Parker escrita por Fofura


Capítulo 9
Mudança? Vish!


Notas iniciais do capítulo

Meus ursinhoooos! Voltei, com a graça do senhor, voltei! Glória, glória. E de cara nova hehe ♥
Eu estava tão na bad nesses dois meses que fiquei sem atualizar, um bloqueio terrível, um desânimo… olha, foi difícil. Mas quero agradecer a quem ainda está aqui e aos comentários que deixaram nesse tempo sem atualização. Muito obrigada ♥
Vamos para mais uma passagem de tempo?



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Um tempo se passou, Rayle e Renê viveram seu relacionamento às mil maravilhas, se divertiram juntos e nunca brigaram, exceto algumas vezes em que Renê bebia demais e ficava um tanto descontrolado, mas nada muito grave. Já fazia umas duas semanas que o Chef havia viajado para o México para ficar com a mãe e organizar as coisas para finalmente montar seu próprio restaurante. Renê estava animado e recebia todo o apoio de Parker nesse momento tão importante pra ele.

Já em relação a sua amizade a distância, ela e Sara mantiveram contato durante um ano e quatro meses desde da ultima vez que se viram. Se falavam sempre que a morena tinha tempo e dividiam acontecimentos uma com a outra. Até um “belo” dia de quarta-feira quando a fotógrafa recebeu uma ligação da mãe de Renê avisando que ele havia sofrido um acidente e estava internado. Rayle entrou em desespero, arrumou só o que era necessário e agendou o primeiro vôo para o México.

Ao passar pela portaria às pressas, falou com Larry, amigo dela e de Sara.

— Larry, se a Sara ligar procurando por mim, apenas diga que eu estou bem, e que ela não precisa se preocupar comigo, tá? Eu não estou conseguindo falar com ela.

— Tudo bem, Ray, pode deixar.

— Você poderia embalar o resto das minhas coisas? Alguém poderá vir buscar depois.

— Claro, sem problemas.

— Obrigada!- deu um beijo no rosto dele bem depressa e foi embora. Largou apartamento, trabalho, tudo pra ir atrás dele no México.

Mesmo a mãe de Renê não gostando muito dela, foi buscá-la no aeroporto, pois havia prometido para seu filho que seria gentil com a moça mesmo a contragosto.

Carmen era uma mulher da alta, sempre quis que seu único filho se casasse com alguém do mesmo nível que o dele, mas Renê foi para São Francisco e conheceu Parker, uma jovem que para ela não era adequada para o Chef tão renomado.

Rayle não se importava com o que a sogra achava dela, mas no fundo aquilo magoava. Tinha orgulho da família onde cresceu, seus pais eram honestos, simples e de bom coração, assim como ela. Rayle não tinha vergonha de dizer que nasceu pobre e que lutava diariamente pra se sustentar sozinha. Ela nunca sequer pediu um centavo a Renê mesmo que ele quisesse lhe dar.

— Olá senhora Espinoza.

— Me chame de Carmen, por favor. Eu vou levá-la até o hospital para ver o Renê. Vamos.

Carmen não quis muito papo com ela e Rayle super entendeu o porquê. Não disse nada a respeito, pois respeitava a opinião dela, só não achava justo. O caminho foi todo na mais completa mudez, Rayle quase não aguentou porque era muito incômodo aquele silêncio todo e ela gostava de falar.

Ao chegarem, informaram-se na recepção e seguiram para o quarto onde Renê estava. Ele não dormia no momento e sorriu ao ver a fotógrafa.

— Rayle…

Ela sorriu e foi até ele.

— Oi amor. Como você está?

— Melhor.- segurou a mão dela. — É bom ver você.

Rayle sorriu e deu um beijo na testa dele. Ele sussurrou em seguida para Carmen não ouvir.

— Minha mãe te tratou bem?

Rayle deu um sorriso fraco antes de responder.

— Não tenho do que reclamar.

O Chef suspirou decepcionado.

— Eu sinto muito, ela…- Rayle o interrompeu.

— Está tudo bem.- sorriu. — Não se preocupe.

— Você é um anjo.- Renê tocou o rosto dela e sorriu. Admirava a forma como ela lidava com as pessoas e as situações que surgiam. Havia escolhido certo.

Rayle sorriu de forma doce com o que ouviu. Teve que confessar algo num sussurro para a sogra não ouvir:

— Confesso que quase gritei naquele carro por causa do silêncio dela, sabe como eu sou tagarela.

Renê riu.

— Mas era capaz que se eu ficasse falando, ela me detestasse ainda mais.

— Não diga isso, eu aposto que seria ao contrário.

— Certo, mas acho melhor prevenir né.

Ambos sorriram.

Mas o que diabos aconteceu com Renê mesmo?

Era um dia comum, o Chef estava voltando pra casa depois de uma de suas reuniões com os sócios também Chefs e, um carro em alta velocidade bateu no seu. Renê perdeu a consciência no mesmo instante e teve várias fraturas nas costas.

