Parker escrita por Fofura


Capítulo 7
No campo de flores


Notas iniciais do capítulo

Hey ursinhos! Tudo bem com vocês?
Tô postando no dia certo? Não. Era pra ter postado ontem, mas se não tiver atraso não é Sariinha, né? Preciso mudar isso, Jesus hsauhsa
Quero agradecer todos os comentários e visualizações, vocês são uns amorzinhos mesmo ♥ E agradecer a maravilhosa recomendação que recebi da Camélia. MEU AMOR, você me deixou emocionadíssima, não só pelas palavras, mas também por ter recomendado mais duas minhas. Eu agradeço mais uma vez, do fundo do meu Tuntum, muuuuito obrigada ♥
O foco desse capítulo é Rayara hahahah Disseram que shippam hein, fiquei surpresa hahah. Vamos para mais um ensaio fotográfico ♥



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Sara gritou quando Rayle contou estar namorando com o Chef. Só não soltou aquele “Finalmente!” em alto e bom som porque já era tarde da noite.

Na manhã seguinte, Sara foi trabalhar bem cedo e só voltou um pouco antes das quatro. Enquanto Sara não estava, Rayle passou o tempo todo com Renê e fez algumas perguntas sobre o México pra ele enquanto namoravam e curtiam a companhia um do outro. Quando chegou perto das três horas, Renê foi pra casa porque trabalharia aquele dia. Rayle estava de folga.

Quando já estavam juntas de novo, as duas amigas conversavam no quintal do prédio.

— Olha, eu espero que dê certo. O Renê é um fofo.- a perita comentou.

— E eu espero que o Jackson não apareça de novo e estrague tudo.

— Não vai, fique tranquila. Ele já foi fichado pela agressão e vai pra cadeia se chegar perto de você de novo.

— Você é a melhor amiga do mundo, sabia?

Sara sorriu com cara de convencida e Rayle riu.

— Boba!

— Sabe que vai passar menos tempo comigo agora, não é?

Rayle levou as mãos até a boca.

— Eu não tinha pensado nisso.- a frase ficou meio abafada.

— Relaxa, vai curtir! Não é todo dia que se acha um homem desse!

Tanto Sara quanto Rayle tinham certeza de que o relacionamento com Renê era sério e que duraria.

— Eu falei pra ele que vou fazer um ensaio com você hoje e ele disse que queria ir pra ver.

— Sério?

— Também fiquei surpresa. Mas ele tinha que trabalhar.

— Seu chefe já sabe do relacionamento de vocês?

— Não, mas eu não sei se devo contar, vai que não pode.

— Tem lugares que não permite mesmo. Mas se tivesse essa regra, você já estaria sabendo. Não acho que seja um problema vocês dois estarem juntos.

Rayle deu de ombros.

— Vou ter que aprender a dividir meu tempo com vocês.- fez careta. — Vai ser difícil.

— Não se preocupe comigo.- sorriu de lado. — Bom, vamos lanchar pra irmos?

— Está bem, mas lembra do nosso combinado? Você vai pagar as refeições agora porque eu fui a falência depois que comprei minha câmera nova. Não tenho um centavo.

Rayle juntou muito dinheiro nos últimos anos e a Nikon lançou uma câmera digital naquele meio de ano. Rayle gastou tudo o que tinha na poupança pra comprar já que suas polaroids — ela adquiriu mais uma em 97 além da herança de sua mãe — não serviam mais, precisava de uma câmera profissional e as polaroids não tinham uma qualidade de imagem muito boas.

Sara sorriu.

— Eu sei. Mas você mereceu essa câmera. Todo o esforço pra conseguir o dinheiro, todo o esforço pra divulgar o que você ama fazer… Ficar sem dinheiro não foi de todo ruim.

Rayle abriu um lindo sorriso.

— Obrigada! Agora eu vou arrasar mais ainda, fala aí!

— Ah, com certeza!

Deram um high five e sorriram.

— Que tipo de foto vamos fazer hoje?

— Vamos lá na lanchonete, no caminho eu te conto.

~  ☺  ~

Depois que se alimentaram, as duas amigas foram pra casa e Rayle separou umas roupas para Sara usar, umas dela e outras emprestada de Rayle. O corpo das duas tinha pouca diferença, as roupas de Rayle cabiam na morena e vice e versa, só o pé de Sara era maior e os sapatos não davam pra compartilhar.

Entraram no carro de Sara e pegaram a estrada para um campo de flores silvestres, as fotos iam ficar fofíssimas lá.

No caminho de terra, já chegando perto do campo de girassóis — que era onde Rayle queria tirar as principais fotos —, o carro de Sara morreu. Foi bem no campo de rosas, não foi de todo ruim parar ali.

