A Origem escrita por Álex Henrique


Capítulo 7
Capítulo 7 – Uma Soberania Ingênua


Notas iniciais do capítulo

Os limites do conhecimento são uma aventura espetaculosa...



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Os planetas estavam quietos, o Reino dos Nobres prosperava em suas próprias terras assim como o Reino dos Heroicos e as outras civilizações. A ciência na época era explorada por muitos para descobrir os reais instintos de variados seres vivos e a origem de suas habilidades. Athenas e seu cunhado Kindoran eram pioneiros de todo esse estudo, descobriam coisas surpreendentes, detalhes que chegavam a ser além da LT27. Até a existência da Terra foi descoberta e o quão primitivos eram os povos daquele tempo chamados de humanos. O irmão de Kendoran era muito esperto e aprendia demasiadamente com a rainha, intrigado com a forma tão espontânea e generosa dela, a respeitava sobretudo e partilhavam juntos suas morais. A ética da Rainha de Todos se refletia em suas leis para a sociedade heroica. O PNA (Princípio de Não Agressão) devia ser seguido como base na elaboração de qualquer lei para resolução de conflitos, ou seja, para as leis serem justas ou válidas, não poderiam em qualquer análise, agredir ou usar a propriedade de um indivíduo a menos que este já tenha agredido ou usado a propriedade de outro ser vivo sem seu consentimento. Futuramente os humanos da Terra chamariam esse posicionamento e toda sua complexidade de Libertarianismo. Com base nisto, as leis adiante seriam as únicas leis éticas possíveis para a resolução de conflitos desta civilização:

Todo ser é livre para viver como quiser sem agredir outro ser vivo, tal como existe sua liberdade de comércio de propriedades com outros indivíduos;

Todo indivíduo está sujeito a punições morais em consequência de sua agressão a outro indivíduo como roubo, estupro, cárcere privado, migração ilegal entre planetas, desacato a superioridade, desacato a inferioridade, entre outras legislações internas de empresas e civilizações privadas;

Heróis não tem obrigação de entrar no exército real;

Todos tem liberdade ao conhecimento do universo;

A diplomacia é dever do Rei e principalmente da Rainha de Todos;

O sucessor do trono deve ser um primogênito ou um escolhido pela Rainha de todos e assim seguir adiante.

                Dentre essas seis regras foi então governado o Reino com a absoluta aceitação da população durante um longo período de tempo, tempo suficiente para que a rainha se dedicasse a aprender todos os mistérios que o universo lhe proporcionava, chegando ao ponto de ter controle total de seu poder, tal que explicitamente era capaz de extinguir o universo, não só devido ao cetro, mas também por todo o potencial incomensurável que esta guerreira possuía. Foi uma época alegre onde o povo inteiro comemorava o belíssimo casamento entre o rei e a rainha, pois apaixonados como estavam, o destino era simplesmente esse. Kendoran se sentia honrado, Kindoran segurava as lágrimas, e Athenas? Nunca havia sentido tanta felicidade na vida! O universo estava em paz.
                Os estudos de Athenas em relação ao mundo em volta dela lhe presentearam a sabedoria plena de como partilhar sua energia com seres vivos racionais que estivessem até mesmo além da LT27, o que influenciou ela a decidir que iria contornar esse evento para que a maior parte dos seres pudessem ter poderes. Ao pico da montanha onde realizara seu milagre divinal da ressurreição de seus soldados, disse a rainha: “É hora”! Colocara o Cetro do Reino para flutuar em sua frente enquanto erguia lentamente suas mãos ao alto iniciando uma contenção de energia em formato esférico que se engrandecia a cada segundo. A guerreira se manteve firmemente de pé, seu semblante comprovara o quão estava árduo acumular tanta energia que puxava mais moléculas gravitacionais desconhecidas, e, a cada instante que aumentava, absorvia mais e mais microrganismos para a enorme bola que já alcançava o diâmetro de uma lua. Porém algo não estava certo... um tremelique, o chão rachava sob os pés da moça, ela suava, não conseguia aguentar toda aquela energia; fábula de Atlas. Já em tamanho planetário, avistado pelos heroicos, nobres e outros seres dentre a região, aquele poder desconfortava totalmente Athenas, esta que não poderia soltar a energia para então pegar o cetro e controlá-la melhor. Era curioso, uma dos seres que conseguiam destruir o universo não conseguir aguentar todo um universo em uma única bola transcendental. Mesmo pela imensidão de sua força, controlar uma energia daquela, à qual nunca havia acumulado tanto outrora, ultrapassava os limites de seu poderio, basicamente moldava um novo universo sem ser deusa, o desfecho então era muito previsível. Uma dobra do joelho esquerdo foi o suficiente para que a bola de energia colossal escapasse de suas mãos. A rainha olhava para cima e se desesperara com a velocidade que a luz poderosa subia aos céus fora do Reino carregando todo tipo de partícula e molécula existente dentro e fora da atmosfera. Escasso era o tempo para pegar o cetro e puxar de volta a energia ou fazer qualquer outra coisa para impedi-la.
                O universo tinha sorte por todo aquele poder não ser destrutivo, apenas expansivo e absorvível, tal que quando se explodiu no vácuo do espaço, desencadeou vários anéis de energia que se dilatavam numa extensão incompreensível fora da região da LT27 e eram absorvidos pelos seres que entravam em contato com esses círculos quase imperceptíveis à longa distância, como se uma espécie sentisse apenas um vento batendo em seu corpo sem ter a mínima ideia do que seu corpo conseguiria fazer após esse “vento”, além de, seres que já tinham poderes absorverem mais ainda. Um show de luzes ofuscantes que deixava os seres vivos confusos sobre o que estaria acontecendo e no céu do Reino uma aurora brilhara maravilhosamente. Kendoran observava espantosamente de longe, Estela e Jack Devil admiravam a paisagem com modéstia simpatia, Morgana sentiria inveja pelas luzes serem puramente mais cintilantes que suas tempestades de neve e a maior parte dos outros seres simplesmente se perdiam contemplando a vista. Talvez Athenas não tivesse total noção do que acabara de fazer (como Senshi fez outrora), numa intenção digna do paraíso, poderia ter sido ingênua demais ao realizar esse evento conhecido no futuro como a Explosão dos Três Domínios Naturais (nome exótico por não ter sido naturalmente o universo a expandir esses poderes e sim uma heroica que praticamente tinha o controle do mundo).
                Cientistas do futuro deram tal nome ao segundo milagre de Athenas por destacarem três microrganismos mais absorvidos pelas espécies: Samurai-X (S-X), Samurai-UP (S-UP) e Samurai-Power (S-P). Formavam os 3-S ou também conhecidos como os Três Domínios Naturais, os mesmos notados por Kaiso Senshi no passado, que são microrganismos que se misturam às células e cada uma trabalha determinada diversidade do corpo de alguém:

