Espirais escrita por neko chan


Capítulo 17
17° ciclo da espiral




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Já faz bastante tempo que saímos da área onde tínhamos o mínimo de sinal para o radio, mas Brook continuava a cantarolar aquela musica todos os dias, ela era uma garota inteligente, sempre podia aprender qualquer coisa facilmente mesmo apenas vendo, ouvindo ou sendo ensinada apenas uma vez, me pergunto como ela seria se tivesse nascido em uma época normal.

Brook se tornou um pouco mais carinhosa nos últimos dias, sua época especial estava acabando, então imaginei que fosse algum efeito dos hormônios do corpo dela ou algo assim, mas eu não odiava essa versão dela, uma versão que sorria, me fazia companhia constante e me ajudava nas minhas obrigações mesmo quando não era sua vez de lavar as roupas, dirigir ou procurar alguma ferramenta para concertar o veiculo.

— E...... pronto! - ela diz colocando os palitos para o lado e erguendo o cachecol vermelho recém finalizado

— 2 dias, bom trabalho. - bagunço seu cabelo sem tirar uma das mãos do volante

— Precisavamos de alguma coisa para nos aquecer, os dias tem ficado muito frios, logo logo será outono

— Então acho que passar naquele asilo na ultima cidade foi uma boa ideia

— Pessoas idosas realmente gostam dessas coisas, tinha tanta lã que parecia uma cama. - diz começando a enrolar o grande cachecol no meu pescoço

— E você? Não vai ficar com frio?

— Começarei o meu agora. - ela se vira e fica de joelhos no banco colocando metade de seu corpo pra dento da janela para pegar mais lã - Acho que farei azul para o meu. - volta a se sentar e dá um leve espirro

— Tem certeza que vai ficar bem?

— Sem problema, eu estou ótima

Toco seu pescoço, ele estava um pouco frio e suas mãos tremiam um pouco, por um segundo me perguntei se deveria reprimi-la e chama-la de idiota por tentar ignorar algo assim, mas apenas desenrolei um pouco do cachecol em mim e enrolei no pescoço dela, gentilmente retiro a lã e os palitinhos de suas mãos e as aconchego com uma das minhas em seu colo, suas pequenas mãos geladas quase faziam cocegas em minha palma.

— Você pode terminar quando pararmos em algum lugar para ficar. - digo

— Já está ficando escuro, acha que vamos achar algum lugar seguro a tempo? - mexe nervosamente seus dedos debaixo da minha mão

— Se não acharmos, eu posso ficar de guarda

— Você precisa dormir também

— Vai ficar tudo bem, eu posso passa um dia sem dormir

— Não precisa cuidar tanto de mim, e se alguma coisa acontecer com você?

— E se alguma coisa acontecesse com VOCÊ? Você ainda não está bem, nos preocupamos com isso quando você estiver se sentindo melhor

— Está me tratando como se eu fosse uma mulher gravida. - ela ri

Brook realmente passou a se interessar por maternidade depois da ultima cidade em que visitamos, um cidade pequena próxima aquele campo de refugiados, havia uma escola pequena, hospital, um asilo. No hospital ela acabou achando um berçário, pegou um dos livros para mães de primeira viagem, dei o meu melhor para conseguir ler, felizmente eram palavras fáceis, aprendi a maioria delas com as tutoras gentis que cuidaram das cobaias como eu no laboratório quando eu ainda era uma "criança", de toda forma, agora ela parecia especialmente interessada na ideia de criar uma vida, apenas não tive coragem de contar para ela como bebes são feitos e nem que ela precisaria de um homem para isso, resolvi não atrapalhar a felicidade dela por hora.

 

— Aqui. - ela me entrega duas barras para comer

— As noites estão realmente ficando mais frias. - digo as pegando e dando uma mordida em uma - Talvez devêssemos procurar uma casa aquecida por um tempo

— Procurar por mais comida seria muito útil também. - suspira - Encontramos tão pouco nesse mês, temo que ficaremos sem nada até o outono chegar

— Tem razão....... então vamos começar a procurar outras alternativas de comida

— Como o que?

— Vejamos........ que tal raízes de arvore?

— Raízes de arvores mortas? Passo

— Tecido?

— Você está sequer se escutando?