— Ah não, é sério isso?- Rayle reclamou.

— Ah, agora não, caramba!

— Achei que você tinha levado pro concerto.

— Eu levei, mas disseram que não era nada demais.- respondeu Sara abrindo a porta pra sair.

— Bando de preguiçosos!- riu.

Sara a acompanhou.

— Vou tentar arrumar, deve ter sido alguma coisa no motor.

— Vai lá, mecânica!

— Cala a boca!

Sara ficou uns bons minutos lá e nada. Rayle até tirou uma foto de dentro do carro mesmo. Afastou o banco, apoiou na janela os pés que calçavam um par de all star azul, e apoiou a mão direita na mesma janela, com a esquerda ela fotografou. Seu joelho não apareceu na foto, só a canela, os pés e o braço que tinha algumas pulseiras, e o fundo, fora do carro, era o campo de rosas vermelhas juntamente com o céu azul cheio de nuvens.

— Sarita, vamos deixar o carro aqui e já era.

— Está maluca??- Sara foi olhar pra ela e bateu a cabeça no capô.

Rayle caiu na risada.

— Para! Doeu!

— Quem vai roubar ele no meio do campo, Sara?- a loira perguntou parando de rir aos poucos. — Eu preciso tirar essas fotos antes do pôr-do-sol, ainda não tenho um flash e vai demorar pra eu ter.

— Eu não posso largar o carro aqui. Vou tentar ligar mais uma vez, espera aí.

— Ai, não tenho paciência não.

— E quando é que você tem paciência, Rayle?!

— O dia que fizer sol à noite, aí eu vou ter paciência.

Sara gargalhou.

— Olha…- Rayle desceu do carro. — Já que estamos no campo de rosas, vamos fotografar aqui logo e depois você tenta arrumar de novo. Tem muitas copo-de-leite ali do outro lado, a gente tira lá também.

— Boa ideia.- concordou ela. — Que roupa quer que eu coloque primeiro?

— O vestido longo florido.- Rayle abriu um sorriso ao falar. — Você fica linda com ele.

— Não fala assim que eu acredito hein.

As duas riram.

Sara entrou no banco detrás e trocou de roupa. Mesmo sem ninguém pra olhar, podia aparecer um ser humano inesperado ali. Já vestida com a peça florida que tinha um decote em V profundo na frente e atrás, Sara saiu e foi pro lado direito do carro onde estava o campo de rosas. Rayle já estava lá no meio.

— Certo… Qual a sua ideia com as rosas?

— Tive três. A primeira é você cheirando uma delas. Achei essa aqui que é bem grandinha.- mostrou a linda e delicada rosa vermelha bem desabrochada. — Deixa eu fazer uma coroa de trança no seu cabelo, vem cá.- Sara ajoelhou para Rayle fazer o penteado rápido. — Ai que meiga!- exclamou ao terminar.

Sara sorriu e se levantou.

— Como eu fico?

— Vou pegar você de lado… Ok, essa frase ficou meio estranha.

Sara deu risada.

— O ângulo, eu quis dizer. Se inclina e toca a flor delicadamente, Sara.

— Com uma mão só?

— É, faz como se fosse cheirar ela mesmo.- Sara se posicionou e Rayle deu uma olhada no visor ocular. — Fecha os olhos e chega um pouquinho mais perto.- Sara fez o que ela pediu e Rayle olhou mais uma vez no visor. — Levanta só um pouquinho a cabeça… isso, não se mexe.- Rayle registrou. — Agora dá um sorrisinho discreto… Melhor modelo, meu Deus.- Sara riu e Rayle capturou isso. — As espontâneas são as melhores.

— E agora?

— Arranca a flor.

— Tadinha Ray.

— Sinto muitíssimo, eu preciso dela, moça.

Sara balançou a cabeça sorrindo e arrancou a flor.

— Ok, instruções?

— Fica de costas, vira o rosto pro lado direito e dá mais uma cheirada na rosa.

— Eu seguro ela assim?

— Isso, espera...- Rayle arrumou o cabelo de Sara todo para trás cobrindo a orelha. — Pronto, agora só olha pra ela, não fecha os olhos completamente.

— Tabom.

Rayle registrou mais uma imagem.

— Fica de frente pra mim agora… Cobre seu olho esquerdo com a rosa… Eu vou tirar uma foto de rosto agora pra pegar bem o seu olho.- Rayle olhou pro lado. — Vira pra cá pra luz do sol bater no seu rosto… Agora sim!- a loira olhou no visor e pediu: — Olhar profundo, Sara, me seduza.

Sara não aguentou e abaixou a cabeça dando risada.