O Samurai-X é responsável por trabalhar a expansão de poder e acumulação de energia de um ser vivo, dando a este uma diversidade de poderes e habilidades magníficas. Muitos seres possuem este microrganismo, fator que explica porque tantos tem poderes.

O Samurai-UP é responsável por trabalhar a expansão de força e resistência de um ser vivo, dando a este um suporte para acumular poderes que pesam mais para o equilíbrio, e obviamente, uma expansão tempestuosa que mesmo não treinada ao total conhecimento, já torna o ser capaz de destruir planetas com um único soco ou chute. Nem todos possuem este microrganismo, é mais encontrado em seres como os Guardiões ou outros que usam mais a luta física como estratégia de batalha.

O Samurai-Power é responsável por trabalhar o equilíbrio de qualquer desenvolvedor de habilidades como o Mantra, o S-X, o S-UP, ou a que futuramente seria descoberta, Fúria Negra, ou outros não descobertos ainda. Numa escala, este é o S mais importante pois sem ele, ou sem o ser ter obtido a absoluta sabedoria de um S, não adianta expandir tanto a capacidade de uma habilidade e não conseguir ter controle sobre ela. Isso explica o porquê de Athenas ser tão poderosa, pois mesmo sem saber, enquanto trabalhava seu poder, obtivera o conhecimento oculto dos 3-S à qual desenvolveu com o tempo inconscientemente.

                Athenas, Kindoran e outros cientistas descobriram todo esse estudo poucos dias depois da explosão. A rainha e seu cunhado fundariam futuramente a Biblioteca do Universo onde seriam encontrados em forma de livros, todos os mistérios e descobertas sobre o mundo, guardada e protegida pelas mãos de Kindoran em sua casa longe de tudo e todos. Kendoran era muito grato pela mulher que tinha, entretanto, compreendendo que Athenas sempre superava os limites do conhecimento da vida, começara a se incomodar com toda essa glória de sua mulher.
                Passado algum tempo a rainha entenderia a ingenuidade de compartilhar poderes para uma enorme parte dos seres viventes no universo com a intenção de que cada ser pudesse se proteger e prosperar com uma coisa especial dentro de si, um poder próprio. Obviamente nem todos usariam os poderes para o bem, sendo assim, os tempos de paz estavam prestes a acabar no Reino e muito provavelmente em todo a região outra vez.


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Notas finais do capítulo

O quão generosa pode ser uma ação? Saberás quando desencadear a mais irascível assombração de todas a partir de sua ingenuidade.



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