Quando teve alta, Rayle e sua mãe cuidaram dele em casa e em poucas semanas ele estava bem de novo. Nesse meio tempo, Renê mandou alguém ir buscar as coisas de Rayle em São Francisco já que ela ficaria ali cuidando dele e o mesmo montaria seu restaurante lá, então, mesmo sem planejar, Parker acabou se mudando para o México e passou a morar com Renê e a sogra.

A convivência não era nada fácil pra ela, Carmen sempre dava palpite no que ela fazia e como fazia, a cada dez palavras que saiam da boca dela, nove eram críticas, e nenhuma delas quando Renê estava por perto, era sempre quando estavam sozinhas. Parker até chorava às vezes por não conseguir ter um relacionamento saudável com a mãe de seu namorado, por muitas vezes também sentiu raiva, mas não queria ir se queixar com ele e ficar falando do quanto a mãe dele a tratava mal, não achava certo e talvez aquilo só piorasse as coisas.

Às vezes tudo o que ela queria era conversar com sua amiga, mas desde que se mudou perdeu contato com Sara. Parece que a morena havia mudado de número ao mesmo tempo que ela, tudo o que sabia era que ela havia se mudado para Las Vegas e podia estar vivendo feliz da vida com Grissom, a última coisa que queria era atrapalhá-la com seus problemas.

Já que estava sem emprego, pediu a ajuda de Renê para divulgar seu trabalho para os amigos dele e passou um tempo fazendo uns bicos. Um ensaio aqui, outro ali, baratinho, de ótima qualidade e sempre recebia muitos sorrisos e elogios, aquilo era o céu pra ela e a cada dia ia se aperfeiçoando naquilo que amava fazer. E quando Renê conseguiu inaugurar seu restaurante algumas semanas depois do acidente, ele a colocou como gerente e ela passou a receber muito bem.

~  ☺  ~

— E aí? Fez a inscrição?- perguntou o moreno ao adentrar no quarto deles.

— Fiz sim!- respondeu feliz da vida. — Ai, eu estou tão animada pra começar!

Parker era a rainha das economias e com elas conseguiu o dinheiro para finalmente entrar na faculdade, era disso que estavam falando.

— Seu espanhol está ótimo, você já tem muita noção de fotografia, vai se formar com louvor.

— Santa batata frita!- gritou pulando na cama. — Estou até com vontade de me jogar na lama.

Renê franziu o cenho.

— Ué! E por que?

— Porque eu estou feliz.- continuou pulando.

— Mas por que lama?

— Ah, sei lá, Renê.

Ele levou a mão até a testa e Rayle deu risada.

— Vamos sair pra comemorar?

— Adoraria!- riu da animação dela. — Pra onde vamos?

— Vamos ao parque de diversões?

— Ao parque?

— É.- ela pulou da cama pro chão e foi até ele. — Por favoooor! Quero me acabar nos doces!

— Princesa, se fizer isso, vai passar mal.

— Ficaria surpreso.- riu e o puxou pela mão.

O parque não era tão longe então não demoraram muito pra chegar. Rayle insistiu que fossem a pé por estar muito ansiosa e contente.

Ao chegarem na entrada, os olhos dela brilharam. Parker adorava um parque e sempre sentia como se fosse criança de novo quando entrava em um.

Estava tão empolgada andando de costas e falando de seus brinquedos favoritos para Renê, que nem viu um homem vindo em sua direção segurando uma caixa de brinquedos que tapava sua visão.

— Rayle, cuidado!- Renê gritou, mas fez uma careta na mesma hora ao ver que foi tarde demais.

— Ai!- ambos que caíram disseram.

Rayle mais gritou pelo carrinho que bateu em sua cabeça do que a queda em si.

— Puta merda!- ela exclamou por conta da dor. Quando se deu conta de que atropelou alguém, Rayle imediatamente esqueceu da dor e levantou pra ajudar. — Ai meu Deus, eu sinto muito, senhor, me desculpe.

— Eu não sou tão velho pra me chamar de senhor.- ele comentou enquanto ela o ajudava a levantar. — E por que não olha por onde anda, moça?

— Eu sinto muito mesmo, eu sou uma desastrada.

— Não tem problema.

— Quebrou alguma coisa?

— O que?

— Não do corpo, eu digo… da caixa, se quebrou algo da caixa.

Renê quis rir, mas se conteve e foi ajudá-los a pegar tudo do chão. A sorte é que não havia nenhuma criança por perto na hora, era certeza que correriam pra pegar.

Rayle não teve que pagar nenhum prejuízo para seu alívio, só não estava tão aliviada pois agora havia um calo em sua cabeça e era uma dor bem aguda.

— Droga, eu preciso de uma bolsa de gelo.

— Não vai encontrar isso aqui. Quer ir pra casa?

— Não, eu quero ir nos brinquedos. Eu compro um refrigerante e está tudo certo.

— E o que tem a ver o refrigerante?

— Uma lata de refrigerante bem gelada substitui bem uma bolsa de gelo. Tu não manja dos improvisos, né?