— É sério.- Rayle a acompanhou no riso. — Vai.

Sara quase não conseguiu ficar séria, mas Rayle conseguiu tirar a foto dela com o olhar seduzente do jeito que queria.

— Vamos pro outro lado agora.

Foram pro campo das famosas copo-de-leite. Sara foi com cuidado para o meio delas pra não machucar nenhuma.

— O que quer que faça aqui no meio?

— Balança o vestido. Eu quero capturar ele em movimento, sabe?

— Acho que sei… desse jeito?- Sara balançou com as duas mãos o vestido.

— Isso! Deixa eu só desfazer a trança do seu cabelo pra ele ficar mais solto.- Rayle fez o que falou e voltou pra posição que estava. — Ok, vai!

Tiveram de tentar umas oito fotos pra Rayle conseguir ter o resultado que queria.

— Misericórdia, quase não sai essa foto!- Sara sorriu. — Vai lá tirar a roupa, Sara.- Rayle fez cara de maliciosa e Sara caiu na risada.

— Palhaça!- disse rindo. — Qual roupa eu coloco?- perguntou indo até o carro com Rayle logo atrás dela.

— A calça jeans e a blusa azul xadrez. Pega o chapéu preto também.

Já vestida, Sara acompanhou Rayle até o campo de margaridas que ficava ao lado do de rosas, sempre prestando atenção no carro.

— Vou tirar só uma aqui. Você olhando para o horizonte, agacha lá no meio e fica de lado.

— Sim senhora.- brincou Sara.

— Gracinha!

De primeira já ficou bom. O rosto de Sara não apareceu na foto, só os ombros o cabelo cobrindo a lateral do rosto e o chapéu.

— Tem um campo com flores misturadas ali atrás, quer ir lá?

— São quais?- Rayle tentou enxergar. — Acho que são gardênias e cravos.

— Tem ranunculus também.

— “Ra” o que??

— É um tipo de flor, ué.

— Ah é, eu esqueci que você é CDF.

Sara semicerrou os olhos e Rayle riu.

— Deixa eu fazer outra trança no seu cabelo.

— A mesma?

— Não, a normal. Vou colocar um lacinho no final dela, vai ficar bem fofo.

Depois de tudo pronto, Rayle pediu para Sara ficar no meio das flores de costas, com a mão esquerda levantada como se fosse tirar o cabelo do rosto. Ficou uma fofura de foto.

A próxima foi num campo de tulipas coloridas, Sara só desfez a trança, voltou a colocar o chapéu e Rayle fez mais uma foto de costas. Sara ficou no meio da fileira de tulipas brancas, mas nas laterais da foto deu pra ver as fileiras de outras cores.

Voltaram pro carro, Sara se vestiu de jardineira enquanto Rayle tentava ligar o veículo. E ele ligou!

— Ah! Eu sou muito foda! Me respeita, Sara!

— Não acredito!!- Sara ficou indignada. — Vai te catar, Rayle! Que feitiçaria é essa?

— Não foi feitiçaria nenhuma, tu que não sabe nem ligar um carro.

— Só não te bato porque temos que aproveitar que ele ligou.- Rayle passou pro banco do passageiro dando risada e Sara tomou o lugar do motorista.

Ambas foram para o campo de girassóis que tinha bem mais adiante.

— Ai, que empolgação! Eu amo girassóis!

Sara sorriu.

— São mesmo maravilhosos! Certeza que suas fotos vão ficar incríveis. Sempre ficam.

— E olha que eu nem te paguei pra babar meu ovo.

A morena riu.

— Meu Deus, Rayle!

Chegaram ao campo e desceram.

— Vai ser a melhor sessão de fotos!- Rayle gritou. — Vamos rápido que o sol já vai se pôr. Senta aqui, perninha de índio. Quero pegar os girassóis de longe primeiro, depois a gente entra no meio deles.

— Ok, vamos lá.

Rayle colocou um chapéu de palha marrom em Sara, deu um girassol pequenininho pra ela segurar e falou pra ela sorrir. Sara era a dona do sorriso mais fofo do mundo, não tinha como a foto ficar feia.

— Que gracinha! Que vontade de morder você!- Rayle gritou e Sara riu. — Meu Deus, Sara! É sério, corre senão eu vou apertar essas bochechas!

— Ai Jesus!- Sara gritou e correu. Rayle realmente correu atrás dela e a abraçou pela cintura, ambas riam. Melhor coisa que tinha era se divertir com a melhor amiga dela.

— Ok, vamos voltar ao foco.- disse a fotógrafa recuperando o fôlego.

— Concordo.- Sara fez o mesmo e sorriu.