— Podemos comer a carne dos monstros

— Deve ser mais toxica que o próprio veneno

— Então que tal...... - como o ultimo pedaço da barra e limpo minhas mãos na calça - Podemos comer uma a outra. - pulo encima dela fazendo cocegas em sua barriga, ela se joga para trás deitando no chão e rindo descontroladamente - Eu poderia comer os seus dedos, você tem 10 mesmo. - digo segurando uma de suas mãos e impedindo de tentar se cobrir para eu parar com as cocegas

— Você vai me matar! - diz com dificuldade chorando de rir

— Depois de comer seus dedos eu poderia comer as suas pernas, você tem duas mesmo. - seguro sua outra mão encima de sua cabeça assim como a primeira, ela tentava recuperar o folego agora que as cocegas haviam cessado - E depois das pernas, talvez seus braços, ou... - abaixo um pouco meu corpo para perto do dela - Talvez seu pescoço.... - me aproximara o suficiente para saber que ela sentia minha respiração em sue pescoço - Ou até mesmo suas orelhas... - dou um pequeno sorriso para ela que ria baixinho com a brincadeira - Ou, quem sabe...... sua boca...

Meu corpo parou por um segundo, eu tinha certeza disso, me senti como outra pessoa por um segundo. Encarei seus olhos, reparei sua respiração agitada e seus lábios entreabertos, reparei em seu cheiro e em como ele fazia meu corpo se arrepiar, talvez eu me arrependesse em poucos segundos se eu fizesse o que eu queria fazer ali, mas tão rápido quanto esse pensamento veio o que me dizia que eu poderia não ter outra oportunidade, nessa fração de segundo onde parecia que toda a realidade daquele momento havia sido completamente congelada, eu entendi o que queriam dizer com "agir por impulso" e "pensar com instinto", não achei que havia tanta humanidade em mim até aquele momento, não achei que eu era tão real, e nem ao menos que eu agiria tão parecido com os outros da minha espécie, talvez eu tenha vivido como uma criatura artificial por acreditar ser artificial, um sentimento de atração tão comum entre todas as espécies foi a causa do segundo mais longo da minha vida, eu a queria, levei muito tempo para perceber, mas eu a queria tanto, o primitivo pensamento de possui-la me extasiava, eu inclinei a cabeça para baixo, apenas percebi o que estava fazendo quando senti seus lábios tocarem os meus, uma sensação tão boa quanto da primeira vez, mas algo diferente preenchia meus pensamentos, eu parei de pensar no que aconteceria se tivéssemos nascido em uma época normal e pensei no quão sortuda eu era por termos sido criadas no mesmo laboratório.

5 segundos, foi o tempo que levou para o meu cérebro reativar de seu extasse e me perguntar "o que diabos eu estou fazendo?", me permitindo finalmente me afastar e acabar batendo minha cabeça em uma das caixas empilhadas, fazendo o livro de couro cair ao nosso lado.

— E-esqueci que eu tinha que buscar lenha para a fogueira. - digo me levantando e puxando o livro comigo, calcei os sapatos com pressa pronta para correr para fora e respirar um pouco daquele ar gelado

— N-não é perigoso ir lá fora tão tarde? - pergunta com um pouco de nervosismo na voz

— Não vou demorar. - respondo rápido sem olhar para trás e fechando a porta rapidamente

Corro um pouco para longe do veiculo e pareci quando tive certeza que ela não estava me seguindo. Suspiro profundamente me encostando em uma arvore ali perto.

— O que tem de errado comigo? - escondo a cabeça entre os joelhos, meus dedos roçam o velho livro com a capa de couro - Você poderia me dar algumas respostas, não é? Mas resolveram todos fazer um grande mistério sobre isso, como se eu já não tivesse problemas o bastante

Eu jogo o livro com força no chão e ele se abre em uma pagina aleatória,  a encaro por um momento até perceber que aquela escrita não parecia tão complicada de se ler, o puxo para perto e tento enxergar as palavras na escuridão da florestas.

"Depois da morte das meninas, as pesquisas começaram a se intensificar, Lana começou a ficar bastante tempo em casa cuidando de sua filha, as amigas lobisomens da Emma e da Meren começaram a cuidar da casa e morar conosco junto com seus filhotes, era o lugar mais seguro, mas depois de algum tempo, as criaturas pararam de serem confinadas apenas naquela floresta maldita, as cidades não eram seguras, nem aldeias, sem ninhos, nem florestas, nem templos, o futuro não parece ter tanta esperança a partir daqui", a pagina acaba, apenas consigo ver as datas, a próxima anotação foi feita 1 mês depois da que eu li, mas essa parecia bem mais complicada de entender, algo sobre uma solução, uma mestre dragão e o futuro. Fecho o livro e decido voltar para o veiculo, ao menos eu poderia mudar de assunto contando para ela o que eu li, junto um pouco de madeira que encontrei por ali e caminhei de volta.

