Espirais escrita por neko chan


Capítulo 1
1° ciclo da espiral




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Abrir os olhos repentinamente e avistar o teto branco do laboratório, um ritual comum que presenciava desde o dia em que tinha sido trazida para cá, sem sono a sentir, sem preguiça me impedindo de levantar rapidamente, nada em minha mente, apenas desço da maca onde tinha dormido, o laboratório estava vazio como a 3 dias atrás, quando todos os membros dele foram mortos por um garoto deformado de rosto redondo e dentes afiados que andava por ai como um animal, todos foram comidos por ele e seu bando, infelizmente o local estava sem proteção no dia em questão, as únicas restantes que conseguem matar eficiente mesmo as criaturas somos eu, Audrey, e Brook.

Nós duas fomos feitas para matarmos as criaturas que dominaram Taminy, várias pessoas tentaram encontrar uma solução para acabar de vez com eles, mas o máximo de avanço que puderam fazer foi modificar geneticamente pessoas como nós e nos usar como armas, mas muitos acabaram não sendo compatíveis com o experimento, em cada laboratório, cerca de 8 ou 9 crianças morriam e apenas uma ou duas acabavam sendo efetivamente fortes em luta.

— Quando vamos embora daqui? - Brook me pergunta entrando pela porta do laboratório e me vendo de pé apenas encarando a parede - O que está fazendo?

— Apenas tendo um monólogo interno

— Não deveríamos ir embora? A comida logo acabará, temos que encontrar um abrigo melhor, esse lugar está caindo aos pedaços depois da ultima invasão

— Pegue o que for necessário, vamos levar um dos veículos conosco

— Entendido. - ela sai

Brook e eu éramos um tanto quanto parecidas, mas ela foi modificada de um lobisomen e eu de humano, ela tinha cabelos em tom de roxo escuro e o meu era preto, os pelos escuros nos ajudavam a nos locomovermos melhor na escuridão da densa nevoa que se espalhava constantemente do lado de fora, ela era apenas 20 centímetros a menos que eu, ambos os nossos olhos eram de cor cinzenta. A garota me encontra na garagem carregando consigo uma caixa mediana de papelão enquanto eu a esperava no único veículo cujas chaves eu havia encontrado, ele não era muito grande, suas rodas eram como rodas de tanque, o que ajudava melhor a andar lá por fora, era um pouco maior do que nós e tinha a parte de trás coberta onde podíamos dormir, ajeitamos a caixa que ela segurava e as outras que ela separou e colocamos tudo na parte de trás junto com o grande colchão velho que havia sido abandonado ali dentro.

Eu dirigi por um tempo meio sem rumo, não tínhamos realmente um lugar para ir ou uma missão para cumprir, então apenas encarei aquilo como um pequeno passei caso não encontrássemos um lugar mais conveniente para ficarmos.

— Audrey. - ela abre a pequena janela, que ficava apontada para a parte não coberta onde ficava o motorista, e coloca sua cabeça para fora me fazendo virar para olha-la - Tem uma construção não destruída ali a frente

— Quer parar para olhar?

— Não temos nada melhor para fazer mesmo

Estaciono perto da entrada, era uma construção alta e arredondada de madeira com uma cúpula de vidro no topo, por dentro havia uma grande salão arredondado com prateleiras cheias de livros cobrindo cada extensão possível, em um dos lados havia uma escada que levava para os outros andares, completamente iguais ao primeiro, não havia um teto além da cúpula de vidro, apenas sacadas com uma "cerca" que nos impediria de cair dos outros andares.

— Uma biblioteca. - Brook fala para si mesma caminhando para uma das prateleiras e analisando os livros - Veja, tem de todos os tipos aqui, até mesmo livros de humanos. - ela parece impressionada

— Me pergunto a quem pertencia tudo isso

— Não era uma biblioteca publica normal?

— Não tem um balcão de recepção e nem nada do tipo, além de ter livros humanos, provavelmente era uma biblioteca particular

— Você consegue ler? - ela se aproxima de mim me entregando um livro

— Um pouco

— Talvez ele seja útil

— Por que acha isso?

— Porque ele parece diferente dos outros, estava encima da mesa perto da poltrona, alguém estava lendo. - aponta para uma das poltronas que ficavam na área central da biblioteca

Abro o livro e encaro aquele aglomerado de palavras estranhas escritas à mão.

— Acho que não consigo ler isso, não somos muito treinadas para ler

— Ok. - ela pega o livro e a segura com ela

— O que faremos quanto a esse lugar? Vamos ficar aqui ou continuar?

— Podemos voltar algumas vezes, mas por enquanto eu queria aproveitar pra ver melhor o lado de fora

— Não sobrou muito o que se ver

— Mas talvez tenha sobrado o suficiente

A encaro confusa e ela sorri, essa era literalmente a primeira vez que a via fazer isso, sabia que era um sorriso pelo que havia ouvido falar e visto na expressão dos cientistas do laboratório, era uma coisa tão natural para eles, mas apenas de pensar sobre todas as razões que ficam por trás da forma em que mudamos nossos rostos eu poderia passar a noite acordada. Tento mover minha boca para os lado tentando imitar o sorriso.

— Aqui. - ela segura minhas bochechas com suas mãos e as puxa para lados opostos e depois para cima - Acho que é algo assim - ela me solta

— Obrigada. - puxo os lábios para os lados e ela usa suas mãos para empurra-los calmamente para cima

Fomos para fora, a nevoa continuava forte, o dia continuava frio e o mundo continuava em silêncio, apenas conseguia escutar o barulho que o veículo fazia quando o liguei e comecei a dirigir.

— Acho que encontrei uma palavra no livro que consigo ler. - ela abre a janela se colocando para fora novamente e me fazendo me virar para ela

— Qual? - ela colocar sua mão com o livro para fora e com a outra aponta em uma das linhas de uma pagina aleatória dele

— "Dor"


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