A segunda foto com girassóis, mais uma vez, foi de Sara de costas com o mesmo chapéu de palha marrom, mas dessa vez Sara estava com a mão direita sobre ele e a esquerda estava no bolso do macacão jeans.

— Melhor amiga, irmã, protetora, motorista, baba ovo e ainda por cima modelo? Puta que pariu, eu estou no lucro com uma amiga dessa. Obrigada Deus!

Sara gargalhou.

— Multiuso! Bate aqui.- deram um high five e riram disso.

A terceira foto foi no mesmo local, mas dessa vez Sara quem tirou a foto porque Rayle não resistiu. A loira foi pro meio dos girassóis e fez um coração com os braços pro alto. Só levou um tempo pra ela acertar o coração, mas a foto saiu.

Voltando a modelo Sara, Rayle tirou mais uma foto do rosto dela, bem de perto, no mesmo estilo da fotografia da rosa. Sara tapou metade do rosto com o girassol e segurou outro no outro lado abaixo do queixo. A luz de quase pôr-do-sol deu um ótimo efeito na imagem.

— O sol está se pondo, vamos tirar só mais três, tabom?

— Tabom, eu estou adorando isso, sério. Melhor ensaio que a gente já fez.

— Ai, eu concordo!

A quinta foto foi um girassol cobrindo todo o rosto de Sara deixando visível somente o cabelo e a parte superior de seu corpo.

Na sexta, Rayle foi um pouco mais criativa.

— O que está fazendo, sua doida?- Sara perguntou ao ver Rayle subindo no capô do carro. — Desce daí, você vai escorregar.

— Relaxa mãe, está tranquilo e favorável.

Sara levou uma das mão até a testa e fez careta.

— Qual a sua ideia?

— Pegar você de cima. Ai, essas frases sempre dão outro sentido! Que coisa!- Sara riu. — O ângulo, quero pegar o ângulo de cima. Coloca o chapéu de novo e vai lá. Vamos ver se vai dar certo.

Sara assentiu, colocou o acessório na cabeça e correu pro meio dos girassóis.

— Aqui?- gritou.

— Vem mais pra trás!- gritou de volta. — Aí está bom! Agora faz a famosa pose da Alice de “estou explorando esse lugar mágico”.- Sara riu da comparação e fez a pose. — Tão bom quando eu não preciso explicar duas vezes.

— O que?

— Nada não.- Sara franziu o cenho. — OLHA ESSE PÔR-DO-SOL! Se prepara pra última foto, Sara!- Rayle desceu do carro. — Tira o chapéu! Olha pra ele que eu quero pegar sua silhueta!

— Dessa vez a frase não ficou estranha.

— Graças a Deus!

Riram.

Não resistiram e tiraram três fotos de silhueta. Sara olhando pro pôr-do-sol, Sara com os braços abertos e a última foi Rayle pulando.

Deram por fim a sessão de fotos e rezaram pro carro funcionar pra voltarem pra casa.

— Que ele não morra no caminho de volta, amém!

~  ☺  ~

Um ano se passou. Rayle e Renê levaram seu relacionamento na mais perfeita harmonia e amor. Eram um casal aparentemente comum, por mais que os gostos fossem diferentes, isso não era problema pra eles. Por exemplo: Renê gostava de festa, Rayle era caseira. Renê gostava de beber cerveja, Rayle só bebia refrigerante. Renê não gostava de praticar esportes, só acadêmia, e Rayle adorava jogar bola — vôlei, queimada, basquete também, por mais que nunca conseguisse acertar a cesta —. Renê preferia ação e suspense, já Rayle animações e fantasia. Renê amava eletrônica e Rayle rock clássico. Eram um casal diferente por isso, mesmo que não tivessem muitas coisas em comum, isso não atrapalhava em nada . Rayle até o ensinou a jogar vídeo game porque ele falou que não sabia, foram meses bem divertidos.

Jackson muitas vezes ficava observando de longe e foi preso uma vez que se aproximou do casal com a mesma agressividade de antes. Mas Sara o colocou em seu devido lugar e nem ela, nem Renê deixaram o babaca encostar um dedo em Rayle.

Aliás, a perita nunca ficou de vela e Rayle conseguiu dividir seu tempo entre seus dois amores, sua amiga e seu namorado. Nunca um relacionamento foi tão natural pra ela.


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo com uma passagem de tempo também pra não ficar focando no início do relacionamento de Parkoza né, bora dar uma resumida nele aí porque o foco real da história não é o romance. Mas e aí? Gostaram desse capítulo? Gostaram desse ensaio? Resumi bem o final? Sentiram falta de algo? Deixem suas opinioezíneas pra mim, tabom? ♥
Amo vocês ♥
Abraço de urso :3