Espirais escrita por neko chan


Capítulo 11
11° ciclo da espiral




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/756683/chapter/11

— Audrey... - ela balança gentilmente meu ombro enquanto eu ainda estou no estado meio dormindo e meio acordada - Nós dormimos demais, já está escuro lá fora

— É?.... - me sento na cama sem conseguir enxergar nada direito, estava realmente bem escuro, não conseguíamos dizer exatamente que horas eram, o relógio havia ficado no veículo - Deveríamos voltar a procurar?

Ela balança a cabeça afirmativamente e nos arrastamos para fora da cama completamente desmotivadas, quase não podia ver a um palmo de distância de mim, Brook se agarra em meu braço tentando evitar que ambas tropeçássemos em alguma coisa, o lugar parecia estranhamente mais bagunçado do que antes de irmos dormir, não me lembro te dermos feito toda aquela bagunça, mas por culpa daquele breu e dos meus olhos cansados, apenas ignorei achando que poderia ser impressão minha.

— O tapete da entrada... - Brook fala me fazendo forçar a visão para o chão um pouco mais a diante, o tapete estava jogado encima do sofá e uma um círculo cortado na madeira estava em seu lugar

— Talvez seja nosso dia de sorte

— Não acha que isso é estranho demais, não sei....... a casa inteira não pode ter se bagunçado sozinha, talvez alguém tenha entrado

— Ou alguma coisa. - percebo o pequeno calafrio percorrendo seu corpo

— Eu não quero mais ter que lutar com aquelas coisas

— Também preferiria estar longe deles, mas, aparentemente, esse é o único caminho que temos

Caminhamos cautelosamente até o círculo feito na madeira, não parecia que ele sairia apenas sendo levantando, então talvez alguma alavanca ou botão fosse a resposta.

— Você viu alguma alavanca ou botão enquanto procurávamos de manhã? - pergunto

— Acho que em algum lugar no quarto ao lado do que estávamos dormindo, aquele com as ferramentas pra todo lado

Andar e procurar coisas naquela escuridão era bem mais difícil do que passar o dia todo procurando na casa de cima a baixo, o quarto parecia estar exatamente do jeito que o deixamos, uma pequena caixa cinza escuro com um botão vermelho estava guardado solitariamente dentro de uma das gavetas, junto com um pequeno bilhete dobrado embaixo dela. “Apenas para família”, era tudo que dizia no bilhete, uma frase simples e fácil de ler, não consegui entender o que queriam dizer com isso, de toda forma, apenas pegamos a caixinha e descemos novamente as escadas.

— Espero que esse seja o botão certo, se tivemos que procurar por mais alguma coisa nesse escuro, nós voltamos para o veículo e tentamos novamente amanhã. - reclamo apertando o botão, o pequeno “click” saído dele foi seguido por um alto barulho de engrenagens se movendo e a plataforma do chão em forma de círculo começando a se mover, Brook foi mais rápida do que eu e agarrou meu braço me puxando para onde a plataforma descia antes que tivéssemos que dar um pulo muito alto e perigoso.

Continuamos descendo por algum tempo, já não conseguia mais ver nada a cima de nossas cabeças, me perguntei o quão grande aquela caminho poderia ser, até que finalmente chegamos ao chão, o local era claro, era um corredor com varias luzes que se estendia  branco e vazio, talvez 100 metros de distância entre o final da plataforma até a porta grande no final do corredor, onde parecia haver uma porta “invisível”, como se ela fosse feita de scanners, e muito provavelmente era isso que eles eram.

— O que acha que acontece se tentarmos passar e não conseguirmos? - ela me pergunta

— Não sei se quero descobrir

Fomos interrompidas por um alto barulho de algo pesado batendo em algo de metal, o som veio do fim do corredor, me senti nervosa por um segundo, se fosse algum monstro eu não estava nas melhores condições de lutar e Brook poderia entrar em pânico novamente, aquele lugar era um beco sem saída para nós caso o pior acontecesse e, infelizmente, esse era o caso. Uma silhueta alta e cinzenta se aproximava trazendo consigo um terrível cheiro de carne podre , alguns metros de distância dele eram suficiente para que eu pudesse observar sua aparência, era exatamente como um cadáver caindo ao pedaços, mas seu corpo era coberto uma uma gosma transparente que eu não tinha ideia do que poderia ser.

— Brook... - eu a olho e seguro em sua mão, sua expressão parecia um misto de ódio e medo - Está tudo bem, vai ficar tudo bem, podemos tentar correr o máximo que pudermos

— Não... - ela cerra os punhos - Deixe comigo

Brook se solta da minha mão e, antes que eu pudesse dizer alguma coisa para fazê-la ficar ali comigo, ela corre rapidamente em direção à criatura. O monstro era rápido e lançava golpes em sequência tentando acertá-la, mas Brook era pequena e conseguia desviar tão rápido quanto ele atacava, por um segundo notei pelos começando a crescer nela, junto com suas mãos, que pareceram virar grandes e redondas patas roxas, e sua mandíbula, usou isso a seu favor e atacando a criatura com arranhões que abriam sua carne e pancadas fortes o suficiente para que eu escutasse os ossos dele se quebrando. Ela parecia completamente impressionante naquele momento, agarrou o monstro com as duas patas e o arremessou diretamente pra os scanners da porta, uma descarga elétrica foi lançada contra ele, que se tremeu e contorceu por alguns segundos até cair morto no chão.

— Brook! - vou até ela o mais rápido que consigo sem comprometer meu machucado - Você four simplesmente incrível! - digo eufórica

— Eu.... eu não.... - ela parecia assustada

— O que houve?

— Eu sou um monstro também? - pergunta ainda assustada

— O que? Claro que não

— Então por que todos sempre tinham medo de mim quando eu me transformava? - ela aperta meus braços com suas patas causando uma leve dor nos mesmos - Ah, me desculpe... - se afasta 

— Eu não acho que você é um monstro, nem assustadora

— Você está mentindo

— Falo sério, eu gostei, você está linda. - me aproximo e faço carinho atrás de suas orelhas 

— Linda? Sou um lobo incompleto, não sei me transformar inteiramente, apenas essa metade

— Continua fofo. - sorrio

Brook me abraça, ela estava tremendo, senti a necessidade de estar ali cuidando dela naquele momento, de alguma forma, vê-la daquele jeito me causava uma grande dor no peito, apenas não podia dizer com certeza se era algum sentimento que desconhecia ou algum efeito ruim do machucado em mim.

— Vamos para a porta. - ela diz por fim

— Aquela que pode nos eletrocutar até a morte? Podemos voltar pro veículo

— Não vamos ser eletrocutadas

— Como sabe?

— Eu não sei

— E espera que eu arrisque minha vida por apenas isso?

— Eu estaria arriscando a minha também

Ela me encara intensamente por alguns segundos e consegue me convencer de que ela tinha alguma razão. Paramos em frente à porta, os pequenos lasers esperando que passássemos, Brook segura minha mão ainda olhando para frente enquanto eu suava frio, demos o passo para frente juntas e, para minha surpresa, conseguimos passar sem nenhum tipo de problema.

”Bem vindas, garotas, ainda bem que chegaram sãs e salvas até aqui”, diz a mesma voz que escutamos no templo assim que entramos completamente no grande laboratório subterrâneo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Espirais" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.