio, tiveram a atenção captada para a cena que se desenrolava do outro lado.

E nenhum dos dois pôde evitar de erguer as sobrancelhas e arregalar levemente os olhos, ao constatar que seus amigos, Alya e Nino, pareciam envolvidos em uma discussão um tanto calorosa.


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Notas finais do capítulo

É isso. espero que tenham gostado.

Como eu havia dito, temos uma aluna nova na classe e ela é Kagami (embora eu até curta as traduções brasileiras, vou manter o nome original. não me adaptei a Kyoko). Pois é. Embora o desenho não tenha mencionado, ainda, se ela estuda na mesma escola dos nossos herois ou, apenas, frequenta a mesma academia de esgrima (pois são independentes, embora usem o mesmo espaço, pelo que pude perceber), aqui, vemos que ela faz parte até mesmo da mesma turma. Se o desenho já mencionou algo do tipo e eu deixei passar batido, por favor, me corrijam.

No próximo capítulo, teremos o começo da ação.

Beijinhos!