— Desculpa por sair assim, mas achei uma coisa que pode te deixar anima.... - começo a falar enquanto abro a porta e paro ao ver que estava tudo escuro, apenas uma pequena luz vinda da janelinha, Brook estava parada na frente da porta, não consegui notar de primeira, mas elas usava uma camisola de dormir incrivelmente curta e transparente, eu podia facilmente ver suas roupas de baixo por ela - B-bem...... - tento falar alguma coisa para quebrar o silencio - Isso é inesperado...

— Achei que iria gostar.... - fala timidamente olhando para o lado com a cabeça levemente abaixada

— Onde você encontrou isso?

— Você me pediu para procurar alguma coisa em uma das casas na ultima cidade enquanto você via a escola,..... encontrei uma casa onde vivia um casal com o filho e achei isso...

— E por que você resolveu que seria uma boa ideia trazer isso com você?

— Eu vi em uma revista que algumas pessoas gostavam disso

"Ela estava lendo pornografia enquanto eu procurava por mantimentos", penso deixando a madeira e o livro caírem enquanto eu cobri meu rosto com as mãos e suspirava, eu sentia que a situação poderia ser cômica se não fosse tão trágica.

— E por que resolveu usar?

Ela não respondeu, talvez por nervosismo, mas achei que ela não precisasse de qualquer forma, ela apenas se aproximou lentamente e me abraçou.

— Não vá embora de novo. - fala sem olhar para mim, apenas me abraçando

— Não vou. - passo meus braços por suas costas

— Hoje é o ultimo dia

— Ultimo dia?

— Amanhã eu provavelmente vou para com meus problemas de hormônios e ficarei bem, eu vou fazer minhas tarefas, dirigir e ficar de guarda à noite, então..... apenas hoje.....

Ela parecia falar em um tom serio demais pra ser algum tipo de brincadeira, mas ainda não conseguia acreditar.

— Você não pode fazer isso com qualquer um só porque está naquela época do ano. - me afasto um pouco

— Não vou fazer isso com qualquer um. - levanta a cabeça pra me olhar - Vou fazer isso com alguém especial. - sorri - Por favor, se quiser, podemos nunca mais falar sobre isso depois de hoje, eu nunca mais pedirei algo assim, essa noite vai ser como se nunca tivesse existido

— Você nunca vai desistir, não é mesmo? - rio um pouco - Tudo bem

Ela nervosamente se deita na cama, como se fosse uma mesa de cirurgia, eu ri um pouco de como sua atitude havia mudado, mesmo que tentasse atuar como uma leoa, no fim, ela ainda se parecia com uma gatinha. Me deito de frente para ela.

— Vamos com calma, ok? Eu também não sei o que estou fazendo

Ela se senta de frente para mim e eu faço o mesmo, Brook me beija, parecia esta tentando se acalmar a todo custo, eu a abraço, podem ter sido alguns segundos, ou minutos, queria ficar pressa nesse beijo para sempre. Suas costas estavam quentes quando eu as tocava, comecei a tirar lentamente a camisola, seu corpo estava quase completamente exposto e sua pele era tão macia, não pude conter a vontade de retirar seu sutiã também.

A deito na cama, fico ao seu lado sentindo seu gosto e o toque suave de seus seios encostando em mim, parecia confuso entre duas garotas, eu nem mesmo sabia o que devia fazer, talvez com as mãos? Desço um pouco uma das mãos para dentro de sua calcinha e começo a toca-la, recebendo uma reação imediata dela, Brook geme parando de me beijar, respirava forte pela boca e suas mãos, que antes acariciavam gentilmente minhas costas, agora arranhavam meus ombros.

— Desculpa, eu te machuquei? - paro de fazer o que estava fazendo

— Não, eu estou bem

— Eu deveria fazer outra coisa?

— Não, eu acho que estava certo

— Você quer que eu continue? - ela assente com a cabeça fazendo uma expressão envergonhada

Eu continuo, com um pouco mais de calma, sua cauda balançada constantemente de uma forma adorável, seus quadris de moviam nos meus dedos e ela me segurava com força, fez ou outra mordendo meu pescoço devagar, os impulsos parecem ficar mais fortes com o estimulo sexual, perto de seu ápice, ela simplesmente ignorou toda a vergonha que teve no começo e se colocou por cima de mim, meus dedos ainda a tocando enquanto ela movia seus quadris para cima e para baixo e puxava com força minha camiseta, admito que não pude me conter em olhar para o corpo dela enquanto ela fazia aqueles movimentos sentada encima dos meus quadris. Quando ela terminou, parecia completamente exausta, apenas se jogou para o lado e se aconchegou em mim como um adorável filhote.

— Vamos fazer de novo uma próxima vez. - sussurro sorrindo quando tive certeza que ela já havia pego no sono


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