Ele riu balançando a cabeça e deu um beijo no rosto dela.

— Estou aprendendo.

O passeio foi quase todo foi bem divertido, Parker arrancava mil e um sorrisos de Renê a cada palhaçada que fazia. E por que eu digo quase todo? Porque no meio dele, Rayle viu algo que a paralisou, era sempre assim no início, depois piorava.

— Amor?- o Chef estranhou a namorada parar de andar do nada, ela até deixou o ursinho que ganhou numa barraca de tiro ao alvo cair no chão. — O que foi?

Rayle mantinha o olhar fixo no que estava a assustando e sua respiração começou a ficar acelerada.

— Rayle, fala comigo.

— Vamos pelo outro lado?- perguntou com a voz embargada sem desviar o olhar da piscina de bolinha.

Ele então notou o que estava acontecendo.

— Ele só está brincando com as crianças, não vai mexer com você.

— Renê, por favor.- as lágrimas foram inevitáveis ao fazer esse pedido. — Não tem mais deles por aqui, tem?- perguntou ao mesmo tempo que se virou e quando fez isso deu de cara com um, e ele não era o tipo de palhaço que brincava com as crianças como o outro, aquele estava lá pra assustar as pessoas mesmo.

O grito de Rayle parece que ecoou no parque inteiro, pois a maioria das atenções foram direcionadas a ela. Imediatamente a fotógrafa cobriu o rosto com as duas mãos e foi acolhida pelo abraço de Renê enquanto tinha uma crise de choro.

Alguns deram risada, pois acharam que tinha sido apenas um susto, mas Renê sabia que não era bem assim.

A levou até um banquinho afastado da multidão e tentou acalmá-la, nunca imaginou que acalmar alguém seria tão difícil, Rayle não conseguia parar de chorar.

Uma moça de uma barraca de batata frita viu a situação e foi levar um copo de água pra ver se ajudava. Rayle mal conseguiu beber por causa dos soluços, mas ajudou um pouco.

— Tadinha, ela está tremendo.- comentou a moça.

— Eu nunca presenciei uma crise dela, mas eu já sabia que ela tinha medo de palhaços.

— Eu não acho que isso é um simples medo, ela deve ter fobia de verdade.

— Vou levá-la pra casa. Obrigada pela gentileza.

~  ☺  ~

— Não achei que esse medo fosse tão grande assim.- comentou assim que ela se acalmou.

— Eu te disse que era sério.- os olhos dela estavam vermelhos por conta da crise. — Todos riram de mim, não foi?

— Não, só alguns. Você está bem?

— Estou, já passou.- Rayle abaixou a cabeça e comentou. — Eu ouvi sua mãe dizer que eu sou uma fresca.

— Eu já disse pra não dar atenção a minha mãe, ela não sabe o que diz.

— Por que ela me odeia tanto? O quer foi que eu fiz?

— Não liga pra ela, minha mãe é inacreditável, sempre foi assim com quase todas as minhas namoradas.

— Ah, então eu sou só mais uma.

— Não fala assim, você é diferente. E é com você que eu quero ficar, não importa o que minha mãe diga.

Rayle sorriu.

— Obrigada por cuidar de mim.

— Sempre.- beijou sua testa. — Você nunca pensou em casar, não é?- o assunto surgiu do nada na cabeça de Renê.

— Já pensei sim, mas nunca quis. Aliás, sempre achei que fosse impossível, mas seria demais ir pro altar com você.

Renê estava torcendo pra ela não dizer isso, mas não queria deixá-la triste.

— Eu nunca quis casar também, acho que só complica, sabe?

— Como assim?

— É difícil de explicar, mas olha, já estamos juntos há quase três anos e sabemos que não vamos nos separar, então… que tal um casamento? Só nós dois.

— Está me propondo um casamento de mentirinha?- perguntou confusa.

— É, a gente se veste a caráter, troca alianças, só não chamamos padre nenhum e nem assinamos nada. Podemos agir como casados, só não vamos ser.

Mesmo achando a ideia meio confusa, Rayle achou uma boa, se a mãe dele descobrisse que eles se casariam de mentira, ela surtaria menos do que se o casamento fosse de verdade.

Depois de alguns segundos pensando, ela sorriu e respondeu.

— Tudo bem.

 


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Notas finais do capítulo

Eita sogrinha boa que a Ray arrumou hein, pelo amor. Qual será a reação dela quando souber do casamento de mentirinha? E qual foi a reação de vocês? kkkk No próximo as coisas já começam a ficar ruins. O capítulo 11 é o grande baque.
Comentem o que acharam, tabom? É muito importante ♥
Sobre o parque, eu já tive uma crise dessa quando vi o Pennywise uma vez e posso dizer o quanto é ruim e difícil de se acalmar. Muita gente tira sarro do medo de palhaço e isso não é engraçado, Coulrofobia é uma fobia como qualquer outra.
Vejo vocês no próximo ^^ Abraço de urso :3